quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Hoje falo da felicidade, esse sentimento que muitas vezes procuramos, de forma desmedida mas ianda assim, foge-nos das mãos sem a vivermos em pleno...julgo que é algo que se contrói, muitíssimo devagar, com cautela. Porque o que nos tornava felizes aos vinte anos tem muito pouco a ver com aquilo que, hoje, nos satisfaz. E, possivelmente, será diferente do que amanhã nos tornará venturosos. Mas!! Algo, contudo, se mantém na minha existência. É a vontade de tocar a felicidade. Julgo que ela jamais me abandonou. De cada mágoa fiz sempre um exercício de ultrapassagem. E foram várias, as vitórias que conseguidas apesar de todas as adversidades... Chegada a uma fase em que muitos esperam pelo fim, eu ainda sonho com o que me falta fazer. Por idiotice? Não sei, mas talvez por pura convição de que essa é a minha única forma de viver. Por isso me espanto com amigos que, na escalada da vida, se demitem de lutar por aquilo que, acreditam, e os tornará mais afortunados. Porque "já" não vale a pena. Como se a vida tivesse chegado ao fim, mesmo antes de ter terminado! Não serei um homem totalmente feliz. Mas sou, seguramente, um felizardo que, a prestações, soube sempre o que era a felicidade e me recuso a dela abdicar! Posso até fechar os olhos para escutar o meu interior. Entre as promessas que fiz para mim, carrego também as que quebrei! Percebo, contudo, que é nessa humanidade falhada, que encontro potência para recomeçar, voltar a tentar... O ano pode não ter chegado como uma brisa que afaga o rosto, ainda assim, vou carregando a possibilidade de ser, de criar, de sentir. Respiro fundo, deixo o pulsar do presente lembrar-me de que cada segundo é um convite a abrir portas, a acolher o desconhecido, a renovar-me já que ao abrir os olhos, não vejo apenas o calendário mudar. Vejo-me a mim mesmo a entrar num novo ciclo, que como o verbo, diz, renovar conjuga-se todos os dias...E esse fio de luz que rasga o silêncio em que a alma se encontra em alguns suspiros! Há um instante em que tudo parece suspenso nesta vida, o tempo dobra-se, e cada batida do coração carrega um misto de emoções e é nessa fronteira tão subtil que, sinto-me como se dançasse na beira de um abismo, mas sem medo de cair, apenas a plenitude de estar vivo, ainda que a vida seja feita de incertezas não me escondo dos desafios que os dias me colocam...

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