Hoje
sonhei com a imagem inventada de Deus... Esta oferta à beira céu
deixou soluços e lágrimas do desejo trajado por letras de amor tão
adornadas como o guardanapo por mim abandonado... Eu sei que o mundo definha
nas miseráveis obscuridades pendentes, evocando aos deuses de joelhos
e olhos rasgados pela putrefacção dos sonhos nas nuvens sombrias onde
o tempo se escoa pelas fendas das ramagens dos ninhos...Mas!!! Não me
canso desta minha pátria, recapitulo os fogos ancestrais do ventre das
imaculadas dores, diluo-me no orvalho do princípio de todas as
coisas, ainda sonho com noites com pontos de luz nas brisas
onde o coração sobrevoa o remorso perpétuo de olhos vagos pesadamente
inclinados sobre a carne embriagada. Hoje aqui não há poetas excêntricos
de imaginações compostas apenas pensamentos soberbos nas suas espirais
místicas que elevam estandartes do meu silencioso pântano...
domingo, 22 de outubro de 2017
quinta-feira, 19 de outubro de 2017
Hoje
, meus amigos eu sei que a vida é como
um castelo de cartas que cai a qualquer passo em falso e reconstrói-se com muita paciência e cuidado, com vontade e paixão…
Eu já ousei construir o maior dos castelos que este mundo já viu, num estranho
jogo de equilíbrio onde sempre predominou o caos … Eu até posso ter colocado as cartas certas nos locais corretos,
ou apenas a estrutura daquele frágil castelo estivesse errada ,nem sei... Mas!!! Contra
o vento e os encontrões, a verdade é que o construí. Construí-o sozinho, sem a
ajuda, sem companheirismo ou o apoio de quem quer que seja… cada vez que o vento
soprava , ele oscilava e algumas peças desmoronavam, e eu lá voltava a suster peça a peça , naquela
constante construção frágil de inexplicável imponência eu confiei que era o
melhor e maior castelo do mundo...talvez porque era o castelo que eu amava mais, supostamente não
cairia e dar-me-ia tudo o que os anteriores castelos me tinham feito perder. Mas!!! Meus amigos ,
bastou o vento que soprou em tons de brisa
para o derrubar…Vê-lo cair abriu-me os olhos e fechou-me o coração. Percebi que
querer um eterno castelo, é como esperar que a vida seja construída apenas de
sorrisos. Nunca mais me sentei naquela mesa, criando castelos…Passei apenas
a amontoar aqui as minhas cartas, como se fossem velhas amigas, pousando-as com
todo o carinho. Passo por elas todos os dias e todos os dias amo os meus
castelos… Os meus pensamentos que jamais esquecerei…Deixo-vos aqui, cartas sem um novo
sentido, servem apenas para que eu me lembre, que o vento pode brincar e derrubar as minhas cartas, mas já não brinca mais com o meu coração…
terça-feira, 17 de outubro de 2017
Hoje são apenas estes pequenos pedaços verdejantes que os meus dedos soltam em meras palavras, que revelam o pedaço de personalidade que representamos...De facto existem pedaços de dor, ausência, paixão e de carinho neste meu mundo!!! Este mundo onde estou tem pedaços de saudade , felicidade, carência , pedaços de sonhos que muitas vezes remeto para o meu silêncio. Todos juntos se encaixam , e nesta onda também se perdem...existe o quente e o frio, que se separam em pedaços de serenidade, verdade, realidade e ai a tristeza também tem um lugar. Existe a simplicidade e a complicação...existe o silêncio e o perdão, existe o desejo e o desapego !!!Sempre existiu em todos nós, seres mortais, a loucura como passividade e o perfume como duvida...Mas é nos sentimentos que os pedaços são maiores, já que todos juntos formam o amor e este só se torna pleno quando todos os pedaços de nós se unem e funde num só!!! Quando a alma não se alinha, as palavras ficam retidas e formam uma cascata, ficam aprisionadas ...Umas choram silêncio outras ficam aprisionadas vertendo sofrivelmente lágrimas sobre cada suspiro que nos compõe !!! E já agora sabem porquê? Porque metade de mim é silêncio e a outra metade um remoinho de sentimentos que me silencia o coração!!!
segunda-feira, 16 de outubro de 2017
Hoje é apenas mais um
dia de reflexão e sei bem que há dias sem decisões, também sei que há dias de
dizer que chega e gritar que basta ... Durante um largo período de tempo
percebi que tinha perdido a minha casa, pois na sua morada não existia as responsabilidades que são obviamente
divididas e não são imploradas... Estes últimos dias foram dias de imposição, os
sonhos abarcaram os meus vazios, deixando asas que não podiam voar. Os remédios da vida chegam com a forma de sons
e cores ou então de sabores e gestos , quando o meu remédio vem de uma forma
única de amar! Hoje quero ver a Vida, quero ver a poesia a transformar-se,
ganhar contornos na sabedoria, na
sabedoria emocional e nunca na de ego ou
material…Vivo com a verdade de que trago dor e mágoa a várias vidas mas
que nunca , nunca …Pela forma de atropelar gente, ou usar os sentimentos
alheios para percorrer as horas do um relógio! É que os relógios param os
corações explodem, é na lucidez do amor que
podemos encontrar todos os paradoxos, se somos semelhantes podemos ser opostos…Hoje
sou uma liberdade romântica, sem nunca o ter sido, danço uma valsa platónica na insignificância da
escassez que o amor pode ser no infinito da saudade!
sexta-feira, 13 de outubro de 2017
Hoje acaricio o tempo com os olhos vasculhando o céu e o
coração preso na terra… Eu nunca vos disse mas !! Quando o amor toca o coração
todas as flores moribundas em nós soltam-se na palidez dos labirintos
imprecisos da memoria .Vou deixando centenas de pegadas , para trás, no estilo das
palavras, que o areal e as vagas definem
na profanação dos sentimentos …Não procuro tesouros nem uma jóia para ser
pilhada, procuro uma boca orvalhada pelo desejo, um sorriso defraudado na
ternura de duas mãos dadas, enquanto vou relendo as fronteiras das margens que
calei, na fronteira dos silêncios …Eu já expulsei dias de mim por se terem
corrompido na distancia de uma noite escura envidraçada no olhar, mas!! Hoje apenas vou colando peça a peça do vitral do meu olhar ocupado pelo tracejados de
um sonho por viver…
quarta-feira, 11 de outubro de 2017
Hoje escrevo na
infinidade do tempo que separa os rios os mares, de pessoas onde as histórias, ajoelham-se perante
o infinito dos meus olhos
redimindo-se... Eu já senti a água salgada dos mares distantes inundarem o meu olhar fazendo -me cegar, eu já suplique
ao clima para não doar este calor constante no pedaço de cada palavra que
escrevo. Mas ao desenhar nas ninhas memórias dos projectos sonhados, vou perdendo
os átomos nos laços que me unem ás
moléculas da vida! Olho o horizonte e vislumbro um veleiro nas asas do sonho,
envergando pela fúria do mar revolto, onde a fantasia de navegar sem destino abriga
o coração! Hoje ajustarei as velas, espero que o vento sopre deste norte ciumento
que me arrasta e me quer beijar na proa das minhas lágrimas …Vou replicar os sorrisos
da maresia e não pedirei que façam parte deste pequeno tornado que se forma em
mim, apenas vos peço que combatam o destino deste mundo onde navego invisível …
segunda-feira, 9 de outubro de 2017
Hoje
acordei com vontade de dizer que sonhei , adorei
sonhar mas bom seria olhar , escutar, bom seria ler,
desvendar a alma de outro alguém, deixar-lha como um livro aberto onde
cada pagina estaria datada alfabeticamente do tempo certo...Bom , bem seria
tocar deslizar num corpo...Como uma gota desse mar azul que me
banha...Bom !!! seria num arrepio de frio ao queimar por
dentro, beijando uns lábios, suavemente degustando os seus sabores num
tímido provar vestido de vontade de acolher o seu corpo junto ao meu
...Hoje acordei assim vestido deste desejo ofegante de sentidos, sensações de
um mundo que em mim parou ...Hoje sinto uma insaciável e
incansável vontade de quer que traduzam em quantos milhões de
números me desejam , nada quero fraccionado, apenas quero escutar o
profundo calor que derreta o gelo do sentimento em mim, que me faça fazer
vitrais com as minhas cores …Tenho um lado quente em mim , apenas num breve tocar consigo povoar o pensamento, mas tenho um lado frio que me
protege da dor que já provocaram em mim…
quinta-feira, 5 de outubro de 2017
Todos nós nesta nossa pequena passagem passamos um portão para o lado de lá , mas!!! Outras vezes ficamos no portão do lado de cá a espreitar o lado de lá do portão. É uma dor pois sentimos saudades no lado de cá do portão, sentimos medo do lado de lá do portão, choramos no lado de cá do portão, sonhamos com o lado de lá do portão... Esperamos no lado de cá do portão!!! Andamos de cá para lá, do portão. Parados na imensidão dos caminhos...E hoje pergunto-me quantos passos são precisos para fazer uma caminhada? Quantos gritos se ouvem quando a alma vai calada? Quanta força me resta à espera à beira da estrada? Quantos ventos sopram por dentro de uma madrugada? Quantas lágrimas correm na face beijada? Quantos calos tem uma mão calejada? Quantos rios correm na direcção errada? Quantas palavras se rompem sem sorriso ou morada? Quanto de mim me resta, se navego apenas numa jangada elaborada por mim? Quantas interrogações mais me vão chegar entre a saída e a entrada deste portão de vida...
terça-feira, 3 de outubro de 2017
Hoje
há abutres que julgam as minhas palavras e transfiguram a sua voz num insípido despido, dote de valores da bestialidade das suas acções…Escrevem,
prostituindo as suas palavras profanas nas minhas, chegam a enojar-me esta
armadura, que visto para não
trespassarem a jovialidade das minhas
sinceras palavras ! Em
todos nós há a coragem e a covardia, e entre elas fica a exactidão que é a realidade de cada um perante as
situações! Cada um de nós reage consoante a sua consciência e realidade , é essa realidade que nos vai dando sentido e força a ficarmos de pé perante as
adversidades… Afinal a consciência de cada um não se julga, já que é nos
limites da razão que as filosofias desmoronam-se ruidosamente
no tempo e no espaço , sendo este a legitima propriedade da consciência aqui
ficam as minhas palavras , soltas , livres,
todas elas tem vazios, espaços entre si, se as quiserem alinhar, alinhem
segundo o significado que lhes dou, não construam poemas mudos em mim…
segunda-feira, 2 de outubro de 2017
Hoje
acordei com o sabor a sal de todos os mares que me banham, autografei os
cometas da aurora desta cândida paisagem de infância que o frio da noite tatuou
no planalto no
degelo de mais um sonho que perfurou o silêncio cicatrizado da minha alma, exposta
no alpendre das horas perdidas…Quantas vezes senti os meu dedos derramarem a
implacável dor acorrentada nos porões dos veleiros adormecidos, quantas
vezes no óbito dos sonhos, deixei de trespassar muros de prisões, no crematório de poemas sem regras na orgia de palavras ? Assim
fui obrigado, as palavras tem um obscuro movimento próprio na audácia da sua compreensão,
tem vida, movimentam-se por sim mesmas sem casualidade seguindo unicamente o seu
movimento próprio. Ainda não sei porque razão em mim, o silêncio ocupa o lugar
de palavras no vazio das frases, se não consinto que me devorem, que me invadam
, me usem , na decadência da subserviência do oportunismo…
quinta-feira, 28 de setembro de 2017
Hoje
se eu pudesse cavalgar os ventos construiria o meu silêncio de granito no fundo
da minha alma…Ver-to uma gota de água, cedendo passos na minha pulsação, tatuo
o meu olhar nos céus , nesta estrela, neste silêncio lunar que me banha,
dispo-me desta luz que cai oblíqua do céu sem a alcançar, com o fumo do meu
cigarro que
me coube na sorte das altas horas em que escrevo estas palavras…Assisto ao
raiar do dia tantas vezes sem uma única palavra dizer nesta arte inútil de
colorir a flor esvaziada
pelo tempo! Quero tanto adivinhar as suas cores , expô-la, esconde-la das
palavras experimentais de inconsciência nublada pelas brumas poéticas, mas!!!
Há valores imperativos,
étnicos que desvalorizam a normativa do
livre , é esta revolução interior que contem o orgasmo das palavras…Ficam assim
suspensas no âmago dos sentimentos , escondendo a orgia das palavras que em mim
levedam, insubordinadas na injustiça débil da “erecção” do amor por viver! Sabem
porquê? Porque palavras são palavras, mas
palavras não são coisas, e coisas não são palavras, desmascarar o sentido delas
é sim assassinar as coisas….
terça-feira, 26 de setembro de 2017
Hoje
acordei despido, nu de palavras, oco mas!!! Depois com o nascer do sol as
palavras foram ordenando, ainda que nem um olhar pelo meu se cruzasse. Outrora
, entre letras e músicas, que não sei
dançar, eu conseguia vestir-me …Quando palavras se misturaram com o olhar,
numa proximidade que nos permita falar, perdemos as horas a mergulhar nos
olhos de outro alguém, o coração acelera. Mesmo sem outro olhar o meu coração
acelera, uso as palavras e mesmo sem saber dançar os meus dedos dançam ... Dançam sim, atrás das teclas pretas desenhando
um arcos-íris de cor. Hoje descobri, que
para além de não saber dançar, passo dos
olhares fugazes, sem palavras, às palavras fortes, sem olhares, é ai que faço
dançar as palavras. É nas palavras, simples, complexas, que nos fazem dançar mesmo que não saibamos o par dessas danças de eternidade…O amor não
nasce para ser simples. Não chega para ser linear. Não nos é colocado na mão
para ser moldado consoante o que nos aprouver…Ele vem, muitas vezes de onde não
o vê-mos, às vezes de onde nem existia e complica todo um universo dentro de
nós. Não é fácil mas vale a pena. Justamente porque é completo e incondicional!
Hoje acordei assim pensado que a única maneira de amar, é, com os sentidos do
corpo que deseja. Com os sentidos do coração que acelera. Com os sentidos da
alma que se funde noutra para estar completa…Mesmo que seja em pensamento e que
o medo não as aproxime, a única maneira
de amar é aquela em que o amor, mais do que amor, se transforma em vida. Aquela
em que nos esquecemos de como seria o mundo, se a pessoa amada não estivesse
ali no nosso coração…Estás ai?
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