terça-feira, 10 de setembro de 2024
Hoje já dentro do setembro volto-me para trás e vejo-me e invariavelemte, tb vejo tudo o que levantou a mão e disse adeus, nas margens deste rio que corre a nossos pés e corre agora vasto entre nós sem nome, que qualquer um, porém, o nomeará com justeza exceto obviamente o do esquecimento. Ainda que alguns se julguém efémeros, sabemo-nos imortais enquanto de uma janela da memória, alguém na outra margem, nos acenar em sinal de presença... Nem sempre é fácil falar dos dias. Mesmo nos mais solarengos, gravam-se as sombras nos nossos pensamentos, ou nos meus, apenas! Os dias nunca se repetem. Qualquer pensamento em contrário, qualquer pensamento maior ou menor que contradiga a afirmação, ser-me-á completamente indiferente, porque os dias não se repetem...As lembranças dos dias felizes. Alguns, na eterna repetição de calendário, já são apenas tristes, ou muito tristes. As gargalhadas não se repetem, os silêncios não serão mais ouvidos, as partilhas... Nada nunca mais será igual! Ainda hoje ouço uma voz voz... Os dias não se repetem, nem as lágrimas, estas serão sempre renovadas, nas águas que correm no meu rio. É clandestino o destino, destinou-me a esse lugar, onde os céus invocam nomes, nas mãos das palavras ocultas, a tactear no silêncio de tanto lamber o mistério da eternidade que a cada segundo em que me ausento de mim mesmo, me faz com que me sinta a embalar até que adormeça uma criança....As palavras cansam, nos seres que são de outros mundos, só lá existem verbos à altura dos tempos que correm. Grandes, sábios, fecundos, capazes de fazer deslizar à superfície das frazes nas mais impressionantes ruínas do Tempo, à vista de todos, na sepultura do desmembramento humano. Que gume é este que nos fere a alma, à saída dessas páginas tão autênticas, tão verdadeiras, tão reais? Que gume é este? Apenas comparável ao absurdo, como um jardim sem rosas, um coraçáo vedado ao amor numa especie de extreminio no feitiço das palavras...O deslumbrado orgulho de alguns, mas poucos, faz-nos fracos, obrigando-nos a ajoelhar-nos perante , deuses que ora, aparecerem ora, desaparecem, como um sol entre nuvens. Esses, jamais os poderemos chamar de casa, por isso façamos de conta que nada mudou, agora que o verão está a findar, e as folhas mortas já se amontoam, nos cantos do pátio dos nossos sonhos, façamos de conta que tudo ficou como era antes, por fim, apenas como as palavras soltas que nunca souberam pronunciar...Façamos de conta… Afinal o verão acabará como tudo acaba e, imparável, o outono se tornará na estão do olhar...Hoje eis-me diante de vós, com um branco esvoaçante que a simplecidade alcança, neste meu jardim de palavras de fogo...
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