Hoje os Pés andam , nus sobre o asfalto, assolado pelos vendavais, que refletem os cabelos ao vento no silencio agonizante dos mortais. Estende-se ao longe uma luz de sonho, como um manto envolto pela desarmonia …Sacudida a espera lenta pelo sopro da certeza, firma-se os pés na clareza do caminho que se abre retilíneo traçado pelo esquadro do destino em passos descompassados de declínio! Talvez o mundo esteja a fazer o pino e por sua vez corra com a maré-cheia. Isto tudo revela a dança da lua, louca e breve, onde se junta o sol encoberto no meu olhar, abandonado à sua sorte …Quero caminhar de vagar, muito devagar, sem pressa , sem meta, somente andando no ritmo que a escuridão impera! Tenho vontade de andar de vagar, sem embaraçar, sem pensar na vida, sem pensar na dor, apenas sonhar e voar…Em Janeiro já há saldos, quanto custará a felicidade? Um montão de sacrifícios certamente, e amargura…Quanto custará a felicidade, uma vida? Um Caminho? Um olhar? Apetece caminhar devagar, somente com a minha alma lado a lado, só esta hoje me escuta enquanto o meu coração bate por fechar os olhos a esta luta…
sexta-feira, 18 de dezembro de 2020
sábado, 12 de dezembro de 2020
Sei que já houve um tempo, em que as minhas asas foram vento, em que os meus silêncios foram canto de embalar e que vos elevaram a alma e vos fizeram sonhar. Nesse momento, a minha essência libertou-se, abandonou o corpo à sua sorte e ergueu-se no infinito céu onde busco uma estrela nesta noite profunda sem fim. Lembrem-se dos mundos distantes que percorremos nessas viagens deambulantes onde misturamos as cores do arco-íris para pintar as histórias acabadas de sonhar, em tintas frescas que repousavam sobre as telas deste mundo de encantar que tanto sonhamos... Esses eram tempos em que a vida tinha as suas ambiguidades, em que entre muitos de nós não haviam saudades porque sempre nos fundíamos num só corpo, numa só brisa, nesse instante dilacerante que o mundo nos fez passar de noite a dia. É deste alimento que vivo, neste vácuo constante onde me fecho, onde oro, e choro o sal das minhas lágrimas em poemas dessincronizados, desprovidos de fragrâncias. Um dia hei-de voar de novo, por entre os destroços do meu corpo, feito sopro de vida que se ergue do abismo sobre uma praia sem espírito. Estou farto de ser ilusão, esperança e mensagem , deixei de sentir o meu coração, quero alimentar alma com a vontade de seguir a diante, de ser gente e viver o que vida me deixou para os últimos dias ...Não podia por aqui passar sem rasto deixar... olhem parta trás e vejam o que eu deixei !!!
quinta-feira, 3 de dezembro de 2020
sexta-feira, 27 de novembro de 2020
Hoje é nas entrelinhas de um prazer secreto que me reencontro , esta herança que fica da espuma dos dias desdobra-se em rascunhos e letras... Reencontro-me nessas palavras coladas num post remetido a um universo distante sem leitores. Reencontro-te nos sorrisos que não toleramos e nenhuma máquina fotográfica regista na sua essência. Reencontro-me nessas lembranças quentes, quase cópias exatas do ontem que ficaram perdidas entre mitos de hoje. Reencontro-me nessas pequenas partilhas que cabem numa caixa de papel. Reencontro-me na memória auditiva de uma gargalhada profunda e continuada, nesses reversos do passado de uma noite quase silenciosa, inquieta pelas letras que se derramam de fora para dentro. Sinto-me esvaziado, mais pobre até. Todavia, ultrapasso o impacto dessa primeira perceção, por isso nunca mais paro de escrever, percebo que nesta vida tudo não passa de um texto inacabado num livro branco, como aquele que existia antigamente nas escolas, que passava de mão em mão e cada um rasurava um suspiro ... este foi o meu!
terça-feira, 24 de novembro de 2020
Hoje o silêncio entre duas pessoas deixa de incomodar quando ambas se conhecem e se amam plenamente! E esse pseudo silêncio que invade o território escondido de cada um, já que o vazio das palavras assemelha-se a um oceano profundo de segredos. Que posso pedir? bem!! leiam apenas a minha mente não queiram a minha voz para saberemcomo me sinto, o que quero, o quanto desejo. Apenas leiam. Decifrem o silêncio que desamparo nesta sala negra, sozinho, só o silêncio...os meus olhos desnudam numa esquina o olhar das confidências silenciadas que as ruas da amargura despertam. Essas ruas onde o silêncio naufragou com a beleza da entrega de um simples olhar... Fechem os olhos e auscultem o sussurro da respiração, o pular frenético do coração que acompanha-nos em cada passo. O silêncio, apenas o silêncio. Não o acorde de uma melodia perdida nas malhas do tempo. Não o suspiro desprendido de um corpo feminino abandonado. Nem o bater vitorioso das asas de um pássaro que combate o medo do primeiro voo. O silêncio. Apenas esse e não o sapateado das vidas que nos rodeiam. Nada. Só o vazio. Só o eco dos nossos corações que bombeiam o desejo e segue esse silêncio, que entre, o que, foi arquitetando uma barreira inultrapassável sustentando uma ponte, entre dois mundos á deriva do olhar..... o silêncio é um misto de sentimentos que transparece as mais sentidas declarações , os mais puros e inocentes olhares, e é no silêncio que se escuta a voz do outro , o murmúrio do coração alheio...é no silêncio que nos escutamos a nós mesmos no eco da voz da consciência…
quinta-feira, 19 de novembro de 2020
Hoje o silêncio acaba por entrelaçar nas mãos a sensação de vazio. Como se fosse uma bagagem espalhada no chão com a armadura a arder deixando as mãos vazias despidas de mim mesmo …Somos feitos de desconstruções, de dias cinzentos…Escrevo sobre a busca de identidade, uma constante procura de palavras mais especificas, de pessoas que nos fazem falta, pessoas que não nos façam sofrer. Há vocabulários para quem não ama , há bibliografias de quem morre por amor, há suspiros paradoxos, há tardes tão vazias que deixam no corpo a certeza de uma solidão planeada. Na calada da noite fica a certeza de não existirem muitos amanhãs, há sempre o tempo que é tempo e uma vida que não é vida…Hoje até não está frio, não sinto calor, mas!!! transpiro as cores das estações, verto-me numa prosa fraca, na poesia de quem não é poeta e música de quem não dança….Não deixo os meus restos para ninguém, converto o abstrato de todos nós enquanto, arrumo os adjetivos fáceis …E omito!!! Faço nascer no estômago a revolta e no coração a flor que não brota! Desenho jardins sem corpos, corpos sem amor, uniões sem prazer, quando o único prazer é não existir união...Deixei cair a bagagem no chão das pessoas que vivem para mim, afogo-me na fonte desse olhar, onde só existe o cheiro do sonho e nada mais…. Esta desconstrução pinta-me o olhar da recordação do amor em abundância, na ingenuidade de quem nada viu em mim , de quem passou por cima, na ansia daquilo que eu não sou!
terça-feira, 17 de novembro de 2020
Hoje ganhei coragem a meio da noite, com o som da abertura das portas onde passa a alma !!! Senti o universo, o tempo onde fluem os sentidos como quem invoca os céus ...Desistam eu não sou profeta, nem teria tal pretensão, apenas a energia que emana de mim flui nos sonhos... Recrio-me numa imagem pálida de luz que habita em muitas dimensões .As minhas letras são vozes que se propagam no vazio inconsciente dos meus dias e a minha voz é uma melodia que se inventa em cada nota tocada...Escutem!!! Mas, não ousem em extrair a essência ao que amam, sob pena de obterem algo insípido, desprovido de sentidos que pode ser tudo, ou será já nada... Parem ! Deixem-me ficar, guardado para sempre nessa caixa secreta, onde guardei os meus escritos mais sagrados, deixem-me ser o perfume que emana da pele quando já nada mais reste de nós a não ser o brilho da aura invisível. Só assim não deixarei de estar presente quando me queiram. O corpo é vago, vive por toda a eternidade está naquilo que guardamos e não naquilo que tocamos. Hoje foi assim a minha noite, esperei sentado a esse portão horas, cruzei o meu mundo, parei numa jura no local onde não apareceu a minha busca ... lutei com todos os fantasmas, sem poder fazer mais nada...Tenho no peito o tamanho de uma prisão, e foi apenas estas palavras que deixei cair porque sonhava com um anjo com um Anjo, esperei , esperei, olhei o céu e só ai CRUZAMOS OLHARES! Baixei o olhar e fechei a minha porta ...
segunda-feira, 16 de novembro de 2020
Hoje de noite vou sentar-me no rebordo da tua cama, e nas mãos irei levar palavras para te sussurrar enquanto ficar ali quieto, a ver-te pairar sobre os sonhos, ficarei enquanto o teu corpo levemente se resguardar do fresco da madrugada no meu manto . Leio-te em silêncio e transcrevo os teus suspiros, em sabias brisas ancestrais que em ti projecto sobre o teu manto. Sinto que neste meu acto de contemplação, não só velarei o teu espírito, como embalarei os teus sonhos. Hoje Sentir-me-ei guardião, protector… Quero sentir que com os meus verbos degolo as ameaças de pesadelos e afaste as criaturas das trevas que sempre tentam os sonhos de quem ousa sonhar!!! Não, eu não sou o exemplo de homem ao qual possam de chamar anjo, muito menos terei laivos de alguma santidade o que me move é esta profunda e sentida fé no Espírito, na Alma e na bondade com que nascemos aos pés de nossas mães. Acredito piamente que a luz que nos habita à nascença pode ser mantida e alimentada ao longo da vida, mesmo que esta perca o foco em alguns períodos… Sem querer fazer profecia ou até mesmo ser pregador ou ilusionista das palavras, defendo que há entre nós laços que falam no silêncio da noite. Creio que eu te protejo mesmo sem estar perto , e tu a mim …. Sei que não sou a sabedoria do poço mais fundo do teu templo mas tenho a certeza que o tempo em que estamos com aqueles que nos querem bem é sempre um tempo ganho nesta vida…
sábado, 14 de novembro de 2020
Hoje preciso de luz, no meu rosto resvala na ata da minha pele , onde há respostas e marcas nas unhas que seguram o cálice do grito das injurias adensando a Brisa fria que baloiça suspensa no jardim da minha verdade?, há uma magia que perfuma o horizonte que eu ia despindo em tom de pétalas de uma flor a desabrochar no embaraço das verdades , A minha ternura vive na paisagem de um olhar inquieto onde repousam os sentidos fatigados ...Gosto de deixar o dia crescer até ao seu fim para que possa acariciar as estrelas na noite em que a solidão se torna na sombra de um murmúrio ausente no luar sem sorriso da presença sonhada! O sopro deste mar que banha esta vida agita as minhas cortinas que baloiçam no bailado do dia que nasceu na verdade, mas aqui não está ninguém ...apenas suspiro só!!! Foi apenas um sonho...De qualquer forma quando abraço a almofada sinto a sensualidade de um anjo nos lençóis, este fragmento da alma será apenas um puzzle que não terminei , se houvesse degraus para o céu, eu teria subido ao sol para ele se refletir em mim…Hoje vos digo, que é muito triste combater o destino, como é tão insensato amarrar o coração á crueldade de atirar fora a ternura, a minha folha de papel rejeita as letras , fico perplexo com o amar com amor, o que será isto para os demais? Amar é uma reza acender o sol no meio duma noite , é deixar o rumo seguir sem preocupações e não pensarem que sabem o que os outros sentem , tocam ou vêm porque se não somos fortes de dizer o que sentimos não devemos enfraquecer os outros obrigando-os a dizê-lo…Ontem vivia a magia que me foi oferecida, Hoje choro a cor que pinto deste mundo onde me colocaste Deus! Sei que as estrelas são o holofote de muita gente , hoje elas são apenas a minha estrada…
quinta-feira, 12 de novembro de 2020
Hoje assistimos a uma desordem total, ela invadiu o nosso século, as nossas vidas… Esta forma moderna da desordem é a inversão dos valores do convívio humano... Perde-se a família, os filhos, tornam-se surdos para o timbre da voz paterna. Os pais esses acabam estupefatos temendo os filhos. Temem principalmente perdê-los. Criam-se Muralhas , os “Entendidos “ dizem ser necessárias para o homem, para a família, para as Cidades, porque toda morada de hoje está ameaçada. Fico confuso…Na escola estudávamos os heróis que derrubaram as muralhas para assegurar a liberdade, como antecipando-nos a estes obscuros tempos dos quais vivemos, escutámos a voz do insensato que pretende destruir o palácio com o argumento da eficácia, se assim tivesse sido, hoje não teríamos de escutar a eloquência de tantos políticos, economistas, jornalistas! Chego à conclusão que é possível que por muito tempo vivamos da lembrança dessa sombra da nostalgia, depois, a própria sombra se apagará e deixaremos de compreender, o ser pleno não se esgota nesta perspetiva que se reduz à ordem natural de como vivíamos …Essa falsa liberdade, defende o homem para que possa alcançar a plenitude em seu sonho, isso é bom, porque é a base de sua vida , mas insuficiente…Não chega beber a água da lua, nem juntar os espelhos da memoria na valsa deslumbrante da historia, é preciso ortografar o olhar…Já não há como compassar o tempo , existe corações que sangram, mas não amam o real, agarram-se apenas a um ideal e vivem do irreal!
segunda-feira, 9 de novembro de 2020
terça-feira, 3 de novembro de 2020
Hoje o dia nasceu e apenas um espelho envelheceu a minha alma, devorei a raiva desse olhar fosco, silenciando-me para melhor conseguir escutar os dias nas areias das minhas palavras…. Fecho mais uma vez os olhos para desnudar no meu caminho as palavras que a respiração ofegante eclode de mim, na loucura de alguns instantes que crio para escrever descalço de ausências!! Tateio a minha sombra caída, nesse castelo de raivas que a distancia infinita ladrilhou no deserto do meu reflexo, estendo a mão ás minhas ruínas, ergo o olhar aos céus no desprezo da minha imagem de outrora, onde jazem, os prodígios da memoria que pintaram a alma de mil cores, mentiras e singelas verdades. Hoje assisto ao meu reflexo no espelho da vida, desmoronado pelo nevoeiro inebriado das palavras, desta luta eterna sem espada, onde o odor dos sonhos, saltam por cima da vida …Troco de máscara mais uma vez, a pedido de Deus ou até do Diabo, já nem quero saber, de onde vem todas as culpas do Mundo caminhamos perdidos no meio deste oceano sem Velas nem Bussolas ! Tudo isto começou por todos nós a ser vivido de uma forma confusa e descoordenada, numa manha fatídica onde nem o silêncio consegue o êxodo desse dia triste … Uns Rezam, outros Tombam, outros ficam Mudos de Alma silenciada...
Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...

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Hoje reflito com o pensamento de como juntar, aproximar quem se afasta, sinceramente não sei. Apenas sei que é o amor aproxima, que as div...
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Hoje fechei a porta que em círculos e cercos, fechou as margens e estancou num pântano o silêncio, consumado na pálpebra cerrada que tranco...
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Hoje até podiam sentar-se na minha cama e contar-me mentiras... Que o amor tem a forma da minha mão ou que os meus beijos são perguntas qu...