Hoje se eu conseguisse reproduzir arte pelas minhas palavras , percorreriam o teu olhar, tão lentamente que desenhariam um poema que nos abraçaria um contra os outro nesta paisagem, paradisíaca. Mas, as palavras fogem-nos , pouco a pouco, sem desvendar o querer que tão docemente reveste de noite em contraluz, com a matriz as mágoas que se despegam da felicidade roçando o peito do amor na alma embriagada pelo perfume desta maresia do teu corpo! Eu embriago-me com as borboletas que se passeiam como Deuses de mão dada no amanhecer da luz, eu entro em combustão apenas com a acendalha do olhar que insiste em atear-me nesta combustão de vida que nos pertence. Desenho aqui e ali os contornos do teu corpo que parecem um lençol de água a acalmar este vestido submisso que a lua derradeira alumia na saudade estimulada pela doçura dos lábios em fome de mel! Este palato na vertigem do anseio é rebelde, cheio de versos doces a roçar a pele preservada nas audácias que a mente vai acariciando com a sede naufragada de peito aberto que vou penteando na ondulação dos teus sinais que os olhos colocam em orbita ao assaltarmos um beijo que se desfaz em palavras que aqui escrevo sem voz, apenas hospedes do nosso amor replicado e eclodido de mãos dadas que a carne não deixa tatuar nas sombras do aroma de flores que de ti emana... Só se vive uma única vez e nem sempre sabemos traduzir esta virtude da entrega solidária que se forma num laço de sangue que nos debela ao ponto de não conseguirmos desenha-lo em mares, rios nem tão pouco, desatar os braços da cruz que nos aparta da essência, porque, se o que digo fosse arte jamais seria censurado esse abraço que fecha feridas abertas da ausência... Chamo a mim a luz, que me desfoca na audácia dos dedos mutilando as palavras que em sufoco não se escutam, atravesso os mares que nos separam e afundam os sorrisos como uma ave colorida que espalha as sementes em meu corpo que há de ti e me despem na taça do vinho que partilhamos no meio de um retrato que partilhamos mesmo que impreciso do amor sentido! Fizeste-te num ser que se embrulha na minha devassa de fortuna, em mim lavra, a tua na alma, onde me escondo e agacho na nudez da sorte feita que embeleza a minha fonte de luz que me reflete. A vida passa suave como um sonho, e nesse breve sopro envolto numa brisa de amor, entregamo-nos ao processo diário desta maravilhosa aventura para quando fechar os meus olhos sorrir apenas porque a viagem que partilhamos foi exatamente como tinha de ser, passo a passo por amor no silêncio que os olhares da vida levarão daqui até ai.
terça-feira, 10 de maio de 2022
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