sexta-feira, 3 de novembro de 2023
Hoje cessa-se a inspiração quando se esgota os sentidos!!! Parece um sintoma de uma vida em transformação!!! Gastam-se todos os suspiros de uma só vez, por não se ter mais nada a observar no futuro longínquo. É a vida que funciona a priori, intensa, até que nos expõe. Somos máquinas de colher solidão como aquelas que se usam para desbastar os campos!!! Deitado nas nuvens, vejo o homem que há em mim, dilui-se como água da chuva em terreno árido. Finda-se a ideia, em mim, de uma apnéia em seco !! O que aqui há dentro destas palavras não é leitura de se abrir os olhos, nem leitura de fechá-los à noite. Não é tortura de alimentar o ódio, nem saúde de curar os vícios. O que há dentro das minhas palavras , não é capricho de um corpo afoito nem sossego de um talento lírico. Não é rabisco de um papel marcado, nem um evento narrado em vida. O que há dentro das palavras não é sólido, nem líquido, nem gasoso, nem frutífero. Não é definido por sua natureza de estado, nem supostamente um estado de espírito. O que aqui escrevo é o que há em qualquer espaço, mas nada tem de química, nem física. O que há dentro das minhas palavras não é a métrica do quadrado, nem a convergência de um círculo. O que transpiro aqui são palavras inteiramente densas que de mim ver-to! São elas que me habitam, neste tempo imemorável , escondidas no mais intimo espaço da minha alma que embriagam a essência de mim , transformando letras em palavras...este o dia anunciado, a hora da desesperança Hoje fomos expulsos de um tempo julgado sem fim, onde os corpos se banharam indolentes e incautos, procurando o caminho...há dias sem um fio de luz, sem alento, sem consolo. Os olhos, quase cegos choram, tardiamente, a memória ardida, prostrada perante as cinzas que de nós se apartam…Afastados da vida, num devir atormentado que nos lança as presas onde já não há carne, resta-nos cumprir a pena aceitando-a como um bálsamo. Os meus braços, nos teus braços, geram abraços, esmagados, ameaçados, extintos, de estátuas de pedra que tomam agora o lugar das árvores caídas…São estas as criaturas inumadas em que nos transfigurámos, quando o amor não vence e levianamente nos soterra em sedimentos do nosso desânimo, ora resignados, ora alarmados, seguimos...com a granada dentro do peito, e é isso que nos faz ser poetas, caçadores insaciáveis de emoções, que nos brotam da alma como a nascente do rio que desliza suavemente pelos socalcos da montanha, a perder de vista… O poema nunca está completo, há uma sede de palavras, que não se mitiga em qualquer fonte, as palavras têm asas que buscam, silêncios, sorrisos, alegrias, amor, mergulhados no mais profundo do âmago, do ser… As nossas palavras estão em constante conflito de ideias e ideais, porque o poema nunca está completo. necessita ser cinzelado, afagado, como se fora uma escultura, mas deixa sempre o caminho aberto para uma nova fonte, uma nova sede, uma nova emoção. Nós nunca seremos completos se continuar a existir para além das palavras, o silencio! Arde em mim a sensação dos minutos sem fim como se tudo fosse inspiração doce,como se eu fosse alma e coração e tu pedaço de mim! reclamo a evidência perfeita, dos abraços ancorados, na submissão desfeita, do poder dos corpos suadosem todas as palavras eleitas dos versos já amados. Hoje escondo-me do infinito na escuridão, lanço as mãos na periferia de pequenos gestos em sintonia, na esperança de ver chegar um momento de felicidade de verdade. São os gestos delicados que me fazem sonhar com as melodias escritas nas pautas dos abnraços...Hoje traço um rosto no horizonte que reflita a luz no seu olhar das auroras e manhas, porque há estrelas que não vivem no céu mas brilham para nós como se o seu foco fossemos nós....
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...

-
Hoje reflito com o pensamento de como juntar, aproximar quem se afasta, sinceramente não sei. Apenas sei que é o amor aproxima, que as div...
-
Hoje fechei a porta que em círculos e cercos, fechou as margens e estancou num pântano o silêncio, consumado na pálpebra cerrada que tranco...
-
Hoje até podiam sentar-se na minha cama e contar-me mentiras... Que o amor tem a forma da minha mão ou que os meus beijos são perguntas qu...
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.