terça-feira, 17 de dezembro de 2024
Hoje as mãos guardam histórias que só elas sabem contar, nas linhas e curvas dos dedos, estão esculpidos os rastros do que vivemos e as marcas do que sonhamos. São mãos que carregam um mapa invisível, traçado pelas lutas silenciosas, com as mãos, construímos e cuidamos na aprendizagem que toca abraçando o mundo à nossa volta, sem palavras. Quando seguramos outras mãos, é como se transmitissemos uma mensagem muda, mas poderosa, de força, carinho e presença...Há nos gestos um eco de quem somos, uma linguagem própria que fala de uma generosidade infinita e de um desejo de moldar o mundo em torno da nossa vida. São como extensões do nosso coração, sempre prontas a agir em harmonia com aquilo em que acreditamos. E mesmo nos momentos de repouso, guardam a energia de quem ainda tem muito a fazer, muito a dar, hoje falo das mãos, das minhas mãos que são a prova viva de uma jornada que continua. E também, das carícias que nelas muitos foram deixando pelo meu caminho! O tempo move-se com uma dualidade estranha, parece esticar-se quando vivemos uma dor profunda ou aguardamos por algo, mas encolhe e escapa quando nos sentimos plenamente felizes... Num momento, somos crianças, cheias de sonhos e fantasias mas!! No outro, percebemos marcas no rosto e na alma, testemunhas da nossa própria trajetória, entre um instante e outro, tudo muda e, ao mesmo tempo, tudo parece permanecer... Essa passagem ambígua do tempo é um espelho que nos mostra o quanto, apesar de tentarmos controlá-lo, ele segue seu próprio rumo, lento e implacável, rápido e fugaz. Talvez, no fundo, seja essa a beleza de viver... Sentir, a cada segundo, que os anos se desenrolam de forma misteriosa, e ao mesmo tempo, aceitar que a magia do tempo está justamente nesse paradoxo, em que o ontem parece tão distante, e o amanhã, ao alcance de um gesto...
Os anos passam com com a verdade de um ritmo curioso e contraditório, fluindo de forma tão rápida que mal percebemos os dias desvanecendo, mas ao mesmo tempo com uma lentidão quase cruel, que nos faz sentir o peso de cada instante! É como se estivéssemos num barco que desliza sobre águas ora serenas, ora turbulentas, sem que tenhamos controle sobre a direção ou a velocidade. Alguns dias são mais longos que meses, como se insistissem em ficar gravados, mas outros se perdem num piscar de olhos, deixando apenas rastros sutis, quase impercetíveis, como pegadas na areia que o vento vai apagando...
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