segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Hoje caminho... descalço...Sinto cada grão de areia por baixo de mim....Caminho... Por esta estrada que deixou de ter fim! Tento apagar os rastos que deixei ao caminhar,onde derramei escritos a sangue e lágrimas, que agora apenas repousam na alma. Não tento ser outra pessoa , até porque acho que nunca precisei de ser outra pessoa, sempre tive orgulho e orgulhei os demais pelo que sou … Posso ser diferente, sei que o sou, ainda assim, limito-me a caminhar ... descalço... de alma, de pensamento, de sentimentos erguidos, ao sol, ao luar, ignorando as ruas estranhas que deixei para trás… Nelas nada me apraz , apenas o peso da vida , que recebi, que dei, que mereci… Sem caminho pensativo? Sim , tenho dias que sim, eu e o peso da vida, do que dou, do que recebo, do que faço, do que mereço… Resta-me a brisa neste rosto , que me abraça, como se eu fosse um cristal, leve, transparente até demai, que me transforma e me ergue com um sopro de vida e me faz prosseguir até quando me fecho e me recuso a faze-lo! Hoje como apenas letras que escrevo, sem rascunho, sem borracha para emendar, com todos os erros que elas tenham e sem querer apaga-las ou reparar o que sou , lanço me ao vento como uma folha de outono que cái, a brisa essa, alisa-me do seu jeito brando sem me retrair , frágil ela quebra o feitiço da minha bagagem que deixei nas margens no inicio desta viagem! É parca a coragem, como simples gotas de orvalho, sorri perante um beijo dado na veemência da luz que incidiu sobre mim mesmo ao despir-me de cores que perderam o seu útero final…Quebro-me no equilíbrio exigido que jaz no chão pintado, ergo os braços aos céus e agradeço a dádiva que me fez ser parte de um circulo que não era o meu…Sinto-me como uma folha de outono, nasci vibrante , abracei os ramos, e como uma pluma me deixei desfalecer ao ritmo desta brisa…Amar completa-nos, sempre foi essa imagem que tive do amor…O amor tem de ser plural, se não assim for não conseguirá nunca completar dois seres diferentes, é dessa forma colorida que espero desenhar o amor! Há muito que tento dar forma aos meus sonhos de forma exaustiva, nas ruas vazias que a vida vai enchendo com retalhos de amor que tenho colhido no meu caminho. Tenho crescido com esse sonho, com certamente essa ilusão pois o amor que tenho assistido nunca foi plural, nunca pode ser plural se amar-mos sozinhos! Aprendi amar sem esperar resposta do outro lado, sempre achei que o que Sentia daria para amar por dois, mas o excesso de sentimentos acabam por nos sufocar … Há pessoas que passam por nós com a promessa de deixar muito mas acabam por partir sem nada deixar! Acho que a maioria das vezes o amor bateu-me à porta apenas para me cumprimentar como um nómada que jamais será capaz de acampar na vida de outro alguém! O amor ás vezes é um vestido muito largo que não assenta muito bem a todos, por isso muitas vezes com apenas dois a três passos em frente o vestido caí, causando um tsunami de tristezas… As ruas estão cheias mas continuamos incompletos pois não há quem se queira encaixar, apenas querem que nos encaixemos…Amar não é mostrar o máximo de nós, é sim mostrar o que somos e temos! Amar não é desviar da nossa vida quem nos ama, é sim estender a mão … O amor não nos prende, faz-nos sentir livres e pertencentes a algo único, a ponto de deixar dúvidas de lado, para sorrir. Sei, que lágrimas, sorrisos, amor e ódio, parecem irmãos, todos estão tão próximos que em segundos mudam a nossas falas e por vezes avaliamos mal os nossos reflexos , dizemos palavras que não nos revemos dentro delas… Mesmo assim não precisamos falar para mostrar quando amamos, nem precisamos que ninguém fale por nós porque o nosso silêncio fala sempre mais que qualquer eco… Envelheceram-se-me as palavras, frazes guardadas em gavetas empoeiradas, da biblioteca de uma alma! Entardeceram-se-me sonhos que me olhavam em sentido contrário, o coração parecia fechado,mas!! abriram-se os olhos, escondidos no meio das flores plantadas no jardim do meu olhar onde parecia que mais ninguém ia pisar...Vivi fazendo-me esquecido, destapei o meu passado, desnudei a minha história, abracei meses que já não conheço, tropecei no tempo deixei me cair dos braços desse sonho, fiquei aqui , tranquilo, revoltado, embrulhado em palavras evelhhecidas que se transformaram em poesia, sonhando-te para toda a vida... Os dias foram feitos de escuridão, uma escuridão tão grande que não me permitia ver que existia o sol lá à minha frente, para lá da linha do futuro...Que hoje chamo de estrela dourada!

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...