sábado, 10 de dezembro de 2016

Fez-se silêncio, bastou as nuvens cerrarem... o portão abriu-se e o nevoeiro cansativo entrou... nada é simples, nada é silêncio, e tudo não passa de um vazio. O calor não chega e o frio teima em permanecer, as janelas fecham e deixam apenas o escuro ficar, não há luz, nem um mero clarão!! Existe tudo mas apenas um nada fica... Reclamo armas de gelo que rebentem num grito surdo, onde a solidão parta , mas... Resta o vácuo da recordação. (Isto) torna-se tão simples de viver. É tão fácil abrir este portão para nada restar. Mas!!! façamos então o silêncio, a chuva há-de cair ... O portão fecha-se, e a imensidão do nada soou. Esta força imensa que consegue ser ouvida, sem eu querer enche esta sala pequena de dimensões infinitas num pequeno e vibrante toque de mil cores em forma de Arco Íris. Sinto uma surdez que ficou, como uma força demorada de um minuto infinito calado. O amor desvanece-se colhido na combustão fria da ignorância. Sinto o toque sinto o cheiro sinto a dor mas ninguém sinto...Faça-se apenas um pequeno silêncio, só eu aqui fiquei... Desculpem, eu e o nada. E do nada subtraímos o tudo e o infinito voou com as asas escuras do destino, que também desejei partir. Fiquei eu e o nada, o tudo da insatisfação. Sobrou o peso de uma tempestade vizinha, que também me silenciou... Deixo-me assim adormecer num recanto desta sala, e lá fico, eu e o pó transformado, a fazer-me companhia, esquecido de mim, perdido de mim...

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