Há em nós palavras que oferecem ecos de outros tempos… Há coisas vividas que se
confundem com este presente… Que não soa a dádiva!!!.A minha vida está como se
tivesse saído duma floresta, e o campo que escolhi para ficar fosse agora
planície aberta. Trago no bolso sementes que deito ao chão mas não pegam, sei
que delas nada vai brotar e não me servirão, mas sem elas tenho duas mãos
vazias e um horizonte sem intento! Os amigos quando vêm são como uma brisa na ramagem
de outrora… uma sensação de estabilidade num contexto já bem diferente, e a
minha diferença ainda não se enquadra nessa paisagem. Depois das palavras, aos
poucos os sons vão-se apagando. E eu fico atento, ouvindo, expectante,
espectador da minha própria vida, uma mera miragem com que a maresia do
Atlântico me brinda. Sinto que tenho que abrir mão das recordações ( mas
ninguém o faz, é-nos impossível). Pois sem recordações sinto-me vazio e
despersonalizado.. Eu não sou eu, transpus-me para o presente, mas ainda de
costas voltadas. E já não me reconheço aí... eu nunca pensei aliás por vezes
a minha vida seja um pouco um não pensar, que fosse tão difícil
abrir mão do sítio que me acolheu e construir casa noutro lugar. Um pouco de
nós fica lá e nunca mais volta. E essa parte faz-nos falta.(não sou hipócrita
sou realista) Nesta reengenharia da vida, sei que temos que nos destruir para
nos reedificar-mos. E enquanto não o fizermos, sentimos-nos sempre a perder.
Toda a semente que cair neste chão é uma esperança vã. E eu vou perdendo o
tempo que passa. Deito-as fora, sementes e esperança, sinto-me um puzzle
inacabado. Peças em falta. Planície aberta, falta saber como reconstruir esta casa…
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No caminhar da vida existem sempre, 2 caminhos, viveremos sempre inacabados, ao longo da vida juntamos peças de puzzle, e esse apenas termina quando todas as peças se completam, é verdade pode sempre demorar o seu tempo, mas nunca se fica sem a peça que lutamos!!
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