terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Sabem,  o pior de todo o tempo que passa por nós, é o silêncio do que não se viveu. É isso que dói no espelho da vida!  Adormecer-mos com a imagem baça de um olhar sem luz, de uma pele sem brilho, a solidão noturna de uma janela fechada. Passamos a vida a envelhecer. Sem nos darmos conta, estamos sentados à porta da vida, com o horizonte no chão. Até as horas deixam  de nos avisarem, as nossas mãos desmaiam no colo e a memória afoga-se dentro do peito. Sem nos apercebermos, estamos sós, dramaticamente abandonados o mundo fica confinado ao nosso quarto já não há ninguém...Hoje queria agarrar o mar como se ele fosse o meu destino!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Ontem despi os meus pés e toquei ...Na areia... Onde me distanciei de ti... Como se num lugar longínquo, ao longe, te pudesse... Ver de muito mais perto... Com o passar dos tempos o teu cheiro se evapora de mim... Mas não do meu coração. Olho as nuvens ao redor, eterno será como as palavras! Escritas, descritas, pelos meus humildes dedos nas folhas, que não guardo jamais na gaveta. Tenho a gaveta cheia de uma vazio, cerrado. À noite olho para o céu e uma voz me chama, chego a casa e as paredes desta sala escorrem preces... desejos... para muitos... cumpridos... para outros nunca serão...Posso esperar, sim eu sei... Mas!!! A vida vai partir de mim, não espera mais por mim... Como eu esperei por ti... De nada tenho medo, apenas da incongruência, da loucura e do vazio, que me invade sempre que deixo de ter algo para dizer...

domingo, 29 de janeiro de 2017

Hoje há murmúrios silenciando a voz que adormece na noite...Todas a palavras se resguardam neste cansaço ,  as sílabas do coração perdem-se nesse labirinto sem saída. Pausadamente as minhas letras cansadas  adormecem no colo da dor, deitadas sobre um papel de uma noite onde o luar se estende pelas planícies desertas ao vento!! Mas que saudade esta, que embala um ser estranho, incolor de vazio potente em horas mais vazias ainda... escuto-me, oiço-me  como uma voz oculta que estremece os sentidos , espreguiço-me na alvorada de um sonho , mas!! Quero acordar.  Uma e outra letra levantam-se , dão as mãos ao som da brisa e cantam o murmúrio guardado numa noite em que o final das sílabas não se perdem. As palavras vibra nos poemas da vida onde os olhos sorriem nas rimas que se apagam nesta viagem adormecida ...Minha alma jamais vai dormir , vive nos trilhos Certos e nos pensamentos daqueles que sabem interpretar a saudade e escutar as mensagens do silêncio...

sábado, 28 de janeiro de 2017

Posso até ter a sensação de ter uma vida de rotas incertas e incompletas e sentir a cada hora, uma nova história. Mas acho que isso é a pura percepção de tímidos devaneios da alma em ebulição. Os extremos sempre cicatrizaram meus dias em aventuras não vividas. Por vezes sinto que o recomeço e o fim se encontram no escuro abstrato das palavras. Será uma luta vã a minha, tecer em palavras os horizontes perdidos do amor? Este grito grito no escuro soa a chaga tatuada no espírito, tempestade e calmaria que não cessam...Que contra-senso este , viver de peito aberto para engolir o mundo onde o imaginário e o real habita em polos opostos iluminados por luzes da solidão nuclear...Se o absurdo, nesta vida por um segundo fizer-me sonhar ou, quem sabe, calar-me a voz engasgada e encher a face com gosto de lágrimas. Então Saberei que não foi apenas um sonho abstrato, pois as palavras que teço mudas são visíveis em meus olhos insensatos, incompreendidos. O silêncio da noite é interminável , mas, faz renovar-me para um outro amanhecer!!! É improvável perder a esperança e contra-senso seria não mais ter a presença de uma voz suave para me silenciar a boca, a mente, coração e os dedos que vertem nestas teclas mudas o silêncio de uma vida esquecida!!!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Hoje caminho neste chão molhado que já  não range à minha passagem e mesmo descalço não sinto a  pedra fria…
Desconfio que voei durante a noite, pela estranha leveza do meu corpo. E só pode ser isso! Porque já não sinto o peso do mundo , 
Acordei e vi uma pena que perderam, ao fugir pela janela, rasgaram o ar que respiro  com o seu delicado bater de asas para  de novo me envolverem  na noite!  Este meu lado escuro... Não adianta desnudarem  na penumbra dos meus dias... Sou apenas eu...aqui quieto, usando o silêncio ao invés da palavra. Sumi com a última luz do dia.  Às vezes também me escondo , pinto de preto e branco a minha ousadia. Me resguardo...Desvaneço... Mas nem por isso esqueço… Todo o inicio tem um fim... A noite sempre termina e o sol quando nasce a tudo chega... A tudo e a todos ilumina... Até a mim!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Há coisas de mim que não conto a ninguém pois já nada interessa… Hoje vejo apenas os dias e noites  em que te fujo...Eu sei que são longos como o silêncio ao qual me entrego... Mas !! Longo é o entendimento…Que ...Muitas vezes é incapaz de ser entendido.Como pode ser tão longa a ausência da carne! Assim como longa se faz a espera do toque... Longa é a vida que se vive já no declínio! ...num tão longo castigo... E é tão longo...extenso...vasto, o que sinto que se faz longa esta dor, quero  chorar uma lágrima, que me lave os pecados de outrora… Mas a  lágrima não lava. É apenas dor, que se deixa ver de fora...Escutam? Claro que não a minha voz, não tem mais eco...Caí num silêncio profundo... Não posso mais voar. Enlacei-me nos nadas do mundo... Perdi as asas! De quando a quando, numa réstia de fôlego, sussurro......mas já ninguém me ouve! E este dia  tão longo me persegue...espesso, é este muro que reveste as paredes deste querer...Como longa é a expectativa de um futuro onde ainda alguém me encontre  no meu ser... Longa é a culpa, a impotência...Longo é este filme ao qual assisto... Como longas são as lágrimas que choro…Adormeci no leito de um amor morto...E é tudo tão longo, que já não alcanço o inicio... Tão longo que em mim ,mais não cabe.. já nem as palavras são minhas, nascem da espera que as tuas me cheguem e me envolvam num abraço apertado...Saudades tuas Pai, todos os dias te faço nascer em mim.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Hoje como sempre escrevo aqui, fragmentos da minha alma que se espalham por dias...Foram muitas as vezes que senti vontade de rasgar minha pele com as próprias mãos ... A serio! Como se com isso minha dor mudasse o foco...Porem; aprendi que uma lágrima sincera nos alivia o coração...aprendi que chorar, nem sempre é tão ruim assim...aprendi que a saudade é algo que não podemos evitar...aprendi que viver um sonho é bom...mas  viver sonhando pode ser melhor...Muitas foram as lições de vida recebidas. Por isso,  não posso mais deter-me, na verdade ninguém o pode!!!Descobri que se não podemos arrancar uma página da vida, podemos jogar o livro inteiro na lareira. Escrevo apenas palavras que derivam dos sentidos, palavras que se escrevem, que se entregam nos silêncios do pensar e nos momentos a sentir...Sinto os segredos em recantos de vida que navegam e se perdem no tempo vivido.  Escrevo palavras  que batem na rocha destas margens e no peito por ter amado, por  querer dar as mãos atadas no desejo, na partilha do corpo bebido  no calor da paixão trocada por meros beijos sonhados. Vivo estas palavras que percorrem o viver do segredo, nos momentos tantas vezes recordados por entre os braços do desejo esquecido do medo entregue na mais quente  loucura do coração apaixonado...Sinto sabor amargo da vida, o sal impregnado em meus lábios que me mata de sede à beira da fonte dos prazeres....Sinto o cheiro impregnado no meu corpo a perfume raro que nem a chuva leva de mim... Amanha vou acordar ao relento e deixar que a chuva chegue ao meu corpo com vontade de me purificar perante este perfume ...

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Há em nós palavras que oferecem  ecos de outros tempos… Há coisas vividas que se confundem com este presente… Que não soa a dádiva!!!.A minha vida está como se tivesse saído duma floresta, e o campo que escolhi para ficar fosse agora planície aberta. Trago no bolso sementes que deito ao chão mas não pegam, sei que delas nada vai brotar e não me servirão, mas sem elas tenho duas mãos vazias e um horizonte sem intento! Os amigos quando vêm são como uma brisa na ramagem de outrora… uma sensação de estabilidade num contexto já bem diferente, e a minha diferença ainda não se enquadra nessa paisagem. Depois das palavras, aos poucos os sons vão-se apagando. E eu fico atento, ouvindo, expectante, espectador da minha própria vida, uma mera miragem com que a maresia do Atlântico me brinda. Sinto que tenho que abrir mão das recordações ( mas ninguém o faz, é-nos impossível). Pois sem recordações sinto-me vazio e despersonalizado.. Eu não sou eu, transpus-me para o presente, mas ainda de costas voltadas. E já não me reconheço aí... eu nunca pensei aliás por vezes  a minha vida  seja um pouco um não pensar, que fosse tão difícil abrir mão do sítio que me acolheu e construir casa noutro lugar. Um pouco de nós fica lá e nunca mais volta. E essa parte faz-nos falta.(não sou hipócrita sou realista) Nesta reengenharia da vida, sei que temos que nos destruir para nos reedificar-mos. E enquanto não o fizermos, sentimos-nos sempre a perder. Toda a semente que cair neste chão é uma esperança vã. E eu vou perdendo o tempo que passa. Deito-as fora, sementes e esperança, sinto-me um puzzle inacabado. Peças em falta. Planície aberta, falta saber como reconstruir  esta casa…

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Hoje a  lágrima é o meu som... Desliza em mim,  sem pressa, sulca todos os cantos da minha face cinzenta e triste, invade todos os sentidos e envenena o olhar que é já distante. Sinto-me ondulante, pequeno, desgastado com tanta hipocrisia ... E enquanto o sorriso não renasce, não vejo caminho. E no momento em que  deixo de escutar os meus passos gigantescos na vida, percebo que os meus sonhos desmaiamos entram num sono profundo, invade-me o maior dos medos. O de nunca conseguir restituir-me a alegria  que um dia já foi minha..Pedaços de mim sem cor são vividos no  coleccionar textos de palavras, pequenos sussurros  que testemunham aquilo que é mais instantâneo na saudade: a lágrima sem território, que desenha no rosto traços visíveis de uma ausência que se tornou permanente...Ergo os olhos para o céu e exclamo silêncios grito palavras de dor que evocam em breves preces  anjos, aves e dragões que relembro em fotografias dos sorrisos e das angústias, onde recordo a harmonia e a tristeza. A saudade e a mágoa. A verdade e a mentira. Nesse balanço de constante avanço e recuo coloco à prova as minhas convicções mais profundas ao mesmo tempo que testemunho um raio de luz forte que penetra pelas cortinas do meu olhar!! Mas, jamais  ousarei abri-la. Não tenho coragem. Não posso fazê-lo. Não devo. Permaneço no escuro silêncio do quarto, bem acomodado aos insucessos adquiridos e previsíveis... Sento-me numa qualquer cadeira de baloiço como esta que tenho no meu alpendre e deixo que me embale na passividade infeliz e espero que o tempo me faça ressuscitar os movimentos, que agora sossego. Fico ali  neste meu canto, espero,  como se essa espera fosse o tudo a que tivesses direito!!!! Como se não pudesse provocar a mágoa ou a incerteza. Como se não pudesse viver o choque de uma nova opção, como se viver fosse apenas e sempre o mesmo respirar cadenciado. E fico sem perceber que esse quarto já não tem espaço para tudo o que me foge....
Sinto os dias que passam dentro de acordes, sons de dor desmedidos , desmaiados acordando os olhos que se levantam na escuridão. Olho as noites distantes , sombrias... esquecidas, diante da tal solidão, ergo-me saindo dos olhares  que falam sozinhos, conversam no seio de seres diurnos que as noites tornam por doentes. luto por  um gesto, um afago, uma lembrança...não me importam as  luzes do Sol se a solidão nos basta, nos conforta...No dia, vejo quem passa, quem chega,  mas é na noite,  sinto a fatigante  inércia , de caminhar por desertos dolorosos em meu corpo!!! A solidão nos avassala , nos causa controvérsia perante o sentido de nossos abertos olhos no turbilhão da escuridão que eleva tristeza ao findar de um dia de esplendor ... E assim, temos ou não uma expressão de derrota que nos esconde nos invade ofuscando a luz do nascer de um novo dia...Mesmo que a noite seja contraditória a solidão sempre será o ultimo porto de abrigo!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Hoje sinto-me quieto, frio, apenas movo este  cadáver que transporto,  está vivo só porque respira ... A dormência  vem-lhe de dentro para fora, onde os suspiros não são com a boca, mas antes com o coração pulsando. Meus dedos frios mexem, os tímpanos  ouvem, o nariz percebe e a boca sente. Os olhos, em baratos movimentos, desviam de um pesadelo. Os braços começam a mexer. Mas!!! O frio prende as pernas que tremem. O ritmo cardíaco vibra e mexe-me. Existe a energia negativa do cérebro que toma conta da mente, deixando-a amarrada, nua... A luta continua e o tempo colapsa no vazio do céu estrelado. A consciência despertara de forma crua e nua, sem respeito pela pessoa que outrora fomos...Os sentidos do mundo verdadeiro despertam. O cérebro apaga a informação excedente, para mais tarde, no calor de uma conversa, permitir um falso desabafo.  Este sexto sentido constata-se mais nas mulheres que aos homens,  são sonhadoras por natureza, elas sabem mais dos outros do que os homens, por energias sentidas ou hormonais chego  lá por sensibilidade!!! Eu também tenho sensibilidade no sonho enquanto processo cognitivo e inato... Amanhã, vou acordar, não sei se me vou lembrar  do corpo cadavérico que outrora  fui, mas  esta noite de uma coisa saberei , os muros altos servem de sombra aos que se apresentam na despedida dos sonhos !!! E eu sinto-me frágil , odeio ser assim, mas sou assim e dói quando tentam me derrubar, ainda não sendo um muro recuso-me tombar, persisto e dou por mim a contar as estrelas nesta noite fria...

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Hoje nesta noite gélida,  tenho vontade de exclamar aos céus e trocar a minha vida de assim assim por um minuto fora de mim, hoje precisava expelir-me de fora de mim para  lá, do além…Trocava a minha vida inteira  pelo momento que ninguém tem. Parece um contra-senso mas parece-me que todas as pessoas são do tamanho do que não são… E  todas as pessoas valem os momentos em que nada lhes vale!! Precisava volatilizar-me, deixar-me ir e ser a imagem que ninguém infere , o fútil  folião em que ninguém crê. Quero ficar do tamanho do luar, quero rir sobre a tristeza, ensinar a vida à própria morte.  Todas as pessoas são do tamanho das lágrimas que choram, da distância da loucura que decoram. E decoram a loucura como se decora a dor, e decoram a razão como se fosse indolor. Mas não, não é a loucura que dói;  não é a razão que constrói;  não é o demente o doente; não é o que sofre o carente;  não é quem se contém que é gente… Nem pensar !!! Não é continuar que é viver;  não é aguentar que é saber;  Não... Não sou demente nem sou carente, não sou o que sabe nem o que quer saber. Sou o feliz ignorante, o mestre do obstinado. Ainda assim trocava esta vida de faz de conta por um minuto de felicidade  porque nesta vida não há medo maior que morrer desta sede 

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Sinto-me desiludido comigo, desiludido principalmente comigo, pois  lanço-me  de corpo e alma, de cabeça e  rejo-me pelo coração. Porque deixamos nós de pensar e avançamos, porque não temos medos, o que nos leva a ousar? Tudo é  tão forte que nem olhamos para trás, mas deixamos um caminho  para trás,  olhamos  em frente cegos pela  felicidade, pelo desejo, pela busca da vida, que tentamos e queremos viver... Tem momentos em que pensamos ter conseguido mas tem  alturas em que não, é ai que o sonho inverte o seu sentido... Sentimos que nada mais importa ...Vivemos o cair de um sonho, que levava o brilho nos olhos mas era apenas um sonho!!! Mas no final  pelo menos vivemos algo  e o único passo entre o sonho e a realidade é a atitude!!!  Resta-nos  a desilusão do infinito momento em que nada mais habita em nós que o silêncio. Mas dentro de mim habita uma voz, que me lê na intensidade dos parágrafos que escrevo,  e me deixa a mensagem que não estou só,  que será sempre a minha pele a minha voz porque habita em mim... Hoje estou assim...
Hoje tranco-me nas palavras elas, me encerram para o mundo agitando a minha alma nas trevas nocturnas da solidão… Pressinto que lá moras… Sei que se te afogaste , foi porque não fiz silêncio para te escutar… Fico suspenso vagueando no que me dispersa, esbarrando nas muralhas que invento, nesta fome de sentir…As palavras não nascem de encontros, de ideias, de desafios, de inesperados, de premeditados. Elas crescem quase sem eu dar por isso, com as palavras não finjo, não minto, apenas sinto com a imaginação. Sinto com a força de todas as pessoas que vivem comigo aqui dentro, ou sinto em cada dia com cada uma delas, já não sei...Primeiro sou só eu que me sento em frente ao computador para escrever, depois já não estou só e tenho à minha volta muitas histórias que voam pelo quarto. devagar, pairam e ficam à espera que as faça minhas!! Hoje já escrevo sem conseguir parar e já não sou eu, mas sou ainda consciência e carne. A mesma carne que sangra quando cravo as unhas no braço para saber se sonho. Estou acordado e escrevo, a vida que ouço, a vida que vejo, a vida que sinto, a vida que cheiro, a vida que quero, porque o querer também é um sentido. Uma vida a várias sentidos, às voltas, como as histórias que pairam à espera que eu as faça minhas e as aprisione nas paginas que organizo de uma história que por mim foi sentida…

domingo, 15 de janeiro de 2017

Hoje fiquei com um gosto amargo na boca, perdi-me de ti na chegada... Mas que sonho este... Cheguei a um vazio revestido de pele, a isto a que chamam de vida...Que crueldade construir casas que não habitamos, plantar flores em jardins onde não nos passeámos!  Há dias que precisamos vestir  de ausências e de silêncios, desde onde me chegam os ecos da angústia de outras vidas. Há muito que não estava tão perto de alguém,  sonhei  escutar  passos a caminhar para mim , mas que idade  terão as almas? Quantos regressos somam na procura? Quantas vezes se cruzam e reconhecem,  os olhares vazios que se perdem nos ponteiros do tempo, neste mar profundo que separa a honestidade da hostilidade... Deixo a ilusão de ainda ser cedo...sempre cedo... E é tão tarde para tudo menos  para a noite, onde sempre te sonho...Nas dobras da pele , passearei o teu nome nos meandros de todos os poemas onde te irei fazer matéria para te poder tocar e sentir num único lugar que te tenho... Mas tenho de confessar que não quero confiar em alguém e depois descobrir que não mereciam a minha confiança, odeio a mentira, e o que mais odeio é sonhar e acordar a meio do sonho!
Hoje falo do caminho ruidoso que descarrila sobre os nossos sentidos e que nos leva a lado nenhum é um artifício criado por uma necessidade de disfarçar o vazio permanente. Assim, no decorrer de dias cinzentos e frios, escondemos-nos em calendarizações rigorosas, em dias e horas planeadas, numa ansiedade medonha. Fingimos sorrisos e abraçamos o nada, aquele que nos une a uma vida que esquecemos um dia numa qualquer esquina labiríntica do passado. Perdemos a autenticidade e vivemos por entre o ruído e a pressa, esquecendo que a paz pode haver no silêncio...Só essa paz, tranquilidade interior, nos pode alimentar o espírito, devolver aquele sorriso náufrago de verdade e fazer de nós pessoas melhores a cada novo amanhecer. Nesta acrobacia veloz, em que se procura um equilíbrio saudável entre o ser e o estar, somos forçados a estabelecer prioridades, a destronar o superficial e o momentâneo. Coloca-se-nos o desafio de sermos maiores do que a própria existência e levitarmos acima de tudo o que é circunstancial. O desafio de não nos deixarmos corromper pelo tempo e pelo desgaste da escuridão que por vezes se instala. O desafio de conseguir sentir a felicidade nas secas migalhas dos dias. Nesse momento seremos muralhas superiores ao próprio tempo e espaço. São breves os momentos que nos anexam à vida que tantas vezes rasuramos sem pensar que o amanhã pode nem sequer existir mais...

sábado, 14 de janeiro de 2017

Hoje ouvi os deuses, choraram ao nascer do dia, senti uma voz entoar nas águas desse choro um canto um poema de pássaros imaginários de mágoas que deslizam e escorrem para o papel ...Hoje sou um trovador e nas sombras senti anjos a verter lágrimas de uma alma lavada , purificada em palavras coloridas de sangue embriagado que escrevo ao rasgar os céus!!! Recebo este mar que me banha de angustias, que me rodeia de velas , mastros que a chuva e o vento agitam no silêncio!! Retoco os meus silêncios, desvendo mistérios ocultos da alma, fico nu, desnudo-me ao expor-me em palavras que fluem em linhas direitas, alheias, ao meu próprio ser que transpõe fronteiras, que desliza em sentimentos, na força de um encontro em silêncio! As palavras vibram, estremecem, ganham vida, formam-se verbos e metáforas num pálido papel que ganha vida , não o julgues não sei se é belo mas sinto a sensibilidade expressa nele... Por favor não tentem decifrar-me! Sintam apenas  as palavras e deixem-nas envolver-vos como se de um abraço se tratasse!!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Hoje acordei abri  um olho e o dia mostrou-se um longo caminho, sonhei-te num percurso bem iluminado, mas!!! Quando abri o outro já o caminho ia a meio.  Hoje sinto frio, nesta berma por onde avanço, para que o dia não me atropele… Não queria escrever-te. As palavras permanecem mortas nesta folha de papel, sem haver quem as declame ou as cante aos quatro ventos.  É estranho mas nunca admitimos a chegada das estações , sabes porque  não admitimos que exista apenas uma… Somos sensíveis, a solidão enfraquece-nos, o mundo pesa mais para quem está só! O mundo...  perdi-me dele há tantos caminhos atrás,  Olha! De repente sou pequeno, tão pequeno que já não me sei. Mergulho no dia, como quem mergulha num poema. Num mundo habitado só por Falsos, oiço declamar nas ruas sentimentos, que nem os sabem sentir! Não queria hoje escrever-te , sabia que estas palavras iriam deixar-me a sós mais uma vez no silencio das estações…Fala-se de amor em todas as esquinas e de cada boca se liberta um sorriso, que fica a pairar no ar, como um pássaro vistoso. Ah!!! Não me digam que ainda sonham. Tenho a certeza que o queriam fazer … Acho que hoje prefiro caminhar deste lado e encharcar-me de vida, aos olhos da inocência. Eu sei que dirás , ainda que mintas ,   que foi o meu nome, até hoje,  que guiou todos os teus passos.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Hoje entro na noite como quem entra em casa. Atrás de mim deixo aberta a porta escancarada. Adianta-se de mim a sombra fugidia que persigo. Vejo como se dilui na penumbra onde estendo o manto de estrelas gasto dos dias remendado com os sonhos que piso. Antes que me encontrem do tanto que sou meu,  ali me escondo como um animal assustado. Encolho-me com medo que um dia aprendam a ver-me no escuro e me vejam assim …de alma nua…Na minha infância nunca me disseram que no asfalto nasciam garrotes de estrangular a vida! Nunca me disseram que as janelas para a rua, teriam grades e cortinas pesadas, por onde o sol pouco passaria... Ainda me iludi, por instantes, com a maciez do chão desta sala que piso e  com os fatos de casaco e gravata que vi... Mas esta manhã reparei que pisava  penas, na sua suavidade de, em tempos já terem sido  asas…Este ultimo fim de semana a minha Mariana,  perguntou-me porque caíram  as folhas das árvores no nosso quintal…E eu deitei-me ao seu lado  e inventei-lhe um conto, daqueles que fazem o mundo bonito…Cada vez que a olhava, podia ver-me, através dos seus olhos de encanto. Lembrei-me do meu Pai, que tantas vezes se deve ter visto nos meus, quando eu acreditava que o mundo era feito à medida das suas histórias.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Hoje chego até ao meu silêncio e pergunto-me, se ainda me conheces?  Vejo-te perdida  num labirinto secreto...A  cada passo teu, irrompe outros que te afastam!  Nos teus olhos trazes todos os desejos do mundo! Sei que procuras o caminho que te traga de volta. Talvez seja ainda a minha voz, esse sussurro, que te guia na penumbra da noite...Desconheces-me tanto agora! As tuas palavras tornam-se sílabas, amordaçadas, neste tempo de solidão acompanhada... E bebo desse teu olhar perdido, sem de vista te perder. Esta noite disfarço-me de sombra e quando a luz do luar atravessar a janela do quarto teu quarto irei apresentar-me a ti, dizendo o meu nome, uma e outra vez... Irei repeti-lo até ficar gravado nas tuas lembranças , Irei repeti-lo até que me reconheças e me abraces novamente, como quem abraça a vida! De ti não quero o brilho das pedras cravadas no ouro, não quero a sombra do corpo maior que a alma … de ti quero muito mais que riquezas mundanas quero este fogo que ateias num pequeno sopro,  quero o arrebato do primeiro abraço, o cheiro que inalo junto ao teu pescoço,  a correria do peito e o tremor das pernas.. de ti quero a liquidez desse sorriso que bebo sempre que me olhas quero as perguntas que te assolam a mente, de ti, não preciso  dos sóis que  plantaste no interior dos teus olhos...De ti quero apenas o que as mãos não tocam e o que por dentro me agarra com a ternura que sobre mim derramas-te um dia...De ti quero muito mais que riquezas mundanas quero as coisas pequenas que me enchem por dentro,  quero a vida,  quero o sonho esse mesmo!!! Onde tu entras e onde por fim ganho asas...

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Há pessoas que se amarram a nós envoltas em maresia para que não saibamos distinguir as linhas do seu nome…Deixam na praia um búzio para que as oiçamos nos ecos das marés antes de sumirem mar dentro! Há passos delicados na areia e sereias ao longe a quem pergunto,  quem são, apenas o mar me responde! Sou feito de terra,  diluíra-me nestas  águas antes de poder encontrar-te… Hoje dorme o teu nome na boca dos peixes…Eu , trago o sopro de uma noite nos cabelos e todas as vozes, que não quis ouvir, seguram os botões quase soltos deste manto em forma de neblina que me envolve… Vivo dentro da janela, que pintámos à rebeldia, no muro que atravessa o virtual do real…Aqui as noites são claras e consigo tocar a lua com a palma da minha mão…Aqui sou  um homem que não existe, escrevo em todos os muros invisíveis, uma frase dedicada à cegueira do Ser."Talvez seja esta janela, o paradigma que vos falta"  Apesar das poeiras e da lama onde as almas se arrastam, amanhece a vida dentro da janela, que pintámos à rebeldia, no muro que atravessa a neblina . Aqui as noites são claras, consigo tocar a lua com a palma da minha mão … Todas as noites espero a visita das estrelas. Talvez haja quem de longe perceba, que em todos os muros se pode abrir uma janela…


segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Hoje olhem para mim e deixem voar os sonhos , deixem acalmar as tormentas e sentem-se um pouco aí a ver o Inverno da vida nas sombras anunciadas da noite numa estrela que o tempo vai apagar…Olhem para mim fiquem neste meu abrigo onde vos abraço com palavras que me fazem pernoitar aqui!!! Olhem para mim pois hoje não há batalhas, nem tristezas deixei cair o sol, enquanto anoitecia, escrevi enquanto escurecia ao ritmo do brilho do mundo que cintilam em mim, enquanto vocês como eu se sentem apenas sós…A vida é um mero poema onde as palavras ingénuas , maduras, servem a raiva ou a ternura prematura ou tardia dos actos dos nossos pensamentos através dos sentimentos…São as palavras o dicionário da pureza e o contraste da verdade e da mentira , onde lutamos, combatemos a sinceridade ou a falsidade do belo e do horrendo…Vou gerindo o poema da minha vida, luta desesperada com o indivisível onde prefiro que escutem os meus silêncios pois escuta-los e trocar as palavras é fácil difícil é interpreta-los...

domingo, 8 de janeiro de 2017

Hoje tive um sonho mas no meu sonho não havia noite, caminhava em passos lentos, com medo do caminho a seguir, mas! Olhava curioso para as mãos cheias de estrelas, que resolvi passear em mim...Escuto-as, e como elas segredam ao meu ouvido palavras desmaiadas que se elevam nos céus...Mas eu sou uma delas! Sinto o sabor das gotas negras que me rolam no rosto. Pequenos fragmentos da noite, aprisionados em mim. Neste meu sonho não há noite e, as estrelas, são estes pedaços de rocha, que tento guardar nos bolsos. Sinto o calor de um sol que queima as entranhas e um cansaço, deste peso que carrego, por não ter céu, onde as soltar.  Reparo, que neste meu sonho, há um outro sonho, que sonhas "tu". Onde as estrelas embelezam um céu noturno, a fazer as delicias dos cometas... Quisera eu, despertar deste meu sonho sem noite e arrastar-te comigo para fora do teu. E ao invés desse brilho que me emprestas, pudesses tocar... nas sombras, que se escapam da minha voz. E talvez se houvesse, ainda que por breves instantes, um momento da mais pura lucidez, onde me visses longe desse firmamento, onde me sonhas, com os pés tão sujos como a terra por onde caminham, me devolvesses assim a existência que me roubas, sempre que de mim falas. Hoje o céu desaba na rua indefesa, chora o céu e em mim chove neste sonho sem noite, onde os meus dedos  vão dando cor e vida as estas linhas que partilho...

sábado, 7 de janeiro de 2017

Hoje sinto o incêndio que queima cada pedaço do meu cio, olho o céu estrelado que penetra no meu profundo vazio e é por esse caminho que sigo, por entre o olhar e o brilho das estrelas…Olhem-me sou uma chama intensa, sou um mar de lava adormecida, sou, o eclodir dum corpo nu sobre o horizonte , sou a água fervente que inflama a mente na devassidão e na tempestade. Eu já fui a força dum vulcão em plena erupção!!! Hoje sou apenas o despertar da letargia, que os meus dedos transpõem em pura magia. Hoje em dia amar é esculpir uma obra de arte, é pintar o céu com os tons da lua, como se tudo em nosso redor crepitasse num fogo suave que nos derrete os sentidos. Hoje amar não é só desejo é também conhecer todo e qualquer segredo, descobrir todos os lugares onde nos guardamos, é libertar as loucuras que escondemos nas fantasias a sete chaves fechadas. Hoje já não sou capaz nem quero quebrar os limites que fundem corpo e alma, desejo e luxúria, que fazem dos sentimentos a mais profunda sensação. Prefiro percorrer o silêncio dos meus gemidos, percebendo as curvas que os contraem, a ondulação cadente com que os sonhos ficaram suspensos nas minhas mãos…Muitos de vós Dir-me-ão que escrevo apenas letras, descrições , utopias , ilusões mas nesta amalgama de sonhos vocês todos sentem-se parte integrante do meu presente narrado nesta saudosa viagem que não me canso de inventar…

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Hoje escuto o detalhe traçado do vento neste risco invisível que desenho em meu corpo !!! Desenho o nada, no vazio que preencho com a minha pele, despida, nua em tons de mel, que prostitui o meu corpo em cascata de vontades... Eriçam-se os poros, que ao sabor de ondulantes brisas sentem o calor da boca ancorada aos seios nus que me oferecem. Não tentem tomar-me por completo, como se fosse um ser frágil tímido, desenfreadamente louco, para me perder em lábios em inúmeros lábios...Pode ser desconcertante amar, mas nunca em mim será mais que desejo perfeito, de em um só corpo me deitar, de em uma só alma habitar, como se fosse eu anjo, ou o próprio demónio encarnado...Hoje renego-me a esse apetite, essa voraz condição de colmatar o fogo com um dilúvio de sonhos. Afinal é disso que vive a ilusão, de ser algo em contra-mão, tentando torcer o destino a favor do vento, como vela da vida que inflama esta nossa condição...Quem não me conhece não me ache completo!! Completo soa a realizado, realizado é acabado e o acabado é tudo aquilo que não se renova..Pois eu apenas vivo completando-me mas ainda não acabei!!!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Hoje sei que ser estrela não é só brilhar, ser um comenta não é só viajar por isso escrevo, sou parte do que sinto, sou sombra sem medo, sou chuva molhada, sou como me imaginam , sou como me descrevo, sou paixão e emoção, uma rima inacabada, sou metade de mim, sou prazer , sou cansaço, sou a fome do querer, sou o deserto sem água, sou o dia sem partida, uma manhã ensolarada, sou um crime cometido, um desejo consentido, uma noite enluarada, sou o sonho, sou tudo e sou nada, sou a verdade expressiva, uma frase censurada, sou o poema de amor, sou o mistério, sou o limite, sou uma alma desnudada!!!Sou alguém que se pode derramar em palavras até que a chuva lave das ruas um rasto, até que a vida apague uma imagem do peito, até que a luz se canse de brilhar e deixe a noite vigorar …Hoje sei que em meus sonhos acordamos sempre de mãos dadas !! É como se até nos sonhos precisássemos de estar juntos…Adormeço mais uma vez e ai levo-te comigo de mão dada , para que nenhum caminho que faço, mesmo o que acontece por dentro do meu inconsciente, se faça sem ti….

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Hoje posso apenas dizer que perdi a pressa de tudo, não tenho pressa de nada… Assim como o sol e lua não o tem! Mesmo que quisesse, jamais conseguiria andar mais depressa do que as pernas que tenho. Mesmo que onde queira estar seja longe, nunca lá estarei num momento. Não trago o sol nem a lua na algibeira, não pretendo conquistar mundos apenas porque dormi mal, nem tão pouco, almoçar o mundo por causa da fome… Não tenho pressa. Pressa de quê? Não tenho pressa de correr em passadas largas, de dar um pulo, para apenas saltar por cima da sombra…Não tenho pressa, se estendo o meu braço, chego exactamente aonde o meu braço chega , nem um centímetro mais que isso! Toco só aonde toco, não onde penso…Só me resta saborear onde estou, e isto faz-me rir e sentir-me …Mas!!! O que me faz rir a valer é, nós pensamos sempre noutra coisa… Somos vadios do nosso próprio corpo ! Estamos sempre fora dele porque estamos aqui, onde as paredes choram, as ausências feitas neste caminho de espinhos por onde caminhamos . Já não existe pressa, na nossa porta corre rios de sangue onde todas as noites afogamos os sentimentos… Eu não sabia que podíamos morrer tantas vezes nesta vida!


terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Hoje o dia nasceu repleto das lágrimas da última noite, as ervas parecem chorar...E caem das folhas das árvores, gotas como cristais, geram o silêncio, que é quebrado gota a gota, por um orvalho tão frio quanto o próprio silêncio. Lá no alto o sol brilha com desdém. E faz com que nasça o dia... silenciosamente, as ervas parecem chorar ...eu, apenas as acompanho!! Vou gerando um mar em meu redor, mar de ondas que dançam, valsas de Amor…Para lá de mim não há nada que mude o meu sentir, amar alguém é o nosso sustento, do corpo e da alma e!!! Haja o que houver... Mesmo para lá das palavras, que me saem dos dedos, das esperanças e tristezas, das alegrias e dos medos eu serei sempre, a continuação de Ti em mim.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Hoje se me disserem, que o destino é o que é , eu direi que é tudo uma ironia! Muitas vezes sonho com avanços e nem me apercebo da luz do dia que me finta, no quanto do sonho, eu sou...Em fuga procuro inquieto o que desde sempre me habita. Para não pronunciar o teu nome chamo-te de folha.  Distante...de onde brota os ramos que me gritam a sina que eu finjo não ouvir. Ingénuo é o peixe que mergulhou na terra para matar a sede... Como o ar que parece tão novo a respirar uma memória antiga. Não há chão ou distancia que baste. Quando há uma falta é uma ferida que se abre sempre que os ventos sopram. Hoje os deuses sopram-me sob as minhas pálpebras e antes que as feche (ironicamente) sopram-me ao ouvido que de uma forma ou de outra o destino sempre nos alcança. Diz-me também os ouves hoje? Saudades!

domingo, 1 de janeiro de 2017

 Hoje é o primeiro dia do Ano e eu atravesso o tempo, o espaço, a distancia virtual ,o momento a oculta imensidão da memoria, de olhos fechados absorvo o cheiro tacteio silenciosamente a poeira de canela no ar, imensos sentimentos esvoaçam no tampo da mesa, à superfície da minha pele...Nada é transcendente no sabor das palavras, nem o acordar na fragrância das manhãs apenas o odor do desejo me abraça, no céu da minha boca ainda saboreio um pedaço de tarte de maçã!!!Nunca pensei em afogar os teus olhos nos meus..Queria poli-los, até que o brilho da lua se reflectisse neles. São pequenas estrelas cadentes que semeio e deixo na noite, elas servem para que rasguem com elas, este céu, onde assistimos ao Sol, em pedaços, repartidos pelo dia. Ergo os braços aos céus e em suaves brisas, peço, que te envolvam com o perfume do jardim, onde te espero...Hoje Queria que percebesses, que mandei parar o tempo...Que o mundo, não vai avançar um só segundo, na espera, que toquemos juntos, a profundeza deste mar de sonhos! Mas sabes, nem sempre escrevo para ti. Por vezes escrevo com os espinhos que trago cravados na pele, ou com as flores que vi pelo caminho e que ali deixei, agarradas à terra, rodeadas do bater das asas de borboletas. E nem sei bem porque o faço! Talvez, para que nada se perca de mim. Sei que o mar nem sempre traz sonhos coloridos, que o céu, nem sempre é azul, que a lua esconde o seu brilho nas nuvens negras, das tormentas, que teimam em desabar em nós...E que o vento, nem sempre é brisa ...Nunca pensei em afogar os teus olhos...apenas queria sentir, como os meus se "afogam" nos teus...E como tu, navegas em mim...

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...