sábado, 28 de setembro de 2024
Hoje o tempo corre na nossa margem, e sem nos violentarmos, voltamos costas ás desordens pré-estabelecidas que as palavras e os seus multiplos silencios descompassados nos deixam nas mãos...Apredemos com essa forma de estar, a habitar, nas catedrais vazias do nosso olhar, no abstrato da vaidade que nos deixam infinitamente frágeis e pobres perante o imprevisto...Estou cansado, atingi hoje o mais um limite,que está continuamente a ser renovado, hoje gostava de comofecha os olhar, como quem dorme deixando de existir! O cérebro, não tem força para retomar o controle do resto do corpo órfão! Sinto falta do verde das árvores, neste caminhar que ignora a perfeição até de forma ofensiva, da cinza espalhada pelo caminho deste bosque... Eu gosto de me lembrar dos amigos, isso gosto, e sinto saudades deles todos, e é desse modo que diariamente lhes reafirmo a minha fidelidade. Assim, só em lembrá-los, os amo. Amo mais gente, como negá-lo mas excluo o adverso, ainda que, cada vez me sejas mais disperso e ilegível. Muitas vezes, embalo meus vivos, os meus mortos, muito junto do coração, e rio, e choro...Este misto de sentimentos que colidem no meu olhar quando , ouço música, vejo um filme, ou simplesmente naufrago na intensidade de tudo o que cabe num simples pensamento ou até mesmo num poema! Os poemas quase sempre estão a abarrotar de tragédias, pressinto-as, mesmo que belos, os versos sejam, por isso cada vez mais, admiro os poetas que leio que já li, são magníficas as cidades que os habitam, em momentos de lenta clareza é possível alcançar, sob uma luz imprecisa, a janela de uma dessas cidades...É ai que, julgo poder apanhar pequenos fragmentos da luz palavras que devoram o prorio criador...Somos feitos de palavras, elas são a nossa única realidade ou, pelo menos, o único testemunho da nossa realidade! As palavras são agora árvores altíssimas, tão altas que seus frutos existem apenas para além da extensão dos meus braços... A luz que delas irradia é sombria, mansa e misteriosa como os dardos luminosos que caem na floresta, ao sol pôr. É um inigma cada letra do alfabeto cada voz que se desnuda, lhes dá um tom diferente, junto todos estes ramos caidos destas árvores, como lenha para acender o lume do poema que percorre um manto de silêncios carregado, de vegetação rasteira, sob os meus pés indecisos...
domingo, 22 de setembro de 2024
Hoje com ponto por ponto, vou costurado, a fachada deste meu coração, mesmo sem nada ser espontâneo, mantenho.me no caminho sem ceder ao desvio, para no sinal de hesitação, mas… sei que não. Leio-me sem pausas e sem pressa , pois o trilho que percorro ainda tem luz para penetraer no meu coração... Imflamam-se os vitrais do olhar, desta vista cansada de espaços, numeros, silêncios onde as palavras nem sempre são juvenis! Deixo continuamente um espaço em branco, entre linhas como um verso em declinio nas estrofes que precedem o infalivel ponto final que com idade, são como espinhos ou pequenos ciclos que nos mostram diferentes visões de um mesmo caminho!
Como se apenas mudassem as janelas por onde espreitamos, mas fossem os mesmos momentos os visitados, bem como os olhares a visitá-los. Quando as mãos se reencontram
o tempo, ficara gravado por entre os dedos, sonhos que se não fizeram, sequer se ponderaram a pulsar de intensidade, como se chorar, assim, sem vergonhas oferecesse um amanhã, para, outra vez fazer tudo bem, ou talvez aprender mais um pouco... Sinto que somos donos de um privilégio, quando escutamos o nosso interior, e a isso eu chamo de, alquimia onde e teimamos em asfixiar o pensamento. É neste agora que perante todas as estradas só podemos decidir ir frente, por uma qualquer mas nunca esquecendo de onde viemos! Se conhecer-mos outra dimensão, que uns lhe dão nomes que não entendemos, como vamos conseguir juntar as peças todas e construir-nos de uma só vez?!
É tao confortável sentir-me em silencio, atirar as minhas mãos, e desafiar o vazio… fica mais fácil, desprendo-me do sentido e aceito-me por um momento, as mãos libertaram-se do momento e fizeram o passeio do tempo. Entre o nada e o agora, poucas coisas são tão belas como a liberdade. Um forte abraço com sabor a tudo percorre o sentido das letras que se juntaram, o imediato parece diferente, visto de perto! Sonhámos com montanhas, porque lá em cima tudo parece possível. Pois quando alcançarmos a planície seremos apenas uma memória. As mãos baixam, o peso dos dias, aniquila a imagem do sonho foi tanto e depois apenas tudo aquilo que é.
Hoje tenho em mim a cor dos tempos, desse feito de momentos, em que os sonhos eram querer e a vontade era poder. Tenho as lutas e os instantes, em que o exausto me quebrava, pelo medo dos passos que ensaiava. Tenho os risos e alegrias, dos momentos que busquei e o orgulho assumido, concreto e tão definido de tudo o que conquistei.
Tenho as dores do que perdi, dos meus sentires intrincados, das palavras mal empregues, dos sonhos alinhavados. Tenho universos de estrelas, em brilhos de amizade, partilho sentires feitos de verdade e isso para mim é morrer de amor e ainda assim, continuar vivendo!
quinta-feira, 12 de setembro de 2024
Hoje o rugido mudo das estátuas de pedra e ferro, na minha vida pulsam neste turbilhão de gente apressada, talvez seja o sol ou a sua Luz excessiva, talvez, não sei!
De súbito, espalha-se no ar o desalento de sonhos mal nascidos, mas, os passos passam, traçam roteiros nos olhares que mal se cruzam, que mal se tocam nestes mapas de vida onde as linhas pateticamente paralelas se refugiam, solitárias, ao som de pequenas notas musicais. Aqui na rua debaixo dos candeeiros desabrigados, que acendem-se em falsos sossegos e o chão, converte-se num imenso tapete rolante...É ai que as minhas utopias, descem dos céus pela gravidade que me amplia e abrevia na distância que o meu nome carrega na secura dos labios do desassossego ... Tem dias que engulo a vida como um chuvisco onde a voz derrama-se no coração num ruido de tudo debaixo de uma claridade de ti minha filha...E inspiro, e expiro mais devagar, não vá a aragem querer desdizer, como tantas vezes desdiz, a consistência do instante. Nenhuma palavra ousa a subida aos lábios. Fico imovel, como vidro frágil de candura e silêncio, que pouco me define...As minhas mãos mendigas, as nossas, agarram-se à insuportável ternura dos dias, que tanto tem faltado paulatinamente, apenas pergunto porque!? Sinto-me longe, do lado aveso do coração , mesmo estando na sombra do equilibrio das mãos que razam as folhas caidas que o vento arrasta nas vozes que nos libertam de uma existencia minima...
terça-feira, 10 de setembro de 2024
Hoje já dentro do setembro volto-me para trás e vejo-me e invariavelemte, tb vejo tudo o que levantou a mão e disse adeus, nas margens deste rio que corre a nossos pés e corre agora vasto entre nós sem nome, que qualquer um, porém, o nomeará com justeza exceto obviamente o do esquecimento. Ainda que alguns se julguém efémeros, sabemo-nos imortais enquanto de uma janela da memória, alguém na outra margem, nos acenar em sinal de presença... Nem sempre é fácil falar dos dias. Mesmo nos mais solarengos, gravam-se as sombras nos nossos pensamentos, ou nos meus, apenas! Os dias nunca se repetem. Qualquer pensamento em contrário, qualquer pensamento maior ou menor que contradiga a afirmação, ser-me-á completamente indiferente, porque os dias não se repetem...As lembranças dos dias felizes. Alguns, na eterna repetição de calendário, já são apenas tristes, ou muito tristes. As gargalhadas não se repetem, os silêncios não serão mais ouvidos, as partilhas... Nada nunca mais será igual! Ainda hoje ouço uma voz voz... Os dias não se repetem, nem as lágrimas, estas serão sempre renovadas, nas águas que correm no meu rio. É clandestino o destino, destinou-me a esse lugar, onde os céus invocam nomes, nas mãos das palavras ocultas, a tactear no silêncio de tanto lamber o mistério da eternidade que a cada segundo em que me ausento de mim mesmo, me faz com que me sinta a embalar até que adormeça uma criança....As palavras cansam, nos seres que são de outros mundos, só lá existem verbos à altura dos tempos que correm. Grandes, sábios, fecundos, capazes de fazer deslizar à superfície das frazes nas mais impressionantes ruínas do Tempo, à vista de todos, na sepultura do desmembramento humano. Que gume é este que nos fere a alma, à saída dessas páginas tão autênticas, tão verdadeiras, tão reais? Que gume é este? Apenas comparável ao absurdo, como um jardim sem rosas, um coraçáo vedado ao amor numa especie de extreminio no feitiço das palavras...O deslumbrado orgulho de alguns, mas poucos, faz-nos fracos, obrigando-nos a ajoelhar-nos perante , deuses que ora, aparecerem ora, desaparecem, como um sol entre nuvens. Esses, jamais os poderemos chamar de casa, por isso façamos de conta que nada mudou, agora que o verão está a findar, e as folhas mortas já se amontoam, nos cantos do pátio dos nossos sonhos, façamos de conta que tudo ficou como era antes, por fim, apenas como as palavras soltas que nunca souberam pronunciar...Façamos de conta… Afinal o verão acabará como tudo acaba e, imparável, o outono se tornará na estão do olhar...Hoje eis-me diante de vós, com um branco esvoaçante que a simplecidade alcança, neste meu jardim de palavras de fogo...
quinta-feira, 5 de setembro de 2024
Hoje sento-me à espera da passagem, na qual e de volta passaremos a ser apenas o pó da terra e a matéria que já não existirá! Hoje formatados em complexos e administrados pela competência do "Criador" inexistirá também a dor! Todas as dores. As das traições, aquelas outras das desconfianças, as das mentiras e ingratidões e outras tantas como a de nos sentirmos menores por não estarmos com um jaguar ou com aquela gravata exibida pelos milionários nos eventos nos quais os vinhos tintos tem gosto de sangue! Quando vier a tão falada e esperada, passagem, seremos apenas luz projetada no infinito do espaço. Só em pensar que nos livraremos dessas injustiças sociais que, no final de contas, caracteriza-se pelo absurdo de que apenas uns milhares de pessoas privilegiadíssimas possuírem tanto quanto o resto da população, basta vemos um continente como o Africano considerado pelas grandes nações como o vaso sanitário da humanidade, faz-nos a todos, torcer-mos o nariz, mas ainda assim vamos aguentando por aqui esses solavancos existenciais. Chega de hipocrisia, chega de ver aqueles que acumulam riquezas, subtraindo os outros para tal acontecer...Sinto que pessoas assim nem imaginam o quanto desqualificadas são! Não sei se o fazem já de forma inconsciente, mas era bom que ficassem plenos de que suas vidas tem tanto valor como outra qualquer...Hoje pergunto que outra liberdade psicológica temos nós senão a liberdade de sonhar, esse é o desvaneio de quem se sente livre, porque não nascemos para ser iguais a ninguém, náo crescemos a olhar para uma vida que não nos pertence, não vivemos a pensar num passado morto e muito menos num futuro sem amanhecer...Não julgo pela aparência e não comparo caminhadas incomparáveis, não acredito que tenha de carregar o mundo dos outros nas minhas costas, nasci para olhar em frente e viver apenas uma vida, presente sem o peso do passado e a ansiedade do futuro. Procuro conhecer o conteúdo das pessoas e amparar pessoas na sua caminhada, assim como me tem amparado a mim, desejo voar ao lado de quem me reconhece os defeitos e virtudes e assim, pousar onde consiga ser eu mesmo, porque a vida não é de todo um passeio, mas também náo é uma corrida... A sê-lo, vence quem aprecia tudo e não quem corta a meta em primeiro lugar...Hoje olho para a vida como uma escola, aprendo e ensino todos os dias, não quero uma vida perfeita, não quero ser vitima nem culpado, não quero ter medos, não quero ter planos a longo prazo, só quero paz interior para aguentar as tempestades da vida e coragem para aceitar o que não consigo mudar...Só quero manter acesa a chama à qual dou o nome de “acreditar”, porque as leis da vida, são as leis do coração...Tudo aquilo que me faz bem é lei da minha vida!
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