terça-feira, 24 de outubro de 2017

Hoje o tempo seca o amor nas palavras, deixando tudo  solto, leve, desunido para sempre como as areias nas águas turvas do Sado...O tempo seca na saudade, as  lembranças e as lágrimas, pintadas no retrato, seco e vazio que as conchas deixam na orla das praias...Em mim o tempo já secou o Desejo, deixando em seu lugar o musgo das densas conquistas áridas que travei no amor perfeito da minha Alma! Os meu olhos ainda me amparam a fé nas estrelas, os meu olhos ainda me guiam em alguns desafios onde peço perdão por não deixar as lágrimas caírem nesta escuridão...Anda assim vou caminhando sem dobrar os joelhos nas cavernas do coração! Hoje os meus olhos resvalaram na penumbra do limite do abismo nas palavras que já não teço, elas, arremessaram-se contra as paredes do meu coração, sem razão, apenas buscando os poros da insensatez das manhas frias ...Eu sei que doí reverter o medo de chorar para os pedaços de quem sobreviveu,  deixando o seu corpo à beira do paraíso fazendo de escravo nas conquistas inúteis e irreais de meros ideais...Mas!!!  Hoje vou usar este lápis de cor , rasurar de vez a dor deixada em mim,  pintar a harmonia  dos sonhos , esquecendo a  bagagem que deixei para trás do coração no limite da inocência do amor que já entoou em mim!  

domingo, 22 de outubro de 2017

Hoje sonhei com a imagem inventada de Deus... Esta oferta à beira céu deixou soluços e lágrimas do desejo trajado por letras de amor tão adornadas como o guardanapo por mim abandonado... Eu sei que o mundo definha nas miseráveis obscuridades pendentes, evocando aos deuses de joelhos e olhos rasgados pela putrefacção dos sonhos nas nuvens sombrias onde o tempo se escoa pelas fendas das ramagens dos ninhos...Mas!!! Não me canso desta minha pátria, recapitulo os fogos ancestrais do ventre das imaculadas dores, diluo-me no orvalho do princípio de todas as coisas,  ainda sonho com noites com pontos de luz nas brisas onde o coração sobrevoa o remorso perpétuo de olhos vagos pesadamente inclinados sobre a carne embriagada. Hoje aqui não há poetas excêntricos de imaginações compostas apenas pensamentos soberbos nas suas espirais místicas que elevam estandartes do meu silencioso  pântano...

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Hoje , meus amigos  eu sei que a vida é como um castelo de cartas que cai a qualquer passo em falso e reconstrói-se com  muita paciência e cuidado, com vontade e paixão… Eu já ousei construir o maior dos castelos que este mundo já viu, num estranho jogo de equilíbrio onde sempre predominou o caos … Eu até posso ter  colocado as cartas certas nos locais corretos, ou apenas a estrutura daquele frágil castelo estivesse errada ,nem sei... Mas!!! Contra o vento e os encontrões, a verdade é que o construí. Construí-o sozinho, sem a ajuda, sem companheirismo ou o apoio de quem quer que seja… cada vez que o vento soprava , ele oscilava e algumas peças desmoronavam,  e eu lá voltava a suster peça a peça , naquela constante construção frágil de inexplicável imponência eu confiei que era o melhor e maior castelo do mundo...talvez porque era o  castelo que eu amava mais, supostamente não cairia e dar-me-ia tudo o que os anteriores castelos  me tinham feito perder. Mas!!! Meus amigos , bastou  o vento que soprou em tons de brisa para o derrubar…Vê-lo cair abriu-me os olhos e fechou-me o coração. Percebi que querer um eterno castelo, é como esperar que a vida seja construída apenas de sorrisos. Nunca mais me sentei naquela  mesa, criando castelos…Passei apenas a amontoar aqui as minhas cartas, como se fossem velhas amigas, pousando-as com todo o carinho. Passo por elas todos os dias e todos os dias amo os meus castelos… Os meus pensamentos que jamais  esquecerei…Deixo-vos aqui, cartas sem um novo sentido, servem apenas para que eu me lembre,  que o vento pode brincar e derrubar as minhas  cartas, mas já não brinca mais com o meu coração…

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Hoje são apenas estes pequenos pedaços verdejantes que os meus dedos soltam em meras palavras, que revelam o pedaço de personalidade que representamos...De facto existem pedaços de dor, ausência, paixão e de carinho neste meu mundo!!! Este mundo onde estou tem pedaços de saudade , felicidade, carência , pedaços de sonhos que muitas vezes remeto para o meu silêncio. Todos juntos se encaixam , e nesta onda também se perdem...existe o quente e o frio, que se separam em pedaços de serenidade, verdade, realidade e ai a tristeza também tem um lugar. Existe a simplicidade e a complicação...existe o silêncio e o perdão, existe o desejo e o desapego !!!Sempre existiu em todos nós, seres mortais, a loucura como passividade e o perfume como duvida...Mas é nos sentimentos que os pedaços são maiores, já que todos juntos formam o amor e este só se torna pleno quando todos os pedaços de nós se unem e funde num só!!! Quando a alma não se alinha, as palavras ficam retidas e formam uma cascata, ficam aprisionadas ...Umas choram silêncio outras ficam aprisionadas vertendo sofrivelmente lágrimas sobre cada suspiro que nos compõe !!! E já agora sabem porquê? Porque metade de mim é silêncio e a outra metade um remoinho de sentimentos que me silencia o coração!!!

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Hoje é apenas mais um dia de reflexão e sei bem que há dias sem decisões, também sei que há dias de dizer que chega e gritar que basta ... Durante um largo período de tempo percebi que tinha perdido a  minha casa,  pois na sua morada não existia as responsabilidades que são obviamente divididas e não são imploradas... Estes últimos dias foram dias de imposição, os sonhos abarcaram os meus vazios, deixando asas que não podiam voar.  Os remédios da vida chegam com a forma de sons e cores ou então de sabores e gestos , quando o meu remédio vem de uma forma única de amar! Hoje quero ver a Vida, quero ver a poesia a transformar-se, ganhar contornos na sabedoria,  na sabedoria emocional e nunca na de ego ou  material…Vivo com a verdade de que trago dor e mágoa a várias vidas mas que nunca , nunca …Pela forma de atropelar gente, ou  usar os sentimentos alheios para percorrer as horas do um relógio! É que os relógios param os corações explodem,  é na lucidez do amor que podemos encontrar todos os paradoxos, se somos semelhantes podemos ser opostos…Hoje sou uma liberdade romântica, sem nunca o ter sido, danço  uma valsa platónica na insignificância da escassez que o amor pode ser no infinito da saudade! 

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Hoje acaricio o tempo com os olhos vasculhando o céu e o coração preso na terra… Eu nunca vos disse mas !! Quando o amor toca o coração todas as flores moribundas em nós soltam-se na palidez dos labirintos imprecisos da memoria .Vou deixando centenas de pegadas , para trás, no estilo das palavras,  que o areal e as vagas definem na profanação dos sentimentos …Não procuro tesouros nem uma jóia para ser pilhada, procuro uma boca orvalhada pelo desejo, um sorriso defraudado na ternura de duas mãos dadas, enquanto vou relendo as fronteiras das margens que calei, na fronteira dos silêncios …Eu já expulsei dias de mim por se terem corrompido na distancia de uma noite escura envidraçada no olhar, mas!! Hoje apenas vou colando peça a peça do vitral do meu olhar ocupado pelo tracejados de um sonho por viver…

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Hoje escrevo na infinidade do tempo que separa os rios os mares, de  pessoas onde as histórias, ajoelham-se perante o infinito dos meus olhos  redimindo-se... Eu já senti a água salgada dos mares distantes  inundarem o meu  olhar fazendo -me cegar, eu já suplique ao clima para não doar este calor constante no pedaço de cada palavra que escrevo.  Mas ao desenhar nas ninhas  memórias dos projectos sonhados, vou perdendo os átomos nos laços que me unem ás moléculas da vida! Olho o horizonte e vislumbro um veleiro nas asas do sonho, envergando pela fúria do mar revolto, onde a fantasia de navegar sem destino abriga o coração! Hoje ajustarei as velas, espero que o vento sopre deste norte ciumento que me arrasta e me quer beijar na proa das minhas lágrimas …Vou replicar os sorrisos da maresia e não pedirei que façam parte deste pequeno tornado que se forma em mim, apenas vos peço que combatam o destino deste mundo onde navego invisível …

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

 Hoje acordei  com vontade de dizer que  sonhei , adorei sonhar mas bom  seria olhar , escutar, bom seria ler, desvendar a  alma de outro alguém, deixar-lha como um livro aberto onde cada pagina estaria datada alfabeticamente do tempo certo...Bom , bem seria tocar deslizar num  corpo...Como uma gota desse mar  azul que me banha...Bom !!! seria num  arrepio de frio ao queimar por dentro, beijando uns lábios, suavemente degustando os seus sabores num tímido provar vestido de vontade de acolher o seu corpo junto ao meu ...Hoje acordei assim vestido deste desejo ofegante de sentidos, sensações de um mundo que em mim parou ...Hoje sinto uma insaciável e incansável vontade de quer que traduzam em quantos milhões de números me desejam , nada quero fraccionado, apenas quero escutar o profundo calor que derreta o gelo do sentimento em mim, que me faça fazer vitrais com as minhas cores …Tenho um lado quente em mim ,  apenas num breve tocar consigo povoar  o pensamento, mas  tenho um lado frio que me protege da dor que já provocaram em mim…

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Todos nós nesta nossa pequena passagem passamos um portão para o lado de lá , mas!!! Outras vezes ficamos no portão do lado de cá a espreitar o lado de lá do portão. É uma dor pois sentimos saudades no lado de cá do portão, sentimos medo do lado de lá do portão, choramos no lado de cá do portão, sonhamos com o lado de lá do portão... Esperamos no lado de cá do portão!!! Andamos de cá para lá, do portão. Parados na imensidão dos caminhos...E hoje pergunto-me quantos passos são precisos para fazer uma caminhada? Quantos gritos se ouvem quando a alma vai calada? Quanta força me resta à espera à beira da estrada? Quantos ventos sopram por dentro de uma madrugada? Quantas lágrimas correm na face beijada? Quantos calos tem uma mão calejada? Quantos rios correm na direcção errada? Quantas palavras se rompem sem sorriso ou morada? Quanto de mim me resta, se navego apenas numa jangada elaborada por mim? Quantas interrogações mais me vão chegar entre a saída e a entrada deste portão de vida...

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Hoje há abutres que julgam as minhas palavras e transfiguram a sua voz num insípido despido, dote de valores da bestialidade das suas acçõesEscrevem, prostituindo as suas palavras profanas nas minhas, chegam a enojar-me esta armadura,  que visto para não trespassarem a jovialidade  das minhas sinceras palavras ! Em todos nós há a coragem e a covardia, e entre elas fica a exactidão  que é a realidade de cada um perante as situações! Cada um de nós reage consoante a sua consciência e realidade , é essa realidade que nos vai dando sentido e força a ficarmos de pé perante as adversidades… Afinal a consciência de cada um não se julga, já que é nos limites da razão que as filosofias desmoronam-se ruidosamente no tempo e no espaço , sendo este a legitima propriedade da consciência aqui ficam as minhas palavras , soltas , livres,  todas elas tem vazios, espaços entre si, se as quiserem alinhar, alinhem segundo o significado que lhes dou, não construam poemas mudos em mim…

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

 Hoje acordei com o sabor a sal de todos os mares que me banham, autografei os cometas da aurora desta cândida paisagem de infância que o frio da noite tatuou no planalto no degelo de mais um sonho que perfurou o silêncio cicatrizado da minha alma, exposta no alpendre das horas perdidas…Quantas vezes senti os meu dedos derramarem a implacável dor acorrentada nos porões dos veleiros adormecidos,   quantas vezes no óbito dos sonhos, deixei de   trespassar muros de prisões, no crematório  de poemas sem regras na orgia de palavras ? Assim fui obrigado, as palavras tem um obscuro movimento próprio na audácia da sua compreensão, tem vida, movimentam-se por sim mesmas sem casualidade seguindo unicamente o seu movimento próprio. Ainda não sei porque razão em mim, o silêncio ocupa o lugar de palavras no vazio das frases, se não consinto que me devorem, que me invadam , me usem , na decadência da subserviência do oportunismo…

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Hoje se eu pudesse cavalgar os ventos construiria o meu silêncio de granito no fundo da minha alma…Ver-to uma gota de água, cedendo passos  na minha pulsação, tatuo o meu olhar nos céus , nesta estrela, neste silêncio lunar que me banha, dispo-me desta luz que cai oblíqua do céu sem a alcançar, com o fumo do meu cigarro que me coube na sorte das altas horas em que escrevo estas palavras…Assisto ao raiar do dia tantas vezes sem uma única palavra dizer nesta arte inútil de colorir a flor esvaziada pelo tempo! Quero tanto adivinhar as suas cores , expô-la, esconde-la das palavras experimentais de inconsciência nublada pelas brumas poéticas, mas!!! Há valores imperativos, étnicos que desvalorizam a normativa  do livre , é esta revolução interior que contem o orgasmo das palavras…Ficam assim suspensas no âmago dos sentimentos , escondendo a orgia das palavras que em mim levedam, insubordinadas na injustiça débil da “erecção” do amor por viver! Sabem porquê?  Porque palavras são palavras, mas palavras não são coisas, e coisas não são palavras, desmascarar o sentido delas é sim assassinar as coisas….

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...