Hoje nesta noite gélida, tenho vontade de exclamar aos céus e trocar a minha vida de assim assim por um
minuto fora de mim, hoje precisava expelir-me de fora de mim para lá, do além…Trocava a minha vida inteira pelo momento que ninguém tem. Parece um
contra-senso mas parece-me que todas as pessoas são do tamanho do que não são…
E todas as pessoas valem os momentos em
que nada lhes vale!! Precisava volatilizar-me, deixar-me ir e ser a imagem que ninguém
infere , o fútil folião em que ninguém
crê. Quero ficar do tamanho do luar, quero rir sobre a tristeza,
ensinar a vida à própria morte. Todas as
pessoas são do tamanho das lágrimas que choram, da distância da loucura que
decoram. E decoram a loucura como se decora a dor, e decoram a razão como se
fosse indolor. Mas não, não é a loucura que dói; não é a razão que constrói; não é o demente o doente; não é o que sofre o
carente; não é quem se contém que é
gente… Nem pensar !!! Não é continuar que é viver; não é aguentar que é saber; Não... Não sou demente nem sou carente, não
sou o que sabe nem o que quer saber. Sou o feliz ignorante, o mestre do
obstinado. Ainda assim trocava esta vida de faz de conta por um minuto de
felicidade porque nesta vida não há medo
maior que morrer desta sede
terça-feira, 17 de janeiro de 2017
segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
Sinto-me desiludido comigo, desiludido principalmente comigo, pois lanço-me de corpo e alma, de cabeça e rejo-me pelo coração. Porque deixamos nós de pensar e avançamos, porque não temos medos, o que nos leva a ousar? Tudo é tão forte que nem olhamos para trás, mas deixamos um caminho para trás, olhamos em frente cegos pela felicidade, pelo desejo, pela busca da vida, que tentamos e queremos viver... Tem momentos em que pensamos ter conseguido mas tem alturas em que não, é ai que o sonho inverte o seu sentido... Sentimos que nada mais importa ...Vivemos o cair de um sonho, que levava o brilho nos olhos mas era apenas um sonho!!! Mas no final pelo menos vivemos algo e o único passo entre o sonho e a realidade é a atitude!!! Resta-nos a desilusão do infinito momento em que nada mais habita em nós que o silêncio. Mas dentro de mim habita uma voz, que me lê na intensidade dos parágrafos que escrevo, e me deixa a mensagem que não estou só, que será sempre a minha pele a minha voz porque habita em mim... Hoje estou assim...
Hoje tranco-me nas palavras elas, me encerram para o mundo agitando a minha alma nas
trevas nocturnas da solidão… Pressinto que lá moras… Sei que se te afogaste ,
foi porque não fiz silêncio para te escutar… Fico suspenso vagueando no que me
dispersa, esbarrando nas muralhas que invento, nesta fome de sentir…As palavras
não nascem de encontros, de ideias, de desafios, de inesperados, de
premeditados. Elas crescem quase sem eu dar por isso, com as palavras não
finjo, não minto, apenas sinto com a imaginação. Sinto com a força de todas as
pessoas que vivem comigo aqui dentro, ou sinto em cada dia com cada uma delas,
já não sei...Primeiro sou só eu que me sento em frente ao computador para escrever,
depois já não estou só e tenho à minha volta muitas histórias que voam pelo
quarto. devagar, pairam e ficam à espera que as faça minhas!! Hoje já escrevo
sem conseguir parar e já não sou eu, mas sou ainda consciência e carne. A mesma
carne que sangra quando cravo as unhas no braço para saber se sonho. Estou
acordado e escrevo, a vida que ouço, a vida que vejo, a vida que sinto, a vida
que cheiro, a vida que quero, porque o querer também é um sentido. Uma vida a
várias sentidos, às voltas, como as histórias que pairam à espera
que eu as faça minhas e as aprisione nas paginas que organizo de uma história
que por mim foi sentida…
domingo, 15 de janeiro de 2017
Hoje fiquei com um gosto
amargo na boca, perdi-me de ti na chegada... Mas que sonho este... Cheguei a um
vazio revestido de pele, a isto a que chamam de vida...Que crueldade construir
casas que não habitamos, plantar flores em jardins onde não nos passeámos!
Há dias que precisamos vestir de ausências e de
silêncios, desde onde me chegam os ecos da angústia de
outras vidas. Há muito que não estava tão perto de alguém,
sonhei escutar passos a caminhar para mim , mas que
idade terão as almas? Quantos regressos somam na
procura? Quantas vezes se cruzam e reconhecem, os olhares vazios que
se perdem nos ponteiros do tempo, neste mar profundo que separa a honestidade
da hostilidade... Deixo a ilusão de ainda ser cedo...sempre cedo... E
é tão tarde para tudo menos para a noite, onde sempre te sonho...Nas
dobras da pele , passearei o teu nome nos meandros de todos os poemas onde
te irei fazer matéria para te poder tocar e sentir num único lugar que te
tenho... Mas tenho de confessar que não quero confiar em alguém e depois descobrir que não mereciam a minha confiança, odeio a mentira, e o que mais odeio é sonhar e acordar a meio do sonho!
Hoje falo do caminho ruidoso que descarrila sobre os nossos
sentidos e que nos leva a lado nenhum é um artifício criado por uma necessidade
de disfarçar o vazio permanente. Assim, no decorrer de dias cinzentos e frios,
escondemos-nos em calendarizações rigorosas, em dias e horas planeadas, numa
ansiedade medonha. Fingimos sorrisos e abraçamos o nada, aquele que nos une a
uma vida que esquecemos um dia numa qualquer esquina labiríntica do passado.
Perdemos a autenticidade e vivemos por entre o ruído e a pressa, esquecendo que
a paz pode haver no silêncio...Só essa paz, tranquilidade interior, nos pode
alimentar o espírito, devolver aquele sorriso náufrago de verdade e fazer de
nós pessoas melhores a cada novo amanhecer. Nesta acrobacia veloz, em que se
procura um equilíbrio saudável entre o ser e o estar, somos forçados a
estabelecer prioridades, a destronar o superficial e o momentâneo.
Coloca-se-nos o desafio de sermos maiores do que a própria existência e
levitarmos acima de tudo o que é circunstancial. O desafio de não nos deixarmos
corromper pelo tempo e pelo desgaste da escuridão que por vezes se instala. O
desafio de conseguir sentir a felicidade nas secas migalhas dos dias. Nesse
momento seremos muralhas superiores ao próprio tempo e espaço. São breves os
momentos que nos anexam à vida que tantas vezes rasuramos sem pensar que o
amanhã pode nem sequer existir mais...
sábado, 14 de janeiro de 2017
Hoje ouvi
os deuses, choraram ao nascer do dia, senti uma voz entoar nas águas desse
choro um canto um poema de pássaros imaginários de mágoas que deslizam e
escorrem para o papel ...Hoje sou um trovador e nas sombras senti anjos a
verter lágrimas de uma alma lavada , purificada em palavras coloridas de sangue
embriagado que escrevo ao rasgar os céus!!! Recebo este mar que me banha de angustias,
que me rodeia de velas , mastros que a chuva e o vento agitam no silêncio!!
Retoco os meus silêncios, desvendo mistérios ocultos da alma, fico nu,
desnudo-me ao expor-me em palavras que fluem em linhas direitas, alheias, ao
meu próprio ser que transpõe fronteiras, que desliza em sentimentos, na força
de um encontro em silêncio! As palavras vibram, estremecem, ganham vida,
formam-se verbos e metáforas num pálido papel que ganha vida , não o julgues
não sei se é belo mas sinto a sensibilidade expressa nele... Por favor não tentem
decifrar-me! Sintam apenas as palavras e deixem-nas envolver-vos como se
de um abraço se tratasse!!
sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
Hoje acordei abri um olho e o dia
mostrou-se um longo caminho, sonhei-te num percurso bem iluminado, mas!!!
Quando abri o outro já o caminho ia a meio. Hoje sinto frio, nesta
berma por onde avanço, para que o dia não me atropele… Não queria
escrever-te. As palavras permanecem mortas nesta folha de papel, sem haver
quem as declame ou as cante aos quatro ventos. É estranho mas nunca
admitimos a chegada das estações , sabes porque não admitimos que
exista apenas uma… Somos sensíveis, a solidão enfraquece-nos, o mundo pesa mais
para quem está só! O mundo... perdi-me dele há tantos caminhos
atrás, Olha! De repente sou pequeno, tão pequeno que já não me
sei. Mergulho no dia, como quem mergulha num poema. Num mundo habitado só
por Falsos, oiço declamar nas ruas sentimentos, que nem os sabem sentir! Não queria hoje
escrever-te , sabia que estas palavras iriam deixar-me a sós mais uma vez no
silencio das estações…Fala-se de amor em todas as esquinas e de cada
boca se liberta um sorriso, que fica a pairar no ar, como um pássaro
vistoso. Ah!!! Não me digam que ainda sonham. Tenho a certeza que o queriam
fazer … Acho que hoje prefiro caminhar deste lado e encharcar-me de vida,
aos olhos da inocência. Eu sei que dirás , ainda
que mintas , que foi o meu nome, até hoje, que
guiou todos os teus passos.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
Hoje entro na noite como quem entra em casa. Atrás de mim deixo aberta
a porta escancarada. Adianta-se de mim a sombra fugidia que persigo. Vejo como se dilui na
penumbra onde estendo o manto de estrelas gasto dos dias remendado com os sonhos que piso. Antes que
me encontrem do tanto que sou meu, ali me escondo como um animal assustado. Encolho-me com medo que um dia
aprendam a ver-me no escuro e me vejam assim …de alma nua…Na minha infância nunca me disseram
que no asfalto nasciam garrotes de estrangular a vida! Nunca me disseram
que as janelas para a rua, teriam grades e cortinas pesadas,
por onde o sol pouco passaria... Ainda me iludi, por instantes, com a maciez do chão
desta sala que piso e com os fatos de
casaco e gravata que vi... Mas esta manhã
reparei que pisava penas, na sua suavidade de, em tempos já terem sido
asas…Este ultimo fim de semana a minha Mariana, perguntou-me porque caíram as folhas das árvores no nosso quintal…E eu deitei-me ao seu
lado e inventei-lhe um conto, daqueles que fazem o mundo bonito…Cada vez
que a olhava, podia ver-me, através dos seus olhos de encanto.
Lembrei-me do meu Pai, que tantas vezes se deve ter visto nos meus, quando eu
acreditava que o mundo era feito à medida das suas histórias.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2017
Hoje chego até ao meu silêncio e pergunto-me, se ainda me conheces? Vejo-te perdida num labirinto secreto...A cada passo teu, irrompe outros que te afastam! Nos teus olhos
trazes todos os desejos do mundo! Sei que procuras o caminho que te traga de volta. Talvez seja ainda a
minha voz, esse sussurro, que te guia na penumbra da noite...Desconheces-me tanto agora! As tuas palavras tornam-se sílabas, amordaçadas, neste tempo de solidão acompanhada... E bebo desse teu olhar perdido, sem de vista te perder. Esta noite
disfarço-me de sombra e quando a luz do luar atravessar a janela do quarto teu quarto irei apresentar-me a ti, dizendo o meu nome, uma e outra vez... Irei repeti-lo até ficar gravado nas tuas lembranças , Irei repeti-lo até que me reconheças e me abraces novamente, como quem
abraça a vida! De ti não quero o brilho das pedras cravadas no ouro, não quero a sombra do corpo maior que a alma … de
ti quero muito mais que riquezas mundanas quero este fogo que ateias num pequeno sopro, quero o arrebato do primeiro abraço, o cheiro que inalo junto ao teu pescoço, a correria
do peito e o tremor das pernas.. de ti quero a liquidez desse sorriso que bebo
sempre que me olhas quero as perguntas que te assolam a mente, de ti, não preciso dos sóis que plantaste no interior dos teus olhos...De ti quero apenas o que as mãos não tocam e o que
por dentro me agarra com a ternura que sobre mim derramas-te um dia...De ti quero muito mais que riquezas mundanas quero
as coisas pequenas que me enchem por dentro, quero a vida, quero o sonho
esse mesmo!!! Onde tu entras e onde por fim ganho asas...
terça-feira, 10 de janeiro de 2017
Há pessoas que se amarram a nós envoltas em maresia
para que não saibamos distinguir as linhas do seu nome…Deixam na praia um búzio para que as oiçamos nos
ecos das marés antes de sumirem mar dentro! Há passos delicados na areia e sereias ao longe
a quem pergunto, quem são, apenas o mar
me responde! Sou feito de terra,
diluíra-me nestas águas antes de
poder encontrar-te… Hoje dorme o teu nome na boca dos peixes…Eu , trago o sopro de uma noite nos cabelos e todas as vozes, que não
quis ouvir, seguram os botões quase soltos deste manto em forma de neblina que
me envolve… Vivo dentro da janela, que pintámos à rebeldia, no muro que atravessa o
virtual do real…Aqui as noites são claras e consigo tocar a lua com a palma da
minha mão…Aqui sou um homem que não existe, escrevo em todos os muros
invisíveis, uma frase dedicada à cegueira do Ser."Talvez seja esta janela, o
paradigma que vos falta" Apesar das poeiras e da lama onde as almas se
arrastam, amanhece a vida dentro da janela, que pintámos à rebeldia, no muro que atravessa a
neblina . Aqui as noites são claras, consigo tocar a lua com a palma da minha mão … Todas as noites espero a visita das estrelas. Talvez haja quem
de longe perceba, que em todos os muros se pode abrir uma janela…
segunda-feira, 9 de janeiro de 2017
Hoje olhem para mim e deixem voar os sonhos , deixem acalmar as tormentas e sentem-se um pouco aí a ver o Inverno da vida nas sombras anunciadas da noite numa estrela que o tempo vai apagar…Olhem para mim fiquem neste meu abrigo onde vos abraço com palavras que me fazem pernoitar aqui!!! Olhem para mim pois hoje não há batalhas, nem tristezas deixei cair o sol, enquanto anoitecia, escrevi enquanto escurecia ao ritmo do brilho do mundo que cintilam em mim, enquanto vocês como eu se sentem apenas sós…A vida é um mero poema onde as palavras ingénuas , maduras, servem a raiva ou a ternura prematura ou tardia dos actos dos nossos pensamentos através dos sentimentos…São as palavras o dicionário da pureza e o contraste da verdade e da mentira , onde lutamos, combatemos a sinceridade ou a falsidade do belo e do horrendo…Vou gerindo o poema da minha vida, luta desesperada com o indivisível onde prefiro que escutem os meus silêncios pois escuta-los e trocar as palavras é fácil difícil é interpreta-los...
domingo, 8 de janeiro de 2017
Hoje tive um sonho mas no meu sonho não havia
noite, caminhava em passos lentos, com medo do caminho a seguir, mas! Olhava
curioso para as mãos cheias de estrelas, que resolvi passear em
mim...Escuto-as, e como elas segredam ao meu ouvido palavras desmaiadas que se elevam
nos céus...Mas eu sou uma delas! Sinto o sabor das gotas negras que me
rolam no rosto. Pequenos fragmentos da noite, aprisionados em mim. Neste
meu sonho não há noite e, as estrelas, são estes pedaços de rocha, que
tento guardar nos bolsos. Sinto o calor de um sol que queima as entranhas
e um cansaço, deste peso que carrego, por não ter céu, onde as soltar. Reparo,
que neste meu sonho, há um outro sonho, que sonhas "tu". Onde as estrelas
embelezam um céu noturno, a fazer as delicias dos cometas... Quisera
eu, despertar deste meu sonho sem noite e arrastar-te comigo para fora do
teu. E ao invés desse brilho que me emprestas, pudesses tocar... nas
sombras, que se escapam da minha voz. E talvez se houvesse, ainda que por
breves instantes, um momento da mais pura lucidez, onde me visses
longe desse firmamento, onde me sonhas, com os pés tão sujos como a terra
por onde caminham, me devolvesses assim a existência que me roubas, sempre
que de mim falas. Hoje o céu desaba na rua indefesa, chora o céu e em mim chove
neste sonho sem noite, onde os meus dedos vão dando cor e vida as estas linhas que partilho...
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Hoje até podiam sentar-se na minha cama e contar-me mentiras... Que o amor tem a forma da minha mão ou que os meus beijos são perguntas qu...