segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Hoje é o caminho ruidoso que descarrila sobre os nossos sentidos e que os leva a lado nenhum...Este é um artifício criado por uma necessidade de disfarçar o vazio permanente. Assim, no decorrer de dias cinzentos e frios, escondemo-nos as horas planeadas, numa ansiedade medonha. Fingimos sorrisos e abraçamos o nada, aquele que nos une a uma vida que esquecemos um dia numa qualquer esquina labiríntica do passado. Perdemos a autenticidade e vivemos por entre o ruído e a pressa, esquecendo que a paz pode haver no silêncio...Só essa paz, tranquilidade interior, nos pode alimentar o espírito, devolver aquele sorriso náufrago de verdade e fazer de nós pessoas melhores a cada novo amanhecer. Nesta acrobacia veloz, em que se procura um equilíbrio saudável entre o ser e o estar, somos forçados a estabelecer prioridades, a destronar o superficial e o momentâneo. Coloca-se-nos o  de sermos maiores do que a própria existência e levitarmos acima de tudo o que é circunstancial. O desafio de não nos deixarmos corromper pelo tempo e pelo desgaste da escuridão que por vezes se instala. O desafio de conseguir sentir a felicidade nas secas migalhas dos dias. Nesse momento seremos muralhas superiores ao próprio tempo e espaço. São breves os momentos que nos anexam à vida que tantas vezes rasuramos sem pensar que o amanhã pode nem sequer existir mais...

8 comentários:

  1. Como é lindo te ler, beijinhos

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  2. Concordo perfeitamente contigo, num ano tão ímpar na existência humana, chegamos à conclusão que são as pequenas coisas que nos unem à vida! Cada vez mais fazemos acrobacias sentimentais, sociais, para persistir , talvez por isso venhamos todos os dias a erguer muralhas. Muito bem escrito

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  3. Anónimo12/28/2020

    O tempo é tão limitado que devemos aproveitar ao máximo o que nos faz feliz, o tempo urge...

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  4. É consesual querido Paulo é lindo, maravilhoso o que aqui fazes, tens um dom maravilhoso que nao deves guardar só para ti, continua partilhar o que sentes e pensas pois é muito gratificante seguir- te, continuação de boas festas

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  5. Há os românticos incuráveis, é os incuravelmente românticos na nossa sociedade. Acho que tens a pretensão de criar a dúvida a todos os teus leitores, em qual te reves! Tiveste uma grande ideia, tentar confundir-nos mas acho que nao consegues... A maior ideia do homem é o comunismo mas como o amor, não resulta na sociedade de hoje, tu és um astro no meío de estrelas, não te deixes contagiar pelo brilho de qualquer estrela. Beijo

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  6. Caro Paulo, que admirável capacidade criativa da expressão do sentimento. O fluir de suas narrativas me enche o coração de inspiração, um bem haja enorme

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  7. Linda está tua narrativa, é acredita que o amanhã pode até não existir...

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