sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

 Hoje eu sei do que precisava…Acho que não terei o que preciso mas!! Era capaz de beber um poema de amor de um só trago como quem bebe o universo de uma só vez á luz das estrelas!  Já algum tempo que ando por ai, acalcando o chão já pisado, de forma lenta , de olhar posto sem sentido, de forma desfocada , não é que não queria ver os outros e as cores que me envolvem tenham perdido a importância , nada disso mesmo,  até porque era vital saber as cores que pinto, por muito sonhador que seja preciso de me acreditar e jamais me trair , chamem-me egoísta, mas não o sou de todo… Talvez seja apenas uma tentativa de equilíbrio, porque a corda balançou de mais e o corpo, os gestos e o olhar foram obrigados a concentrar-se num único ponto,   e esse ponto é o que estabiliza e equilibra , essa corda e o meu corpo. É na Noite que os vazios se arrastam , pensam-nos no que sentimos, moldando-nos o caminho sem fantasia e sem esboço. Um dia eu sei que irei pintar a noite , preenchendo-a até transbordar , com as cores de um sonho que se desenhou de dia , no entanto tenho dificuldade em desenhar uma linha direita , perco-me no inicio e desencontro-me no fim…Mas posso desenha-la , livre,  umas vezes torta,  outras curva com pontos que se iniciam e acabam, onde cada um deles é um instante, onde um, cabe no outro, e é nesse caber que me desenho torto com os passos que dou! Sempre gostei de entender os outros e a mim mesmo, porque sei que quanto maior for o entendimento , menor será a sombra. Sou um homem de cores, de luz,  sempre achei que essa clareza poderia ser representada pelas cores das estrelas , translúcidas …Mas não são as palavras que se agarram aos seus significados, estas não carecem de explicação, quando precisam elas acentuam o escuro da sombra …Suei todas as palavras sempre pelos meus poros, de forma sentida , vivida, correta, sincera e isso levou-me ao deserto! Hoje converso com o sonho, como quem escorrega num funil de ventos noturnos , escoando os ecos que a vida apagou…Porque!! É preciso ter tato quando falta o olhar, e não deixar de sentir... É preciso ter íris quando faltam as pálpebras e não deixar de sentir...É preciso ter os dedos quando faltarem as palavras e sentir... É preciso ter horizonte quando faltar o destino e sentir...É preciso ser forte quando em tudo faltar no sentido e ainda assim , sentir...Já não peço muito acreditem, só peço para conseguir alinhavar as palavras , antes dos silêncios sem ousadias sem endereços ! Alinhavar as palavras de umas para as outras, mesmo que isso não me traga os sonhos que me esvoaçaram das mãos!

 

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Hoje tenho esta  sensação estranha, como se não pertencesse a lado algum. É estranha, porque é suposto sabermos qual o nosso lugar. Onde nós nos sentimos bem, onde queremos ficar, de onde não queremos partir e onde queremos regressar. Por alguma razão, não tenho esse sentimento de pertença é como se estivesse incompleto. É certo que essa pertença pode ser a um lugar físico, ou a alguém. Agora se não temos nem um nem outro, como nos podemos sentir completos? Isso parece-me impossível! Bastava mesmo um abraço, acreditem , a ausência desse abraço tolhe-me. Faz-me, vagabundo, desde que acordo até que adormeço. A distância física tornou-se também afetiva. E dói, qual ferida aberta não fecha. Dói no corpo e dói no coração. Dói na alma. A saudade desse abraço deixa-me exaurido, extenua-me. É um vazio que não se esvazia. É a nuvem num dia de sol. O abraço não é só uns braços que nos acolhem, nos apertam e nos levantam do chão. Abraço é vida. Quero voltar à vida. Quando tomamos decisões, as certezas estão lá. Porque se não estiverem... Se não estiverem, somos incapazes de decidir o que quer que seja conscientemente. E isso assusta-me. A inconsciência das decisões é uma coisa que me assusta, porque não consigo entendê-la. Por esta ordem de pensamento, talvez aquilo que me assusta é o que me escapa ao entendimento. A razão faz parte do ser humano, porque é que os Homens tendem a esquecer-se disso? Não sei. Essa é uma pergunta que me irá perseguir para sempre... Considerações sobre a responsabilidade da Humanidade à parte, a verdade é que quando me deixam a pensar sobre as minhas certezas, sou capaz de me alhear de tudo. Parece que começo a sentir o chão a fugir dos meus pés. E eu tenho muito medo de ficar sem ele, confesso por muitas razões mas quem me conhece devia saber quais são…É o deficiente escrutínio das pessoas à nossa volta que coloca as nossas certezas em dúvida permanentemente... O que é que é justo? O que é que honorável? O que é que é uma atitude corajosa? O que é que é a mentira? O que é que é a omissão? O que é que é a verdade? O que é,  são valores. O respeito, é medo. Ou o medo faz parte do respeito? Serão coisas completamente distintas ou não? Quais são as nossas raízes? Elas existem? O que é que a identidade? Qual é a nossa identidade? O que é que defendemos? Porque o fazemos? Ou, porque é que não o fazemos?  Quando somos de ideias fixas, por vezes, podemos cair no erro de sermos idealistas... Mas será que ser idealista é um erro? Eu acredito que não. Acho que é bom ter ideais e defendê-los. Do que é que se faz a vida se não defendermos algo em que acreditamos? Se não fizermos o que estiver ao nosso alcance para que aquilo que amamos não desapareça? O que é a nossa vida se não agarrarmos com unhas e dentes a oportunidade de fazer alguma coisa pelos outros e por nós mesmos? Nada. Sem isto a vida não tem sentido. Aí está uma certeza. Sem nada disto a vida não tem sentido. Quanto ao resto o desafio está no bom senso. No bom senso de chegar a um ponto e, através da reflexão consciente, perceber se continuarmos ou não no caminho que escolhemos. No bom senso de conseguirmos entender até onde podemos ir. E, no final de contas, a dúvida vai fazer sempre parte desse processo. Só temos de arranjar uma forma de ela não nos engolir. Deixa-me triste perceber que existem pessoas que não me conhecem, mesmo que tenham passado a vida comigo. É estranha esta sensação de confiarmos tanto em alguém, nas suas ações, naquilo que pode ou não fazer em determinado tipo de situação e depois chegamos à conclusão de que não há retorno... Ou seja, o outro não consegue adivinhar em nós a forma como pensamos ou como podemos agir... E isso é, no mínimo, estranho. É como se estivéssemos, constantemente, a guiar para chegar a um local, mas nunca o chegamos a encontrar. Estamos, constantemente, a viajar pela vida e não chegamos ao lugar que traçamos no mapa... E quando pensamos que, finalmente, chegámos, percebemos que estamos enganados. Quando temos a sorte de estar com alguém que nos conhece da mesma forma que nós o conhecemos, essa é a sincronia perfeita daquilo que é o amor e a amizade. E, agora, chego à conclusão de que também isso é raro. É muito raro.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

 Hoje assisto à vida, que vai correndo,  a lua está linda  mas decidiu-se assim, ter de aprender a viver sem a ternura de um olhar e sem o toque de umas mãos…Sem um corpo onde me perca, assim como o perfume que escolhi! Estou aprender a viver sem o abraço,  sem as sensações que este me transmitia, sem o brilho do olhar que me inundava, sem o conforto de uma simples palavra como a de um bom dia! Não é fácil aprender a viver sem o colo do amor,  sem o calor da  pele que abraçava a minha…. Alguém me pode ensinar a seguir sem o mel dos sonhos, sem o  sorriso estampado, sem o destino final dos meus desejos? Quando pensávamos que havíamos esquecido a alegria dos sentimentos , eis que a dor regressa sem que peça licença . Quantos de vocês já tiveram esta sensação, como eu,  em que a ausência e a saudade é imensa. Às vezes parece que passaram séculos desde o último beijo, parece que tenho espetadas facas no coração . Às vezes a memória atraiçoa-me e outras vezes parece que basta fechar os olhos e que aqui ao pé de mim está mesmo alguém a pulsar dentro de mim. Tem dias que não acredito que isto aconteceu, tem horas que não acredito na perda,  às vezes por segundos não quero acreditar, e a mim continuo a mentir-me que nada disso aconteceu... Procuro que a minha vida vá tendo alguma musicalidade, ignorando o desfecho paralisante duma conclusão. Estou absolutamente certo de que nem eu nem ninguém anda com a verdade no bolso, mas estou certo também de que dela irremediavelmente nos aproximamos pelas coisas que descobrimos e pelas resistências que vencemos…Todos somos feitos de sentimentos, de que vale o sol nas nossas vidas, quando estas se embrulham num vestido de saudade que nos silencia, nos derruba entre o cemitério e a vala do tempo parado…Deixamos amputar a nossa alma porque? Se os gritos ficam retidos haja guerra ou haja paz! De que vale o sopro das palavras se a cada paço trememos e fazemos vibrar as pedras das calçadas que de tanto desgastadas, se calaram a escutar apenas os passos…  As palavras caem frouxas, neste calçadão perturbado , sento-me na estrada amarrado aos ventos que viajam em contramão, levando-me esta pagina vazia para a alma que abriu os braços e me deixou cair no vácuo dissipado da coragem. Hoje se tivesse que me descrever, diria que sou uma pessoa à procura de palavras e que às vezes,  acaba por as encontrarA vida é um resumo do acabar,  acabamos por sentir todo o dia a necessidade de o acabar! Talvez assim possamos acabar com a tristeza, com a dúvida, com o desejo, com o sonho… Todos os dias somos conotados com um novo ser, cada sujeito que nos aborda que nos vive nos classifica de uma forma , como se fosse possível nos renovarmos para melhor ou para pior , dependendo do sentir do outro! Se assim for, então seremos sempre o outro. Mas se te achas sempre o mesmo, então a sociedade te fará morrer por imensas idades! que não viveste ... Fará isso de nós um eterno? Talvez então não devamos amar com amor, devamos amar sem querer , sem sentir como se fossemos um outro e não nós mesmos. Talvez devamos amar sem esperar, separando o que sentimos apenas dentro de nós, porque o resto levaram tudo até as folhas das memorias! 

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Hoje as  palavras podem até não ter, em si, qualquer mérito  já! Mas !!! Se forem convenientemente utilizadas, têm todos os méritos possíveis . Hoje se escrevo , é apenas para iluminar o corredor da minha alma que muitas vezes , escolhe o pôr-do-sol como refúgio ficando apenas  ali, ao pé do mar, a ver os barcos passarem enquanto o poente avança, e vão aparecendo novas cores no céu outrora apenas azul. ao ver o sol, já quase mergulhado no horizonte, invade me um silêncio, que me revira dos pés à cabeça, para então, levar me para longe, tão longe...é aí que me apercebo que já não faço parte do meu próprio mundo e acabo por sentir um imenso vazio – um vazio de mim. Nesses momentos, não há poesia. Estou só, afogado por uma solidão faminta, atenciosa, paciente, meticulosa e fiel. Dói a alma, a respiração concentra-se num só ponto, os ossos estalam em desespero, é penoso estar desnudado de mim mesmo quando falhamos em tudo até na comunicação, sim comunicação falha quando alguém fica com ideia que somos algo que não somos de todo... É como se  entregassem os livros ao sepulcro das estantes, ao amor, desse-mos um colo de horas certas, e deixássemos de abrir as janelas para cheirar a noite! Já nada soletra as palavras, se ao menos a dor servisse para atirar às  paredes e abrisse as portas até estas falariam, o grito que se fechou na garganta…Se ao menos a dor sangrasse o sal do abismo criado,  as mentiras repousariam apenas nas vidas vazias que o tempo coloriu nos jardins do sonho que caiu sem dono e sem morada. Tudo se perdeu no caos de uma praia cega que não teve a capacidade de sentir o que se sentia, deixou-se levar pelo vento arrastando-me de novo para o palácio do mendigo  ! Lugar onde os sonhos  são inquietação,  pintada,  pelas manchas interditas deixadas nos lençóis onde o amor se inventou e se fez olhar….Eu sei que a morte dos sonhos é apenas mais uma pura mentira , não existem sonhos assim que se desfaçam  como marés, a morte dos sonhos entranha-se pela pele sem jamais morrerem , ficam na sombra a queimar o futuro  entre o cais que serve de chagada e partida . Na hora de tudo se converter em dor, lagrima e escuridão perde-se o tempo do regresso , ficamos sem nada possuir com o amor na palma de uma das mãos aberta e na outra o que se inventou para o amor não ter… Hoje a morte dos sonhos rasga-me as palmas das mãos que de tanto abertas ficarem os ventos tudo levaram , porque a magia é sempre incerta e eu, no amor inventado, apenas mais um vagabundo…

terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Hoje a verdade dos dias está na latência do tempo. Geram-se  na esquina do desejo do amanhã,  olhares límpidos da alma , vontades,  que desenvolvem-se no projetar do novo ano,   parido no primeiro segundo entre o último badalar de 31 e  o acordar do primeiro minuto do ano vigente . Este novo ano será um novo silencio aberto ao mundo,  cruzando balões de oxigénio, em rostos de fome, que esse seja o alimento, de esperança. Deixá-lo aberto, livre e sonhador. Deixá-lo sorrir na madrugada desse amanhã que ainda se entreabre. Há no poema de cada ano a esperança de cada dia, há neste ano poemas de amor sem tempo, mas o tempo vive sem nós… Nós é que vivemos no amor durante um tempo, num movimento do amor. O amor, esse vai continuar, não tem maneira de acabar! Que  ele nunca perca a vontade de viver, mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, dolorosa, mesmo sabendo que as pessoas que amamos podem  nunca ter o mesmo sentimento por nós…A Única coisa que peço é para ser sempre grande perante as adversidades , tenho escutado muito, nestes últimos tempos, até falando mesmo com o tempo, dessa bolha  que foi e já não volta,  enfim do passado. O passado é aquele muro a que subimos, onde nos sentamos e que depois descemos ora cambaleando, ora graciosamente . Assim, não se me afigura nada mais memorável, saudoso ou ainda percetível nos suspiros de memória, pois que não sendo mais do que o caminho dos nossos dias torna-se o resultado dos nossos passos. Há quem se lave de memória e na memória, quem se vista dela e há todos os que se adornam da mesma por chegarem á conclusão que o mundo onde vivemos muitas vezes é muito pequenino! Mais um ano que passou e mais um ano que começa, muitos laços desfeitos, muitos apegos difíceis de soltar…Agora que o silencio é um mar sem ondas, eu então tentarei navegar dentro das perguntas que há muito fiz, porque isso me faz lembra um grito, um sorriso daqueles que poucas vezes se repetem em nós…Hoje lembro-me como se faz amor na pele da amizade, dos copos cheios e vazios, do olhar , da praceta do labirinto da noite, da voz de luta, do toque, do acorde do adeus, dos versos repetidos para nunca serem esquecidos, das mãos as escavar ternura como se esta fosse terra, lembro-me das estradas, falésias precipícios onde retemos a respiração…Hoje lembro-me do canto lírico em tom de medo, lembro-me que não estás, lembro-me da queda forçada pela vertigem dos olhares de terceiros, lembro-me das rugas da minha memoria, lembro-me do cheiro de cada beijo , lembro-me da embriagues das vozes na selagem dum simples abraço, lembro-me do desejo calado, do falado, lembro-me das roupas, da ausência das mesmas, lembro-me do corpo antes e depois de ter sido esculpido, do rasgo de poeta que aclarava,  lembro-me do tic-tac do coração que tão bem guardava dentro de mim, lembro-me até de tudo o resto…Lembro-me de tudo, porque esquecer é perder, perder, é não ser, não ser é deixar de estar, deixar de estar é apagar tudo, apagar tudo é recomeçar , recomeçar é lembrar! Meus amigos não saiam de mim, porque por onde passo fica tudo o que sou, vocês também se irão lembrar de tudo e do resto…Feliz 2022

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

 Hoje  sinto o silencio correr-me nas veias, e sei,  que não há controle possível para não o sentir...Por muito que me mantenha firme , estes cigarros que vou apagando não me fazem perceber onde estou, embora olhe para o horizonte, nada consigo vislumbrar, mas se ao menos alguém gritasse desse horizonte e  me perguntasse , perdeste o sentido e o caminho? Eu diria , sim por favor deixa uma luz acesa para eu retomar o caminho, por favor deixem uma luz acesa , estou farto de procurar o lugar mais escuro para me esconder... Estou farto deste sentido, que faço eu neste bordel  de lágrimas, na orla de tantos véus, fabricando palavras nas morgues dos céus...Sinto-me um artesão de sangue rezando de punhos cerrados palavras brancas de medo, neste coração humano de tesouros ocultos… É no silêncio que vou selando os meus pensamentos de esperança de sonhos , cujo charme se romperia de fosse revelado…Sinto-me cúmplice  das fronteiras que em mim delineei, vivo rodeado deste mar deste  deserto onde a essência das primeiras flores não brota, o perfume do caminho que despido percorro nas areias que vou deixando tombar das minhas mãos vazias… Tento contrariar a erosão ao escrever palavras que emergem na noite como se flores se abrissem no romper do dia. Vou edificando o oásis imperfeito como um verbo que é proferido no desassossego da noite, recuso-me a ser pouco, a criar menos que a velocidade da luz, a silenciar as minhas duvidas, a desamparar a minha sensibilidade, a viajar numa corrente magnética sem conexão ao oásis que sonhei …Recuso-me, a não me desvendar e mesmo que a paixão seja uma palavra antiga, eu recuso-me a deixar de pensar nela , RECUSO-ME , a ignorar as cicatrizes que o tempo desenhou em mim, recuso-me a deixar o coração adormecido, a ser uma casa saqueada, a não aparecer no mapa a ser uma fronteira invadida por gente e lugares mal situados…

sábado, 18 de dezembro de 2021

Hoje agudizam-se em mim todas as marcas que o tempo me presenteou. Sim, tenho todas elas como presentes,  somente com elas sou capaz de reler minha vida, rever minha história, reviver meus momentos, já me chegam os presentes , as marcas já me tatuaram todo! Tenho marcas profundas que não podem ser vistas ou tocadas, não porque eu não queira, mas por serem marcas tão sentimentais, tão pessoais, que não se permitem exibições ou amostras ao escrutínio de pessoas abusivas. Essas são marcas carregadas no meu mais profundo sentimento, no meu mais reservado porto seguro. Estão nos sonhos que pude sonhar e naqueles que realizei. Estão nas memórias de um tempo bom que só eu conheço. Trazem consigo cores boas, muito vivas e coloridas, de tempos áureos e memoráveis. Trazem para mim o conforto de abraços sensíveis à minha jornada e desafios. Trago minhas histórias, tão verdadeiras que nem os melhores contos poderiam descrever. Estou em paz e isso  é aceitar serenamente que não possuo  todas as armas para conquistar o que desejo, não tenho munições suficientes,  para levar todos os seus planos adiante,  não possuo um exército que me apoie em todos os meus delírios. Estou só muito só mas isso não faz de mim um sujeito heroico. Eu já fui á luta por muitos sonhos meus , por um amor, por mais dinheiro por objetivos, mas  razoáveis, nunca fui ambicioso, porque  quando não dá certo, não dá, e quando se erra, paciência, e quando acerta, fico encantado… Mas! Quando me  canso,  recolho-me, e quando estou triste, choro… Primeiro passo para a PAZ é reconciliar-me comigo próprio, se é que é possível , porque posso fazer muita coisa concretamente, por mais abstratas que pareçam. Por eu me respeitar aprendi a querer do meu lado somente o que me faz bem, o que não me suga, o que não me fere, o que não me cansa e o que não me desequilibra. Aprendi também que o "não" e o "sim" faz parte do meu vocabulário e das minhas decisões, e usá-los vez em quando em tempos devidos faz bem demais para o coração. As vezes por medo de rejeição ou críticas de alguns deixamos de ser quem somos para ser o que o outro quer, nos abandonamos para dar abrigo ao ego alheio e isto não nos traz benefício algum a não ser frustrações e sofrimentos. Isso eu não faço , porque, não adianta querer agradar a todos ,  afirmo que nunca vamos conseguir, e este é o erro que muitos cometem , o de querer ser quem não são o tempo todo. Não faço rodeios quando tenho de dizer o penso, digo-o, e quem me conhece sabe bem disto, quem convive comigo sabe bem , que o que não me agrada não recebe meu sorriso. Cansei de criar relações insustentáveis, cheias de não me toques, cheias de superficialidades, cheias de falsidades . Cansei de sorrisinhos maliciosos ou palmadas nas costas. Já tenho tantas dores, que quando a coisas nos sufocam e nos ferem o coração , eu faço como o brasileiro “caio fora”. 

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

 Hoje  amigos,  e leitores, venho em especial  agradecer a todos a amizade e carinho pelo fato de me seguirem no  decorrer de mais um ano que finda . Agradeço aos novos e velhos amigos, aos amigos de perto, os de longe, e a todos que fizeram e fazem deste meu  cantinho um local de passagem. Ter um blog onde escrevemos sobretudo sobre nós mesmos é  muito gratificante, pois com ele, aprendemos, a partilhar até os temas mais sensíveis das nossas vidas…Nele,  dividimos e somamos, e sem ele eu não conseguiria chegar tão perto do ser que sou, mesmo que isso me faça um ser imperfeito, mas! Com a noção de o ser… Desejo imensamente que a paz e harmonia estejam sempre em seus corações. Que a esperança seja um sentimento constante,  o amor e a amizade prevaleça acima das coisas materiais, que as tristezas e mágoas, sentimentos que as vezes fazem parte de nossas vidas,  sejam banidas dos corações, dando lugar á certeza que tudo ainda pode melhorar. Se  as doenças  nos atingirem, sejam amenizadas, na confiança de dias mais positivos  dando muita força,  e alguma resignação também. Que na humildade e acima de tudo o respeito com todos os seres vivos nesse nosso mundinho, seja uma prioridade em nossas vidas e que sejamos sábios , chorar pelo que perdemos mas lutar pelo que temos; chorar pelo que morreu, mas lutar pelo que nasceu em nós; chorar por quem te abandonou mas lutar porque  quem está a nosso lado; chorar por quem de odeia, mas lutar por quem te faz sentir feliz; chorar pelo nosso passado; mas lutar pelo nosso futuro; chorar pelo nosso sofrimento, mas lutar pela nossa felicidade…Não é mesmo fácil ser feliz, quando menos esperamos ou abrem mãos de nós ou nós mesmos abrimos as mãos  de varias coisas! Fazer escolhas é assumir o ônus e nunca um bônus. Com o tempo vamos aprendendo que temos de seguir em frente,  ninguém nos engana quando fazem da riqueza e do status a sua opção opaca de vida …Isso eu não invejo , o que “invejo “é o sorriso fácil, a luz própria, a felicidade simples e sincera sem pressões, essa sim nos brinda a paz interior tão desejada. Com tudo isto já me alonguei… O que quero é desejar-vos a todos vocês e aos que amam , um Santo e Feliz Natal. Que vivam esta quadra mágica e que possa ser aproveitada da melhor Forma. Prometo que no meu pensamento também estarão vocês TODOS . É preciso muita força para controlar todas as emoções , não é fácil pois sei que aquilo que planto no meu coração , cresce demasiado depressa , mas nada é impossível. Um grande obrigado por tudo e Umas Festas Felizes .

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

 Hoje eu não queria escrever, mas ao despir os lábios de palavras deixei-as ocultas nas mãos, à espera desse nada que aconteceu…Deixei o silêncio adiar o tempo nos rumores de um sono, promessas que som deu voz no rosto, ao subir a noite nos olhar  lacrimante ! Caiu a noite nas palavras perdidas, que semearam a demora, ansiosa da ausência abrindo-me o sorriso nas palavras que não escrevo, durante a sombra que não se escuta…Talvez... Já não haja sonhos roubados à noite,  lençóis de queixumes, estendidos sobre murmúrios da lua na anemia do olhar que a luz das estrelas esconde...Já me comovi pelo horizonte das palavras, já escrevi gemidos soprados pelo coração, já afoguei a felicidade na paixão que em mim empalideceu , mas hoje, escondo-me no recanto da cegueira da saudade que se alojou ! Hoje procuro-me quando eu nem sei para onde fujo,  estrangulo as veias como um recluso que se insurge contra as grades, como se elas fossem a causa da sua clausura …Muitas vezes a vida deixa-nos num cais , onde não há partidas nem chegadas, sem itinerário fechamo-nos no vácuo do centro de nós, esquecendo que o mar é uma ponte para nós passageiros, de um tempo, de um encontro, desencontro, de uma ilusão , de um amor…Percebem porque não queria escrever? As palavras não resgatam em nós qualquer sublimidade, em relação a ninguém, elas arrastam-nos para esse oceano , para essa imensidão no qual não queremos ser náufragos …Flutuar nessas águas pode ser a maior bênção, ou a maior desilusão que as marés nos podem acrescentar,  tudo pode confrontar os nossos instintos de racionalidade como um poema de amor…

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Hoje converto-me em poesia sem sabê-la, Há pessoas que me chamam poeta, mas eu não me atrevo em um pouco a sê-lo, só sinto tanto por desconhecer toda a rede da poesia…Mas, sou humano, apenas por busca-la corajosamente e tentar escrever…Mesmo que não a saiba definir, o que seria eu sem ela,  uma alma apenas que é nas letras que se alivia, e nas letras que dia após dia se esconde! Somos senhores de nossas decisões,  nos deixamos cegar se quisermos, vivemos numa  linha de tiro que ricocheteiam inebriantes e lívidas sensações de vários sentidos. Ficamos reféns dos delitos cometidos pela inconsciência, dos pecados vividos na vã mania de sentir e deliberar tudo o que se distingue pelo território que nos circunda. O tremor inconstante do imprevisível pousa dilacerante, estremecendo as bases  do peito...Somos frágeis na força,  fortes na fraqueza, impávidos no amor. Nossos danos ficam encruzilhados nos semblantes, retratos efusivos do que aperta e se declina, amansando, mantendo, matando, nascendo e padecendo tudo em nós. Somos intensos, guerreiros lançados ao escuro, sem armas, sem defesas, sem roteiros de sobrevivência. Demasiado é o caminho por onde recolhemos, por onde marchamos com o intuito de revelar territórios invadidos, e as  doenças penetradas em nosso perímetro tão desconhecido. O encontro interno é um embate que nos afunila. É intenso este foco pelo ajuste cego, em razão da subjetividade presente em nossa inconsciência, retemos a inspiração que debruça nas palavras sem composição, largando as roupas frias de corpos quentes, de desejos da pela que enxaguam a coisa mais ardente do ser humano, ficando apenas as roupas nuas , coladas ao sopro da boca  que mais mentiu! Hoje  o vento se fez curva , descendo e aquecendo a boca ainda suja do amor que não me pertence…Hoje acordei assim com os olhos alagados pela distancia de tantos mundos,  do mundo,  que me colheu.

sábado, 27 de novembro de 2021

 Hoje assisto ao começo da noite e os cinzeiros já estão repletos de meias palavras, porque será que escolhemos tão pouco aquilo semeamos. O Outono veio como se viesse por outra via, como se viesse de dentro para fora, por isso talvez até consiga ouvir o escuro da noite e escrever apenas numa dobra do tempo, como se essa fosse uma tarefa única e livre de todos os meus pensamentos e recordações. Todos temos dias assim em que vamos buscar imagens que o nosso olhar fotografou de olhares alegres, risos suaves, silêncios de paixão, que nos torna o coração dormente. Há que dar cor á mudança, deixar os ventos soprar e desbotar as tristezas passadas. Há dias que é tão fácil desenhar o silencio no nosso rosto, mas outros que custa…Com isto a noite voou-me das mãos , abriu as cortinas e deixou entrar a luz fazendo esquecer de novo a noite que partiu suavemente sem nunca dizer adeus, pintando as cores apenas da razão… Parece uma roda de vida onde tudo se vive e escreve, uma viagem sem ir nem vir, onde a luz do dia cai-nos das mãos,  resvalando para de novo deixar-nos envolver pelo escuro da noite que se avizinha! Ela trás no rosto as coisas que já sei,  gotas de trevas a desenharem as rugas mais perfeitas no eco, que deixei na minha vida inflamar,. Solto silabas secas sem brilho das estrelas,  ainda assim, ofuscam a lua que perdeu o seu poder sobre as marés ...Hoje apenas falo de pedras paralelas aos rios, portas sem números, ruas sem nomes, vidas desgastadas embrulhadas no fumo amargo do cigarro que deixei a consumir-se ao abandono,  no cinzeiro , esta cruz lancinante que engole tantos silêncios  e sirenes que o vento desviou - Vou fechar a pagina , não vou mais falar, hoje sinto o corpo gelado, o Universo penetrou-me , sinto o seu peso profundo, na sua dor que me esmaga o cérebro,  irrompendo-me um queixume de alma! O que escrevo , é como um esconderijo onde as silabas se inquietam muito antes de qualquer inicio... Nisto há a probabilidade de se unirem e formarem uma palavras, mas!! Há um tempo onde as letras rodopiam e regressam antes de qualquer inicio, a isto chamo Alma, e é esta a magia do despontar do inicio a cruzar-se com o fim,  a alma e o corpo transforma-se numa única silaba. Os poemas nascem, e o espaço, está cada vez mais vago,  há um tempo no corredor da vida  onde há o inicio e o fim. 

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Hoje doí-me  ver te assim minha filha, minha  Margarida , tenho a esperança que toda a ciência te possa ajudar e se algo meu precisares para cá continuar , terás o que precisares,  a vida sem ti e  sem a tua irmã para mim não faz sentido de todo. Só quando percebemos no calor das inquietações, acenamos envolver os mistérios, jogá-los ao céu com o intuito de desembaraçá-los. Aguçamos o olhar. Os erros ficam salientes. É preciso, muitas vezes, a retomada do nosso equilíbrio. Em meio a tantas reflexões, caímos em nós. O mundo não precisa de um alinhamento. Quem precisa somos nós… Quando nos enfileiramos ante nossos demônios, e guiamos a vontade ao centro nervoso dos delitos interiores, acusamos o que decididamente nos desorienta e acomoda. Não dá pra ficar à parte. As maiores mazelas moram dentro de nós. Nossa doença adoece o mundo. Nosso olhar fatigado anui a doença que vive à custa de nossa inoperância. Será possível domar o que nos eletrocuta com doses significantes de apatia? Penso que sim. Viremos a página então. Façamos revolução e manifesto no mundo que mais nos aprisiona e nos entorpece: o interior.  Que a luta seja abalizada com ternura, colhida com a maciez propícia de quem realmente se propõe a se curar, a dar vida às cores desbotadas pelo tempo. Minha filha há noites claras de silêncio, como esta que fiz a teu encontro, uma viagem sem destino em que todos os metros contam, nos olhares vazios , nos pensamentos sem sonhos, nas aragens frias onde me dispersei para apenas te viver e te amar na dor…Eis uma das coisas que nem sei escrever, esta solidão que não sei viver no percurso ao rumo esquecido! Um grande homem , ao contrario do que muita boa gente julga, não é apenas um produto dos próprios méritos, não basta para o formar um conjunto de qualidades, mas também um enorme conjunto de circunstâncias. Estou aqui meu Anjo, para o que for preciso sem vacilar , acredita…. Esta estrada parece não ter fim,  foi tão fácil encontra-la, é tão difícil fingir o sorriso, quando o que mais quero é chorar…


Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...