Hoje preciso de
olhar o mar… Preciso deixar que ele desenhe com precisão os traços da minha
vida...Preciso de escuta-lo, preciso encandear-me com a espuma de suas
maresias…Quando olho e escuto o mar , transporto-me ao céu nas asas dum
condor, perco-me na bruma, dos sons a escutar o profundo bater das ondas
nas rochas enegrecidas, enquanto os barcos de pesca assomando na linha do
horizonte, trazem os silenciosos lamentos das misérias de tantas vidas…
Hoje vou olhar o mar… Fechar os olhos e repisar a praia onde cresci, sentir o
empedrado da areia fina debaixo dos pés e rever as pegadas que outrora desenhei
nesta praia deserta que habitei… Já houve dias que esculpi o vento que sopra na direcção dos teus cabelos.
Sei que não sou sequer a inspiração que os move. Mas sei que quando passo por
um lugar , deixo lá a inconfundível presença do
meu espírito... Eu não preciso de ver para sentir, não preciso de
tocar para saber. Se olhar nos olhos todos os sentidos
do meu corpo são sensores que detectam as vozes silenciadas.
Peço-vos apenas que me façam viver este sonho eternamente, quero
respirar um só corpo, um
só rosto, uma só voz que se cale em mim...Quero respirar essa parte ainda intacta, cheia e receios, medos, pintada, criada, inúmeras vezes despedaçada, rasgada, negada, apagada, escondida mas que vai pulsando em mim... Hoje amigos somos apenas as marionetas na mão do destino e no auge da nossa ignorância, pensamos controlar tudo e todos...Mas!!! é exactamente o contrario, é o destino que nos tem nas mãos!
quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
Hoje amanheci sentado no recanto mais recatado
do meu espírito. Cá do alto observei cada detalhe dos sentidos,
cada pormenor dos sonhos. Não existe outro sentido para a existência da
minha luz que não seja apreender
os caminhos, que me levam ao firmamento salpicado de pequenas estrelas.
Eu sou a Noite que as ilumina, sou aquela personagem imperfeita e
distraída que se perde em cada esquina... Todas as direcções do meu mundo
se dirigem para um lugar único, toda a sabedoria da minha alma é reflexo da luz
que me alumia, por isso, busquei na vida a conjunção química perfeita de
equilíbrio entre corpo e mente. Escuto o som das minhas letras, elas soam-me a
canção imperfeita que filtro e corrijo no sulco das emoções,
mais uma vez fico assim imaginando uma voz doce que cante a letra das minhas
canções. Acreditem na força com que olho, na forma suave com que observo
da distancia deste céu onde sou apenas a noite que compõe o céu estrelado...A beleza do céu estrelado está no nosso olhar para não cairmos no ridículo de apenas olharmos para nós próprios!
segunda-feira, 19 de dezembro de 2016
Hoje chego á seguinte conclusão, que , quem sente
saudade, viveu um passado, segue com a vida ou teve que recomeçar outra
história. Saudades são segredos imaculados, são sentimentos de redenção,
são presentes para nos lembrarmos do passado e aprendermos a lição. Saudade
não mata, mas dá-nos sinais que precisamos mudar o itinerário do nosso coração.
Saudade não é viver, é recordar. Saudade não é aquilo que te faz infeliz, são
apenas lembranças de que foi maravilhoso. Saudade não é a solução para
viver bem, é alimento para a existência. E, se não fosse a saudade? O que
seria de nós, das nossas histórias? Seria tudo apagado, sem qualquer vestígio
de vida...Vocês já pararam para pensar na vossa melhor saudade, hoje? Eu sei
que viver de memórias não faz ninguém melhor ou cura qualquer dor, mas pode ser
a solução para quem se levante do seu sofá, e abra a janela e respire por um
amanhã sem o mesmo tropeço de ontem. Hoje sei que não há vida que não viva sem
a saudade, e a saudade não sai das nossas vidas. Tenho dias assim, em
que tudo é nada e nada é algo que nem sei descrever …Tenho dias assim em que a
saudade toma conta de mim!!
domingo, 18 de dezembro de 2016
Hoje este sol esmaga o brilho dos vitrais do pensamento, enquanto as curvas do meu corpo, incendeiam os olhares!! É em silêncio, que vivemos embalados por uma brisa, plácida, em recantos do oculto. Este embalo, de mudos e contidos desejos sobrevive repleto de gemidos, sentidos que geram os gritos perdidos no esplendor, que inflama, o sangue derramado no empedrado que piso ...Sentes o meu olhar?, no teu olhar se sim deixa-me criar raízes no teu caminho...deixa a areia escorrer na ampulheta do meu tempo, e que ele se esgote. Os fantasmas do receio são apenas os vermes do silêncio !!!
sábado, 17 de dezembro de 2016
Hoje sinto este cansaço que não se desilude ....Por pensar demasiado, por sonhar indiscriminadamente sem perceber, por não dominar ainda a cor da minha alma. escondo o meu rosto com as mãos e deixo o sabor da brisa pintar-me de lágrimas com o vento o cabelo que me começa a cair!!! estendo as feridas abertas pelo tempo e exponho-as a vírus da alma colorida que corroem a minha vontade. Porque hoje tenho uma vontade diferente. Apetece-me despir a pele e perseguir o mar. encostar-me a ele e auscultar o celeste paraíso das aves marinhas , e com elas quero mais do que tudo conhecer a cor da minha alma porque nada mais importa. Hoje nada importa que a alma... mesmo se a soubermos escutar mesmo na tortura sufocante das grades físicas da existência, sentimos a dor que ela prostitui... Se a abraçarmos como loucos perturbados, sem destino iremos tocar essa loucura árida e deserta que sem dar-mos por isso nos faz desenhar suaves sílabas numa folha de papel. Esta é a cor da nossa alma que mesmo sem a sabermos ler nos denuda com uma suave transparência de um magno silêncio ao invés de pretender ler-nos pelo pulsar de um coração ferido... A alma ao contrario do coração ignora qualquer rasgo de cor que possa adulterar os muros da fortaleza sobre os quais se ergue assim aqui fico de olhos fechados e tento ouvir o seu prudente murmúrio. E o que escuto em tons de silêncio incolor que legitima o cansaço que em mim hoje vive.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
Hoje reflicto e de repente, com saídas do nada, encontramos pessoas
assim…Deixamos de falar com os dedos, que se passeiam pelo teclado do
computador e passamos a falar com o coração! É que do outro
lado do ecrã, existe uma pessoa de carne e osso, às vezes, são pessoas tão
grandes, em tudo, que nos apetece partilhá-las com o mundo inteiro! Entre
brincadeiras e partilhas, nasce amizade, ela é doce, meiga, verdadeira que
contagia qualquer um. Apesar não estarmos frente a frente, ela abraça-me
todos os dias e...suponho que seja essa presença que sempre me faz sentir. Este
ano, não pretendo partir, sem antes gravar na minha pele... o seu abraço. Não
sei quantas vidas suportam a mesma dor ou quantas dores pode suportar a minha vida.
Não sei quantos becos nela existem , quantas estradas atalhos ruelas
ou avenidas. Não sei quantos caminhos já caminhei, mas!!! Sentei-me
aqui nesta margem, que não é de um mar...uma barragem uma água
contida prisioneira de um muro com medo que se gaste evapore seque... Tentei imaginar-me aqui e em
quantas estradas ruelas ou avenidas...te podia encontrar a ti. Como
naquela onde te achei! Sempre me perco nas direcções despisto-me nas
cores das ruas todas iguais... todas me conduzem a este mesmo
lugar onde agora me encontro... Nesta margem ...de água contida, onde
encontrei algo apenas porque me perdi.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
Como se tivessem boca , há palavras que nos beijam numa perfeita nudez da pele em chamas…Como eu coloria um grafite meu desenhado num mero corpo!! Traçava-lhe a matriz , lia-lhe um poema , invocava-lhe os direitos, na prece de umas mãos abandonadas como destas palavras se tratasse!!! Palavras abandonadas à mercê dum carinho, são palavras entregues à mercê da nostalgia ou à doçura dos beijos.Imaginem um corpo que nada já sente e que tudo diz…Imaginem o silêncio em que ficamos inventando palavras novas…Imaginem as preces e melodias inventadas nas novas palavras que se conjecturaram, mas que nunca ninguém as irá ler…É neste silêncio tão nosso que repousará a nostalgia da criação e certamente sobre ela sorriremos...Vem ai o Inverno e as mortalhas do silêncio esgotam-se como os instantes da lembrança que vamos sustendo nas mãos até se transformarem em cinzas …Fica o sonho vencido!!
quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
Hoje
preciso que me falem , mas sem voz...Quero escutar os sinais de dentro
e os ventos que se passeiam na escadaria dos meus dias!
Preciso
dos sopros mornos em palavras, que me agarram por dentro e me
avessam. Preciso que me peçam que vos peça...Que me peçam que vos
olhe...Que me peçam que vos toque...Eu sei que a vida é feita de começos e
recomeços...Hoje sei que o primeiro olhar não significa o mais
intenso. Hoje sei que o primeiro beijo não significa o melhor. Hoje
sei que o primeiro homem ou mulher não significa o mais marcante. E porque
a vida é feita de começos e recomeços...Hoje eu sei que primeiro
abraço não significa o mais sentido. Hoje eu sei que o primeiro amigo não
significa o único. E porque a vida é feita de começos e recomeços... Hoje eu sei que primeiro
emprego não significa a estabilidade. Hoje eu sei que o primeiro salário não
significa a riqueza. E hoje porque a vida é feita de começos e
recomeços eu sei que a primeira queda não significa a mais
dolorosa. Hoje eu sei que a primeira lágrima não significa a mais triste
nem tão pouco a primeira desilusão não significa a última. E
porque a vida é feita de começos e recomeços... Eu sei que não há vertigem
nem medo no salto. Hoje eu sei que algo maior, anterior a nós que une dois corpos numa única batida cardíaca. Hoje
eu sei e escuto ecos cá dentro vertendo as minhas mãos quentes...
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
Hoje de
noite tive um pesadelo! Ao despertar apenas ouvi silêncio. Era muito mais que a
ausência de sons. Era profundo, apertava cá dentro como um mau “agoiro”. Levantei-me lentamente e dirigi-me à janela. Lá
fora as ruas estavam repletas de gente de braços abertos e mãos estendidas, a
olhar o céu! Pareciam estátuas, ninguém se mexia nem falava. Os carros não circulavam, as
fábricas não produziam, o mundo inteiro havia simplesmente parado e toda
a humanidade estava deambulando na rua
de braços erguidos e mãos estendidas, a ver o céu. Saí à rua descalço, o
silêncio incomodava mais do que o frio, que se fazia sentir…. Era difícil caminhar com aquele aglomerado de
gente. Acabei por andar pouco parei fiquei confuso, tentei perguntar, aos
outros o que se passava, mas da minha boca não saía um único som! Por
mais que abrisse e fechasse a boca, apenas saia silêncio! Comecei a sentir os
pés molhados. Rapidamente aquela água que escorria pelas ruas parecia um rio,
que nascia aos nossos pés. Foi então que reparei que todos choravam,
silenciosamente, sem desviar o olhar do céu. Elevei o meu olhar e as lágrimas
brotaram também dos meus olhos. O mundo havia mergulhado naquele silêncio
triste, sem palavras, ninguém conseguia explicar a razão para o céu ter
cerrado e ficado encoberto com uma nuvem gigante e dela caíam milhares de
sonhos mortos por haver Abri os braços e estendi também as minhas mãos, que a
pouco e pouco ficaram cheias deles...Quando acordei, tentei escrever o
sonho imediatamente, para tentar não me esquecer dele. Acordei incomodado!
Percebem o meu silencio, prefiro deixar aqui o meu olhar no infinito à espera
que chegue o futuro e uma nova estrada da vida, que erga a intimidade da minha voz
no eco de um sonho…
domingo, 11 de dezembro de 2016
É inquietante o silêncio que Habita na solidão dos instantes.... É nesses pedaços de tempo que o coração se invade de uma voz que nos cala, faz-nos quebrar mesmo que não queiramos. Soltam-se palavras inquietas , que sonham voar ...São vazios que se nos impõem e nos abraçam num carinho de prudência !!! gosto desta inquietude nesse momento onde o ruído adormece e nos devolve a serenidade que nos faz persistir perante as horas surdas dos dias...Mas !!! por vezes as palavras que escrevemos querem sorrir , elas escondem sorrisos nas rimas misturadas em versos de dor e ausência. Este bailado de palavras inertes muitas vezes jogadas ao chão frio em tons de silabas desalinhadas não é mais que a nossa sombra desaguada no desalento de um papel usado, amarrotado pelo nosso ultimo suspiro...
sábado, 10 de dezembro de 2016
Fez-se silêncio, bastou as nuvens cerrarem... o portão abriu-se e o nevoeiro cansativo entrou... nada é simples, nada é silêncio, e tudo não passa de um vazio. O calor não chega e o frio teima em permanecer, as janelas fecham e deixam apenas o escuro ficar, não há luz, nem um mero clarão!! Existe tudo mas apenas um nada fica... Reclamo armas de gelo que rebentem num grito surdo, onde a solidão parta , mas... Resta o vácuo da recordação. (Isto) torna-se tão simples de viver. É tão fácil abrir este portão para nada restar. Mas!!! façamos então o silêncio, a chuva há-de cair ... O portão fecha-se, e a imensidão do nada soou. Esta força imensa que consegue ser ouvida, sem eu querer enche esta sala pequena de dimensões infinitas num pequeno e vibrante toque de mil cores em forma de Arco Íris. Sinto uma surdez que ficou, como uma força demorada de um minuto infinito calado. O amor desvanece-se colhido na combustão fria da ignorância. Sinto o toque sinto o cheiro sinto a dor mas ninguém sinto...Faça-se apenas um pequeno silêncio, só eu aqui fiquei... Desculpem, eu e o nada. E do nada subtraímos o tudo e o infinito voou com as asas escuras do destino, que também desejei partir. Fiquei eu e o nada, o tudo da insatisfação. Sobrou o peso de uma tempestade vizinha, que também me silenciou... Deixo-me assim adormecer num recanto desta sala, e lá fico, eu e o pó transformado, a fazer-me companhia, esquecido de mim, perdido de mim...
sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
Hoje pergunto-vos, alguma vez se sentiram presos à liberdade de outra pessoa? Essa é uma
liberdade que me empurra para a luz quando o meu corpo respira sombra. Hoje reflicto sobre o medo, e ele pode ser feroz.
Invade as artérias da nossa casa como
uma lâmina afiada cortando a esperança pela raiz…É como a água a
desbravar caminhos, derruba defesas e passa. O medo senta-se à nossa mesa dorme
na nossa cama grita-nos ao ouvido até obrigar a alma a sair apropriando-se do
corpo, silenciado a voz.
Hoje uma "desconhecida", enquanto reparava uma linha ténue de vida, achou por bem agarrar-me nas mãos cheias de ansiedade e com a sua voz
uniu-as para que se ouvissem de repente como se de mais não precisasse a esperança
choveu-me inteira nos olhos. Não sei quem ela é nem se algum dia as
nossas linhas se irão poder cruzar mas imaginei-a de corpo
inteiro alma limpa e ensinou-me que ainda somos Alma. Habitamos um corpo para
que haja gestos!!!Eu sei que mora em mim uma força desconhecida, que alimenta moinhos da imaginação, faz mover as folhas das
árvores como se fosse uma brisa silenciosa que se propaga pelo infinito, não
consigo explicar este mistério que brota nos meus silêncios sob a forma de
palavras, frases, pensamentos, sensações...Mas!!! Tenho medo da incongruência do vazio, que me invade quando nada tenho a
dizer…
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