segunda-feira, 20 de junho de 2022

Hoje não sei  lá muito bem de onde vem, este cálido soprar, este bafejar, nos meus cabelos, no rosto e no corpo como uma brisa que  recebo, e me aquece sem o contacto intenso e galopante do teu doce olhar que me deixa eternamente calmo. Como um encontro doce e de indescritível suavidade, tonificando-me na queda de uma morte pequena,  a viril e desordeira agitação do afeto que parece fogo apoderando-se de mim, perseguindo-me , tomando-me no sonho de um simples beijo onde as bocas se enlaçam mas sabe sempre a pouco…Hoje há mãos ávidas , que queimam as veredas do olhar, ofuscando as estrelas quando os olhos se falam sem entenderem o caminho por onde nos guiam, nesta força de impulso passageira que o caminho traçou e eu,  que já a sei de cor!  Sem esperar abro as coordenadas dos sentidos, elas contorcem-me corpo e alma, em espasmos sem estrofes brancas e bordadas, que inventei e escrevi com o teu toque, que suavemente desce em mim,  aliviando os vestígios anarquizados das sagradas promessas de amor que se juntam entre dois mundos . Hoje peço que me seja entregue todas as partes claras e escuras desse caminho,  para desencarcerar este meu corpo, saciando a vontade de pesquisar o teu, nas rotinas da sede das patologias  sem cura , porque hoje faço-me deus das palavras usando a minha imaginação, só assim atravessarei o que não entendo entre estes dois mundos de invulgares e transcendentes impulsos da visão…Com as palavras, alivio a profunda sede que a noite gelada deixou marcada nos meus lábios, secos desfolhei o livro mas senti nele um inverno entorpecido em varias hibernações que não germinam as sementes lançadas na luz da atitude, que transcende cada palavra, deixando a vivencia transformar-se no legado  da simples lembrança sem eira  ou beira! Hoje estou assim, deixei o meu olhar na aurora de um outro local onde vacilei no cálido abraço na ansia da brisa rendida ao que cada um é efetivamente. Há uma imensidão no olhar que te alcança onde não estás! Voltas de vida numa marca deixada na pele como um sinal de aprendizagem que é uma legenda da suavidade dos sorrisos na saudade que ficou retida no olhar! A saudade é assim, do tamanho dos oceanos, infinita como os céus. A verdade é que o tempo não para, não dá tréguas , a vida obriga-nos a ser fortes e a guardar as dores mas a saudade, ui, essa aumenta não diminui…as memórias são o único pedacinho de paz , capaz de apaziguar . Dizem que quando alguém que amamos está no céu, tens um pedaço de céu dentro de ti, quero acreditar nisso! Mas!! Se a saudade aperta não nos basta olhar o céu e acreditar que essa estrela está a brilhar apenas para ti…

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