Hoje é daqueles dias em que sinto que me falta espaço para caber na minha própria vida, esta reclusão cega-me, deixando-me refém dos delitos que a minha consciência nunca cometeu! Há sem restrições pecados vividos na vã mania do sentir que deliberaram o tremor inconstante do imprevisível que estremeceram as bases frágeis da fraqueza do amor…. Fazendo-me frágil na força e forte na fraqueza! Acreditem que há danos, encruzilhados nas fronteiras dos retratos outrora efusivos que nos declinam, umas vezes amansando, outras mantendo, padecendo, matando em nós o intenso guerreiro que já há muito depôs as armas, fincando indefeso apenas marchando no meio de muitos outros que se afunilam! A verdade é que os horizontes, são feitos de luz que se dissipa inesperadamente. Foge-nos o apego instantâneo do ritmo enclausurado em nossas bases humanas. Talvez pelo desajuste íntimo e humano do tão essencial em ser, estar e viver. Quero muito viver, mas, há pouca nitidez nos pontos aos quais me vou remetendo, no raciocínio que mais parece que foi burlado por um campo de força que se alimenta da nossa felicidade. Dias passam como um piscar de olhos. os anos se atropelam, não há regra que diminua o ritmo da incerteza desordenada, que incide nossos passos a um fatal desgaste…Não é saudável ver a falta de cores nesta vida, o sopro de todos os descuidos retira-nos a clareza, perspicácia do templo que ancora as nossas principais alegrias e vontades! Chego á conclusão que acabamos involuntariamente de dispensar em excesso a nossa capacidade humana de subverter o simples em grandeza e de conferir o pensamento no miserável! . Falta-nos o espaço, suspendemo-nos numa correria sem precedentes com a falsa noção que tudo passara rápido. Mas!! Não! Nós é que nos apressamos sem precisão, sem alinharmos os nossos sonhos pois são eles que realmente nos movem os pés. Tornamo-nos as vítimas dessa fraude que nos lança sem direção a lugar algum...
quarta-feira, 25 de agosto de 2021
quarta-feira, 18 de agosto de 2021
Hoje nem tudo acontece como esperamos. Esta é a verdade mais absoluta da minha vida…. E creio que nunca aprendemos com esta verdade. Acho que faz parte da nossa natureza teimar, lutar contra todas as evidencias que nos fazem voar, ou simplesmente perder o voo que idealizamos... A vida é mais real, se marchamos numa rua em constante construção, há que ver por este prisma diferente que nos leva a encarar as adversidades e os acontecimentos com recetividade, a ponto de colorirmos melhor esse caminho que nos surge, na maioria das vezes cinza. Olhar para trás não significa voltar, porque voltar é exatamente o que não precisamos. Voltar é se deixar afetar. E este não é o propósito. O que passou é como um livro de cabeceira. Afinal, o livro de cabeceira é um livro que nos identifica de alguma maneira, é aquele que já lemos milhões de vezes, mas sempre o consultamos regularmente; às vezes para encontrarmos este algo que nos coloca no chão e nos faz lembrar o que somos; além de elementos que nos atestem de sabedoria e nos ajuda a renovar, para o amanhã melhorar. Mudar de estrada não significa alterar o horizonte que se segue, ou desistir do sonho! Os olhos alcançam mais que as mãos, quando estas acenam em distâncias o que nenhum gesto de corpo é capaz. Mesmo assim continua longe de se ver o além por trás da linha do horizonte. O quadro da vida ao redor, classifica-a e a limita, impõe-nos feito uma estátua com espaços para poucas lapidações. Mas da mesma forma como as paisagens são mutáveis nas nossas vidas, com o tempo, nossa alma se transforma ao mínimo movimento. O olhar pode mirar um simples verso do horizonte e com esse aprendizado nos tornamos capazes de alcançar os sonhos escondidos por trás do tecido celeste que reveste a nossa alma…Ela é o maior reduto de sensações no nosso ser, nunca nos irá abandonar e será o mais oscilante de tudo em nós…Hoje tenho de admitir que me sinto meio perdido nestas linhas tortas da vida!
domingo, 8 de agosto de 2021
Hoje a lua olhou para baixo focando o meu caminho deixando de fora o seu encanto…Não sei o que a fascinou em mim para ter tempo de me acompanhar até casa. Talvez tenha tido piedade e recordou-se de mim e dos meus passeios pela escuridão onde nem se conseguia avistar o verde das árvores e o azul do mar…Estou-lhe muito grato por ter-se dedicado a mim nesta noite …O Sol tinha-me avistado mas!!! Escondeu-se , eu não me iludi ao vê-los! Eu sei que há na caminhada humana todos os meios que levam ao caos ou ao cosmos.. Nunca ignorei isso…Sempre foi assim podemos ser tudo ou apenas metade de tudo, podemos ser solidão solitária ou solidão acompanhada. Vitórias perdidas ou momentos entregues ao luar, ser tudo ou apenas um pouco de algo! Foi sempre assim podemos reflectir-nos num espelho e apenas ver o corpo sem a alma... Podemos sentir a alma sem corpo… Podemos ler o coração sem vontade. Podemos ser metades de metades, divididas aos poucos, até não serem mais do que grãos de poeira a esvoaçarem pelo céu da vida, ocultando o sol e a lua que nos Guia…Hoje perco-me no tempo e não me recordo de colher outra coisa. Apenas metades!!! Metade da vida. Metade da realização. Metade do percurso sem fim que se acumulava em nadas, em vazios, em sensações eternas de metade da vida deste caminho que tarda… Vivo sonhos escritos empilhados em poemas, que se fizeram livros e se arrumaram em estantes onde metade dos sentimentos foram meia mentira... O resto dos sonhos ficaram esquecidos nas meias verdades que dançam valsas sem par...
sexta-feira, 30 de julho de 2021
Hoje acordei com o sabor a sal de todos os mares que me banham, autografei os cometas da aurora desta cândida paisagem de infância que o frio da noite tatuou no planalto no degelo de mais um sonho que perfurou o silêncio cicatrizado da minha alma, que se expos no alpendre das horas perdidas…Quantas vezes senti os meus dedos derramarem a implacável dor acorrentada nos porões dos veleiros adormecidos, quantas vezes no óbito dos sonhos, deixei de trespassar muros de prisões, no crematório de poemas sem regras na orgia das palavras ! Hoje as palavras tem um obscuro movimento próprio na audácia da sua compreensão, tem vida, movimentam-se por sim mesmas sem casualidade seguindo unicamente o seu movimento próprio. Ainda não sei porque razão em mim, o silêncio ocupa o lugar de tantas palavras no vazio das frases, se não consinto que me devorem, então, que me invadam , me usem , na decadência da subserviência do oportunismo…Hoje é apenas mais um dia de reflexão e sei bem que há dias sem decisões, também sei que há dias de dizer que chega e gritar que basta ... Durante um largo período de tempo percebi que tinha perdido a minha casa, pois na sua morada não existia as responsabilidades que são obviamente divididas e não são imploradas... Estes últimos dias foram dias de imposição, os sonhos abarcaram os meus vazios, deixando asas que não podiam voar. Os remédios da vida chegam com a forma de sons e cores ou então de sabores e gestos , quando o meu remédio vem de uma forma única de amar! Hoje quero ver a Vida, quero ver a poesia a transformar-se, ganhar contornos na sabedoria, na sabedoria emocional e nunca na de ego ou material…Vivo com a verdade de que trago dor e mágoa a várias vidas mas que nunca , nunca …Pela forma de atropelar gente, ou usar os sentimentos alheios para percorrer as horas de um relógio! É que os relógios param os corações explodem, é na lucidez do amor que podemos encontrar todos os paradoxos, se somos semelhantes podemos também ser meros opostos…Hoje sou uma liberdade romântica, sem nunca o ter sido, danço uma valsa platónica na insignificância da escassez que o amor pode ser no infinito da saudade! Amo-vos minhas filhas, são vocês que dão corda ao relógio da minha vida, porém o meu tempo não se mede em relógios , é a vossa vida que me chama ...
domingo, 25 de julho de 2021
Hoje o dia conflui sem certeza, sem cor, sem textura totalmente impercetível., assim como o vazio decora a margem da alma e todas as nuances se extirpam sob o véu da desigualdade, ou se quiserem da tendenciosidade abraçada pelo medo dos dias confusos. Tudo se torna leve por conta do esvaziamento que o findar propicia. A vida equaciona em nossos peitos uma infinidade de sonhos engavetados, que desbotam as virtudes mais concretas. Como Humano, Ui, falta-me certamente tudo, até a garra, que me debruce na esperança e o anseio inefável da paralisia. de tantos entroncamentos e caminhos sem placas de orientação…. Porque a vida não aponta, não deixa evidentes suas maravilhas, ou acontece ou não, no peito há sempre um trampolim que amortece a queda, e engrossa a cortina do céu, escurecendo as expectativas, que a paisagem vislumbrada pelos olhos, sonho cultivado, no solo do nosso peito vai germinando… sinceramente, sinto falta dos abraços que cativam, e escondem em cada um de nós o espetáculo das ausências, de distanciamentos que incidem na solidão em nossas vidas. Todos os dias anoitece dentro, de nós , ai nos findamos como quem se esgota, porque há dias que tudo é levado pelos dias incomuns, pelo silencio dos acontecimentos. E pairamos inertes diante de um passivo desespero, de uma inconsciente condição de receio. A vida por vezes amortece nossos olhares, a saúde que impulsiona o coração a pulsar, os pés a andarem.... E só nos resta aguardar o dia nascer de novo, como em um ciclo ininterrupto de renovação, humana que só finda no nosso último suspiro de vida! A Alma é um reduto de múltiplas sensações que por vezes acabam mesmo por nos abandonar…
terça-feira, 20 de julho de 2021
Hoje eu tenho a certeza que cada um de nós é como um livro que desfolhado, conta a própria historia do inicio ao final . Já o nosso corpo é, apenas uma casa onde a nossa alma habita nesta passagem pelos vivos, partindo apenas quando não couber mais nessa casa, como se quisesse começar uma nova história, um novo livro , que não será aqui, será num outro lugar , se esse lugar existir… Já pesaram que cada dia que passa pode ser tudo que nos resta para viver? Eu realmente não sou um bom exemplo de vida , desperdiço o tempo como se ele fosse infinito, e digo-o, talvez porque existir para mim seja apenas uma circunstancia que me foi imposta. Eu não pedi nada a ninguém , nem fui inquirido nunca acerca da minha existência! Mas!!! Estou aqui por muito que muitas vezes tenha vontade de rumar para bem longe daqui…Para longe do que sou, para longe de mim…Seria tão bom , conseguirmos sair sem destino, mas …Não fui inquirido, mas fiquei com obrigações que me seguram a este lugar ! Nem dá para sair um pouco dos escuros das noites, dos problemas, das angústias... Hoje, gostava de sentar-me á beira mar e olhar o céu contado, ao mesmo tempo as estrelas, mas humanamente isso também não é possível , nem sei quem as criou para lhe agradecer a beleza criada ! Não há mesmo uma forma possível de eleger a estrela do céu mais bonita, nesta existência ao mesmo tempo tão imensurável como o infinito em que me deixo perder… O mundo está uma rebelião, como posso entender que ao mesmo tempo que este céu lindo que me cobre seja o mesmo que vê um mundo doentio, de valores, afetos, que não dignificam a bravura e a fé dos nossos antepassados …Enfim , estou aqui e adorava ao menos ficar á deriva no meio do oceano apreciando esse momento único onde tanta estrela brilha , não sei se para me iluminar o olhar , ou para se despedir deste mundo que se afunda … Pergunto-me a mim mesmo , invocando os Deuses se as brisas e as estrelas que brilham são ou não uma tela viva pintada por Deus!
quinta-feira, 15 de julho de 2021
Há pessoas que se amarram a nós envoltas em maresia para que não saibamos distinguir as linhas do seu nome…Deixam na praia um búzio para que as oiçamos nos ecos das marés antes de sumirem mar dentro! Há passos delicados na areia e sereias ao longe a quem pergunto, quem são, apenas o mar me responde! Sou feito de terra, diluíra-me nestas águas antes de poder encontrar-te… Hoje dorme o teu nome na boca dos peixes…Eu , trago o sopro de uma noite nos cabelos e todas as vozes, que não quis ouvir, seguram os botões quase soltos deste manto em forma de neblina que me envolve… Vivo dentro da janela, que pintei à rebeldia, no muro que atravessa o virtual do real…Aqui as noites são claras e consigo tocar a lua com a palma da minha mão…Aqui sou um homem que não existe, escrevo em todos os muros invisíveis, uma frase dedicada à cegueira do Ser ."Talvez seja esta janela, o paradigma que vos falta" Apesar das poeiras e da lama onde as almas se arrastam, amanhece a vida dentro da janela, que pintámos à rebeldia, no muro que atravessa a neblina . Sinto que, em todos os muros se pode abrir uma janela…A janela do amor, é a que mais visibilidade nos dá, aprendemos a amar não as pessoas mas os sentimentos das pessoas, aprendemos a conviver com os defeitos que temos e perdemos tempo demais procurando a pessoa perfeita, sendo que ela só existia dentro de nós. É muito estranho quando Idealizamos pessoas incríveis, dispostas mentalmente e fisicamente a se adaptarem a nós, ao nosso estilo. Mas isso é errado porque assim, estamos desejando secretamente encontrar alguém compatível com o melhor de nós! Eu falo por mim, as expectativas, essas, já não são mais as mesmas, pois passei a administrá-las e não projetá-las em ninguém. Já usei os sonhos como uma tela branca, para desenhar os meus desejos. Hoje uso-a como tela pronta, para me equilibrar… Não é que já tenha aprendido tudo, nem tão pouco consiga controlar todas as minhas emoções , porém separo a raiva da razão, o desgosto da compreensão e a ansiedade de todos os motivos . Deixei de viver o futuro e aprendi a apreciar o presente, impedindo que ele se torne um passado frio e amargo… Aprendi muito. Mas aprendi a me amar antes de buscar qualquer tipo de amor em alguém. O amor só existe quando conseguimos encontrá-lo dentro de nós ao invés de em alguém… Por vezes o amor é, representado em coisas tão simples na vida do ser humano, que mais vale fechar os olhos e sonha-lo!
sexta-feira, 9 de julho de 2021
Hoje quando me enfileiro entre os demônios, deixo guiar a vontade ao centro nervoso do meu interior, acuso o que decididamente me desorienta e ao mesmo tempo acomoda. Não dá para ficar à parte… As maiores mazelas moram dentro de nós, como uma doença adoece o nosso mundo, o olhar esse, fatigado anui a dor que vive à custa da nossa inoperância. Será possível domar o que nos eletrocuta com doses significantes de apatia? Sinceramente não sei, se ao menos a luta fosse abalizada com ternura, colhida com a maciez propícia de quem realmente se propõe a se elevar, a dar vida às cores desbotadas pelo tempo, e mudar as vestes, os calçados... Esta mudança é interna ornamenta os caminhos com legitimidade, com a essência humana e necessária para dar novos tons ao que se pendura ao redor. Que a luz desacomode e finalmente intervenha pela mudança estritamente imprescindível à minha alma com destreza e delicadeza, sem causar vandalismos na pátria que construímos dentro de nós mesmos ao longo dos anos. Mas!! O mundo é reflexo de nós. Sua manutenção nem sempre é espelho de nossas ações. Esta Pandemia tem sido uma revolução nas nossas vidas mesmo que nem sempre tudo que gira em torno dela seja autêntico, ficamos ancorados, de coração e sonhos cada vez menos ativos! Hoje o peito devora-me em saudade, alienando o silêncio para as profundezas. Por tanto tempo estive adormecendo minhas memórias para reciclar um pouco de paz. Contudo, hoje exalta a vontade de delirar os versos do que tenho sentido, porque nem sempre é possível, nem sempre há dia para desejar e noites para amar... Nem sempre há estrelas cintilando na arquitetura esplêndida dos céus; nem sempre há olhos para admirá-las. Nem sempre as palavras nascem e se intercalam com doçura. Mas quando elas surgem, surgem, e nem sempre há alguém para quem lê-las. Nem sempre há abraços. Nem sempre falta deles ou de quem os dê. Nem sempre há beijos e dedos entrelaçados. Nem sempre há falta de afeto ou só saudade. Nem sempre há carinho. Nem sempre ...
terça-feira, 6 de julho de 2021
Hoje é arda a entrega do passo que nos direciona sem um abraço. É o amor que gira pelo peito, nasce e frutifica, floresce e nos arquiteta com a estrutura que compõe os nossos sentimentos. O sentimento até lateja intermitente em nós, reerguendo-nos das quedas, tal como o sangue que potencializa a vida que o coração nos entrega. Padecemos na tentativa de negar, de fugir de uma mão que nos convida a adentrar num navio pronto para navegar no maior dos oceanos. Porque para amar é preciso aceitar o convite de um vento que tremula intermitente sobre o nosso mundo. Hoje eu apenas me desprendo para dar mãos, novamente, à poesia para esta me soltar o grito e quem sabe me reencontrar. Que a luta seja com ternura, colhida com a maciez propícia de quem realmente se propõe a se regenerar, a dar vida às cores desbotadas pelo tempo, e mudar as vestes que sempre vestiu... Esta mudança é interna ornamenta os caminhos que desbravo com legitimidade, com a essência humana e necessária para dar novos tons ao que se pendura na árvore da vida. Que os Deuses se desacomodem e finalmente intervenham pela mudança estritamente imprescindível à alma. Com destreza e delicadeza., sem causar vandalismos na minha áurea que construí dentro de mim ao longo dos anos. Basta um deslize e escorrego, tombo da tênue corda onde a minha diminuta alma caminha. A cada choque com o chão, desmorono como fugitivos amedrontados. A vida é mesmo assim, uns nos tiram o sonho, outros nos devolvem os sonhos…É esta dialética que não consigo alcançar com a razão, nem de dia nem envolto no mistério da noite! Sinto-me um simples sopro de existência que rodopia na luz e na escuridão …É este duelo de síntese que não me faz quente nem frio, nem mais nem menos, nem som nem silêncio , nem negro nem branco, apenas um ser que tenta a superação aos seus limites , isso leva-me a olhar e não ver…
quarta-feira, 30 de junho de 2021
Hoje escuto o silêncio .... Leio o tempo e ás vezes fujo, corro de mim!! Mas o mundo não muda ...Eu contínuo aqui, a tentar parar o tempo de tantos momentos sonhos, planos, fantasia promessas , algumas vividas que o tempo levou ...O mundo não mudou os momentos apenas adormeceram nas palavras que se calaram !!! Perderam-se os segredos mas que mude o destino... Por um minuto que seja , nem que seja num jogo de faz de conta ... Por enquanto apenas sinto ilhas de encanto nas rugas provocadas pelo abandono do tempo, que não me souberam eternizar!!! Espalho estas palavras no chão, amontoado de sentidos desconexos , labirintos de emoções que junto em mundos proibidos!!! Que Ousadia esta minha! tentar descontinuar um enigma absorvendo o segredo do ser e assim permanecer... É inquietante o silêncio que habita na solidão dos instantes.... É nesses pedaços de tempo que o coração se invade de uma voz que nos cala, faz-nos quebrar mesmo que não queiramos! Faz-se poesia com o desmoronar dos castelos, paisagens esquecidas , previsões desta bagagem que transportamos na nudez dos dias longos, dos julgamentos injustos, que acabarei sempre por descrever como quem constrói o som do amor na partilha de quem se ama…Hoje vou verbalizando as quedas, convencendo-me que o chão também é um abrigo, é nesse terminal que desenho as minhas cores, elas se impõem e me abraçam num carinho de prudência !!! Gosto desta inquietude nesse momento onde o ruído adormece e nos devolve a serenidade que nos faz persistir perante as horas surdas dos dias...Mas !!! por vezes as palavras que escrevemos querem sorrir , elas escondem sorrisos nas rimas misturadas em versos de dor e ausência… Este bailado de palavras inertes muitas vezes jogadas ao chão frio em tons de silabas desalinhadas não é mais que a nossa sombra desaguada no desalento de um papel usado, amarrotado pelo nosso ultimo suspiro...
terça-feira, 22 de junho de 2021
Hoje a noite está a resvalar a escuridão. Os passos dão-se de uma forma frágil , na sombra que ofusca o céu . O ar esse , torna-se irrespirável. Por muito estranho que pareça, sobrevivemos, e não queremos crer nessa simples possibilidade. À nossa volta o cenário da destruição extrema, começa a imperar, percebe-se que aconteceu uma catástrofe a nível global, social, emocional, porém, os pormenores os detalhes estão á vista de todos mas as verdades escasseiam. As pessoas escondem-se nos recantos cheios de sombras, longe dos cheiros, apenas inalando o arrepio do medo… Porque é no corpo e nas nossas necessidades que tudo começa e acaba. É o corpo que é real, e, paradoxalmente, só o compreendemos quando o perdemos ou quando ficamos reduzidos a ele, já pensara nisso? Sinto que a cada dia que passa, estamos, lutando pela sobrevivência da nossa liberdade é assim, passo a passo, segundo a segundo, pulsação a pulsação, vamos dando cor ao que não vemos mas que nos afeta ! É um tempo onde nos movemos sem rumo, sem saber a direção, sem saber nada. E não há ninguém para perguntar o caminho, é um caminho interno e solitário. Uma luta renhida pela lucidez, que começa nos gestos mais banais. E, ao mesmo tempo, o desespero de preservar a memória porque, acreditem, sem ela morremos de facto… Para um sobrevivente, a morte pode ser um consolo, quase um alívio. Para um sobrevivente, cada movimento dói, como uma chaga permanente na vida. Mas, em vez de se render ao abraço da morte, da desistência, o sobrevivente continua em frente numa obstinação que tem tanto de desespero como de instintivo. Percebemos, assim, que o mundo está cheio deles. Sobreviventes. A luta começa a estar no rosto do mundo. Podemos então olhá-la de outros prismas, conhecê-la, interpretá-la. Não com raciocínios, mas com as emoções à flor da pele. Não encontramos respostas nos livros, esses apenas contam histórias fazendo a história. O mundo começa a estar invertido o preto transforma-se em branco e o branco em cinzento. Todavia, temos mãos, temos tintas e pincéis, mas não há nesta vida quem saiba pegar neles e pintar… Sinto que estamos num novo começo, começamos a ver o mundo como se fosse a primeira vez, um ponto de partida, onde nem temos como mostrar o passado, o que foi destruído, nem há como trazê-lo para o presente, como oferecê-lo às novas gerações… Hoje percebo que o cenário mudou. Abre-se uma porta, para que surja uma luz, e devolva a crença onde tudo começa a parecer ruinas , porém, tudo fica diferente. Seria bom as pessoas voltarem a trocar sorrisos e palavras, coisas simples, alegrias, tristezas, estados de alma, talvez ai descobrissem o poder da partilha! Não sei se iremos ainda presenciar o renascimento do mundo, da vida, como se a vida fosse uma coisa abstrata, exterior, a nós humanos, que tanto experimentamos os sentimentos básicos dessa vida, como quem prova pedaços tímidos de sabores desconhecidos, do amor, da amizade, da mulher, do homem, da agressividade, da luta, da coragem, da partilha, do egoísmo, da solidão, da solidariedade, da cumplicidade… O medo, esse, é aquele que já conhecemos de cor, de tanto o vestir e levar pelos caminhos. O medo, esse animal que se esconde na toca, encolhido, assustado, e que, ao sentir-se encurralado, se pode tornar comunitário, primeiro por desespero, depois, por não termos como lhe fugir…Hoje estou assim porque o medo de perder me retira a vontade de ganhar!
quinta-feira, 17 de junho de 2021
Hoje eu já não acho estranho quando alguém coloca em causa algo que outros tem como adquirido. É uma sensação desconfortável quando começamos a duvidar das nossas certezas e dos outros…Mas, é humano! Eu tenho a noção de que sou uma pessoa de certezas, talvez de ideias firmes até, por vezes fixas e inflexíveis, é verdade... Mas são elas que nos podem guiar na vida! Se não tivermos certezas como podemos sobreviver neste mundo? São elas que nos fazem seguir e estabelecer um percurso para atingir os nossos objetivos….Se este existirem claro! Quando tomamos decisões, as certezas estão lá. Porque se não estiverem... Se não estiverem, somos incapazes de decidir o que quer que seja conscientemente. E isso assusta-me. A inconsciência das decisões é uma coisa que me assusta, porque não consigo entendê-la. Por esta ordem de pensamento, talvez aquilo que me assusta é o que me escapa ao entendimento. A razão faz parte do ser humano, porque é que os Homens tendem a esquecer-se disso? Não sei. Essa é uma pergunta que me irá perseguir para sempre...Considerações sobre a responsabilidade da Humanidade à parte, a verdade é que quando me deixam a pensar sobre as minhas certezas, sou capaz de me alhear de tudo. Parece que começo a sentir o chão a fugir dos meus pés. E eu tenho muito medo de ficar sem ele, confesso. É, muitas vezes, o mundo à nossa volta que coloca as nossas certezas em dúvida permanentemente... O que é que é justo? O que é que honorável? O que é que é uma atitude corajosa? O que é que é a mentira? O que é que é a omissão? O que é que é a verdade? O que é são valores? O respeito é medo? Ou o medo faz parte do respeito? Serão coisas completamente distintas ou não? Quais são as nossas raízes? Elas existem? O que é que a identidade? Qual é a nossa identidade? O que é que defendemos? Porque o fazemos? Ou, porque é que não o fazemos? Quando somos de ideias fixas, por vezes, podemos cair no erro de sermos idealistas... Mas será que ser idealista é um erro? Eu acredito que não. Acho que é bom ter ideais e defendê-los. Do que é que se faz a vida se não defendermos algo em que acreditamos? Se não fizermos o que estiver ao nosso alcance para que aquilo que amamos não desapareça? O que é a nossa vida se não agarrarmos com unhas e dentes a oportunidade de fazer alguma coisa pelos outros e por nós mesmos? Nada. Sem isto a vida não tem sentido. Aí está uma certeza. Sem nada disto a vida não tem sentido. Quanto ao resto o desafio está no bom senso. No bom senso de chegar a um ponto e, através da reflexão consciente, perceber se continuarmos ou não no caminho que escolhemos. No bom senso de conseguirmos entender até onde podemos ir. E, no final de contas, a dúvida vai fazer sempre parte desse processo. Só temos de arranjar uma forma de ela não nos engolir. Hoje estou assim, porque ter um filho é como ter um coração fora do nosso corpo, e escrever está intimamente associado a essa ideia ...Por isso!! Hoje mordo o meu coração...
Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...

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Hoje reflito com o pensamento de como juntar, aproximar quem se afasta, sinceramente não sei. Apenas sei que é o amor aproxima, que as div...
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Hoje fechei a porta que em círculos e cercos, fechou as margens e estancou num pântano o silêncio, consumado na pálpebra cerrada que tranco...
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Hoje até podiam sentar-se na minha cama e contar-me mentiras... Que o amor tem a forma da minha mão ou que os meus beijos são perguntas qu...