Sabem,
o pior de todo o tempo que passa por nós, é o silêncio do que não se
viveu. É isso que dói no espelho da vida! Adormecer-mos com a imagem baça
de um olhar sem luz, de uma pele sem brilho, a solidão noturna de uma
janela fechada. Passamos a vida a envelhecer. Sem nos darmos conta, estamos
sentados à porta da vida, com o horizonte no chão. Até as horas deixam de
nos avisarem, as nossas mãos desmaiam no colo e a memória afoga-se dentro do
peito. Sem nos apercebermos, estamos sós, dramaticamente abandonados o mundo
fica confinado ao nosso quarto já não há ninguém...Hoje queria agarrar o mar
como se ele fosse o meu destino!
terça-feira, 31 de janeiro de 2017
segunda-feira, 30 de janeiro de 2017
Ontem
despi os meus pés e toquei ...Na areia... Onde me distanciei de ti... Como se
num lugar longínquo, ao longe, te pudesse... Ver de muito mais perto... Com o
passar dos tempos o teu cheiro se evapora de mim... Mas não do meu coração.
Olho as nuvens ao redor, eterno será como as palavras! Escritas, descritas,
pelos meus humildes dedos nas folhas, que não guardo jamais na gaveta. Tenho a
gaveta cheia de uma vazio, cerrado. À noite olho para o céu e uma voz me chama,
chego a casa e as paredes desta sala escorrem preces... desejos... para muitos... cumpridos... para outros nunca serão...Posso esperar, sim eu sei...
Mas!!! A vida vai partir de mim, não espera mais por mim... Como eu esperei por
ti... De nada tenho medo, apenas da incongruência, da loucura e do vazio, que
me invade sempre que deixo de ter algo para dizer...
domingo, 29 de janeiro de 2017
Hoje há murmúrios silenciando a voz que adormece na noite...Todas a palavras se resguardam neste cansaço , as sílabas do coração perdem-se nesse labirinto sem saída. Pausadamente as minhas letras cansadas adormecem no colo da dor, deitadas sobre um papel de uma noite onde o luar se estende pelas planícies desertas ao vento!! Mas que saudade esta, que embala um ser estranho, incolor de vazio potente em horas mais vazias ainda... escuto-me, oiço-me como uma voz oculta que estremece os sentidos , espreguiço-me na alvorada de um sonho , mas!! Quero acordar. Uma e outra letra levantam-se , dão as mãos ao som da brisa e cantam o murmúrio guardado numa noite em que o final das sílabas não se perdem. As palavras vibra nos poemas da vida onde os olhos sorriem nas rimas que se apagam nesta viagem adormecida ...Minha alma jamais vai dormir , vive nos trilhos Certos e nos pensamentos daqueles que sabem interpretar a saudade e escutar as mensagens do silêncio...
sábado, 28 de janeiro de 2017
Posso até ter a sensação de ter uma vida de rotas incertas e incompletas e sentir a cada hora, uma nova história. Mas acho que isso é a pura percepção de tímidos devaneios da alma em ebulição. Os extremos sempre cicatrizaram meus dias em aventuras não vividas. Por vezes sinto que o recomeço e o fim se encontram no escuro abstrato das palavras. Será uma luta vã a minha, tecer em palavras os horizontes perdidos do amor? Este grito grito no escuro soa a chaga tatuada no espírito, tempestade e calmaria que não cessam...Que contra-senso este , viver de peito aberto para engolir o mundo onde o imaginário e o real habita em polos opostos iluminados por luzes da solidão nuclear...Se o absurdo, nesta vida por um segundo fizer-me sonhar ou, quem sabe, calar-me a voz engasgada e encher a face com gosto de lágrimas. Então Saberei que não foi apenas um sonho abstrato, pois as palavras que teço mudas são visíveis em meus olhos insensatos, incompreendidos. O silêncio da noite é interminável , mas, faz renovar-me para um outro amanhecer!!! É improvável perder a esperança e contra-senso seria não mais ter a presença de uma voz suave para me silenciar a boca, a mente, coração e os dedos que vertem nestas teclas mudas o silêncio de uma vida esquecida!!!
sexta-feira, 27 de janeiro de 2017
Hoje caminho neste chão molhado que já
não range à minha passagem e mesmo descalço não sinto a pedra fria…
Desconfio que voei durante a noite, pela estranha leveza do meu corpo. E só pode ser isso! Porque já não sinto o peso do mundo , Acordei e vi uma pena que perderam, ao fugir pela janela, rasgaram o ar que respiro com o seu delicado bater de asas para de novo me envolverem na noite! Este meu lado escuro... Não adianta desnudarem na penumbra dos meus dias... Sou apenas eu...aqui quieto, usando o silêncio ao invés da palavra. Sumi com a última luz do dia. Às vezes também me escondo , pinto de preto e branco a minha ousadia. Me resguardo...Desvaneço... Mas nem por isso esqueço… Todo o inicio tem um fim... A noite sempre termina e o sol quando nasce a tudo chega... A tudo e a todos ilumina... Até a mim!
Desconfio que voei durante a noite, pela estranha leveza do meu corpo. E só pode ser isso! Porque já não sinto o peso do mundo , Acordei e vi uma pena que perderam, ao fugir pela janela, rasgaram o ar que respiro com o seu delicado bater de asas para de novo me envolverem na noite! Este meu lado escuro... Não adianta desnudarem na penumbra dos meus dias... Sou apenas eu...aqui quieto, usando o silêncio ao invés da palavra. Sumi com a última luz do dia. Às vezes também me escondo , pinto de preto e branco a minha ousadia. Me resguardo...Desvaneço... Mas nem por isso esqueço… Todo o inicio tem um fim... A noite sempre termina e o sol quando nasce a tudo chega... A tudo e a todos ilumina... Até a mim!
quarta-feira, 25 de janeiro de 2017
Há coisas de mim que não conto a ninguém pois
já nada interessa… Hoje vejo apenas os dias e noites em que te fujo...Eu sei que são longos como o silêncio ao qual
me entrego... Mas !! Longo é o entendimento…Que ...Muitas vezes é incapaz de
ser entendido.Como pode ser tão longa a ausência da carne! Assim
como longa se faz a espera do toque... Longa é a vida que se vive já no declínio! ...num tão longo castigo... E é tão
longo...extenso...vasto, o que sinto que se faz longa esta dor, quero chorar uma lágrima, que me lave os pecados de outrora… Mas a lágrima não lava. É apenas dor, que se deixa
ver de fora...Escutam? Claro que não a minha voz, não tem mais eco...Caí num silêncio profundo... Não posso mais
voar. Enlacei-me nos nadas do mundo... Perdi as asas! De quando a quando, numa
réstia de fôlego, sussurro......mas já ninguém me ouve! E este dia tão longo me persegue...espesso, é este muro que
reveste as paredes deste querer...Como longa é a expectativa de um futuro onde ainda
alguém me encontre no meu ser... Longa é
a culpa, a impotência...Longo é este filme ao qual assisto... Como
longas são as lágrimas que choro…Adormeci no leito de um amor morto...E
é tudo tão longo, que já não alcanço o inicio... Tão longo que em mim ,mais não
cabe.. já nem as palavras
são minhas, nascem da espera que as tuas me cheguem e me envolvam num abraço
apertado...Saudades tuas Pai, todos os dias te faço nascer em mim.
terça-feira, 24 de janeiro de 2017
Hoje como sempre escrevo aqui, fragmentos da minha alma que
se espalham por dias...Foram muitas as vezes que senti vontade de rasgar minha
pele com as próprias mãos ... A serio! Como se com isso minha dor mudasse o foco...Porem;
aprendi que uma lágrima sincera nos alivia o coração...aprendi que chorar, nem
sempre é tão ruim assim...aprendi que a saudade é algo que não podemos
evitar...aprendi que viver um sonho é bom...mas viver sonhando pode ser melhor...Muitas foram as lições de vida recebidas. Por isso, não posso mais deter-me, na verdade ninguém
o pode!!!Descobri que se não podemos arrancar uma página da vida, podemos jogar
o livro inteiro na lareira. Escrevo apenas palavras que derivam dos sentidos,
palavras que se escrevem, que se entregam nos silêncios do pensar e nos
momentos a sentir...Sinto os segredos em recantos de vida que navegam e se
perdem no tempo vivido. Escrevo palavras que batem na rocha destas margens e no
peito por ter amado, por querer dar as mãos atadas no desejo, na
partilha do corpo bebido no calor da paixão trocada por meros beijos
sonhados. Vivo estas palavras que percorrem o viver do segredo, nos
momentos tantas vezes recordados por entre os braços do desejo esquecido do
medo entregue na mais quente loucura do coração apaixonado...Sinto sabor amargo da vida, o sal impregnado em meus lábios
que me mata de sede à beira da fonte dos prazeres....Sinto o cheiro impregnado no meu corpo a perfume raro que nem a chuva leva de mim... Amanha vou acordar ao relento e deixar que a chuva chegue ao meu corpo com vontade de me purificar perante este perfume ...
segunda-feira, 23 de janeiro de 2017
Há em nós palavras que oferecem ecos de outros tempos… Há coisas vividas que se
confundem com este presente… Que não soa a dádiva!!!.A minha vida está como se
tivesse saído duma floresta, e o campo que escolhi para ficar fosse agora
planície aberta. Trago no bolso sementes que deito ao chão mas não pegam, sei
que delas nada vai brotar e não me servirão, mas sem elas tenho duas mãos
vazias e um horizonte sem intento! Os amigos quando vêm são como uma brisa na ramagem
de outrora… uma sensação de estabilidade num contexto já bem diferente, e a
minha diferença ainda não se enquadra nessa paisagem. Depois das palavras, aos
poucos os sons vão-se apagando. E eu fico atento, ouvindo, expectante,
espectador da minha própria vida, uma mera miragem com que a maresia do
Atlântico me brinda. Sinto que tenho que abrir mão das recordações ( mas
ninguém o faz, é-nos impossível). Pois sem recordações sinto-me vazio e
despersonalizado.. Eu não sou eu, transpus-me para o presente, mas ainda de
costas voltadas. E já não me reconheço aí... eu nunca pensei aliás por vezes
a minha vida seja um pouco um não pensar, que fosse tão difícil
abrir mão do sítio que me acolheu e construir casa noutro lugar. Um pouco de
nós fica lá e nunca mais volta. E essa parte faz-nos falta.(não sou hipócrita
sou realista) Nesta reengenharia da vida, sei que temos que nos destruir para
nos reedificar-mos. E enquanto não o fizermos, sentimos-nos sempre a perder.
Toda a semente que cair neste chão é uma esperança vã. E eu vou perdendo o
tempo que passa. Deito-as fora, sementes e esperança, sinto-me um puzzle
inacabado. Peças em falta. Planície aberta, falta saber como reconstruir esta casa…
sexta-feira, 20 de janeiro de 2017
Hoje a lágrima é o meu som... Desliza em mim, sem pressa, sulca todos os cantos da minha face cinzenta e triste, invade todos os sentidos e envenena o olhar que é já distante. Sinto-me ondulante, pequeno, desgastado com tanta hipocrisia ... E enquanto o sorriso não renasce, não vejo caminho. E no momento em que deixo de escutar os meus passos gigantescos na vida, percebo que os meus sonhos desmaiamos entram num sono profundo, invade-me o maior dos medos. O de nunca conseguir restituir-me a alegria que um dia já foi minha..Pedaços de mim sem cor são vividos no coleccionar textos de palavras, pequenos sussurros que testemunham aquilo que é mais instantâneo na saudade: a lágrima sem território, que desenha no rosto traços visíveis de uma ausência que se tornou permanente...Ergo os olhos para o céu e exclamo silêncios grito palavras de dor que evocam em breves preces anjos, aves e dragões que relembro em fotografias dos sorrisos e das angústias, onde recordo a harmonia e a tristeza. A saudade e a mágoa. A verdade e a mentira. Nesse balanço de constante avanço e recuo coloco à prova as minhas convicções mais profundas ao mesmo tempo que testemunho um raio de luz forte que penetra pelas cortinas do meu olhar!! Mas, jamais ousarei abri-la. Não tenho coragem. Não posso fazê-lo. Não devo. Permaneço no escuro silêncio do quarto, bem acomodado aos insucessos adquiridos e previsíveis... Sento-me numa qualquer cadeira de baloiço como esta que tenho no meu alpendre e deixo que me embale na passividade infeliz e espero que o tempo me faça ressuscitar os movimentos, que agora sossego. Fico ali neste meu canto, espero, como se essa espera fosse o tudo a que tivesses direito!!!! Como se não pudesse provocar a mágoa ou a incerteza. Como se não pudesse viver o choque de uma nova opção, como se viver fosse apenas e sempre o mesmo respirar cadenciado. E fico sem perceber que esse quarto já não tem espaço para tudo o que me foge....
Sinto os
dias que passam dentro de acordes, sons de dor desmedidos , desmaiados
acordando os olhos que se levantam na escuridão. Olho as noites distantes
, sombrias... esquecidas, diante da tal solidão, ergo-me saindo dos olhares
que falam sozinhos, conversam no seio de seres diurnos que as noites
tornam por doentes. luto por um gesto, um afago, uma lembrança...não me
importam as luzes do Sol se a solidão nos basta, nos conforta...No dia,
vejo quem passa, quem chega, mas é na noite, sinto a fatigante
inércia , de caminhar por desertos dolorosos em meu corpo!!! A solidão
nos avassala , nos causa controvérsia perante o sentido de nossos abertos olhos
no turbilhão da escuridão que eleva tristeza ao findar de um dia de esplendor
... E assim, temos ou não uma expressão de derrota que nos esconde nos invade
ofuscando a luz do nascer de um novo dia...Mesmo que a noite seja contraditória a
solidão sempre será o ultimo porto de abrigo!
quinta-feira, 19 de janeiro de 2017
Hoje sinto-me quieto, frio, apenas movo este cadáver
que transporto, está vivo só porque respira ... A dormência vem-lhe
de dentro para fora, onde os suspiros não são com a boca, mas antes com o
coração pulsando. Meus dedos frios mexem, os tímpanos ouvem, o nariz
percebe e a boca sente. Os olhos, em baratos movimentos, desviam de um pesadelo.
Os braços começam a mexer. Mas!!! O frio prende as pernas que tremem.
O ritmo cardíaco vibra e mexe-me. Existe a energia negativa do cérebro
que toma conta da mente, deixando-a amarrada, nua... A luta continua e o
tempo colapsa no vazio do céu estrelado. A consciência despertara de forma crua
e nua, sem respeito pela pessoa que outrora fomos...Os sentidos do mundo
verdadeiro despertam. O cérebro apaga a informação excedente, para mais tarde,
no calor de uma conversa, permitir um falso desabafo. Este sexto sentido
constata-se mais nas mulheres que aos homens, são sonhadoras por natureza,
elas sabem mais dos outros do que os homens, por energias sentidas ou hormonais
chego lá por sensibilidade!!! Eu também tenho sensibilidade no sonho
enquanto processo cognitivo e inato... Amanhã, vou acordar, não sei se me vou
lembrar do corpo cadavérico que outrora fui, mas esta noite
de uma coisa saberei , os muros altos servem de sombra aos que se
apresentam na despedida dos sonhos !!! E eu sinto-me frágil , odeio ser assim, mas sou assim e dói quando tentam me
derrubar, ainda não sendo um muro recuso-me tombar, persisto e dou por mim a
contar as estrelas nesta noite fria...
terça-feira, 17 de janeiro de 2017
Hoje nesta noite gélida, tenho vontade de exclamar aos céus e trocar a minha vida de assim assim por um
minuto fora de mim, hoje precisava expelir-me de fora de mim para lá, do além…Trocava a minha vida inteira pelo momento que ninguém tem. Parece um
contra-senso mas parece-me que todas as pessoas são do tamanho do que não são…
E todas as pessoas valem os momentos em
que nada lhes vale!! Precisava volatilizar-me, deixar-me ir e ser a imagem que ninguém
infere , o fútil folião em que ninguém
crê. Quero ficar do tamanho do luar, quero rir sobre a tristeza,
ensinar a vida à própria morte. Todas as
pessoas são do tamanho das lágrimas que choram, da distância da loucura que
decoram. E decoram a loucura como se decora a dor, e decoram a razão como se
fosse indolor. Mas não, não é a loucura que dói; não é a razão que constrói; não é o demente o doente; não é o que sofre o
carente; não é quem se contém que é
gente… Nem pensar !!! Não é continuar que é viver; não é aguentar que é saber; Não... Não sou demente nem sou carente, não
sou o que sabe nem o que quer saber. Sou o feliz ignorante, o mestre do
obstinado. Ainda assim trocava esta vida de faz de conta por um minuto de
felicidade porque nesta vida não há medo
maior que morrer desta sede
segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
Sinto-me desiludido comigo, desiludido principalmente comigo, pois lanço-me de corpo e alma, de cabeça e rejo-me pelo coração. Porque deixamos nós de pensar e avançamos, porque não temos medos, o que nos leva a ousar? Tudo é tão forte que nem olhamos para trás, mas deixamos um caminho para trás, olhamos em frente cegos pela felicidade, pelo desejo, pela busca da vida, que tentamos e queremos viver... Tem momentos em que pensamos ter conseguido mas tem alturas em que não, é ai que o sonho inverte o seu sentido... Sentimos que nada mais importa ...Vivemos o cair de um sonho, que levava o brilho nos olhos mas era apenas um sonho!!! Mas no final pelo menos vivemos algo e o único passo entre o sonho e a realidade é a atitude!!! Resta-nos a desilusão do infinito momento em que nada mais habita em nós que o silêncio. Mas dentro de mim habita uma voz, que me lê na intensidade dos parágrafos que escrevo, e me deixa a mensagem que não estou só, que será sempre a minha pele a minha voz porque habita em mim... Hoje estou assim...
Hoje tranco-me nas palavras elas, me encerram para o mundo agitando a minha alma nas
trevas nocturnas da solidão… Pressinto que lá moras… Sei que se te afogaste ,
foi porque não fiz silêncio para te escutar… Fico suspenso vagueando no que me
dispersa, esbarrando nas muralhas que invento, nesta fome de sentir…As palavras
não nascem de encontros, de ideias, de desafios, de inesperados, de
premeditados. Elas crescem quase sem eu dar por isso, com as palavras não
finjo, não minto, apenas sinto com a imaginação. Sinto com a força de todas as
pessoas que vivem comigo aqui dentro, ou sinto em cada dia com cada uma delas,
já não sei...Primeiro sou só eu que me sento em frente ao computador para escrever,
depois já não estou só e tenho à minha volta muitas histórias que voam pelo
quarto. devagar, pairam e ficam à espera que as faça minhas!! Hoje já escrevo
sem conseguir parar e já não sou eu, mas sou ainda consciência e carne. A mesma
carne que sangra quando cravo as unhas no braço para saber se sonho. Estou
acordado e escrevo, a vida que ouço, a vida que vejo, a vida que sinto, a vida
que cheiro, a vida que quero, porque o querer também é um sentido. Uma vida a
várias sentidos, às voltas, como as histórias que pairam à espera
que eu as faça minhas e as aprisione nas paginas que organizo de uma história
que por mim foi sentida…
domingo, 15 de janeiro de 2017
Hoje fiquei com um gosto
amargo na boca, perdi-me de ti na chegada... Mas que sonho este... Cheguei a um
vazio revestido de pele, a isto a que chamam de vida...Que crueldade construir
casas que não habitamos, plantar flores em jardins onde não nos passeámos!
Há dias que precisamos vestir de ausências e de
silêncios, desde onde me chegam os ecos da angústia de
outras vidas. Há muito que não estava tão perto de alguém,
sonhei escutar passos a caminhar para mim , mas que
idade terão as almas? Quantos regressos somam na
procura? Quantas vezes se cruzam e reconhecem, os olhares vazios que
se perdem nos ponteiros do tempo, neste mar profundo que separa a honestidade
da hostilidade... Deixo a ilusão de ainda ser cedo...sempre cedo... E
é tão tarde para tudo menos para a noite, onde sempre te sonho...Nas
dobras da pele , passearei o teu nome nos meandros de todos os poemas onde
te irei fazer matéria para te poder tocar e sentir num único lugar que te
tenho... Mas tenho de confessar que não quero confiar em alguém e depois descobrir que não mereciam a minha confiança, odeio a mentira, e o que mais odeio é sonhar e acordar a meio do sonho!
Hoje falo do caminho ruidoso que descarrila sobre os nossos
sentidos e que nos leva a lado nenhum é um artifício criado por uma necessidade
de disfarçar o vazio permanente. Assim, no decorrer de dias cinzentos e frios,
escondemos-nos em calendarizações rigorosas, em dias e horas planeadas, numa
ansiedade medonha. Fingimos sorrisos e abraçamos o nada, aquele que nos une a
uma vida que esquecemos um dia numa qualquer esquina labiríntica do passado.
Perdemos a autenticidade e vivemos por entre o ruído e a pressa, esquecendo que
a paz pode haver no silêncio...Só essa paz, tranquilidade interior, nos pode
alimentar o espírito, devolver aquele sorriso náufrago de verdade e fazer de
nós pessoas melhores a cada novo amanhecer. Nesta acrobacia veloz, em que se
procura um equilíbrio saudável entre o ser e o estar, somos forçados a
estabelecer prioridades, a destronar o superficial e o momentâneo.
Coloca-se-nos o desafio de sermos maiores do que a própria existência e
levitarmos acima de tudo o que é circunstancial. O desafio de não nos deixarmos
corromper pelo tempo e pelo desgaste da escuridão que por vezes se instala. O
desafio de conseguir sentir a felicidade nas secas migalhas dos dias. Nesse
momento seremos muralhas superiores ao próprio tempo e espaço. São breves os
momentos que nos anexam à vida que tantas vezes rasuramos sem pensar que o
amanhã pode nem sequer existir mais...
sábado, 14 de janeiro de 2017
Hoje ouvi
os deuses, choraram ao nascer do dia, senti uma voz entoar nas águas desse
choro um canto um poema de pássaros imaginários de mágoas que deslizam e
escorrem para o papel ...Hoje sou um trovador e nas sombras senti anjos a
verter lágrimas de uma alma lavada , purificada em palavras coloridas de sangue
embriagado que escrevo ao rasgar os céus!!! Recebo este mar que me banha de angustias,
que me rodeia de velas , mastros que a chuva e o vento agitam no silêncio!!
Retoco os meus silêncios, desvendo mistérios ocultos da alma, fico nu,
desnudo-me ao expor-me em palavras que fluem em linhas direitas, alheias, ao
meu próprio ser que transpõe fronteiras, que desliza em sentimentos, na força
de um encontro em silêncio! As palavras vibram, estremecem, ganham vida,
formam-se verbos e metáforas num pálido papel que ganha vida , não o julgues
não sei se é belo mas sinto a sensibilidade expressa nele... Por favor não tentem
decifrar-me! Sintam apenas as palavras e deixem-nas envolver-vos como se
de um abraço se tratasse!!
sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
Hoje acordei abri um olho e o dia
mostrou-se um longo caminho, sonhei-te num percurso bem iluminado, mas!!!
Quando abri o outro já o caminho ia a meio. Hoje sinto frio, nesta
berma por onde avanço, para que o dia não me atropele… Não queria
escrever-te. As palavras permanecem mortas nesta folha de papel, sem haver
quem as declame ou as cante aos quatro ventos. É estranho mas nunca
admitimos a chegada das estações , sabes porque não admitimos que
exista apenas uma… Somos sensíveis, a solidão enfraquece-nos, o mundo pesa mais
para quem está só! O mundo... perdi-me dele há tantos caminhos
atrás, Olha! De repente sou pequeno, tão pequeno que já não me
sei. Mergulho no dia, como quem mergulha num poema. Num mundo habitado só
por Falsos, oiço declamar nas ruas sentimentos, que nem os sabem sentir! Não queria hoje
escrever-te , sabia que estas palavras iriam deixar-me a sós mais uma vez no
silencio das estações…Fala-se de amor em todas as esquinas e de cada
boca se liberta um sorriso, que fica a pairar no ar, como um pássaro
vistoso. Ah!!! Não me digam que ainda sonham. Tenho a certeza que o queriam
fazer … Acho que hoje prefiro caminhar deste lado e encharcar-me de vida,
aos olhos da inocência. Eu sei que dirás , ainda
que mintas , que foi o meu nome, até hoje, que
guiou todos os teus passos.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
Hoje entro na noite como quem entra em casa. Atrás de mim deixo aberta
a porta escancarada. Adianta-se de mim a sombra fugidia que persigo. Vejo como se dilui na
penumbra onde estendo o manto de estrelas gasto dos dias remendado com os sonhos que piso. Antes que
me encontrem do tanto que sou meu, ali me escondo como um animal assustado. Encolho-me com medo que um dia
aprendam a ver-me no escuro e me vejam assim …de alma nua…Na minha infância nunca me disseram
que no asfalto nasciam garrotes de estrangular a vida! Nunca me disseram
que as janelas para a rua, teriam grades e cortinas pesadas,
por onde o sol pouco passaria... Ainda me iludi, por instantes, com a maciez do chão
desta sala que piso e com os fatos de
casaco e gravata que vi... Mas esta manhã
reparei que pisava penas, na sua suavidade de, em tempos já terem sido
asas…Este ultimo fim de semana a minha Mariana, perguntou-me porque caíram as folhas das árvores no nosso quintal…E eu deitei-me ao seu
lado e inventei-lhe um conto, daqueles que fazem o mundo bonito…Cada vez
que a olhava, podia ver-me, através dos seus olhos de encanto.
Lembrei-me do meu Pai, que tantas vezes se deve ter visto nos meus, quando eu
acreditava que o mundo era feito à medida das suas histórias.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2017
Hoje chego até ao meu silêncio e pergunto-me, se ainda me conheces? Vejo-te perdida num labirinto secreto...A cada passo teu, irrompe outros que te afastam! Nos teus olhos
trazes todos os desejos do mundo! Sei que procuras o caminho que te traga de volta. Talvez seja ainda a
minha voz, esse sussurro, que te guia na penumbra da noite...Desconheces-me tanto agora! As tuas palavras tornam-se sílabas, amordaçadas, neste tempo de solidão acompanhada... E bebo desse teu olhar perdido, sem de vista te perder. Esta noite
disfarço-me de sombra e quando a luz do luar atravessar a janela do quarto teu quarto irei apresentar-me a ti, dizendo o meu nome, uma e outra vez... Irei repeti-lo até ficar gravado nas tuas lembranças , Irei repeti-lo até que me reconheças e me abraces novamente, como quem
abraça a vida! De ti não quero o brilho das pedras cravadas no ouro, não quero a sombra do corpo maior que a alma … de
ti quero muito mais que riquezas mundanas quero este fogo que ateias num pequeno sopro, quero o arrebato do primeiro abraço, o cheiro que inalo junto ao teu pescoço, a correria
do peito e o tremor das pernas.. de ti quero a liquidez desse sorriso que bebo
sempre que me olhas quero as perguntas que te assolam a mente, de ti, não preciso dos sóis que plantaste no interior dos teus olhos...De ti quero apenas o que as mãos não tocam e o que
por dentro me agarra com a ternura que sobre mim derramas-te um dia...De ti quero muito mais que riquezas mundanas quero
as coisas pequenas que me enchem por dentro, quero a vida, quero o sonho
esse mesmo!!! Onde tu entras e onde por fim ganho asas...
terça-feira, 10 de janeiro de 2017
Há pessoas que se amarram a nós envoltas em maresia
para que não saibamos distinguir as linhas do seu nome…Deixam na praia um búzio para que as oiçamos nos
ecos das marés antes de sumirem mar dentro! Há passos delicados na areia e sereias ao longe
a quem pergunto, quem são, apenas o mar
me responde! Sou feito de terra,
diluíra-me nestas águas antes de
poder encontrar-te… Hoje dorme o teu nome na boca dos peixes…Eu , trago o sopro de uma noite nos cabelos e todas as vozes, que não
quis ouvir, seguram os botões quase soltos deste manto em forma de neblina que
me envolve… Vivo dentro da janela, que pintámos à rebeldia, no muro que atravessa o
virtual do real…Aqui as noites são claras e consigo tocar a lua com a palma da
minha mão…Aqui sou um homem que não existe, escrevo em todos os muros
invisíveis, uma frase dedicada à cegueira do Ser."Talvez seja esta janela, o
paradigma que vos falta" Apesar das poeiras e da lama onde as almas se
arrastam, amanhece a vida dentro da janela, que pintámos à rebeldia, no muro que atravessa a
neblina . Aqui as noites são claras, consigo tocar a lua com a palma da minha mão … Todas as noites espero a visita das estrelas. Talvez haja quem
de longe perceba, que em todos os muros se pode abrir uma janela…
segunda-feira, 9 de janeiro de 2017
Hoje olhem para mim e deixem voar os sonhos , deixem acalmar as tormentas e sentem-se um pouco aí a ver o Inverno da vida nas sombras anunciadas da noite numa estrela que o tempo vai apagar…Olhem para mim fiquem neste meu abrigo onde vos abraço com palavras que me fazem pernoitar aqui!!! Olhem para mim pois hoje não há batalhas, nem tristezas deixei cair o sol, enquanto anoitecia, escrevi enquanto escurecia ao ritmo do brilho do mundo que cintilam em mim, enquanto vocês como eu se sentem apenas sós…A vida é um mero poema onde as palavras ingénuas , maduras, servem a raiva ou a ternura prematura ou tardia dos actos dos nossos pensamentos através dos sentimentos…São as palavras o dicionário da pureza e o contraste da verdade e da mentira , onde lutamos, combatemos a sinceridade ou a falsidade do belo e do horrendo…Vou gerindo o poema da minha vida, luta desesperada com o indivisível onde prefiro que escutem os meus silêncios pois escuta-los e trocar as palavras é fácil difícil é interpreta-los...
domingo, 8 de janeiro de 2017
Hoje tive um sonho mas no meu sonho não havia
noite, caminhava em passos lentos, com medo do caminho a seguir, mas! Olhava
curioso para as mãos cheias de estrelas, que resolvi passear em
mim...Escuto-as, e como elas segredam ao meu ouvido palavras desmaiadas que se elevam
nos céus...Mas eu sou uma delas! Sinto o sabor das gotas negras que me
rolam no rosto. Pequenos fragmentos da noite, aprisionados em mim. Neste
meu sonho não há noite e, as estrelas, são estes pedaços de rocha, que
tento guardar nos bolsos. Sinto o calor de um sol que queima as entranhas
e um cansaço, deste peso que carrego, por não ter céu, onde as soltar. Reparo,
que neste meu sonho, há um outro sonho, que sonhas "tu". Onde as estrelas
embelezam um céu noturno, a fazer as delicias dos cometas... Quisera
eu, despertar deste meu sonho sem noite e arrastar-te comigo para fora do
teu. E ao invés desse brilho que me emprestas, pudesses tocar... nas
sombras, que se escapam da minha voz. E talvez se houvesse, ainda que por
breves instantes, um momento da mais pura lucidez, onde me visses
longe desse firmamento, onde me sonhas, com os pés tão sujos como a terra
por onde caminham, me devolvesses assim a existência que me roubas, sempre
que de mim falas. Hoje o céu desaba na rua indefesa, chora o céu e em mim chove
neste sonho sem noite, onde os meus dedos vão dando cor e vida as estas linhas que partilho...
sábado, 7 de janeiro de 2017
Hoje sinto o incêndio que queima cada pedaço do meu cio, olho o céu estrelado que penetra no meu profundo vazio e é por esse caminho que sigo, por entre o olhar e o brilho das estrelas…Olhem-me sou uma chama intensa, sou um mar de lava adormecida, sou, o eclodir dum corpo nu sobre o horizonte , sou a água fervente que inflama a mente na devassidão e na tempestade. Eu já fui a força dum vulcão em plena erupção!!! Hoje sou apenas o despertar da letargia, que os meus dedos transpõem em pura magia. Hoje em dia amar é esculpir uma obra de arte, é pintar o céu com os tons da lua, como se tudo em nosso redor crepitasse num fogo suave que nos derrete os sentidos. Hoje amar não é só desejo é também conhecer todo e qualquer segredo, descobrir todos os lugares onde nos guardamos, é libertar as loucuras que escondemos nas fantasias a sete chaves fechadas. Hoje já não sou capaz nem quero quebrar os limites que fundem corpo e alma, desejo e luxúria, que fazem dos sentimentos a mais profunda sensação. Prefiro percorrer o silêncio dos meus gemidos, percebendo as curvas que os contraem, a ondulação cadente com que os sonhos ficaram suspensos nas minhas mãos…Muitos de vós Dir-me-ão que escrevo apenas letras, descrições , utopias , ilusões mas nesta amalgama de sonhos vocês todos sentem-se parte integrante do meu presente narrado nesta saudosa viagem que não me canso de inventar…
sexta-feira, 6 de janeiro de 2017
Hoje escuto o detalhe traçado do vento neste risco invisível que desenho em meu corpo !!! Desenho o nada, no vazio que preencho com a minha pele, despida, nua em tons de mel, que prostitui o meu corpo em cascata de vontades... Eriçam-se os poros, que ao sabor de ondulantes brisas sentem o calor da boca ancorada aos seios nus que me oferecem. Não tentem tomar-me por completo, como se fosse um ser frágil tímido, desenfreadamente louco, para me perder em lábios em inúmeros lábios...Pode ser desconcertante amar, mas nunca em mim será mais que desejo perfeito, de em um só corpo me deitar, de em uma só alma habitar, como se fosse eu anjo, ou o próprio demónio encarnado...Hoje renego-me a esse apetite, essa voraz condição de colmatar o fogo com um dilúvio de sonhos. Afinal é disso que vive a ilusão, de ser algo em contra-mão, tentando torcer o destino a favor do vento, como vela da vida que inflama esta nossa condição...Quem não me conhece não me ache completo!! Completo soa a realizado, realizado é acabado e o acabado é tudo aquilo que não se renova..Pois eu apenas vivo completando-me mas ainda não acabei!!!
quinta-feira, 5 de janeiro de 2017
Hoje sei que ser estrela não é só brilhar, ser um comenta não é só viajar por isso escrevo, sou parte do que sinto, sou sombra sem medo, sou chuva molhada, sou como me imaginam , sou como me descrevo, sou paixão e emoção, uma rima inacabada, sou metade de mim, sou prazer , sou cansaço, sou a fome do querer, sou o deserto sem água, sou o dia sem partida, uma manhã ensolarada, sou um crime cometido, um desejo consentido, uma noite enluarada, sou o sonho, sou tudo e sou nada, sou a verdade expressiva, uma frase censurada, sou o poema de amor, sou o mistério, sou o limite, sou uma alma desnudada!!!Sou alguém que se pode derramar em palavras até que a chuva lave das ruas um rasto, até que a vida apague uma imagem do peito, até que a luz se canse de brilhar e deixe a noite vigorar …Hoje sei que em meus sonhos acordamos sempre de mãos dadas !! É como se até nos sonhos precisássemos de estar juntos…Adormeço mais uma vez e ai levo-te comigo de mão dada , para que nenhum caminho que faço, mesmo o que acontece por dentro do meu inconsciente, se faça sem ti….
quarta-feira, 4 de janeiro de 2017
Hoje posso apenas dizer que perdi a pressa de
tudo, não tenho pressa de nada… Assim como o sol e lua não o tem! Mesmo que
quisesse, jamais conseguiria andar mais depressa do que as pernas que tenho.
Mesmo que onde queira estar seja longe, nunca lá estarei num momento. Não trago
o sol nem a lua na algibeira, não pretendo conquistar mundos apenas porque
dormi mal, nem tão pouco, almoçar o mundo por causa da fome… Não tenho pressa.
Pressa de quê? Não tenho pressa de correr em passadas largas, de dar um pulo, para
apenas saltar por cima da sombra…Não tenho pressa, se estendo o meu braço,
chego exactamente aonde o meu braço chega , nem um centímetro mais que isso!
Toco só aonde toco, não onde penso…Só me resta saborear onde estou, e isto faz-me rir e sentir-me …Mas!!! O que me faz rir a valer é, nós pensamos sempre noutra
coisa… Somos vadios do nosso próprio corpo ! Estamos sempre fora dele porque
estamos aqui, onde as paredes choram, as ausências feitas neste caminho de
espinhos por onde caminhamos . Já não existe pressa, na nossa porta corre rios
de sangue onde todas as noites afogamos os sentimentos… Eu não sabia que
podíamos morrer tantas vezes nesta vida!
terça-feira, 3 de janeiro de 2017
Hoje o dia nasceu repleto das lágrimas da última noite, as ervas parecem chorar...E caem das folhas das árvores, gotas como cristais, geram o silêncio, que é quebrado gota a gota, por um orvalho tão frio quanto o próprio silêncio. Lá no alto o sol brilha com desdém. E faz com que nasça o dia... silenciosamente, as ervas parecem chorar ...eu, apenas as acompanho!! Vou gerando um mar em meu redor, mar de ondas que dançam, valsas de Amor…Para lá de mim não há nada que mude o meu sentir, amar alguém é o nosso sustento, do corpo e da alma e!!! Haja o que houver... Mesmo para lá das palavras, que me saem dos dedos, das esperanças e tristezas, das alegrias e dos medos eu serei sempre, a continuação de Ti em mim.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2017
Hoje se me disserem, que o destino é o que é , eu direi que é tudo uma
ironia! Muitas vezes sonho com avanços e nem me apercebo da luz do dia que me
finta, no quanto do sonho, eu sou...Em fuga procuro inquieto o que desde sempre
me habita. Para não pronunciar o teu nome chamo-te de folha.
Distante...de onde brota os ramos que me gritam a sina que eu finjo não ouvir.
Ingénuo é o peixe que mergulhou na terra para matar a sede... Como o ar que
parece tão novo a respirar uma memória antiga. Não há chão ou distancia que
baste. Quando há uma falta é uma ferida que se abre sempre que os ventos
sopram. Hoje os deuses sopram-me sob as minhas pálpebras e antes que as feche
(ironicamente) sopram-me ao ouvido que de uma forma ou de outra o destino
sempre nos alcança. Diz-me também os ouves hoje? Saudades!
domingo, 1 de janeiro de 2017
Hoje é o
primeiro dia do Ano e eu atravesso o tempo, o espaço, a distancia virtual ,o
momento a oculta imensidão da memoria, de olhos fechados absorvo o cheiro
tacteio silenciosamente a poeira de canela no ar, imensos sentimentos esvoaçam
no tampo da mesa, à superfície da minha pele...Nada é transcendente no sabor
das palavras, nem o acordar na fragrância das manhãs apenas o odor do desejo me
abraça, no céu da minha boca ainda saboreio um pedaço de tarte de maçã!!!Nunca
pensei em afogar os teus olhos nos meus..Queria poli-los, até que o brilho da
lua se reflectisse neles. São pequenas estrelas cadentes que semeio e deixo na
noite, elas servem para que rasguem com elas, este céu, onde assistimos ao Sol,
em pedaços, repartidos pelo dia. Ergo os braços aos céus e em suaves brisas,
peço, que te envolvam com o perfume do jardim, onde te espero...Hoje Queria que
percebesses, que mandei parar o tempo...Que o mundo, não vai avançar um só
segundo, na espera, que toquemos juntos, a profundeza deste mar de sonhos! Mas
sabes, nem sempre escrevo para ti. Por vezes escrevo com os espinhos que trago
cravados na pele, ou com as flores que vi pelo caminho e que ali deixei,
agarradas à terra, rodeadas do bater das asas de borboletas. E nem
sei bem porque o faço! Talvez, para que nada se perca de mim. Sei que o mar nem
sempre traz sonhos coloridos, que o céu, nem sempre é azul, que a lua esconde o
seu brilho nas nuvens negras, das tormentas, que teimam em desabar em nós...E
que o vento, nem sempre é brisa ...Nunca pensei em afogar os teus
olhos...apenas queria sentir, como os meus se "afogam" nos teus...E
como tu, navegas em mim...
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