Hoje escrevo na
infinidade do tempo que separa os rios os mares, de pessoas onde as histórias, ajoelham-se perante
o infinito dos meus olhos
redimindo-se... Eu já senti a água salgada dos mares distantes inundarem o meu olhar fazendo -me cegar, eu já suplique
ao clima para não doar este calor constante no pedaço de cada palavra que
escrevo. Mas ao desenhar nas ninhas memórias dos projectos sonhados, vou perdendo
os átomos nos laços que me unem ás
moléculas da vida! Olho o horizonte e vislumbro um veleiro nas asas do sonho,
envergando pela fúria do mar revolto, onde a fantasia de navegar sem destino abriga
o coração! Hoje ajustarei as velas, espero que o vento sopre deste norte ciumento
que me arrasta e me quer beijar na proa das minhas lágrimas …Vou replicar os sorrisos
da maresia e não pedirei que façam parte deste pequeno tornado que se forma em
mim, apenas vos peço que combatam o destino deste mundo onde navego invisível …
quarta-feira, 11 de outubro de 2017
segunda-feira, 9 de outubro de 2017
Hoje
acordei com vontade de dizer que sonhei , adorei
sonhar mas bom seria olhar , escutar, bom seria ler,
desvendar a alma de outro alguém, deixar-lha como um livro aberto onde
cada pagina estaria datada alfabeticamente do tempo certo...Bom , bem seria
tocar deslizar num corpo...Como uma gota desse mar azul que me
banha...Bom !!! seria num arrepio de frio ao queimar por
dentro, beijando uns lábios, suavemente degustando os seus sabores num
tímido provar vestido de vontade de acolher o seu corpo junto ao meu
...Hoje acordei assim vestido deste desejo ofegante de sentidos, sensações de
um mundo que em mim parou ...Hoje sinto uma insaciável e
incansável vontade de quer que traduzam em quantos milhões de
números me desejam , nada quero fraccionado, apenas quero escutar o
profundo calor que derreta o gelo do sentimento em mim, que me faça fazer
vitrais com as minhas cores …Tenho um lado quente em mim , apenas num breve tocar consigo povoar o pensamento, mas tenho um lado frio que me
protege da dor que já provocaram em mim…
quinta-feira, 5 de outubro de 2017
Todos nós nesta nossa pequena passagem passamos um portão para o lado de lá , mas!!! Outras vezes ficamos no portão do lado de cá a espreitar o lado de lá do portão. É uma dor pois sentimos saudades no lado de cá do portão, sentimos medo do lado de lá do portão, choramos no lado de cá do portão, sonhamos com o lado de lá do portão... Esperamos no lado de cá do portão!!! Andamos de cá para lá, do portão. Parados na imensidão dos caminhos...E hoje pergunto-me quantos passos são precisos para fazer uma caminhada? Quantos gritos se ouvem quando a alma vai calada? Quanta força me resta à espera à beira da estrada? Quantos ventos sopram por dentro de uma madrugada? Quantas lágrimas correm na face beijada? Quantos calos tem uma mão calejada? Quantos rios correm na direcção errada? Quantas palavras se rompem sem sorriso ou morada? Quanto de mim me resta, se navego apenas numa jangada elaborada por mim? Quantas interrogações mais me vão chegar entre a saída e a entrada deste portão de vida...
terça-feira, 3 de outubro de 2017
Hoje
há abutres que julgam as minhas palavras e transfiguram a sua voz num insípido despido, dote de valores da bestialidade das suas acções…Escrevem,
prostituindo as suas palavras profanas nas minhas, chegam a enojar-me esta
armadura, que visto para não
trespassarem a jovialidade das minhas
sinceras palavras ! Em
todos nós há a coragem e a covardia, e entre elas fica a exactidão que é a realidade de cada um perante as
situações! Cada um de nós reage consoante a sua consciência e realidade , é essa realidade que nos vai dando sentido e força a ficarmos de pé perante as
adversidades… Afinal a consciência de cada um não se julga, já que é nos
limites da razão que as filosofias desmoronam-se ruidosamente
no tempo e no espaço , sendo este a legitima propriedade da consciência aqui
ficam as minhas palavras , soltas , livres,
todas elas tem vazios, espaços entre si, se as quiserem alinhar, alinhem
segundo o significado que lhes dou, não construam poemas mudos em mim…
segunda-feira, 2 de outubro de 2017
Hoje
acordei com o sabor a sal de todos os mares que me banham, autografei os
cometas da aurora desta cândida paisagem de infância que o frio da noite tatuou
no planalto no
degelo de mais um sonho que perfurou o silêncio cicatrizado da minha alma, exposta
no alpendre das horas perdidas…Quantas vezes senti os meu dedos derramarem a
implacável dor acorrentada nos porões dos veleiros adormecidos, quantas
vezes no óbito dos sonhos, deixei de trespassar muros de prisões, no crematório de poemas sem regras na orgia de palavras ? Assim
fui obrigado, as palavras tem um obscuro movimento próprio na audácia da sua compreensão,
tem vida, movimentam-se por sim mesmas sem casualidade seguindo unicamente o seu
movimento próprio. Ainda não sei porque razão em mim, o silêncio ocupa o lugar
de palavras no vazio das frases, se não consinto que me devorem, que me invadam
, me usem , na decadência da subserviência do oportunismo…
quinta-feira, 28 de setembro de 2017
Hoje
se eu pudesse cavalgar os ventos construiria o meu silêncio de granito no fundo
da minha alma…Ver-to uma gota de água, cedendo passos na minha pulsação, tatuo
o meu olhar nos céus , nesta estrela, neste silêncio lunar que me banha,
dispo-me desta luz que cai oblíqua do céu sem a alcançar, com o fumo do meu
cigarro que
me coube na sorte das altas horas em que escrevo estas palavras…Assisto ao
raiar do dia tantas vezes sem uma única palavra dizer nesta arte inútil de
colorir a flor esvaziada
pelo tempo! Quero tanto adivinhar as suas cores , expô-la, esconde-la das
palavras experimentais de inconsciência nublada pelas brumas poéticas, mas!!!
Há valores imperativos,
étnicos que desvalorizam a normativa do
livre , é esta revolução interior que contem o orgasmo das palavras…Ficam assim
suspensas no âmago dos sentimentos , escondendo a orgia das palavras que em mim
levedam, insubordinadas na injustiça débil da “erecção” do amor por viver! Sabem
porquê? Porque palavras são palavras, mas
palavras não são coisas, e coisas não são palavras, desmascarar o sentido delas
é sim assassinar as coisas….
terça-feira, 26 de setembro de 2017
Hoje
acordei despido, nu de palavras, oco mas!!! Depois com o nascer do sol as
palavras foram ordenando, ainda que nem um olhar pelo meu se cruzasse. Outrora
, entre letras e músicas, que não sei
dançar, eu conseguia vestir-me …Quando palavras se misturaram com o olhar,
numa proximidade que nos permita falar, perdemos as horas a mergulhar nos
olhos de outro alguém, o coração acelera. Mesmo sem outro olhar o meu coração
acelera, uso as palavras e mesmo sem saber dançar os meus dedos dançam ... Dançam sim, atrás das teclas pretas desenhando
um arcos-íris de cor. Hoje descobri, que
para além de não saber dançar, passo dos
olhares fugazes, sem palavras, às palavras fortes, sem olhares, é ai que faço
dançar as palavras. É nas palavras, simples, complexas, que nos fazem dançar mesmo que não saibamos o par dessas danças de eternidade…O amor não
nasce para ser simples. Não chega para ser linear. Não nos é colocado na mão
para ser moldado consoante o que nos aprouver…Ele vem, muitas vezes de onde não
o vê-mos, às vezes de onde nem existia e complica todo um universo dentro de
nós. Não é fácil mas vale a pena. Justamente porque é completo e incondicional!
Hoje acordei assim pensado que a única maneira de amar, é, com os sentidos do
corpo que deseja. Com os sentidos do coração que acelera. Com os sentidos da
alma que se funde noutra para estar completa…Mesmo que seja em pensamento e que
o medo não as aproxime, a única maneira
de amar é aquela em que o amor, mais do que amor, se transforma em vida. Aquela
em que nos esquecemos de como seria o mundo, se a pessoa amada não estivesse
ali no nosso coração…Estás ai?
sexta-feira, 22 de setembro de 2017
Muitas vezes aquilo que sentimos é tão envolvente que nem deixa a
chuva ou o sol nos tocar ...Por dentro abriga-nos , por fora desgasta-nos
deixando-nos encalhar nas nuvens sem porta sem rótulos apáticas, quase mortas
pelos punhais emergidos das ondas convulsas sem fim! Podemos coar o
silêncio, sorrir para as estrelas, murmurar na escuridão que os ecos do
nosso corpo, jamais deixarão de caminhar no inventario das memorias, que o sal acendeu no nosso corpo! Eu já acreditei que podia voar despido
nos canteiros que plantei no teu olhar mas!!! Os orvalhos da noite
derramaram a chuva e o clarão do sol nos beijos que um dia selei, são a
certeza que podemos ser tão densos como as palavras, como o prazer indeciso na
inquietude dos sorrisos que nos despem a defesa do corpo...Eu já vesti as
estrelas e lancei sobre a fogueira da vida, a lava de um
vulcão, hoje algemo o amor na saudade dos sorrisos passados e
escondo o eco do silêncio no meu olhar...
quinta-feira, 21 de setembro de 2017
Deito-me todos os dias fora de horas, mas sei que adormeço antes, talvez tenha perdido a noção da alternância entre a lucidez e a noite escura!!! Adormeço de olhos abertos sobre a mesa onde os papéis descansam de mim. Assim fico, inerte no olhar da vigília, até despertar das imagens ou dos desejos cada vez mais definidos, escondidos debaixo de algumas letras que repito desconexamente. Mesmo em dias tempestuosos, transpirando sob o frio que gela o gabinete pelo lado de dentro, adormeço nos gestos e nos olhos ainda abertos mas sem noite que os faça descansar. As paredes são iguais todos os dias e eu, de olhos abertos sobre a mesa onde as folhas dos livros me rejeitam a vontade, forço contas de cabeça em volta de parcelas apagadas pelo tempo mas o tempo esse foge-me pelos dedos!!! Deito-me e todos os, de olhos abertos mas sem parar para pensar, dou comigo sem sentidos porque os perdi na busca de razões para que o mundo seja este girar contínuo de interesses que nunca são os que interessam, enquanto as pessoas se batem e se combatem por convicções que as viram de costas umas para as outras. E também se abatem na necessidade de confronto. São poucas as horas do dia e é pouco o tempo para aquilo que verdadeiramente é importante, parecendo que a importância está nos argumentos da afirmação falível. Já são poucos os dias em que não me deito fora de horas, fora de mim, e se o desejo permanece é porque se alimenta desta vontade de passar para além da realidade e negar aos olhos e ao entendimento a aproximação precoce de um precipício . São poucos os dias em que permaneço inteiro. Hoje deito-me muito cedo certamente antes de cair a noite e vou rebuscar as peças para me enformar mais uma vez, colando-me destes pedaços que me compõem !!!
segunda-feira, 18 de setembro de 2017
hoje pergunto-me , qual será a nossa maior
fortuna que nos eleva até ao infinito da alma...Podemos caminhar destemidos
enquanto os nossos gestos vão desmaiando a cada olhar descalço no partir ...Devíamos ficar assustados como quem perdeu
o caminho da sua origem , sem rasto a seguir, pintamos na retina o
rosto das palavras divinas que brotam do fermento que se gera no
cérebro...Fico assim! Vou sustentando muralhas, com o meu olhar, gestos,
horizontes, neste cais flutuante que me sustem nas águas da bênção gelada
da espera onde os fascínios agitam os sonhos dos fantasmas que sobrevoam
cada palavra que vou colando neste quadro, onde as sombras estremecem as
asas e concertem o seu voo numa luz que impele os dedos a desaguar as mágoas na
nua espera sem acordar...Há um ruído nos nossos passos que despejam os
silêncios nas sombras dos abandonos , asas que planam na desordem de
suspiros ofegantes viajam em pêndulos de sexo prisioneiro... O amor ficou como
uma hélice de vácuo que enche o cálice das memorias !
sábado, 16 de setembro de 2017
Hoje relembro quando era pequeno, que existiam mulheres que trabalhavam em casa de outros. O termo era , andar aos dias , e isso era fazer de tudo um pouco em casa alheia, numa condição de gente de fora. Desse tempo guardo a estranheza da expressão, a fragilidade dos vínculos e do contínuo vaivém. Quando homem me tornei, resolvi essa estranheza dentro de mim. Compreendi que na vida andamos todos aos dias, ensaiando entradas e saídas, agarrando por dentro e por fora aquilo que podemos, sabemos e sonhamos. Tem dias que são sínteses do que somos. Parecem criados para nos confirmarem e chegamos à noite convictos que as horas, todas as horas do dia, somadas, traduziram a nossa identidade e ao mesmo tempo a nossa fragilidade…É esta que nos faz ser aquilo que somos, únicos e imperfeitos, únicos e ignorantes, únicos e acutilantes, únicos que vivem aos dias!!! Sem forma de traduzir o que o nosso coração sente, pedimos emprestadas as palavras a quem escreveu um dia, aquilo que neste dia experimentamos, condensar em meros suspiros a nossa identidade!!! Hoje dói que as coisas passem, sem marcar as pessoas e é por cada instante que de mim foi vivido que busco um bem definitivo em que as coisas do amor se eternizem para todo o sempre…
quinta-feira, 14 de setembro de 2017
Há uma força qualquer que me atira para o fundo, que não me deixa emergir e expirar demoradamente. Tento perceber o que me agarra os pés e não me deixa ver a claridade de um novo dia, que já deve ter surgido no horizonte. Olho para baixo e uma névoa embriaga a minha visão , vejo de um modo afunilado e isso faz com que a minha razão desista pouco a pouco de lutar contra a falta de oxigénio deste interior de um nada que amedronta os meus movimentos pela vida fora…. Há uma qualquer energia que solidifica os pingos de sentimento do meu coração e me insensibiliza de tal modo que só o negro do vazio estremece enregelado junto ao meu desalento. Há uma dor hemorrágica que não falece, há uma dor, que vagarosamente serpenteia no interior do meu corpo. Os dias nascem em mim mas vejo-me embriagado , obrigado a esconder o sangue que me escorre pelo olhar com o recurso a um sentimento paliativo, que me é concedido pela necessidade imposta de não chorar jamais. E assim vou perdido pelo resignado penar dos dias!!! Mas, não choro porque mais vale aparentar a força do que transparecer uma fraqueza que sempre nos trai porque é verdade. Arrasto-me com um simples olhar por falsos sorrisos e abraços imperfeitos. Dou o nada que é tudo o que tenho para dar e espero que essa força desista de me fazer fraco e me deixe encarar o meu próprio insucesso, sozinho, na sombra vacilante de uma luz no horizonte... Fico expectante na sombra assassina dos sonhos que desenho timidamente em folhas brancas de papel, ergo os olhos aos céus e suplico que essa cesse a sua vocação aniquiladora da minha existência e que, um dia, me deixe emergir e respirar o suspiro de um amor…
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Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...

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Hoje até podiam sentar-se na minha cama e contar-me mentiras... Que o amor tem a forma da minha mão ou que os meus beijos são perguntas qu...