segunda-feira, 30 de dezembro de 2024
Hoje há algo de pessoal no final de dezembro. Não se trata apenas de olhar para trás, mas de se reconhecer no que veio antes, sacrifícios, batalhas, anseios de liberdade que, de algum modo, encontram ressonância em cada desejo íntimo de ser mais, de ser inteiro. As pessoas talvez não pensem diretamente nisso, mas o espírito está lá, em cada brisa gelada que roça o rosto, em cada respiração profunda que acalma os nossos sentidos... Este final de ano, também pede aconchego, talvez uma chávena de chá perto da janela ou um passeio em ruas que se fecham do Natal. Um dia para lembrar que, entre os grandes gestos da história e os pequenos gestos quotidianos, há uma linha invisível que nos une a todos, essa linha se reforça na independência de um gesto e se entrelaça com a fraqueza interior de cada um. O final de ano é apenas a celebração do que é possível, do que se conquista quando não se desiste de si mesmo, um convite a lembrar, a sentir, e, sobretudo, a continuar abrindo os braços ao que está por vir! É nessa espiritualidade que nasce como um sussurro dentro de nós, aquele chamado suave que nos convida a olhar para além da correria diária e nos conectar com algo maior. Não importa como a chamemos... Fé, propósito, luz interior, ela está ali, esperando ser notada, como o nascer do sol que insiste em iluminar o dia, mesmo quando não estamos olhando! Hoje o dia desponta envolto numa bruma quase poética, como se o calendário sussurrasse uma pausa para reflexão. É um dia que, para mim carrega a memória de um eco distante, onde não reclamo o direito à minha identidade, à autonomia, à história, para alem de todas as palavras e datas, o final do ano traz consigo algo mais, a intimidade do recomeço, porque, nos momentos difíceis, quando a vida parece pesar demais, a espiritualidade é como um abraço invisível. Ela nos lembra que não estamos sozinhos, que há algo maior que nos guia e sustenta. Não precisa ter nome, nem regras. Pode ser um sentimento, uma certeza íntima de que estamos exatamente onde deveríamos estar...E, hoje as ruas parecem dialogar com o silêncio da noite. Os passos que cruzam as calçadas ecoam mais alto, como se cada um carregasse consigo um pequeno pedaço do passado, da memória coletiva que molda o presente, num encontro entre a força de um grito e a quietude da introspeção, porque sou apenas um pequeno poena de uma pagina, com espaço para muitos outros...Boas entradas e sejam Felizes
quinta-feira, 19 de dezembro de 2024
Hoje sinto algo de intemporal nos sorrisos e nas memórias, que se vão diluindo pelo tempo passa, enquanto os rostos mudam e os cabelos ficam grisalhos, há momentos que permanecem intactos dentro de nós, como se o calendário nunca os tivesse tocado e os tivessemos passado! Os sorrisos capturados numa fotografia ou guardados na lembrança não carrega rugas. Ele não perde o brilho, não fica opaco... Ele é a essência de um instante, uma alegria pura, um afeto sincero, uma emoção que transcendeu as limitações do tempo que se viveu. As memórias, por sua vez, têm o poder de nos transportar para bem longe... Basta um cheiro, uma música, ou uma palavra, e lá estamos nós, revivendo um momento que parecia esquecido. Não importa quanto tempo tenha passado, o coração sabe reconhecer aquilo que foi verdadeiro... Sorrisos e memórias são o antídoto contra o efémero que pouco o nada sabe em nós! São como âncoras que nos mantêm conectados ao que importa, mesmo quando o mundo insiste em avançar sem pausa. Eles são lembranças de que vivemos, amamos e fomos amados, por isso cuidem das vossas memórias. Deixem que os sorrisos sejam eternos. Porque, no fim, são essas relíquias do coração que nos tornam imortais perante o desalinho da vida. Hoje estou assim, porque o engano é uma experiência universal que permeia as relações humanas, as narrativas sociais e até a forma como nos percebemos uns aos outros. Este é um fenómeno que vai além de simplesmente mentir ou ser enganado, é um mecanismo intrincado, muitas vezes alimentado pela interpretação subjetiva das nossas realidades realidade, pela falta de informação ou pela manipulação intencional daquilo que julgamos saber...É no âmago do engano que vive a dissonância entre a verdade e a perceção. Ele pode surgir de maneira inocente, como em mal-entendidos ou erros, ou de forma premeditada, sim, porque infelizmente muitas vezes é utilizado como ferramenta de controle, persuasão ou auto-preservação. Seja qual for a origem, o engano tem um impacto profundo sobre a confiança, um pilar essencial nas relações humanas que quer queiramos ou não, desvalorizamos e são luz nas nossas vidas, mas muitas vezes cedemos dentro da nossa fragelidade humana..Talvez seja melhor evocar as asas da liberdade e deixa-los partir, para que descubram por si mesmos o mundo que outrora desenhamos no seu olhar!
terça-feira, 17 de dezembro de 2024
Hoje as mãos guardam histórias que só elas sabem contar, nas linhas e curvas dos dedos, estão esculpidos os rastros do que vivemos e as marcas do que sonhamos. São mãos que carregam um mapa invisível, traçado pelas lutas silenciosas, com as mãos, construímos e cuidamos na aprendizagem que toca abraçando o mundo à nossa volta, sem palavras. Quando seguramos outras mãos, é como se transmitissemos uma mensagem muda, mas poderosa, de força, carinho e presença...Há nos gestos um eco de quem somos, uma linguagem própria que fala de uma generosidade infinita e de um desejo de moldar o mundo em torno da nossa vida. São como extensões do nosso coração, sempre prontas a agir em harmonia com aquilo em que acreditamos. E mesmo nos momentos de repouso, guardam a energia de quem ainda tem muito a fazer, muito a dar, hoje falo das mãos, das minhas mãos que são a prova viva de uma jornada que continua. E também, das carícias que nelas muitos foram deixando pelo meu caminho! O tempo move-se com uma dualidade estranha, parece esticar-se quando vivemos uma dor profunda ou aguardamos por algo, mas encolhe e escapa quando nos sentimos plenamente felizes... Num momento, somos crianças, cheias de sonhos e fantasias mas!! No outro, percebemos marcas no rosto e na alma, testemunhas da nossa própria trajetória, entre um instante e outro, tudo muda e, ao mesmo tempo, tudo parece permanecer... Essa passagem ambígua do tempo é um espelho que nos mostra o quanto, apesar de tentarmos controlá-lo, ele segue seu próprio rumo, lento e implacável, rápido e fugaz. Talvez, no fundo, seja essa a beleza de viver... Sentir, a cada segundo, que os anos se desenrolam de forma misteriosa, e ao mesmo tempo, aceitar que a magia do tempo está justamente nesse paradoxo, em que o ontem parece tão distante, e o amanhã, ao alcance de um gesto...
Os anos passam com com a verdade de um ritmo curioso e contraditório, fluindo de forma tão rápida que mal percebemos os dias desvanecendo, mas ao mesmo tempo com uma lentidão quase cruel, que nos faz sentir o peso de cada instante! É como se estivéssemos num barco que desliza sobre águas ora serenas, ora turbulentas, sem que tenhamos controle sobre a direção ou a velocidade. Alguns dias são mais longos que meses, como se insistissem em ficar gravados, mas outros se perdem num piscar de olhos, deixando apenas rastros sutis, quase impercetíveis, como pegadas na areia que o vento vai apagando...
sábado, 14 de dezembro de 2024
Hoje ao aproximar-se mais uma quandra festiva é o momento em que nos permitimos imaginar sem amarras, guiados por um desejo íntimo ou por uma inquietação que teima em pulsar. Sonhar o futuro pode ser como um diálogo entre o nosso "eu" presente e o nosso "eu" que quer ser, é nesse encontro no escuro, onde cada detalhe imaginado é uma centelha de esperança ou um medo disfarçado... Às vezes, o futuro aparece como um quadro esborratado, outras, como um espelho límpido que reflete aquilo que já sabíamos, mas não ousávamos dizer em voz alta. É nesse instante de quietude, antes de dormir ou ao caminhar sozinho, que as imagens vêm uma luz, um rosto, ou até uma sensação !Não é o futuro em si, mas a essência dele, moldada pelos desejos mais íntimos que carregamos no nosso inconsciente ...Sonhar o futuro é um convite para se escutar a si mesmo e ao mundo, não apenas com os ouvidos, mas com a alma. Que forma ele teria se fosse uma melodia, que cores surgiriam se outro o pintasse em nós! Se o seu sonho sussurra algo sobre o que está por vir, é porque, talvez, seja hora de perguntar, o que me impede de o tornar real...Este ano já asisto a 50 Natais, e, depois de contar os meus anos, descubro que terei menos tempo para viver daqui para a frente, do que já vivi até agora... Tenho muito mais passado do que futuro, mas , sinto-me aquele menino que recebeu uma prenda, mas percebendo que ainda faltam mais umas poucas, mas já não tenho tempo para lidar com mediocridades, não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados, inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte...Já não tenho tempo para conversas intermináveis,
para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias, que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas que apesar da idade cronológica, são imaturos. Detesto fazer acareação de desafetos, as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos,
quero a essência, ai sim a minha alma tem pressa...Já não tenho muitas prendas para abrir, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge da sua mortalidade caminhando perto de coisas e pessoas de verdade, porque o essencial faz a vida valer a pena...Os nosso amigos não se despedem, marcam um novo encontro, por isso a todos eles e curiosos um Santo e Feliz Natal.
terça-feira, 10 de dezembro de 2024
Hoje reflito com o pensamento de como juntar, aproximar quem se afasta, sinceramente não sei. Apenas sei que é o amor aproxima, que as divergências se atenuam
que as pessoas se procuram quando entre elas existe sentimentos.Ainda não sinto as mãos cansadas, embora saiba que um dia virei a ter, as veias azuis à mostra, e a cabeça toda branca ao ponto de me esquecer daquilo que amo, mas um dia sei que irei esquecer isso tudo...Olharei para os que amo sem os reconhecer, porque um dia este processo de evelhecimento está totalmente concluido! A incapacidade de estar só é uma característica marcante de muitas pessoas na sociedade contemporânea, que reflete uma dificuldade de enfrentar o silêncio, a introspeção e a conexão consigo próprio, neste mundo que se agiganta... Estar só não se limita a um estado físico, é, também, uma condição emocional e psicológica, que exige maturidade e autoconhecimento. Aqueles que evitam a solidão recorrem, com frequência ao, saltar constante da sua vida social e das suas redes ou a atividades incessantes para preencher um vazio interno que, na realidade, não pode ser preenchido externamente...Essa incapacidade está, muitas vezes, ligada a questões mais profundas, como o medo de enfrentar os próprios pensamentos, a insegurança ou a dependência emocional. A sociedade atual valoriza muito a conexão e a interação, mas ensina muito pouco a importância dos momentos de solitude. Esta não deve ser confundida com isolamento, que é uma desconexão forçada. A solitude é a capacidade de escolher estar só, para se reconectar consigo mesmo, fazendo de nós mesmos seres muito mais serios perante os outros. Estar sozinho oferece a oportunidade de refletir, crescer e entender os desejos e sentimentos mais profundos de cada um. É na solidão que desenvolvemos autonomia emocional, aprendemos a lidar com as nossas fraquezas e encontramos força interna. Por outro lado, a incapacidade de estar só pode levar à dependência da validação externa, relacionamentos superficiais ou até mesmo a uma sensação de vazio constante. Talvez por essa razão, estar só não é apenas um exercício de autoconhecimento, mas também um ato de coragem. Exige enfrentamento de desconforto inicial e aceitação de que a solidão faz parte da experiência humana. Ao permitir esse encontro com nós mesmos, descobrimos que a companhia mais importante é a que cultivamos dentro de nós, porque os outros, quando precisamos deles, eles deixam de estar lá! Nos momentos difíceis, quando a vida parece pesar demais, a espiritualidade é como um abraço invisível. Ela nos lembra que não estamos sozinhos, que há algo maior que nos guia e sustenta. Não precisa ter nome, nem regras. Pode ser um sentimento, uma certeza íntima de que estamos exatamente onde deveríamos estar. Além de nos reconectar connosco mesmos, convida-nos a olhar para o outro com mais compaixão. Mas , isto não é reconhecer uma chama divina, nada disso, mas sim uma energia vital dentro de nós, que faz também que os outros em nosso redor também brilhem. E, assim, aprendemos a viver com mais gentileza, mais paciência, mais amor. Seja qual for o caminho que tenhamos escolhido para alimentar o nosso vazio, ele será o que faz o coração vibrar, o que acalma a mente e trás paz à alma. Porque, no final, a espiritualidade é isso... Um alerta de que somos mais do que aquilo que vemos, que há algo eterno em nós esperando para ser vivido...Vocês já sonharam com o futuro? se sim e o fizerem de forma intimista, é como mergulhar fundo no silêncio de vós mesmos e ouvir os ecos do que está por vir. É fechar os olhos e sentir os sussurros de possibilidades que ainda não têm forma, mas já habitam o coração!
quinta-feira, 5 de dezembro de 2024
Hoje reinvento as palavras desbravando-as como sementes sensíveis esbanjadas pelo destino incerto em fragmentos de papeis salpicados pelos sonhos amarrotados que resvalam nos dedos desavindos…. Esta doçura que as mãos vertem em palavras soltas nas janelas do olhar, são pomares de letras na confissão dos dias, porque, se um dia as pessoas que nós amámos e nos supostamente amaram se reunissem para elaborar um relatório sobre nós, de certo, que nenhuma estaria a referir-se da mesma pessoa . Porque o digo, talvez por achar que não amamos todas as pessoas da mesma forma! Quantas pessoas diferentes não teremos sido, ao longo da vida, relativamente àqueles de quem gostámos? Quantos seres se não terão corporizado num só, de cada vez que esse sentimento chamado amor despontou no nosso coração? Umas vezes, porque tentámos corrigir erros passados que não queríamos repetir. Outras, porque, sendo o amor agregador, recebemos muito mais do que esperávamos e tentámos retribuir. Outras, ainda, porque o pouco que nos davam terá secado a torrente que, no início, nos alimentava. Outras, também, porque o tempo e a idade vão emoldurando, pulverizando, singularizando, os nossos afectos.
Na amizade passa-se algo de semelhante. O "outro" apresenta-se aos nossos olhos de uma forma diferente daquela pela qual certos amigos o veêm. E é essa singularidade que, juntamente com a nossa própria, selará uma relação que será diversa daquela que se estabelece com uma pessoa com distintas características. E vice versa. Também a forma como somos olhados dependem do olhar do outro, da sua capacidade de nos ver... Não serão, afinal, estes condicionalismos que fazem com que certos amores ou certas amizades durem uma vida inteira, ao contrário de uns ou umas que não deixam qualquer rasto? Quantas vezes não pulverizamos a nossa maneira de ser para nos adaptarmos às situações que julgámos ser as mais correctas, quantas!? Não fizemos bem nem mal, acho eu, tentámos apenas viver os momentos da melhor maneira que nos foi possível. Resultou? Nunca saberemos se, fazendo de outro modo, as coisas se teriam passado de forma mais compensadora no aspecto afectivo...Bem mas, a quantas pessoas eu não estou grato por terem cruzado o meu caminho, sem que elas, sequer, o saibam ... Quantas pessoas não encontrei, por escassos momentos na minha vida, às quais estarei para sempre grato, por me terem mostrado rotas que não conhecia! Quantas me magoaram mas, por isso, me fortaleceram? Quantas, nem sei mas, me tornaram mais justo. Quantas me ensinaram a amar sem que, à época, eu me tivesse dado conta disso? Quantas nem por mim deram e, a essa ignorância, devo alguma humildade no processo afetivo! De quantos bocados de todas estas almas não serei eu, hoje, feito? De muitos, certamente. Gente que nem sequer sonha quantas vezes, num agradecimento sincero, relembro tudo o que me ensinaram, fosse por vontade ou por ausência dela...
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