sábado, 2 de março de 2024
Hoje olho ao longe para um caminho e cada um dos feitos, tem como alicerces a família base, ou a ausência dela os afectos que vamos recebendo ou não e enquanto a infância vai passando e dando lugar à juventude, os pilares da nossa personalidade vão-se formando. Mas só com a experiência de vida ganhamos uma nova perspectiva. Não é por acaso que a juventude é vivida de uma forma apressada, queremos tudo o que a vida tem para nos oferecer e esperamos ansiosamente tomar as rédeas da nossa vida… Inocência esta a de nem sequer percebemos que, embora balizados pelas regras de quem nos educae da sociedade, vamos tendo já na mão o nosso caminho nas pequenas acções da nossa curta existência! Chegados à “idade adulta”, para muitos começa cedo demais infelizmente pois a infância é quase inexistente, temos agora por inteiro a responsabilidade das nossas acções e as respectivas consequências….As boas e as más! Cabe-nos interiorizar e com este processo vamos ganhando maturidade. Tenho uma profunda admiração por pessoas que não tendo tido os mesmos alicerces que alguns tiveram, conseguem cortar esse ciclos negativos, superar o que falhou e serem pessoas estruturadas, positivas, realistas, deixando de lado caminhos de azedume e mesnos positivos que seria aparentemente um caminho bem mais fácil.
Para mim faz sentido andar neste mundo e tentar ser melhor pessoa, seguir os meus princípios, melhorá-los, fazer o que considero que está certo, por mais que isso muitas vezes me custe . Não sou pior nem melhor que ninguém…Sou eu apenas no meu caminho, no qual também são muitas as vezes em que erro, mas nada como aprender com o erros e seguir em frente, até porque quando temos filhos temos a obrigação de ensinar pelo exemplo, e fazer sempre o melhor para que também se orgulhem do nosso percurso, e esse é o legado que dlhes deixamos...Claro que neste caminho vamos batendo com a cabeça, por vezes tomamos más decisões, somos egoístas, erramos, magoamos, somos magoados…faz parte da natureza humana e da vida. O segredo está na forma como vamos vivendo todo este processo internamente e a forma como o vivemos com os outros.
Não acredito pelo que testemunhei até hoje que, uma existência que cresce apenas para dentro, faça sentido ou traga qualquer ponta de felicidade. Uma existência onde um vive para si mesmo acaba por ser doentia, como um quarto que nunca é arejado e fica fechado, cheio de fungos e doentio. Não conheci até hoje uma alma que fosse feliz ou se sentisse realizada com este tipo de existência, até porque normalmente quem vive assim fica azedo, invejoso do que os outros têm, não falo de bens materiais…falo de afectos, de vida, de amor, sem perceber que estando a porta fechada não sai nada para ninguém e tão pouco entra, a não ser por pessoas altruístas que sentem necessidade de ajudar...També digo que não acredito que as vivências passadas sirvam de justificação para actos presentes ou ausência deles . Obviamente que há casos e casos mas refiro o normal de relações entre pessoas. Somos todos uma obra inacabada, em crescimento e para mim não faz sentido a estagnação do ser….são sentimento que corroem e corrompem a nossa alma e nada trazem de positivo. Choca-me a existência de quem apregoa princípios do alto da sua sapiência, e na prática não os pratica, nos mais pequenos detalhes, dia após dia, ano após ano. Choca-me a distorção da realidade em benefício próprio, ignorando por completo aqueles que estão próximos e também os que pedem ajuda. E não é fácil a ninguém pedir ajuda…requer humildade. Mas há sempre urgências, há sempre um bem supostamente superior...Como se pode falar em caridade, em direitos humanos, em ética, em moral quando se ignora quem está ao virar da esquina… Mas também há aquelas pessoas que nos aparecem do nada e iluminam a nossa vida, com uma presença discreta sem megafones, mas sólidas, amigas e coerentes e a paz e alegria que estas pessoas transmitem é o que nos faz continuar o nosso caminho e aspirarmos um dia a ser como elas. São Almas com Alma. Desculpem mas hoje estou assim, porque cada alma é por si só uma sociedade secreta, e algumas são como as estrelas... Absolutamente inalcansáveis!
sexta-feira, 1 de março de 2024
Hoje são as extremidades da Alma as artesãs dos sentidos e dos afetos, e eu… Apenas me abrigo, envolto em papel com laços simples da minha cor! O Baloiço da minha infância ficou vazio há muito, lá bem longe, num tempo de horas sem relógios e de futuros demorados ! Num tempo , onde o tempo foi esquecido mas eu ainda me lembro, ele parece aqui tão perto, esse baloiço de infância… Era lá que os outros ficavam sem palavras, porque triste não é deixar todos os demais sem palavras, triste é nada termos a dizer…Triste, não é ignorar afetos, triste é vulgariza-los quando ficamos sós e esquecer os que mandamos embora, triste é saber que quem trata assim o passado, fará num futuro o mesmo, com o presente! Hoje estou assim , com as palavras a fugirem-me pelos dedos, correndo, brincando, contorcendo-me por entre desatinos da alma. Como em criança, corro, agarro-as , recolho uma a uma, para aleatoriamente as degustar, devorar, num jogo de sabores inigualáveis! Ainda hoje lhes sinto o peso, o cheiro, a cor… inebriam-me nesta dança vulgar onde se doam e eu me dou, uso-as para me contar ao esbarrar-me neste ecrã onde lhes dou ainda uma réstia de vida, amando-as numa justa troca de afetos onde me faço gente, grito e leve… hoje sinto-me descalço nesta linha da vida, onde preciso sentir o toque, o pulso, a tranquilidade porque sei que mais lá para a frente antes da minha ultima curva de vida esperam por mim…É com esta imaginação onde não permito invasões que albergo o que quero e jamais alguém ceifará com o seu Ego o meu sonho… Porque triste não é adormecer no passado, tristeza é olhá-lo com desdém e fingir que não existiu, triste não é deixar de amar, triste é dizer que nunca se amou…Triste não é potenciar a felicidade num outro sitio, triste é fingir que nunca lá se morou! Não é triste dizer-se que não se quer um “presente”, triste é sentirmos que com eles nos quiseram comprar, triste não é lutar por quem desejamos, triste é fazer-lhes crer que são os primeiros e as prioridades, triste, não é silenciar, triste é comportamo-nos como se nunca tivéssemos falado, triste não é tentar erguer a alma, triste é esquecermos que também temos uma, triste não é de todo verter uma lágrima, triste é nem saber o que é uma! Mas hoje, triste mesmo, é fortalecer-me de silencio e das palavras que não digo até que as deixe de sentir ou que simplesmente morram em mim….
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024
Hoje são as extremidades da Alma as melhores artesãs dos afetos e é nas minhas que me abrigo! Guardo nos lábios letras feitas de silencio palavras que um simples beijo reteve em mim! Há vidas que são largadas ao vento, de sonhos rasgados à mão…Levam-nos a mergulhar no mar e pescar o sol com um pequeno fio de lua, mordendo a luz da lua na escuridão da noite, ficam-nos nos dentes, pedaços de estrelas que arrepiam a pele na calmaria da noite tingida …Hoje o sussurro do vento envolveu-me os dedos na brisa das ondas que me fazem dançar na noite para la do horizonte longínquo… Ponho as Asas, e na margem dos meus pensamentos, aliso as águas, nesse leito de todos os rios que correm ao sabor dos ventos, arrastando os grãos de areia desse seu abrigo onde montam a mesa esperando, que a vida escancare os raios de sol refletidos nas pedras que ladeiam a cascata das linhas de água adormecida, elas vertem puros poemas de cor de prata… Sinto-me polido mas não gasto como as pedras da calçada, sem passado e futuro, apenas presente , embrulhado em fios de lua na calmaria de um musco verde, que se adensa nas margens deste rio onde cada estrofe se faz inteira de uma canção inacabada! Sou tantos seres diferentes, quanto os olhos que me olham… Mas!! Não basta que me olhem, é preciso que me vejam, para perceberem quem sou…Como sou…Façam as perguntas que desejem, mas respostas, estas só aparecem onde os anjos escrevem, porque, as palavras agarram-nos, são tão fáceis, embora há quem as diga sem sentido, e quem as diga sem sentir, e há até quem faça as duas coisas…No meio de todos estes, há quem prefira “usar” palavras doces, os que preferem “usar “ palavras que doem … Por final há os que usam a máxima de faz o que te digo não o que faço, esses sim, são os politicamente corretos, donos da corretíssima teoria, mas de um desprezível comportamento, e na minha ótica, os que são mais perigosos , já que em 10 palavras 9,5 delas são apenas cenário...Hoje não escrevo tudo o que sinto, mas sinto tudo o que escrevo…
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024
Hoje vejo em todas as asas que cruzam os céus o amor que ensinei a voar, porque há coisas na vida que simplesmente se gosta, que nos sabem bem ao sabor dos sentidos. Coisas que nos fazem felizes por momentos, ou por dias, por eternidades não são uma música, um jantar realmente bem feito, uma paisagem ao pôr do sol, umas férias - curtas ou longas, aquele casaco no primeiro frio do outono, ou aquela camisa que nos ofereceram ! Há coisas que nos sabem a toque dos pés na calçada, momentos que se vivem por minutos ou horas, mas que nos dão sensações de prazer, que ficam na memória curta e que nos fazem dar sentido aos dias, há coisas que nos fazem adormecer com aquela imagem de um dia bem passado, bem vivido de sorriso feliz...Há muita coisa mesmo, mas depois há coisas na vida que nos preenchem na íntegra... O abraço da família, o riso dos amigos, um olhar de ternura quando se tem um gesto bom, uma mão que toca, quando se diz adeus. mais que momentos que se vivem, são sensações que despertamos, naqueles que nos rodeiam. interacção bonita esta de dar e receber, de soltar risos em alguém, de emocionar alguém, como uma simples brincadeira no trabalho, um telefonema na parvoíce, o permanente divertir, provocar, sentir quem nos rodeia. É quase defeito, esta procura permanente de perceber o outro em frente, de o animar, de o confortar, ou simplesmente de cuidar... São especialmente bonitas as pessoas que se perdem a cuidar dos outros, dos que nos pertencem, sejam família, amigos, sobrinhos, ou apenas próximos, porque, são esses momentos que nos dão sentido à vida e é aí que, adormecemos com a sensação terna que fizemos o nosso melhor por alguém, que fomos o melhor de alguém. Mas!! Único, é quando somos completos.. Podem vir mil filósofos das teorias modernas da independência, mas quem já amou de verdade, entende bem o que digo, porque quando conhecemos a outra metade de nós, percebemos que fomos feitos assim... Apenas metade, na espera do outro encaixe, da peça do puzzle que fica ali, exatamente no abraço perfeito, no corpo que se sente colado, no beijo que é energia, na pele que se toca e dá choque...Não é alguém igual a nós, isso é a nossa cópia, não, mais que isso, é alguém que sendo diferente, tem os pontos de encaixe perfeitos em nós!Tanta vez dão faísca, que arranham com as dificuldades da vida, que magoam com as merdas que fazemos torto, que quase partem com os timings errados... Mas!! É a única peça em que sentimos o alívio estranho de que não há mais nada para ver, para procurar...É aí que eu adormeço com a certeza rara que é ali, parte de ti, que sou maior...Ou que podia ser ainda maior! Hoje as letras enforcam-se nos fios da alma, como peças soltas de um puzzle que não se consegue montar, não se juntam, nem encaixam, nem tão pouco o querem ! Desmaiam as palavras das canetas que roçam o papel branco , amarrotado pelo pouco que sabemos e entendemos! Hoje bastaria um gesto porque, ai sim as palavras faltariam...
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024
Hoje a ausência de palavras nas paredes , formam gelo e só as minhas mãos aquecem nestes dias, as palavras são indefesas perpetuam-se em nós e é assim que gelam, assim ao esbarrarem nas paredes geladas feitas de céus trasvestidos de imagens que os dias nos fazem rever ... Acho que todas as palavras passaram a repousar nos silêncios onde elas pertencem neste momento, por isso estende as tuas mãos para que elas aqueçam também só mais um pouco! Hoje que todas me perturbem numa doce inquietação, que me agitem os sentidos e que se escrevam ousadas, quando as paredes de gelo derem lugar aos muros caiados de branco, cheios dos reflexos dourados das igualmente douradas estrelas que se esconderam do frio deste inverno! hoje apenas me deito neste deserto das minhas mãos onde se forma um imenso vácuo de noites e sonhos, no espaço que me segura, nesta viagem de galáxias mais antigas que este mundo, me mostrou e, reconstruo-me, enquanto esqueço histórias de vidas passadas , onde se erguem cidades de uma vida suspensa… Sabem do que mais gosto? O que mais gosto é correr nesta praia e vagar a minha voz pelo horizonte, onde não há rumos nem becos, nem pressas e é ai, que as palavras nascem, nas sílabas à solta por dentro de mim, onde não vislumbro mapas, bússolas , ampulhetas que me prendam, neste grito de gaivota sem improviso que a aurora desfeita me faz sentir e partir, para universos longínquos, onde, nenhuma história da humanidade se tenha feito noite, nem deserto e nenhuma alma imperfeita faça de novo a noite cair… Porque apesar de tudo, pode-se amar, pode-se viver, sentir, arriscar...Porque apesar de tudo!Abrimos mãos de tudo e o melhor conselho que alguem nos pode dar e por mais coisas que nos faltem na vida, há tanta coisa que não nos falta nesta vida...Apesar de tudo podemos aceitar os dias que nos resta sem exigencias e a unica exigencia é ter mais um dia hoje e menos um que amãnha !
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024
Hoje tenho no olhar fantasias poéticas que outrora vivi, sempre quis viajar e desbravar o universo, mas tive de me conformar apenas com alguns versos numa viajem interior…Cheguei querer mudar o mundo, mas apenas tive o consolo de mudar e acomodar o meu …Sempre quis aprender a tocar piano, mas apenas aprendi percussão! Juntei batidas ao invés de teclas … Sonhei ser amado, mas, aceitei apenas amar…Sempre adorei conversar mas, com a falta de quem me ouvisse, optei por escrever! Quis sentir menos do que sinto, mas a minha emoção nunca parou de crescer, sempre gostei de rir e sorrir , por não ser sempre capaz, optei por me esforçar fazer outros
sorrirem…Sempre lutei para saber qual era o meu lugar, sempre me quis encontrar, mas hoje apenas humildemente, já apenas aceito não me perder. Lutei tanto para libertar a alma mas cheguei à conclusão que, beleza existe na prisão do corpo, sendo ateu , levou-me a fazer do amor a minha única fé! Eu sempre fui assim, pensativo, sempre me adaptei, sempre amei escrever, sempre escrevi sentimentos que vivi, ou que desejei viver e outros que me soavam a algo! Escrevi e escrevo, que seja muito claro, sempre pela necessidade de comunicar, pela companhia, pela fantasia, pela alma, pelo que sou, pela necessidade de falar e não ter tido quem, me tenha sabido escutar, muitas vezes apenas frases que encolhi para quem, não me leu… Mas!! Hoje já não tenho pressa de chegar a todos os lugares, onde no passado cheguei apressado...Não tenho pressa de ver o futuro que me está reservado, porque sei que o tempo não se ganha nem se apressa, não tenho pressa de me encontrar, pois sei que a seguir me vou perder novamente...Não tenho pressa de encontrar o amor, porque por ele já fui encontrado e também o encontrei ! Talvez não nos temnhamos sabido preservar.... Sinceramente não sei e já nem o quero saber! Não tenho pressa de ser feliz, porque sei que a felicidade é um caminho e não uma meta...Não tenho pressa, embora tudo me pareça urgente, mas, não tenho pressa...É que , hoje o dia nasceu e o mar em calma traz a música de ondas pequeninas a afagar esta areia onde me sento numa cadência tranquila. Vejo alguns banhistas sem medo ao frio entram no espelho da água, ali onde o sol faz brilhar num amarelo intenso a superfície, enquanto outros passeiam a molhar os pés no mar, correndo a praia de ponta a ponta e conversando sobre vidas, trabalhos, intimidades ou as últimas reviravoltas da política atual… Eu, apenas fecho o livro, um momento bom, um momento a sós, de paz e eternidade, a sorrir ensolarado e a pensar em nada de concreto além do sol que brinca a penetrar entre as folhas das árvores criando jogos de luzes entre a areia e os meus dedos descalços. Nada além avisto além de crianças , felizes a construírem poças e barragens, muralhas e castelos com o entusiasmo de quem acredita ainda que poderá vencer a força das marés. nada além das mostras de afeto que fazem com que feche os olhos por momentos como antes tinha fechado o livro… É um bom momento, só meu, em que estão também comigo aqueles todos que já lá se foram e também aquelas pessoas que, ficando longe, eu sinto muito perto. Não, estamos sós, estamos em paz, se estivermos bem (e quanto custa a perceber que é tudo tão simples tantas vezes! ), nunca estamos realmente a sós... É tanta a beleza e alguma amizade que fomos forjando com o tempo e que sempre nos acompanha cá dentro, num lugar só nosso e que só de cada um de nós depende...Eu sei que há momentos ruins também, e sei-o tão viva pele, para todos, duros, que podem converter em gelo por milhões o mais grande dos corações, mas hoje firmo de novo a minha convicção de que a vida é superior a qualquer tristeza, a gratidão é capaz de sarar quaisquer velhas feridas, o amor pode ser puro e sem condição tal como são o afeto ou a plena confiança nas crianças… Sinto magia a ver as minhas filhas, rodopiando ao redor duma moeda arremessada para o céu e que nunca mais voltou a cair num espetáculo de mágicos e feiticeiros… Há uns minutos lá estava de novo, aminha pequena no jogo de quem se esconde melhor, com umas crianças pelo parque de arvoredo atrás de mim , ou num baldinho cheio de caranguejos e estrelinhas de mar que se mostram para crianças excitadas, agora mesmo, neste instante, vejo o sol se por trajando-se de um amarelo carregado de laranja….A magia vinda do oceano que invade as minhas narinas e acaricia as pontas dos pés descalços na areia deixam-me os cabelos no ar, abertos a fluir as marés e os ventos… Aqui, tudo me impregna, sinto-me rodeado mesmo sozinho… Vocês Sentem também a maresia? Fechem os olhos ela vem ai!
sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024
Hoje escrevo só para ti! Oh! Como tu sabes, que é para ti que eu escrevo? Mas, se é assim que pensas que ao menos não te percas entre pontos e vírgulas, nem fiques renitente entre as minhas reticências... É para ti que escrevo, para que me leias, para que me vejas nu em palavras que se ligam, para que pegues todos os meus significados e os rasures nas tuas interrogações… Porque, ás vezes vou até mais fora de mim mesmo, escrevo sobre isto e aquilo, inocentes alvos que fazem parte desta minha vida desalinhada. Tenho mais, há sempre algo mais que faz parte de quem sou e que está acima de mim. As minhas filhas, são as casas que me fazem ausentar das horas que roçam os sentidos da realidade, logo estou só, abstrato e muita vezes concreto apenas para ti, só tu não o vez… Talvez por isso hoje, escreva a alma a desfiar-se em cada letra desenhada, a murmurar tantos ecos no silêncio dos espaços sulcados entre palavras. Diz-me... lês-me tu? Então deixa me pedir-te bem baixinho, escreve tu para mim, de ti desse ser que descobri de sorriso aberto para mim! A menos que não te reencontres nestes rabiscos meus. Que te pressintas, sujeito na soma platónica de todos os meus parágrafos. (sim eu sei que não faço parágrafos) Que saibas que mais do que isto não será, palavras entre nós, pois a minha paz escreve-se com letras maiúsculas, em pedras brutas desse empedrado que fiz do meu caminho …Mas estou aqui conscientemente, é uma travessia que é para durar. Nela, eu faço o que eu quiser com aquilo que eu sinto! No meu pensamento, mandas tu , nas minhas palavras mando eu. E eu ofereço-te a paz! Vou escrevendo apenas linhas, em pedaços minúsculos de mim mesmo, vou pintado cada abraço com sentimentos coloridos com as palavras que por milhões, saem de mim. Cada vogal desordenada, cada consoante esfarrapada, cada erro ortográfico, sejam todos cúmplices meus, para que quando as mãos se voltem a dar, as palavras se transformem em estações do ano, não importando nunca a cor do céu ou das paredes onde essas palavras embatam!Há caminhos demasiado largos para serem estreitados, assim como na caligrafia dos amantes, há sílabas no túmulo e no altar, joram sacrifícios e decisões do tudo e do nada, do cheio e do vazio, esse lugar é o nosso coração que de tanto cheio que é, acaba sempre depois de tanto ficar meio vazio...
terça-feira, 30 de janeiro de 2024
Hoje sei que, todos nós tricotamos cosemos pintamos recortamos, colamos pedacinhos dos dias com as nossas proprias mãos. Às vezes deixamos outros nos ajudarem, às vezes não… Numas, juntamos coisas novas, noutras reciclamos, temos surpresas e saudades, dias escuros cinzentos, claridades, coragens, céus, rios, mares, medos, e ainda uns quantos gritos que quando segredos, no inicio de um novo ano, desejamos melhor, mesmo que dançando a mesma melodia… Quantas vezes sem perceber, sempre só nós a cantar, a navegar, e a tecer, a pensar, a sofrer, a não entender, e quem o entende, esconde respostas! Sempre fui quem quis na minha vida, sempre escrevi textos que falam por mim, sempre colori as palavras com a cor que me reflete mas se precisar ,despinto, repinto, corto, recorto, reduzo-me , amplio-me, decolo-me, enquadro-me , distorço-me como se eu mesmo não passasse de uma ferramenta! Sim sempre fui e sou quem quero ser, nunca me deixei de ver, ou fiquei invisível mesmo que alguém me tenha apagado. Escrever ainda é como ter a alma sempre macia, é saber saborear algo que jamais vivi...Consigo calcular equações com a saudade, esperando por um anjo após a ventania passar... Ouvi-lo ditar aos feitiços de sua magia e prometer passar tudo ao papel na calmaria mas!!! Ao acordar, esquecer disso e de tudo que sente, é como ver profundamente, sem qualquer pressa, dentro de mim mesmo! Posso até dobrar-me na minha própria mente e afastar o olhar antes que o brilho da lua venha-me cegar...Há palavras que nos abrem os céus, que falam do nós de dentro, e nos desenham, trazem um mar de vida... São apenas palavras mas apertam-nos, comovem-nos, despem-nos e quando somos tímidos precisa-mos delas para voar...Eu Queria ser um livro, em que pudesses folha a folha desfolhar e em cada palavra de carinho pudesses ler o sumo deste meu amor e no coração a alegria pudesse ser devolvida... Queria ser um livro, não um livro que não quisessem ler, mas sim, um livro de sublime perfume que cada página conseguisse dizer palavras que me incendeiam como lume, numa dádiva que até as letras ilegíveis se pudessem ler! Hoje só queria ser esse livro...
terça-feira, 23 de janeiro de 2024
Hoje vou andar por ai, à deriva, nas curvas de uma sina que não consegui entender...Destino perdeu o seu norte, em que me julguei alinhado, por isso não irei reclamar da minha má sorte! Entro em becos escuros dentro de sonhos onde tantos futuros poderiam ser desenhados! Por muito que uma alma seja incompreendida, a razão não deixa de mutiplicar os seus medos nem deixa de fazer dos sentimentos os seus legados. Opto por andar por ai, por caminhos desencontrados, seguindo as ordens da mente, para não olhar para os lados e não deixar que os caminhos se voltem a cruzar...Mas! Hoje perdi-me, e ai nesse local finalmente comecei a encontrar-me! Mas!! Fiquei aqui, olhando para as lições do ontem, levedando as realidades da vida, onde tantas vezes me julguei perdido, até mesmo quando uma luz apagou a escuridão e vestiu o meu corpo do frio, que de tanto se sentir, me fez cair no vazio...Mas!! A vida é dona do meu futuro, é isso que que procuro nestas margens, de tudo o que ficou em mim! Os meus sentimentos não cabem num só poema! Preciso de vários, para soltar o grito contido no coração, este, jamais irá saber que não sabe abraçar a sua dor! Num só poema, não há espaço, para dizer, que podemos amar sem prazo, sem limite, sem distâncias, nem ausências, apenas esperamos dar esse passo sem recear, pelo julgamento, de quem não conhece o seu sentimento...Não é possivel num só poema! Embora em cada grupo de palavras haja sempre espaço para dois, apertados entre duas rimas, abraçados num só verso, sem tempo para pensar no depois, nem perder minutos, com o julgamento perverso de quem não conhece nem um pouco da imensão do amor! Hoje, persinto este soluçar de saudade que me acompanha a toda hora. É um sentimento sem agenda, acreditem! Não espera por uma hora certa, nem por um dia especial para surgir... Bate na porta quando lhe apetece, sem pedir permissão. É tão simples como sentir uma brisa suave no meu rosto. Uma brisa que tenha esse aroma misterioso e de imediato o meu coração desfalece perante esta saudade que sente de um simples abraço! hoje Vou sair por aí de olhos fechados, em busca da outra metade de mim. Caminharei com passos largos, para fugir do Inverno. Procurar a Primavera florida, onde por certo se esconde o amor, procuro-te, sei-te de cor em todos os lugares, mas os deuses hoje disseram-me que costumavas andar por aqui, entre a Primavera e o Inverno. Também tu procuravas a outra metade de ti, essa mão que te falta para te poderes agarrar ao amor. Sobra-te cor no teu sorriso quando te falta tempo para o coração. És o rosto da diversão, sem nunca teres aprendido o que era o amor. Hoje o tempo é uma porta sempre aberta que não suplica a ninguém o seu estado, não tem chave para ser aberta ela abre-se sozinha, é algo soberbo, soberano, sorrateiro, sempre está connosco, chega e se vai ao mesmo tempo...Uns dizem que não perdem tempo, mas, acabam perdendo-o ou mesmo se perdendo nele! Perder gera pó, é infinito, ganhar é apenas uma covardia, que só está ao alcance dos eternos... Espero que a Eternidade essa sim, perdure no tempo sempre novo e o passado fique velho! Muitas vezes desconhecemos e estranhamos os gestos de ternura, como quem se recusa a vestir o amanhã, desligamos as luzes, fechamos os olhos que abrem a alma e absorvemos! Voamos pelo mundo de todas as magias, as palavras perdem o peso, no entanto, caem no misterio, masgestosas e enigmáticas como habitantes num universo instável...Gosto de Poemas envolvidos em sombras longas, espessas que se acendem como isqueiros, que desferem luz sem aviso ...Gosto de palavras que explodem nas folhas vazias e se confundem com o branco da folha voltando sempre ao inicio do pensamento, sem acabar por dizer muito e nos faz silenciar o mais possível que a vida nos obriga...
sexta-feira, 19 de janeiro de 2024
Hoje calço-me para inventar caminhos, sinto que a minha sombra ultrapassava os limites definidos do seu corpo físico!Amar é isso mesmo, é sentir o apagar do tic tac que o coração tila como um relogio que a pilha vai falhar...As pessoas gostam muito de complicar o que é simples no amor, pois ele é a coisa mais simples que podemos sentir na vida, é inequivoco, porque nos envolve em rasgos de Saudade, em algodão doce de Imaginação, em potes de mel de malandrice, em momentos de infinita Loucura, numa Entrega total e genuína e por último num simples Silêncio tranquilo e cúmplice..Num preciso de ti... de nós... E!! Fazes-me falta! O silêncio pode ser ensurdecedor, nos aperta, nesta falta, nesta ausência que é tão maior do que nós mesmos! Hoje só preciso mesmo de um simples abraço... desse abraço que só invoca suspiros... Daquele em que se calam os nossos sonhos. Em que os nossos medos são esquecidos...Preciso dos segundos perdidos, das roupas espalhadas pelo chão, dos risos até mais não, de tudo o que não tenho em mim...Que sobre o meu olhar, me mostrem que tudo pode ser perfeito, até mesmo as diferenças podem ser perfeitas! Mesmo na junção das imperfeições. Nunca devemos valorar as nossas falhas, mesmo que estas sejam a nosso ver, menos tocantes que as dos outros! É tão simples libertar-nos de tudo aquilo que nos magoou, se desejamos alcançar o mundo... O nosso olhar profundo pode despir qualquer alma. Ás vezes só precisamos de tudo o que somos... De tudo o que deixamos de ser...Mas! Precisamos mais do que todas as palavras, todas as juras e promessas não cumpridas, de correspondências não correspondidas, das frases sonantes e não sentidas, de elogios feitos sem serem admirados,
de anedotas sem sentido de humor, das preces feitas sem serem desejadas. De um amo-te atirado ao ar sem ter saído do coração.Para mim, as palavras são bem mais do que letras alinhadas, do que um prefácio comprometedor... Elas devem ser refletidas e ponderadas, unidas como um pensamento justo e honesto, sem preconceito ou hipócrisia, sem segundas intenções. Quando ditas de uma forma tóxica podem ferir os sentimentos mais orgulhosos, mais do que uma qualquer atitude negativa. O amor existe em nós muito antes de o procurarmos. O amor conquista-se! O amor é de quem deixa que seja ele a encontrar-nos. O amor é sábio. Tão sábio, que nunca chegaremos ao topo da sua sabedoria. Iremos tropeçar muitas vezes, ao tentar subir essa escada delicada e subtil que nos poderá levar até ao amor. Teremos que cair de joelhos vezes sem conta. Sentiremos que o coração sangra, sem que lhe vejamos uma única ferida. Pobres dos que não querem ver esta realidade. Irão secumbir sem nunca ter conhecido o amor. Terão espalhado pelo mundo milhares de teorias de como viver uma grande história de amor, mesmo nunca entendendo uma palavra que seja do que escreveram ou lhes escreveram! Não entenderão o que é o amor, porque nunca o viveram. Só entende o amor quem acorda com um sorriso que lhe rouba todas as palavras que se poderia dizer, trocando por gestos silenciosos que espalham um "amo-te" por todos os recantos do seu corpo. Só conhece o amor quem aprende a voar sem asas, para que o seu amor o possa abraçar, riscando do mapa todas as rotas possíveis para chegar até onde o seu sonho está. Só conhecerá o amor quem ama à distância e sente a proximidade. Pobres, dos que se dizem apaixonados sem ter conhecido o calor do amor. Dos que reclamam as demoras e, no entanto, contam as horas. Dos que não sentem a urgência de um beijo e que julgam que um "amo-te" pode ser dito sem sentimento. Quem não sente a intensidade de cada uma daquelas pequenas letras na sua pele nunca terá amado de verdade. Talvez tenha navegado na ilusão dos sonhos, talvez tenha semeado expectativas no futuro, sem se lembrar que o amor é uma flor que nasce sozinha.
terça-feira, 16 de janeiro de 2024
Hoje tive um sonho, onde vivi e deixei o desassossego dogmático de quem desnuda a escuridão da vulnerabilidade, no amor de palavras vazias …Fico expectante
com a forma como ousei invadir o mundo dos sonhos, rasgando a pele macia na escravidão do eco audível, nos ouvidos suados de tanto escutar memorias de uma revolução sombria que a humanidade ainda cultiva em mim! Não discuto ódios, racismos, discriminações, decisões sem nexo, não me envolvo em cortinas de fumaça, que desfiguram os rostos da verdade … Opto por estar no areal, sozinho… Assisto à noite de sentidos adormecidos, destilando solidão, nestas margens onde faço parte do fluxo da água que me molha os pés! Deixo me ir…Vertendo-me, esgotando-me, deixo-me arrastar, deixo desaparecer o passado que flui até à maré, deixo de resistir á nudez que ao rasgar as
minhas vestes deixei cair de mim! Sinto-me um fugitivo que corre de um povo opressor, misturo-me neste oceano, que me transcende e impulsiona a minha existência a percorrer caminhos que me restaurem, me transformem , me façam redescobrir o areal fértil onde as minhas lágrimas germinem conexão nos corações verdadeiros... É este salto de fé, que me leva a falar de sentimentos, sonhos, palavras que me tocam de uma forma única, porque simplesmente optei por não fechar a alma , ou, pelo menos deixei-a livre de forma alcançável nem que seja pelas pelas pessoas que me querem "milhões"... Hoje até seria suficiente um toque. Um leve aperto em grito de tempestade, como a que assola as ruas, para um abraço ter a força da saudade...Tem dias que bastava uma palavra, um olhar colorido deste lado da grade que gera saudade… Bastava um olá, para incendiar o fogo que não se apaga pela idade, nem pelo egoismo! Toda a Gargalhada é nervosa na sua fragilidade, porque o sonho nunca morre! Não há ecos de nomes no elevar dos ventos da eternidade , basta olhar este horizonte, repleto de águas que perfaz o todo e a metade nos dias em que um simples passo gera uma pintura nos nossos olhares! Não há rastos…Há caminhos que percorremos, ou que desistimos de percorrer, cerramos o rosto, fechamos os olhos, sem casa acolhemos a dor,a cor, que geometricamente fazem marés na
alma…Se os ventos me levassem à frente do mar para ai, e em cada onda um beijo se desenhasse, eu me vestiria de novo da mesma cor, com o mesmo nome, com mesmo sorriso, com o mesmo olhar, mesmo que o meu silêncio se instalasse no parapeito da minha pequenez…Os meus afluentes não secaram, fiquem sabemdo que, coincidência é algo que os deuses inventaram para se manterem anónimos. Não há coicidèncias, hã caminhos e decisões...
quinta-feira, 11 de janeiro de 2024
Hoje o tempo seca o amor nas palavras, deixando tudo solto, leve, desunido para sempre como as areias nas águas turvas do Sado...Mas!!! O tempo não seca na saudade, nas lembranças e nas lágrimas, pintadas no nosso retrato, seco e vazio que as conchas deixam na orla das praias...Em mim o tempo já secou o Desejo, deixando em seu lugar o musgo das densas conquistas áridas que travei no amor perfeito da minha Alma! Os meus olhos ainda me amparam a fé nas estrelas, os meus olhos ainda me guiam em alguns desafios onde peço perdão por não deixar as lágrimas caírem nesta escuridão...Ainda assim vou caminhando sem dobrar os joelhos nas cavernas do coração! Hoje os meus olhos resvalaram na penumbra do limite do abismo nas palavras que já não teço, elas, arremessaram-se contra as paredes do meu coração, sem razão, apenas buscando os poros da insensatez das manhas frias...Eu sei que doí reverter o medo de chorar para os pedaços de quem sobreviveu, deixando o seu corpo à beira do paraíso, fazendo-se de escravo nas conquistas inúteis e irreais de meros ideais...Mas!!! Hoje vou usar este lápis de cor, rasurar de vez a dor deixada em mim, pintar a harmonia dos sonhos, esquecendo a bagagem que deixei para trás do coração no limite da inocência do amor que já entoou em mim!Na verdade acho que só há uma coisa que destingue os "homens" dos animais! Dizem, que os homens têm medo da morte e os animais não, mas os animais também tem medos sim, caso contrario não fugiam dos seus predadores...Também há quem diga que os animais não tem consciência, mas vendo bem, há humanos que tem menos consciência, que a generalidade dos animais! Para mim, a unica e verdadeira diferença entre os "homens" e os animais, é a capacidade intrínseca, que o ser humano tem em dar significado à sua existência. Mas!! Isso só é possível, se ele compreender que sem significado, a vida não serve para grande coisa, se, o seu semelhante, não tiver qualquer valor para ele...
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