sábado, 7 de janeiro de 2017

Hoje sinto o incêndio que queima cada pedaço do meu cio, olho o céu estrelado que penetra no meu profundo vazio e é por esse caminho que sigo, por entre o olhar e o brilho das estrelas…Olhem-me sou uma chama intensa, sou um mar de lava adormecida, sou, o eclodir dum corpo nu sobre o horizonte , sou a água fervente que inflama a mente na devassidão e na tempestade. Eu já fui a força dum vulcão em plena erupção!!! Hoje sou apenas o despertar da letargia, que os meus dedos transpõem em pura magia. Hoje em dia amar é esculpir uma obra de arte, é pintar o céu com os tons da lua, como se tudo em nosso redor crepitasse num fogo suave que nos derrete os sentidos. Hoje amar não é só desejo é também conhecer todo e qualquer segredo, descobrir todos os lugares onde nos guardamos, é libertar as loucuras que escondemos nas fantasias a sete chaves fechadas. Hoje já não sou capaz nem quero quebrar os limites que fundem corpo e alma, desejo e luxúria, que fazem dos sentimentos a mais profunda sensação. Prefiro percorrer o silêncio dos meus gemidos, percebendo as curvas que os contraem, a ondulação cadente com que os sonhos ficaram suspensos nas minhas mãos…Muitos de vós Dir-me-ão que escrevo apenas letras, descrições , utopias , ilusões mas nesta amalgama de sonhos vocês todos sentem-se parte integrante do meu presente narrado nesta saudosa viagem que não me canso de inventar…

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Hoje escuto o detalhe traçado do vento neste risco invisível que desenho em meu corpo !!! Desenho o nada, no vazio que preencho com a minha pele, despida, nua em tons de mel, que prostitui o meu corpo em cascata de vontades... Eriçam-se os poros, que ao sabor de ondulantes brisas sentem o calor da boca ancorada aos seios nus que me oferecem. Não tentem tomar-me por completo, como se fosse um ser frágil tímido, desenfreadamente louco, para me perder em lábios em inúmeros lábios...Pode ser desconcertante amar, mas nunca em mim será mais que desejo perfeito, de em um só corpo me deitar, de em uma só alma habitar, como se fosse eu anjo, ou o próprio demónio encarnado...Hoje renego-me a esse apetite, essa voraz condição de colmatar o fogo com um dilúvio de sonhos. Afinal é disso que vive a ilusão, de ser algo em contra-mão, tentando torcer o destino a favor do vento, como vela da vida que inflama esta nossa condição...Quem não me conhece não me ache completo!! Completo soa a realizado, realizado é acabado e o acabado é tudo aquilo que não se renova..Pois eu apenas vivo completando-me mas ainda não acabei!!!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Hoje sei que ser estrela não é só brilhar, ser um comenta não é só viajar por isso escrevo, sou parte do que sinto, sou sombra sem medo, sou chuva molhada, sou como me imaginam , sou como me descrevo, sou paixão e emoção, uma rima inacabada, sou metade de mim, sou prazer , sou cansaço, sou a fome do querer, sou o deserto sem água, sou o dia sem partida, uma manhã ensolarada, sou um crime cometido, um desejo consentido, uma noite enluarada, sou o sonho, sou tudo e sou nada, sou a verdade expressiva, uma frase censurada, sou o poema de amor, sou o mistério, sou o limite, sou uma alma desnudada!!!Sou alguém que se pode derramar em palavras até que a chuva lave das ruas um rasto, até que a vida apague uma imagem do peito, até que a luz se canse de brilhar e deixe a noite vigorar …Hoje sei que em meus sonhos acordamos sempre de mãos dadas !! É como se até nos sonhos precisássemos de estar juntos…Adormeço mais uma vez e ai levo-te comigo de mão dada , para que nenhum caminho que faço, mesmo o que acontece por dentro do meu inconsciente, se faça sem ti….

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Hoje posso apenas dizer que perdi a pressa de tudo, não tenho pressa de nada… Assim como o sol e lua não o tem! Mesmo que quisesse, jamais conseguiria andar mais depressa do que as pernas que tenho. Mesmo que onde queira estar seja longe, nunca lá estarei num momento. Não trago o sol nem a lua na algibeira, não pretendo conquistar mundos apenas porque dormi mal, nem tão pouco, almoçar o mundo por causa da fome… Não tenho pressa. Pressa de quê? Não tenho pressa de correr em passadas largas, de dar um pulo, para apenas saltar por cima da sombra…Não tenho pressa, se estendo o meu braço, chego exactamente aonde o meu braço chega , nem um centímetro mais que isso! Toco só aonde toco, não onde penso…Só me resta saborear onde estou, e isto faz-me rir e sentir-me …Mas!!! O que me faz rir a valer é, nós pensamos sempre noutra coisa… Somos vadios do nosso próprio corpo ! Estamos sempre fora dele porque estamos aqui, onde as paredes choram, as ausências feitas neste caminho de espinhos por onde caminhamos . Já não existe pressa, na nossa porta corre rios de sangue onde todas as noites afogamos os sentimentos… Eu não sabia que podíamos morrer tantas vezes nesta vida!


terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Hoje o dia nasceu repleto das lágrimas da última noite, as ervas parecem chorar...E caem das folhas das árvores, gotas como cristais, geram o silêncio, que é quebrado gota a gota, por um orvalho tão frio quanto o próprio silêncio. Lá no alto o sol brilha com desdém. E faz com que nasça o dia... silenciosamente, as ervas parecem chorar ...eu, apenas as acompanho!! Vou gerando um mar em meu redor, mar de ondas que dançam, valsas de Amor…Para lá de mim não há nada que mude o meu sentir, amar alguém é o nosso sustento, do corpo e da alma e!!! Haja o que houver... Mesmo para lá das palavras, que me saem dos dedos, das esperanças e tristezas, das alegrias e dos medos eu serei sempre, a continuação de Ti em mim.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Hoje se me disserem, que o destino é o que é , eu direi que é tudo uma ironia! Muitas vezes sonho com avanços e nem me apercebo da luz do dia que me finta, no quanto do sonho, eu sou...Em fuga procuro inquieto o que desde sempre me habita. Para não pronunciar o teu nome chamo-te de folha.  Distante...de onde brota os ramos que me gritam a sina que eu finjo não ouvir. Ingénuo é o peixe que mergulhou na terra para matar a sede... Como o ar que parece tão novo a respirar uma memória antiga. Não há chão ou distancia que baste. Quando há uma falta é uma ferida que se abre sempre que os ventos sopram. Hoje os deuses sopram-me sob as minhas pálpebras e antes que as feche (ironicamente) sopram-me ao ouvido que de uma forma ou de outra o destino sempre nos alcança. Diz-me também os ouves hoje? Saudades!

domingo, 1 de janeiro de 2017

 Hoje é o primeiro dia do Ano e eu atravesso o tempo, o espaço, a distancia virtual ,o momento a oculta imensidão da memoria, de olhos fechados absorvo o cheiro tacteio silenciosamente a poeira de canela no ar, imensos sentimentos esvoaçam no tampo da mesa, à superfície da minha pele...Nada é transcendente no sabor das palavras, nem o acordar na fragrância das manhãs apenas o odor do desejo me abraça, no céu da minha boca ainda saboreio um pedaço de tarte de maçã!!!Nunca pensei em afogar os teus olhos nos meus..Queria poli-los, até que o brilho da lua se reflectisse neles. São pequenas estrelas cadentes que semeio e deixo na noite, elas servem para que rasguem com elas, este céu, onde assistimos ao Sol, em pedaços, repartidos pelo dia. Ergo os braços aos céus e em suaves brisas, peço, que te envolvam com o perfume do jardim, onde te espero...Hoje Queria que percebesses, que mandei parar o tempo...Que o mundo, não vai avançar um só segundo, na espera, que toquemos juntos, a profundeza deste mar de sonhos! Mas sabes, nem sempre escrevo para ti. Por vezes escrevo com os espinhos que trago cravados na pele, ou com as flores que vi pelo caminho e que ali deixei, agarradas à terra, rodeadas do bater das asas de borboletas. E nem sei bem porque o faço! Talvez, para que nada se perca de mim. Sei que o mar nem sempre traz sonhos coloridos, que o céu, nem sempre é azul, que a lua esconde o seu brilho nas nuvens negras, das tormentas, que teimam em desabar em nós...E que o vento, nem sempre é brisa ...Nunca pensei em afogar os teus olhos...apenas queria sentir, como os meus se "afogam" nos teus...E como tu, navegas em mim...

sábado, 31 de dezembro de 2016

Hoje apenas penso no novo ano,  nesse novo percurso quero cada uma das palavras que nunca me disseram…Quero os sorrisos fugazes que delinearam para mim mas, sem os partilharem! Quero o mel dos beijos apaixonados e o néctar dos lábios que os partilhem...Quero um beijo prateado, cheio de estrelas e sonhos…Quero adormecer na embriagues dum olhar terno e sincero. Quero navegar num corpo, e perder-me, eternamente, nesse infinito oceânico de amor e encontrar a voz na escuridão do meu silêncio. Neste novo ano quero abrir as portas dum coração, e explorar os códigos secretos da sua alma. Desejo tanto partilhar o mesmo cálice, a mesma vida... O mesmo desejo ensurdecedor…Quero gritar-lhe ao ouvido a palavra “amo-te”, e tatuar no seu corpo a textura da minha alma…Quero viver num sonho aberto e colorido. Coroar-me Rei, oferecer-te todas as pedras preciosas do mundo que não possuo...Se nesse Novo Ano habitas, conduz-me até ao esplendor dos sentimentos. Hoje que este ano finda chego à conclusão que gastei as palavras, não sei como explicar o que sinto... É silêncio de que falo, é silêncio que escrevo, fiquei preso no vácuo dos dias que vivi! As folhas dos meus cadernos estão despidas...De ti...

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Hoje escrevo, agrafando os meus silêncios às palavras que encerram mais um ano... Lavo-as numa corrente de ondas salgadas na força deste caudal que engrossa levando para longe todos os sentidos! Olho o céu e vejo as estrelas gravidas , assolando as minhas margens, reinventadas...E neste rio de breves margens pernoito, vagueio no tempo sem cansaço, risco traços de luz nas águas cristalinas que me alucinam o sentido, gravando no papel cada gemido que não consigo sequer sussurrar...Muitas vezes pergunto-me se faz sentido estar aqui, à espera que o calendário mude e traga a primavera, para o inverno não me gelar …Confesso que não sei mais que estrada seguir, esta alegoria recriada para ver os meus olhos despontar de novo a alegria! Não é difícil estar longe, difícil é não saber que caminho tomar para que esta plácida tranquilidade de sonho seja vivida. Hoje sou um ser de pés colados ao chão... Amanha serei as reticencias de um voo inacabado!!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Hoje querido silêncio abre os braços, enlaça-me em teus  segredos!! Mas não, não me exponhas nem ao vento que os meus suspiros são só meus ...Podem até falar  com os teus,  estes suspiros que o meu coração beijou no silêncio do teu abraço ...Abraçar esta imensidão de nada é um momento um ritual de união que me cingiu a este corpo vazio que transporto .. Posso, até pairar de asas entreabertas, num voo divino almejando o  vácuo  dos sentidos, mas não me tentem ler  nesta infinidade de palavras que se cruzam nos caminhos do olhar que não provoco....Podem sim  até tentar entender os mistérios que este olhar vazio  brota, mas apenas em  palavras que escondam o meu nome, o meu perfume a minha alma os meus segredos, a minha magia que me faz levitar em oásis de sonhos e ternura. estas palavras tem um som que se esvai , quase indefinido e imperceptível assim como as suaves pétalas do arco íris que exaltam poemas de sol e iluminam a escuridão da espera... Toca nas minhas mãos e no céu,  desenha  a eternidade que a melodia sussurra num coração como o teu!! Não te vejo mas sinto-te...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Hoje é um daqueles dias que,  apenas imagens desfocadas aparecem à cabeça, cheias sons e música, cheias de movimento, inexplicáveis, como se ficasse à beira de qualquer sítio surpreendentemente belo, e extasiado nem um murmúrio nascesse… E o silêncio Imperasse !!! Às vezes são palavras nítidas, transparentes, derramadas no papel como vinho numa toalha na toalha da vida!!! Às vezes é um silêncio do tamanho das noites grandes, onde cada som se amplifica até ao momento em que um raio de sol me resgate…E acorde!!! Às vezes sou só eu sentado diante de mim, explicando e voltando a explicar aquilo que deveria contar de outra forma para que me entendessem. Às vezes faltam-me as pontes e as estradas que me ligam a outros lugares, a outras mãos, a outros abraços, ou a um momento perdido que nunca foi mais que um desejo construído, que bem visto depois, não passa do momento da euforia, das prendas abertas, dos papéis pelo chão…Que o lixo recolhe!!! Às vezes para ser feliz, bastaria ser apenas um ponto olhado do espaço, uma toalha e um livro e um lugar onde me possa deixar estar, onde me vissem e percebessem há quanto tempo me deixaram ai assim!!! Tem dias que o conforto desconforta…Outros, já nada faz sentido, nem sei se as palavras se devem guardar, quando as digo ... Outros dou por mim pensando que às vezes, a vida tem tanto para não ser só às vezes. Tantas vezes como as vezes que não sei estar sozinho…

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

As palavras mais dolorosas de ouvir são aquelas que ficam no vão de muitas outras, são aquelas proferidas entre o silêncio de uma sílaba e o frio de um olhar, apenas, pelo simples fato de não produzirem vibração alguma... ficam pairando no nosso pensamento como um ruído de mãos inquietas, num olhar berrante em direcção de uma porta e da vontade que se tem de sair por ela... Quando tudo fica em silêncio,  o sol resolve descansar do lado de cá, o nosso coração grita. Os nossos olhos ficam solidários e um eco de dor passa de dentro para fora deles. Nossos  lábios tremem a dor que não quer calar, sinto-me um forasteiro em meu corpo,  coloco as mãos no peito e apenas sinto silêncio a minha  sede secou a foto está vazia. Sinto a profusão intensa de fim de vida , sinto os fios de ardor tecidos na pele de um corpo estranho...Trago no rosto um amor silenciado em forma de escrita, amarrado ao fastio do desalento que repouso sossegado...trago nesta face um olhar campal de lábios encerados e saudosos por um beijo teu!!!

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...