quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Hoje sei que a nossa vida apenas é uma peça de teatro, uma peça de teatro sem guião escrito. Desde que se nasce até morrer. somos nós que escrevemos  esse guião , minuto a minuto, hora a hora, dia a dia  renasço da criança que fui para o ser que sou e atua nesta peça sem compasso , finjo-me alegre e cheio de vida...Mas o pano sobe e desce ao sabor dos anos, antes gaiato que se transformava em sonhos e miragens, hoje.. vivo amores de desamor, alegrias e tristezas...O pano sobe  e desce ao sabor dos dias, mas em  homem me tornei  e meus sonhos tentei realizar!!! Alguns consegui, outros nem por isso , o guião vai somando paginas de vida, páginas de alegria, páginas de tristeza, são momentos de desalento, momentos de esperança,  mas a cada página um ano de vida um suspiro de criança que me eleva e me transporta até ao que cheguei nos dias de hoje.... Poderia ter desempenhado melhor o meu papel? Esforcei-me o suficiente para merecer esse papel? Que guião me reserva ainda a vida? Quero saber será possível ou impossível saber?? Apenas sei que desejo escrever ainda mais algumas páginas, páginas onde não escreva os mesmos erros e onde não  encontre tristezas, para um dia os meus filhos se deleitem com o que vivi ... Tudo isto não passa de desejos, pois o guião é escrito a cada minuto neste teatro de mascaras que a vida nos impõe...

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Hoje confesso que há muito que não moro nos livros, não escondo que tenho saudades de ler , mas recuso-me ler-me , sinto-me envelhecido pelo tempo.. Perdi a infância, esta já é longínqua do meu destino…Escrevo muitas vezes sobre o perfume da nostalgia,  vou  esculpindo nas palavras das horas vazias  o afecto forjado nas noites serenas e frias, onde propago silêncios e desejos que transponho do papel para as lágrimas que me beijam o olhar nas asas desta face vazia. Sou o mesmo de muitos outros textos, moro neste livro onde o amor  é o oficio dos sonhos, não escrevo versos mas, partilho palavras que se colam ao corpo, no pequeno fascínio da mudez da luz indecisa no caminho que  as estrelas traçaram para mim…Já escrevi sobre enganos, já dedilhei o medo nas águas da minha praia, já parei inerte subjugado ao frio de uma manha a tentar descobrir as coordenadas dos meus sonhos , mas!!! Hoje sou apenas um fascínio de palavras teimosamente procurando um espaço meu dentro de ti…

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Hoje penso que vem ai mais uma vez o dia de são Valentim e imaginei-te nas minhas horas vazias, mas nem uma palavra teço para conceder-me um tempo no paraíso dos sentidos…Quantas vezes ouvi no meu silencio que se faz, o som de uma voz calada em meus ouvidos, murmurando palavras sem nexo mas que em cada suspiro, me faz estremecer todo o meu ser num grito abafado de tanto querer… Quantas vezes, depois de a noite silenciar o dia, sinto na escuridão ocuparem todo o espaço a minha volta, deixando-me despido, com a alma aberta ! E tantas vezes fui guiado pelas emoções, escondidas dos caminhos da vida, me perdi nessas horas vazias, apenas inventando-te em cada segundo…em cada emoção, em cada desejo…Tracei linhas imaginadas pelo teu corpo ausente…escrevi rimas de loucuras no incêndio da pele que não tocavas…saciei a sede dos beijos nos lábios áridos sem a suave humidade dos teus… Quantas vezes pintei uma tela onde todos os sentidos se conjugavam num só…e tantas vezes fugi dele para não sentir a dor de ver o dia nascer e perder-te nos raios de sol que inevitavelmente viriam buscar-te desta minha ilusão sonhada tantas vezes em mais um dia de S. Valentim sozinho nesta sala que desenhou a noite perfeita…
Hoje se vivo da esperança atrapalhada e prostituída pela palavra, ou até mesmo maldição que me vai enxugando as lágrimas no lenço suado das fantasias que o passado reteve, certamente é porque o desejo ficou  na boca de alguém sem voz amaldiçoando assim a ave refém do olhar que sou... Eu sou assim , mas não sou só eu, todos nós somos um pouco ,almas vazias , pedintes de amor despidas que vibram em mentes que mantêm-se presas e cativas em vidas que foram herdadas para amar ou sofrer...É esta natureza fria de almas intoxicadas de noites quentes , ardentes onde se bebe o sangue dos cálices dos corpos pedintes , perturbados e miseravelmente entregues carentes que gera a poesia do anoitecer onde jamais desperta o dia da esperança!!!

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Querido silêncio abre os braços, enlaça-me em teus  segredos!! Mas não, não me exponhas nem ao vento que os meus suspiros são só meus ...Podem até falar  com os teus,  estes suspiros que o meu coração beijou no silêncio do teu abraço ...Abraçar esta imensidão de nada é um momento um ritual de união que me cingiu a este corpo vazio que transporto .. Posso .até pairar de asas entreabertas, num voo divino almejando o  vácuo  dos sentidos, mas não me tentem ler  nesta infinidade de palavras que se cruzam nos caminhos do olhar que não provoco....Podem sim  até tentar entender os mistérios que este olhar vazio  brota, mas apenas em  palavras que escondam o meu nome, o meu perfume a minha alma os meus segredos, a minha magia que me faz levitar em oásis de sonhos e ternura. estas palavras tem um som que se esvai , quase indefinido e imperceptível assim como as suaves pétalas do arco íris que exalta poemas de sol e iluminam a escuridão da espera... Toca nas minhas mãos e no céu,  desenha  a eternidade que a melodia sussurra num coração como o meu!!

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Hoje posso dizer que não há pontuação, vírgula que dê sentido á nossa História que todos os dias se escreve...
Não é o ponto final  que usamos que algo mude, todos os dias escrevemos historias nossas nas pedras da calçada, com as pegadas que deixamos neste caminho ruidoso…Muitas vezes a felicidade chega de repente...Quando nem  exigimos  nada, ela simplesmente fica visível ao fundo da estrada… É neste caminhar que vamos pisando a calçada, o manto  do sentir  onde  mais uma vez, se torna urgente...nada exigir! Eu nada mais exijo estou cansado, esquecido, segurando um grito no peito que me embriaga…Há injustiças no meu alpendre que não sei explicar... Hoje transpiro solidão, ninguém escuta, ninguém me acode, grito sozinho neste precipício… sinto-me um poço de vida, escolhendo entre a flor e o deserto ! Lanço a minha semente á terra esquecida, neste cais onde hoje tudo é pouco e ao mesmo tempo demais!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

È na noite que as sombras atormentam, as diversas e tardias esperanças... É na noite que abuso da meiguice e da inocência, diante de fatos inesperados que me toldam e me silenciam ... Fujo de pessoas que se calam perante os suas próprias vontades , desejos ,  fujo sempre de algo que nunca ocorrerá . Escuto em  várias vigílias, o som das almas intranquilas que se revelam nuas mórbidas e esquecidas, bebidas pelas suas próprias sinas.  Escrevo-lhes pois elas tem na sua essência , uma luz, que as direcciona apenas ao bem!!! Elas vivem Incertas, e  não só vagueiem, por caminhos tortuosos  mas também num plácido  desvanecer perante a solidão. Sou um ser pronto vivo a sobrevoar a imensidão de tudo aquilo que vos inquieta,  também sou humano , também sou metade de mim, por isso sigo  almas encobertas, que a noite faz de companheira,  verto as vossas vontades além do olhar sem o medo de total escuridão... Podem bailar todas as almas em mim e perambular entre as noites sem que eu me jamais resigne...     

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Rendo-me ao tempo, infinito rendilhado de cordas emaranhadas pela vida pelos beijos que sinto nas profundezas da alma, em linhas incertas, em traçados perfeitos,  deste sorriso desconcertado que o meu coração, palpitante desfalecido, eleva em gestos invisíveis, imaginados onde me entranço em palavras que vou dando cor...Vagueio... Dizem que as palavras segregam tudo ao dizer nada , dizem que elas se perdem em contemplações, em paraísos na busca do amor puro! Escrevo num silêncio gelado de tons distorcidos onde me abandono nos versos outrora declamados em olhares flamejantes de desejo divinamente escritos do outro lado do mundo...Acompanhem-me nos suspiros, nos lamentos...Acolham-me eu apenas troco confidências, segredos, devaneios, sonhos, sem fim, mistérios por desvendar enraizados no reduto mais intimo de um bailado acariciado pelo vento escondido das noites iluminadas de luz que o silêncio das estradas tortas da alma vão debitando em mim...

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Hoje é o caminho ruidoso que descarrila sobre os nossos sentidos e que os leva a lado nenhum...Esta  é um artifício criado por uma necessidade de disfarçar o vazio permanente. Assim, no decorrer de dias cinzentos e frios, escondemos-nos as horas planeadas, numa ansiedade medonha. Fingimos sorrisos e abraçamos o nada, aquele que nos une a uma vida que esquecemos um dia numa qualquer esquina labiríntica do passado.Perdemos a autenticidade e vivemos por entre o ruído e a pressa, esquecendo que a paz pode haver no silêncio...Só essa paz, tranquilidade interior, nos pode alimentar o espírito, devolver aquele sorriso náufrago de verdade e fazer de nós pessoas melhores a cada novo amanhecer. Nesta acrobacia veloz, em que se procura um equilíbrio saudável entre o ser e o estar, somos forçados a estabelecer prioridades, a destronar o superficial e o momentâneo. Coloca-se-nos o desafio de sermos maiores do que a própria existência e levitarmos acima de tudo o que é circunstancial. O desafio de não nos deixarmos corromper pelo tempo e pelo desgaste da escuridão que por vezes se instala. O desafio de conseguir sentir a felicidade nas secas migalhas dos dias. Nesse momento seremos muralhas superiores ao próprio tempo e espaço. São breves os momentos que nos anexam à vida que tantas vezes rasuramos sem pensar que o amanhã pode nem sequer existir mais...

domingo, 5 de fevereiro de 2017

 Hoje estou de frente para o mar, nesta praia deserta..Aqui!!! consigo ficar a sós com os meus pensamentos. Consigo abandonar vontades. Sem perspectivas e sem relatividades. Aqui tento reconhecer a fraqueza de sentir o profundo desejo que todas as palavras por trás do meu caminho  moldam. É neste silêncio que elas fazem sentido e são percebidas…Sem ter de as pronunciar. Esta realidade, limitada e condicionada, pelas escolhas que se fazem e se aceitam. Parece-me muito dura, muito rígida. Tanto que por vezes, desistimos. E talvez por isso, lutamos também em contra-ciclo com o resto ... Desistimos, relativizamos  como nos percebemos, como desejamos, como fugimos… como nos perdemos... Fico de noite acordado, de olhos bem abertos, sonho com um sonho que não alcanço, dissipa-se no denso nevoeiro da vida. Atento aos sinais que percebo, sigo o único caminho possível. Que percorro, apaixonadamente. Intensamente…Deixo-me levar neste bailado de ondas em sintonia com os meus  pensamentos... Sinto-me a planar em emoções que não as sei explicar,apenas as sei sentir. Sou envolvido por uma sensação de serenidade que me liberta de todas as limitações a que sou de certa forma imposto diariamente. Olho a fúria do mar e deixo-me levar....somente. Preciso de sentir que as minhas necessidades são verdadeiras e não apenas fruto da minha imaginação, pois por vezes penso que preciso...quando na verdade acaba por ser somente um desejo, mas que não me satisfaz. Gosto desta sensação de levitação onde o meu corpo é conduzido para algures. Não sinto medo nem receio do desconhecido, pelo contrário, sinto-me seguro, pois sei que me leva a bom porto, pois ninguém melhor que ele sabe onde posso serenar e deixar-me envolver pelos meus pensamentos e onde exerço a minha necessidade de meditação. ...fecho os olhos e deixo-me levar em mais uma onda de espuma que rebenta mesmo ao meu lado...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Hoje o céu escureceu e fez-se silêncio, bastou as nuvens cerrarem... O portão abriu-se  e o nevoeiro cansativo entrou... nada é simples, nada é silêncio, e tudo não passa de um vazio. O calor não chega e o frio teima em permanecer. As janelas fecham e deixam apenas o escuro ficar, não há luz, nem um mero clarão!! Existe tudo e apenas nada. Reclamo armas de gelo que rebentem num grito surdo, onde a solidão parta para restar o vácuo da recordação. (Isto) torna-se tão simples de viver. É tão fácil abrir este portão para nada restar. Mas!!! façamos então o silêncio, a chuva há-de cair ... O portão fechou, e a imensidão do nada soou. Esta força imensa que consegue ser ouvida,  sem eu querer enche esta sala pequena de dimensões infinitas num pequeno e vibrante toque de mil cores em forma de Arco Íris.  Sinto uma surdez que ficou, como uma  força demorada de um minuto infinito calado. O amor desvaneceu, foi colhido na combustão fria da ignorância. Sinto o toque sinto o cheiro sinto a dor entre pulsos mas!! Faça-se apenas um pequeno silêncio, só eu fiquei... eu e o nada. E do nada subtraímos o tudo e o zero... O nada tornou.-se infinito, voou com as asas escuras do destino, que também desejou partir. Fiquei, o tudo da insatisfação. Sobrou o peso de uma tempestade vizinha, que também me silenciou... Deixo-me assim  adormecer num recanto desta sala, e lá fico, eu e o pó transformado, a fazer-me companhia, esquecido de mim, perdido de mim...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Hoje escrevo palavras sentidas, pálidas, nunca proferidas guardadas nos gomos da noite ... Hoje vou inventar novas palavras e criar o som que todos procuram mas por favor deixem-nas ser livres pois para as proferir prescindi da voz, de sonhos e das estrelas...Na repetição tendenciosa dos meus ecos não me procurem pois fez-se silêncio neste caminho perdido em algures, trajado de vestes molhadas , cadáveres deambulando em passos ligeiros gritando gemidos cortantes, derramados em lágrimas perdidas ...Faça-se então silêncio dos fantasmas do passado esquecidos e ressuscitados em almas dispersas que o toque não alcança ...Se a dor não me fere é porque acorrentei a minha voz ao silêncio!! Senti sonhos quase mágicos..."aproximei-me" suavemente o suficiente para puder sentir uma respiração , estendi as mãos mas não te toquei... Fiquei ali, imóvel a olhar e o coração bateu ... bem baixinho,  e não o ouviste!!!Despertei as nódoas negras da alma ... E a nudez que cultivo nas palavras faz do silêncio o soberano sem cor esquartejando os sorrisos esboçados, enclausuro o que tentam me negam sentir...Sinto-me nu apenas coberto por palavras estéreis ...

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...