quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Hoje é daqueles dias em que são apenas imagens desfocadas que me aparecem à cabeça, cheias sons e música, cheias de movimento, inexplicáveis, como se ficasse à beira de qualquer sítio surpreendentemente belo, e extasiado nem um murmúrio nascesse… E o silêncio Imperasse !!! Às vezes são palavras nítidas, transparentes, derramadas no papel como vinho numa toalha na toalha da vida!!! Às vezes é um silêncio do tamanho das noites grandes, onde cada som se amplifica até ao momento em que um raio de sol me resgate…E acorde!!! Às vezes sou só eu sentado diante de mim, explicando e voltando a explicar aquilo que deveria contar de outra forma para que me entendessem. Às vezes faltam-me as pontes e as estradas que me ligam a outros lugares, a outras mãos, a outros abraços, ou a um momento perdido que nunca foi mais que um desejo construído, que bem visto depois, não passa do momento da euforia, das prendas abertas, dos papéis pelo chão…Que o lixo recolhe!!! Às vezes para ser feliz, bastaria ser apenas um ponto olhado do espaço, uma toalha e um livro e um lugar onde me possa deixar estar, onde me vissem e percebessem há quanto tempo me deixaram ai assim!!! Tem dia que o conforto desconforta…Às vezes, já nada faz sentido, nem sei se as palavras se devem guardar, quando as digo ... Às vezes dou por mim pensando que às vezes, a vida tem tanto para não ser só às vezes. Tantas vezes como as vezes que não sei estar sozinho…

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Hoje tenho vontade de dizer para guardarem os vossos ...Segundos de imaginação...Para quem acreditar, comigo não! Poupem-me por favor...a certas palavras de  deselegância , desenhem apenas dias se forem  honestos com o percurso que delinearam !! Há outros antes de mim a pedirem-no , tenho a consciência magoada de tudo e a alma chorada e farta... nem tentem... O meu corpo ainda está quente, a minha cara ainda está marcada do uso que outrora lhe deram ... Hoje sei o quanto dói , ter os olhos ainda raiados os lábios molhados, do uso que alguém prometera antes de todos vocês… hoje ergo os braços , pelas dor que o percurso me concedeu, baixo a cabeça gasta, coração exausto, das lágrimas, de saber, do prazer, do uso que outros me deram, antes de me dar conta..Afinal é disso que vive a ilusão, de ser algo em contra mão, tentando torcer o destino a  seu favor, deixando para trás a saudade que às vezes parece distorcer a realidade, muitas vezes já nem sabemos se vivemos ou sonhamos o que tivemos...

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Hoje fazia falta desfolhar a chuva, para soltar o seu perfume na terra que arde para nada…Hoje se escrever vou criar novas palavras, aquelas que me faltaram no minuto em que talhei o sabor do sempre e para sempre!!! Hoje vou dar voz às minhas mãos, vou abrir os gomos do tempo, vou assaltar o mundo… Como é estranho vivermos neste doce engano de tudo sermos donos sem nada termos!!! À medida em que de dentro de mim vão cedendo as árvores e vão secando os ribeiros , eu vou compreendendo que nada possuo , é como se uma gritaria me invadisse sem que o silêncio se sobrepusesse …Olho-me de dentro para fora e de fora para dentro e entendo ser o homem que entendo ser não possuo mais do que o homem que habita em mim…Quando se retira o como , o quê, o porque e o quando e neles se mistura o mar e fogo , vivesse a demência , a alucinação como uma droga inócua e ao mesmo tempo forte, que me mostra que ada possuo, e nada mais posso apenas posso suportar o que possuo em meus sonhos , e os sonhos são a primeira forma de posse nesta vida…Hoje sei que os sonhos não partem de mim porque são anseios , desejos e estes fazem-me saber que sou mais que um sonho , sou a vontade de continuar a sonhar para sempre…

sábado, 12 de agosto de 2017

Hoje tenho os quadros que pintei de meus sonhos murmurados no silêncio do meu pensamento. Usei as cores que nasciam ao ritmo imposto pelos dedos que tantas vezes seguiram a imperfeição das minhas linhas. Guardei telas inteiras de palavras que criaram as emoções de um sentimento maior…Em certas noites transformavam-se em pequenos mundos onde só eu esculpia a imperfeição deste ser que sou!! Os dias esses, tem a mesma luz com a qual capto a beleza daquilo que me rodeia … E é neste foco de luz que parte dessa perfeição se mostra num simples olhar…Não soube ser perfeito na minha imperfeição e muitas telas, ficaram por contar…e outras, por pintar…Mas sonho-as... E sonho-as numa tentativa de me entender... Sonho com o beijo do mar, com o toque da alma, com o bem mesmo de quem não me quer ... Sem ousar entrar em pormenores...Fico em silêncio, pensando nas resposta...e numa ultima tentativa de chegar perto daquele ser misterioso e lhe perguntar, quem és, porque percorro as linhas imperfeitas do teu ser, inventado sorrisos nas pontas dos dedos!!?? Queria tanto me mostrar !! Queria tanto descobrir numa alma quebrada a cura para as cicatrizes sulcadas pelos medos…

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Hoje sinto a doença da vida contemporânea, pode ser física, emocional, comportamental ou sei lá. Pode ser sem explicação e por ser tão sem noção, que nos deparamos com ela!! Tantos estados de alma carregam sintomas similares, sintomas demais, sintomas de menos ou um emaranhado de sintomas que nos fecham , enclausuram ...Hoje chamo à depressão o vazio dos vazios. É tão ruim não escolhe classes sociais, religiões ou culturas. Chega, se instala e nos fragiliza sem qualquer escrúpulo ou pudor. É o mal  que nos transforma em medíocres, em  seres sem frescura. Não é falta de Deus ou de religião. Todos acreditamos em algo, eu acredito nas pessoas, algumas, outras já nem me recordo do seu rosto...Hoje sinto-me onde se juntam as perdas e os desequilíbrios da minha química cerebral… não há qualquer desculpa entre a simplicidade da minha lista de desejos, está aquilo que a minha imaginação me permite... Talvez assim seja eterno ou a poeira de um sonho real , bem! Seja como for tenho a certeza que ao menos sou a mais pura expressão de amor e felicidade...

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Hoje não consigo adivinhar a distância das ondas até aos meus pés. Há metros que não sabem a nada numa imensidão como esta que é o mar. Consigo fechar os olhos e projetar-me enquanto ave refém do olhar que sobrevoa o sal que se espuma neste corpo quando o deixam sem lamentos pela incapacidade de não ser sal de  ponderações sobre a possibilidade de ser um navio a navegar antes de voar...Esqueço que o sou, antes de solo, areia molhada e só o céu será uma casa. Transpiro sons,  músicas em forma de citações que o vento canta devagar a medo em distâncias incalculadas que com uma segurança fingida e uma premeditação antecipada nos faz quebrar e acertar pontos de vida. Mas depois fugimos com os olhos destas realidades tapadas com uma areia que nos ferve os pés  e nos rouba as penas das  asas da ave que sonhamos ser! Enquanto a luz que nos guia for ínfima, só os pensamentos serão sincronizados na dança das ondas, só a espuma da rebentação trará cheiros que os filhos enfeitiçam no amor mais intimo...Não há mais ferramentas absolutas para a escrita se fazer em eterna recordação...

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Hoje digo que já alguns dias que não sinto vontade de escrever… Eu sei que podia escrever tanta coisa ou falar de tanto mas !!! Nem memorias me motiva a fazê-lo...Pouca coisa me recordo de digno de escrever, talvez se pinta-se , atirava-me a uma tela e nela transpunha toda a beleza da vida que gostaria de viver! Afinal até  um eterno sonho., pode ser um  aglomerado de desafios por cumprir… Posso até ter procurado calor mas não me deixo  arder…Neste mundo de fogos eu  não tenho lugar, tal como a lua, giro em volta do mundo sem lhe tocar, sem lhe pertencer …Apenas o contorno ...em cálculos matemáticos e porque o digo? Porque 1+1 nunca será 2  ou nascemos 2 ou seremos sempre 1+1… Para quê perder tanto a lógica quando se vive em orbita num mundo sem sentido!  É como ler, eu sempre adorei ler,  mas no meu ritmo, nunca gostei  de saltar para o fim … Nunca gostei de saber o final sem ver o que está no meio!  É assim que vejo a vida na minha orbita, não gosto de imaginar o final para desfrutar o que ta a ser a vida…Sou muito lento a  virar a pagina, como se escrevesse nos meus dias um guião e o saboreasse ao mesmo tempo. Sabem as paginas seguintes estão em branco, e nessas só escreve quem eu quero e quem quer… Quem quer não pode ter pressa,   porque pressa , tenho eu hoje… Que venham algumas férias e se estas estão já escritas … penso que não! Vai de certeza ser escrito por mim também.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Hoje amigos sei, que viver é algo como montar um quebra-cabeça sem nunca ver o desenho !!! Peça virada, peça substituída e os dias passam sem nunca saber ao certo como vai acabar…Podemos imaginar, idealizar, supor, prever… Porém esse desenho completo, colorido e rico, só nos é apresentado lá bem longe, com o passar do tempo…Não nos é dado antecipações, apenas peça por peça!!! Novo dia, novo sorriso ou decepção, uma coisa de cada vez. Cada novidade, é uma peça que tentamos encaixar sem saber muito bem a que parte do todo ela pertence. È assim que vivemos , comemorando cada parte que se encaixa e lamentando tudo aquilo a que não conseguimos dar sentido…E nesse ponto vale a experiência daqueles cujos quebra-cabeças já estão mais adiantados e ai vemos que algumas partes não se ajustam, outras logo se adaptarão. Vale entender que alguns momentos parecem desconexos pela falta do que ainda virá, do que trará o sentido a esse desenho ou parcela a que chamamos vida. Eu desenho em mim a arte da espera, a habilidade de não insistir na peça que teima em não servir. Sempre tive a sensibilidade de entender e saber que tudo tem o lugar e o momento oportuno. E não adianta tentar-nos guiar pelos quebra-cabeça dos vizinhos …A concepção dos seus desenhos é outra, com cores diferentes e pedaços diversos. Ele não é mais bonito ou menos interessante, é apenas feito para outra pessoa. E, exactamente por isso, seria uma tolice sem tamanho montar a sua vida como se fosse a de outro alguém…Amigos , talvez a tal felicidade passe por isso: encaixar cada peça a nossa vida na certeza de se tratar de um momento único…. Digo-o porque a cada pedaço da vida que juntamos, solidificamos o passado…. E, este amigos jamais o poderemos mudar …O que desejo aqui dizer é que não há garantias de nada na s nossas vidas , ALIÁS NUNCA HOUVE!!! Apenas arriscamos na expectativa de que, no final das contas, sejamos um desenho bonito. E que nossa vida seja um quebra-cabeça que valha ou tenha valido a pena ter sido montado.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Hoje não me recordo onde deixei as certezas . Derramadas no  chão !!?  Se sim não sei , não vejo marcas que contracenem nessa perda…Desfolhando o  alfabeto, como base para as palavras que precisam de construções  assisto a um pouco de nada, do que escrevo , para um céu longínquo onde as  novidades  assentam apenas num ponto de partida. Continuo com caixas por abrir, permanecem intactas  como os biliões de constelações, estrelas  que ditam caminhos. O meu interior é um átrio e o meu exterior revela-se na necessidade de pausas bonitas,  reconhecimentos de quem é anónimo a outros olhos alheios. Rescrevo conjugações errantes de verbos inevitavelmente mal empregues, mas vou reparando nas marcas que me pintam o chão…Adquiro uma capacidade fácil de saber não ficar; nem de ir mais longe... Tão longe, que o tempo nos faz aceitar  que não podemos modificar comportamentos; tão longe,  que temos de aceitar, que o passado é estático e não pode ser diferente , por muito que quiséssemos que o tivesse sido; tão longe, que aceitamos como somos e paramos de lutar contra nós mesmos; tão longe, que aceitamos que os outros são como são e paramos de lutar por eles; tão longe, que aceitamos que o mundo invariavelmente não quer saber dos nossos passos, nem abranda o ritmo para que consigamos acompanhá-lo; tão longe, que aceitamos que temos de abrandar , a fim de conseguirmos acompanhar o que na vida nos sucede; tão longe , para conseguirmos aceitar de que tudo esteve sempre ao nosso alcance só que nunca parámos para o aceitar…Pára!!!

sábado, 15 de julho de 2017

Hoje numa mera infinidade, sem  tempo de espera, assisto ao encontro de rios, com os 7 mares . É nesse encontro que as pessoas vivem histórias, ajoelhando-se perante o infinito para o derramar de lágrimas, sem se  redimirem …Como se a água salgada dos mares distantes prostituísse e  inundasse os olhares ! Não vejo  futuro, os climas  enfrentam-se, disputam a fonte do calor e a certeza do frio constante nas palavras que escrevo. É neste assalto repentino, que vejo desenhada as memórias rápidas de projectos sonhados, desenho nas minhas memorias lentas  rios, mares que se cruzam, viagens impossíveis que se desfazem em átomos… Esqueço a poeira, escrevo romances, musicas que ninguém escuta!  Como poderei eu dançar este som que a minha vida gera? Olho o Sol e a grande audácia da sua luz, eis que as palavras fazem-me sentido,  muitas vezes estar na solidão, é um trabalho criativo, e por muito idílico e poético que pareça, desgasta , fere os sentidos dos quais somos compostos…Escrever para mim é como estar num palco, onde rasgamos a alma através do que escrevemos, muitas vezes escrutinados , por olhares , julgamentos, descontextualizados que nos fazem renunciar à escrita… Ou temos alma de Betão ou então metade dos dias ficamos na vala  ardente da escuridão. Mas!! eu tenho muita sorte , faço aquilo que quero e gosto,  embora saiba que existe sempre o lado negro, utópico de colocar-me sempre numa fasquia alta e a excelência aqui, é desvalorizada….

terça-feira, 11 de julho de 2017

Hoje sinto que perdi  a intimidade da escrita, já algum tempo que , quando sou lido, não emerge em mim a sensação de renovado, tenho o habito de dizer  não quero  mostrar nem provar nada a ninguém que não a mim mesmo!!!! Perdi a vontade de expor palavras, sujeitando-as a análise, julgamentos que muitas vezes nem tem medida, quando nada há digno de escrutínio... Quando nada existe além da minha vontade solitária de juntar palavras, de me reviver nelas ao mesmo tempo… Não gosto de explicar o que  escrevo, como se o tivesse escrito para alguém, (talvez até o tenha feito) Mas!!! Se o fizer apenas o fiz por ter a vontade de o fazer . Profissionalmente não escrevo, ai, não me sujeito ao constante despir de cada letra, raciocínio e frase, talvez por não  sujeitar-me diariamente à busca pelas falhas que possuo e que me expõem, eu tenha ainda feridas abertas, a julgamento de terceiros, que por prazer, hipocrisia, má formação  acedem às minhas palavras e comentam de uma forma surreal, muitas vezes ordinária e será que tem  prazer em  fazê-lo?  Lamento muito informar aos que vem aqui e sem carácter se escondem, que  a escrita que aqui coloco  não é uma ferramenta de artífice, nem ganha pão,  é apenas uma  vontade louca de escrever , suspiros , amores , pensamentos  para alguém ao invés de deleite pessoal … Não sou adepto de  fecho de ciclos, para mim a vida é um único ciclo!!! Porém sei  que existem transições na vida , algumas  serenas  outras, nem por isso, mas,  sempre passagens para outra coisa qualquer… Mas meus caros, transições  onde muitas vezes não há espaço para outra coisa qualquer que vocês mesmos representam … Desculpem mas esta praia é minha, não vos corto o acesso pedonal a ela mas corto-vos a voz pois ninguém tem o direito de ser ruim para ninguém ... O engraçado é eu ter 18 seguidores e ter mais de 1000 visualizações por dia....Dá que pensar ! 

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Hoje há um concerto entre a constante inconstância de se ser e de não se ser!!!  Dificultando cada passo e presumindo os erros que são premeditados e antecipados…O sol nasce mas não chega!!!.O mar banha mas não submerge tudo . Escrevemos cartas, livros, desabafos  mas!!! Não chegam,  nem o cheiro deles preenche o  vazio, até nós sermos ou nos  revelarmos  um nada . Aqui  falta de tudo, pelos excessos, pelos exageros, pelos tropeços constantemente nos cadáveres deixados no meio das ruas como protesto, falta de vontade de lutar. Depois, é bem mais fácil assistir aos tropeços dos outros.  O desassossego instala-se e a revolução é feita nos silêncios e nos olhares que suspiram quando se cruzam. Pergunto-me para onde vamos? Mas por que raio ainda caminhamos? Tropeçamos nos corpos mortos que derramaram os feitiços, das crenças ilusórias  e tornamos-nos Reis desse mesmo trono, dessa mesma sina. Dormimos ali, no chão que arde com o  Sol que já não chega. Morremos ali, no chão que arde da alma que queima, pelas mentes que se esmagam e se compõem , das mãos que já não escrevem, nas ondas do mar que já não chega. Tenho sede de água sem sal, de sinas mal escritas mas que aceitamos como nossas só porque dá trabalho lutar... Só porque dá trabalho levantar do chão sujo de sangue poético, que foge-me pelos dedos …Não temos vida. Não somos profetas de palavras que já não chegam…

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...