quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Hoje sei que ser estrela não é só brilhar, ser um comenta não é só viajar por isso escrevo, sou parte do que sinto, sou sombra sem medo, sou chuva molhada, sou como me imaginam , sou como me descrevo, sou paixão e emoção, uma rima inacabada, sou metade de mim , sou cansaço, sou a fome do querer, sou o deserto sem água, sou o dia sem partida, uma manhã ensolarada, sou um crime cometido, um desejo consentido, uma noite enluarada, sou o sonho, sou tudo e sou nada, sou a verdade expressiva, uma frase censurada, sou o poema de amor, sou o mistério, sou o limite, sou uma alma desnudada!!!Sou alguém que se pode derramar em palavras até que a chuva lave das ruas um rasto, até que a vida apague uma tatuagem do peito, até que a luz se canse de brilhar e deixe a noite vigorar …Hoje sei que em meus sonhos, tenho o dia e a noite sempre de mãos dadas !! É como se até nos sonhos precisassem de estar juntos…Adormeço mais uma vez e ai levo  comigo de mão dada , os pedaços de sonhos inacabados, sorrisos  e ensinamentos partilhados,    para que nenhum caminho que faça, mesmo o que acontece por dentro do meu inconsciente, se faça sem ti meu querido Pai….Saudades tuas...

domingo, 10 de janeiro de 2021

Hoje , sinto-me próximo do longe, que embaciou os céus , enquanto tento procurar o caminho de regresso a casa...Sinto que nesta noite desci dos céus carregando nas asas a humidade da noite fria que se instalou, deixando em mim a vontade de ser uma ave, pairando no desejo de ser vento… Não sei porque para aqui vim, mas fui arrastado pela corrente, deste corpo ausente, seguindo o curso deste trajeto infinito como um viajante que volta pouco a pouco, num regresso que é silencioso. Já alguns dias que não ousava escrever, mas hoje sinto essa necessidade, sinto que ando acompanhado, mas sinto-me muito só…poderia até contextualizar, falar desta solidão acompanhada, porque opto por ela! Sinto-me acompanhado por mim mesmo, como se tivesse uma amizade colorida comigo mesmo…É que só assim viajo por outros sítios, e desfaço alguns equívocos…Interrogo-me tantas vezes se o que escrevo é amor, talvez seja a única forma de amar que sei, não sei!  Acabo por tomar opções que me ferem a mim mesmo, mas que me farão crescer como humano, entretanto escrevo este amor que se projeta de mim e me invade as dúvidas, umas vezes fazendo sentido e outras não! Escrevo o amor que é,  e o que não é amor, talvez seja uma tentativa, um embrião que não deixa de merecer ser escrito… Escrevo o amor que me faz persistir, me dá alento, escrevo, o amor enquanto tiver tempo e qualquer que seja o amor, porque o tempo urge em mim,  se pudesse segurar-me-ia nas pontas de um mero segundo de vida...


segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Hoje desafio as sombras no silêncio de mais uma noite onde, há versos nos meus dedos que se diluem no tempo... há o ontem, o hoje e expressões sem rosto de um amanhã… Hoje em mim abre-se uma imprecisa fenda e no sóbrio fulgor do amanhã é o mar que me abraça, e as suas raízes que prendem-me à terra… Elas não falam, mas empurram-me nas sombras. Sustenho os meus gritos, e como uma árvore , crescem-me os braços, onde há dor nesse silêncio de tantas luas, onde o sangue pesa-me no corpo, e , fervilha como a cal ardente, rebentando as folhas que cobrem os meus galhos… Hoje a boca acordou seca com palavras meias loucas que suportam o fogo ardente da mão inundada e listrada de tanto desenhar os sonhos…Mas acordo e a manhã apaga os passos do silêncio únicos da presença de um rosto, uma sombra triste e frágil esboçada na ânsia do sono… Continuo com sede e quebro as palavras que cantam no eco de um tempo sem nomes. Não posso aceitar apenas uma imagem desfocada de um corpo indefeso nem a música que grita no teu peito enquanto neva no inferno da minha alma caminho sobre cal caída das paredes sujas de palavras…É um fascínio sonhar!!

 

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Hoje e agora os meus olhos tremulam na escuridão, desmaiando na noite que cerrou, e embaciou os céus , enquanto a maresia envolveu-se nas águas paradas onde a concha que me encerra , me abandona em troca de grãos de areia que sem alma se vão arrastando pelas margens … Estas águas espelhadas, não refletem em mim as vozes, os risos, os minutos, que o mundo desenha…Meus ouvidos pousam na noite dormente , como uma ave refém, na escuta dos batidos distantes  dos passos que caminham no escuro sem alma, são estes os viajantes que voltam pouco a pouco, num regresso que é um poço onde jazem muitas historias. Uma arvore que tem muitos frutos, um mar de muitas ondas, um silêncio com muitos gritos, um céu de muitas nuvens, um coração de muitas explosões …Um regresso é sempre um poço de solidões! Há que diga que é um dom, ou um talento, mas eu apenas desejo me expressar e quando não escrevo , sinto-me completamente vazio…SE me falta a inspiração , emocionalmente me fragmento , fico sem chão, se falo de amor e paixão é porque isso me preenche o coração! Sinto-me carente quando não escrevo, e o que escrevo é puramente humano, somos emocionais e cada palavra é um puco de paixão que vivo…É nas palavras que vou bordando a magia que o tempo me roubou, é nesse momento que a ampulheta do tempo me faz desfazer os contratempos…Se ao menos eu conseguisse dizer numa só palavras o como pode ser grandioso sussurrar nas asas do vento,  eu então refletir-me-ia na luminescência  do luar não pelas palavras sucintas que muda o tempo  mas antes pelas  que mudem o mundo! Quando escrevo sinto que estou em queda livre, é ai que  me vou segurando a tudo o que acho seguro, rejeitando a estrada que não me leva a lado nenhum ... Vou rejeitando esse caminho , escutando os trovões , gritando com eles como se esse fosse o meu ultimo suspiro, vou colocar a minha armadura e enfrentar esse novo ano que me deixa suspenso! Estas são as palavras amedrontadas que hoje chega até mim, são tão precisas que morrem como estrelas na nudez das minhas mãos...Que o foco do seu final ilumine esta avidez...


segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Hoje é o caminho ruidoso que descarrila sobre os nossos sentidos e que os leva a lado nenhum...Este é um artifício criado por uma necessidade de disfarçar o vazio permanente. Assim, no decorrer de dias cinzentos e frios, escondemo-nos as horas planeadas, numa ansiedade medonha. Fingimos sorrisos e abraçamos o nada, aquele que nos une a uma vida que esquecemos um dia numa qualquer esquina labiríntica do passado. Perdemos a autenticidade e vivemos por entre o ruído e a pressa, esquecendo que a paz pode haver no silêncio...Só essa paz, tranquilidade interior, nos pode alimentar o espírito, devolver aquele sorriso náufrago de verdade e fazer de nós pessoas melhores a cada novo amanhecer. Nesta acrobacia veloz, em que se procura um equilíbrio saudável entre o ser e o estar, somos forçados a estabelecer prioridades, a destronar o superficial e o momentâneo. Coloca-se-nos o  de sermos maiores do que a própria existência e levitarmos acima de tudo o que é circunstancial. O desafio de não nos deixarmos corromper pelo tempo e pelo desgaste da escuridão que por vezes se instala. O desafio de conseguir sentir a felicidade nas secas migalhas dos dias. Nesse momento seremos muralhas superiores ao próprio tempo e espaço. São breves os momentos que nos anexam à vida que tantas vezes rasuramos sem pensar que o amanhã pode nem sequer existir mais...

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

 Hoje penso que é quase  impossível definir o amor de uma forma mais precisa, é obvio  que concordarmos de que se trata de um desejo,  ardente de vermos a pessoa que gostamos feliz, independente de circunstâncias que nos são impostas serem ou não as mais favoráveis ! Daí tratar-se do mais sublime sentimento , já que não visamos recompensa alguma. Gostamos e pronto! É ai que a poesia se difunde como uma voz da alma no seu tom mais audível. Gostava que percebessem que um começo afetivo até pode durar uma eternidade, mas para isso acontecer esse amor, essa paixão, essa verdade tem de ser grandiosa para costurar as cicatrizes de uma vivência anterior que se tenha transformado numa mera etapa de um percurso…Acredito que quanto mais honestos sejamos, mais fineza usaremos no trato mutuo e é isso, que une a mais admirável voz do caracter para com o próximo. Há quem diga que sou estranho,  acredito que são os deuses que aproximam os seres uns dos outros, assim como são os rastos de luz que me fazem escrever as brisas que me vão sussurrando nas mãos e me fazem derramar os sentimentos das intenções mais iluminadas ! Amar é um privilégio e um constante  aprendizado indivisível que entra em forma de luz nos corações , gerando a paz e a harmonia…Uma vivência de Luta em todos os sentidos, que esculpe as ações mais justas e peneira a rudez e o egoísmo um feliz Natal 

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

 Hoje os Pés andam ,  nus sobre o asfalto, assolado pelos vendavais, que refletem os cabelos ao vento no silencio agonizante dos mortais. Estende-se ao longe uma luz de sonho, como um manto envolto pela desarmonia …Sacudida a espera lenta pelo sopro da certeza, firma-se os pés na clareza do caminho que se abre retilíneo traçado pelo esquadro do destino em passos descompassados de declínio! Talvez o mundo esteja a fazer o pino e por sua vez corra com a maré-cheia. Isto tudo revela a dança da lua, louca e breve, onde se junta o sol encoberto no meu olhar, abandonado à sua sorte …Quero caminhar de vagar, muito devagar, sem pressa , sem meta, somente andando no ritmo que a escuridão impera! Tenho vontade de andar de vagar, sem  embaraçar, sem pensar na vida, sem pensar na dor, apenas sonhar e voar…Em Janeiro já há saldos, quanto custará a felicidade? Um montão de sacrifícios certamente, e amargura…Quanto custará a felicidade, uma vida? Um Caminho? Um olhar? Apetece caminhar devagar, somente com a minha alma lado a  lado, só esta hoje me escuta enquanto o meu coração bate por fechar os olhos a esta luta…

 

sábado, 12 de dezembro de 2020

 Sei que já houve um tempo, em que as minhas asas foram vento, em que os meus silêncios foram canto de embalar e que vos elevaram a alma e vos fizeram sonhar. Nesse momento, a minha essência libertou-se, abandonou o corpo à sua sorte e ergueu-se no infinito céu onde busco uma estrela nesta noite profunda sem fim. Lembrem-se dos mundos distantes que percorremos nessas viagens deambulantes onde misturamos as cores do arco-íris para pintar as histórias acabadas de sonhar, em tintas frescas que repousavam sobre as telas deste mundo de encantar que tanto sonhamos... Esses eram tempos em que a vida tinha as suas ambiguidades, em que entre muitos de nós não haviam saudades porque sempre nos fundíamos num só corpo, numa só brisa, nesse instante dilacerante que o mundo nos fez passar de noite a dia. É deste alimento que vivo, neste vácuo constante onde me fecho, onde oro, e choro o sal das minhas lágrimas em poemas dessincronizados, desprovidos de fragrâncias. Um dia hei-de voar de novo, por entre os destroços do meu corpo, feito sopro de vida que se ergue do abismo sobre uma praia sem espírito. Estou farto de ser ilusão, esperança e mensagem , deixei de sentir o meu coração, quero alimentar alma com a vontade de seguir a diante, de ser gente e viver o que vida me deixou para os últimos dias ...Não podia por aqui passar sem rasto deixar... olhem parta trás e vejam o que eu deixei !!!

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

 Hoje é nas entrelinhas de um prazer secreto que me reencontro , esta herança que fica da espuma dos dias desdobra-se em rascunhos e letras... Reencontro-me nessas palavras coladas num post remetido a um universo distante sem leitores. Reencontro-te nos sorrisos que não toleramos e nenhuma máquina fotográfica regista na sua essência. Reencontro-me nessas lembranças quentes, quase cópias exatas do ontem que ficaram perdidas  entre mitos de hoje. Reencontro-me nessas pequenas partilhas que cabem numa caixa de papel. Reencontro-me na memória auditiva de uma gargalhada profunda e continuada, nesses reversos do passado de uma noite quase silenciosa, inquieta pelas letras que se derramam de fora para dentro. Sinto-me esvaziado, mais pobre até. Todavia, ultrapasso o impacto dessa primeira perceção, por isso nunca mais paro de escrever, percebo que nesta vida tudo não passa de um texto inacabado num livro branco, como aquele que existia antigamente nas escolas, que passava de mão em mão e cada um rasurava um suspiro ... este foi o meu!

terça-feira, 24 de novembro de 2020

 Hoje o silêncio entre duas pessoas deixa de incomodar quando ambas se conhecem e se amam plenamente! E esse pseudo silêncio que  invade o território escondido de cada um, já que o vazio das palavras assemelha-se a um oceano profundo de segredos. Que  posso pedir? bem!! leiam apenas a minha mente não queiram a minha  voz para saberemcomo me sinto, o que quero, o quanto  desejo. Apenas leiam. Decifrem o silêncio que  desamparo nesta sala negra, sozinho, só o silêncio...os meus olhos desnudam numa esquina o olhar das  confidências silenciadas que as ruas da amargura despertam. Essas ruas onde o silêncio naufragou com a beleza da entrega de um simples olhar...  Fechem os olhos e auscultem o sussurro da respiração, o pular frenético do coração que  acompanha-nos em cada passo. O silêncio, apenas o silêncio. Não o acorde de uma melodia perdida nas malhas do tempo. Não o suspiro desprendido de um corpo feminino abandonado. Nem o bater vitorioso das asas de um pássaro que combate o medo do primeiro voo. O silêncio. Apenas esse e não o sapateado das vidas que nos rodeiam. Nada. Só o vazio. Só o eco dos nossos corações que bombeiam o desejo e segue esse  silêncio, que entre, o que, foi arquitetando uma barreira inultrapassável  sustentando uma ponte, entre dois mundos á deriva do olhar..... o silêncio é um misto de sentimentos que transparece as mais sentidas declarações , os mais puros e inocentes olhares, e é no silêncio que se escuta a voz do outro , o murmúrio do coração alheio...é no silêncio que nos escutamos a nós mesmos no eco da voz da consciência…

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

 Hoje o silêncio acaba por entrelaçar nas mãos a sensação de vazio. Como se fosse uma bagagem espalhada no chão com a armadura a arder deixando as mãos vazias despidas de mim mesmo …Somos feitos de desconstruções, de dias cinzentos…Escrevo sobre a busca de  identidade, uma constante procura de palavras mais especificas,  de pessoas que nos fazem falta, pessoas que não nos façam sofrer. Há vocabulários para quem  não ama , há bibliografias de quem morre por amor, há suspiros paradoxos, há tardes  tão vazias que deixam  no corpo a certeza de uma solidão planeada.  Na calada da noite fica a certeza de não existirem muitos amanhãs, há sempre o tempo que é tempo e uma vida que não é vida…Hoje até não está frio, não sinto calor, mas!!!  transpiro as cores das estações, verto-me  numa prosa fraca, na  poesia de quem não é poeta e música de quem não dança….Não deixo os meus  restos para  ninguém, converto o  abstrato de todos nós enquanto, arrumo os adjetivos fáceis …E omito!!! Faço nascer no estômago a revolta e no coração a  flor que não brota! Desenho jardins sem corpos,  corpos sem amor, uniões sem prazer, quando o único prazer é não existir união...Deixei cair  a bagagem no chão das pessoas que vivem para mim,  afogo-me na fonte desse olhar, onde só existe o cheiro do sonho e nada mais…. Esta  desconstrução pinta-me o olhar  da recordação  do amor em abundância, na ingenuidade de quem nada viu em  mim , de quem passou por cima,  na ansia daquilo que eu não sou!

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...