Hoje
pergunto-me se beijar alguém é coabita-la? E se fosse! Seria até que os
espasmos de uma morte lenta nos levasse? Eu não minto, eu já
acreditei nisso, o meu coração protagonizou-se numa altura em que o sol se punha,
entre corpos que não se vêm. Senti-los. É como se não houvesse mais nada que eu soubesse
fazer… Acho que era capaz de sentir até em segredo, sim segredo da certeza que
deixa de ser exacta onde a novidade predomina ... Depois recolhemos-nos em lençóis que agradecem sempre Mas !!! O coração
não. Se colocarmos tudo isto numa prateleira, e esquecemos-nos daquilo que
somos, para aquilo que vivemos. Ficamos na rua com os loucos e como eles, sim
esses mesmo, que falam em amor, como se pudessem falar em amor. Vivem no corpo de vagabundos insanos, por terem dado
a mão à filosofia, e à banalidade que
nos desafia !! Porque tremem as minhas mãos, se nem existem pianos aqui? Para
que tremem as mãos, numa noite tão serena? Se não tivermos um olhar para nos fazer
reviver, viver, ao som de um violino sentido, mesmo com as marcas do tempo delineadas
em silêncios e largos passos de mágoas… Ando com os sentidos agitados, tentando
domar este piano que quer tocar ao ritmo do amor , esse carrasco que me mantém a cada passo nesta dança, e me faz entrar nos sonhos como um génio da lâmpada magica
, onde me faz ser o Aladino deste cais que fundeio no meu instinto matador despido ao mergulhar no bailado insano, sufocado pelas chamas que me matam em tempestades de vida!
quinta-feira, 1 de junho de 2017
Hoje foi um daqueles dias em
que o peito nos obriga a escrever. Depois de tantas paisagens bonitas, depois
de tanto Sol na alma. Hoje foi um daqueles dias que esperamos que não acabe, naquele momento
certo ...Esperamos que não acabe, eventualmente o ar vai e a monotonia regressa
como sufoco ! Mas hoje não...Só mais tarde. Se não fosse a constante sensação de vazio, que
me acompanha como se sombra fosse, estes últimos dias, teria possivelmente, um
dos dias mais bonitos da minha vida. Pela sua calma, a sua simplicidade, e pela
quantidade de luz e vontade que transportei no peito. Senti que as minhas mãos
esta noite não iriam tremer nem tão pouco iria escrever algo estúpido…O meu
coração beija o olhar neste berço da
noite, onde há um anel de fogo que inunda a carne embriagada pela entrega…Desejo
incendiar as aves intactas, inocentes desse rosto que desenho em pensamento, adormeço
no peito em chamas nessa fonte de nudez sussurrada nas palavras de desordem
ofegantes…Hoje vou beijar, coabitar os astros , que passam olham mas não vem a
outra dimensão daquilo que somos!
terça-feira, 30 de maio de 2017
segunda-feira, 29 de maio de 2017
Hoje quando a luz do dia se esvaziar
eu irei fazer amor em pensamento, apenas com os espaços das palavras que
vocês não lêem ou fingem não ler... Desenho castelos,
transformo as minhas ruínas num palácio onde me pinto a nu na poesia do resto da
minha vida, onde penetro poeticamente de forma desajeitada na ironia rápida de
me deixar apaixonar pelo amor feito em pensamento... Hoje estou assim não tenho voz, não tenho magia, ver-to amor,
restos platónicos de mais um dia, e nas paredes deste quarto escuro,
debito previsões antecipações, de amante, de figurante
desta distância que me afoga o peito... Era dum abraço e toda a
sua complexidade no sentir que eu reclamava ...Atropelo o silencio, tropeço
e fico sempre só... Deixo-me então cair nesse espaço em que não
sou nada, só eu sei distinguir o que vejo neste escuto, Mas!!! Sei que a minha palavra é fumo
dissipa -se com os sopros do Mundo. Sei que não existe nada concreto na promessa e sei que depois, das palavras não vai
haver muito mais metamorfoses. Para
que a noite se transforme de novo em dia ...
Hoje rasuro o vazio da palavra, nos meus pensamentos,
uso pincéis do meu olhar neste mar que me banha sem marés sem ondas,
onde os meus sonhos saltam no relógio da vida que ainda não
abracei...Há labirintos tristes e descrentes neste projecto escrito,
sem reticências de amor naufragado, nas cronicas da saudade facturadas na urgência
do ardor obstinado dos cuidados intensivos...Nego ingerir a nudez
do remédio que ejacula a epidemia contagiada, levanto-me desta cadeira de rodas que
transporta porões de memoria, momentos, sorrisos, saudade, que jazem no fundo
do mar…Agitasse a tempestade cá do alto , nesta falésia triunfal onde seduzo
tesouros, escrevo cartas, não lidas, sem destinatário, entregues na
robustez do chão pisado grosseiramente pelo meu horizonte despertando
nas palavras que eu escrevo as avenidas do sonho em que
persisto procurar em atalhos!
sábado, 27 de maio de 2017
Hoje vos garanto que não existem nem princesas nem príncipes encantados, e nessa vida nada é nosso, e quanto mais expectativa se faz de algo, maior é a decepção. Tenho a certeza que paixão, apego e amor são três coisas muito diferentes, embora a maioria dos que aqui polulam a confundam…Sei que possessividade e cobrança não são sinónimo de amor e sei que homens e mulheres sentem de forma diversificadas , e que é mentira que a mulher é o sexo frágil...Frágil Amigos somos todos!!! Aprendi que não vale a pena procurar o amor onde ele não habita , pois quanto mais se procura pelo amor ele mais se esconde de nós…Sei que no fundo todos receamos amar e aprendi que uma relação que não nos faz bem deve encerrar!! Hoje sei que não se pode deixar a responsabilidade de ser feliz nas mãos de outra pessoa, pois nem da dela sabe cuidar… Aprendi que se deve amar no presente, pois o futuro é muito instável, sei que a felicidade é muito dinâmica mas apenas pode girar em torno da honestidade, e homem de verdade e uma mulher de verdade quando se amam assumem-no sem preliminares e ecos…
sexta-feira, 26 de maio de 2017
Hoje o nevoeiro esfumaçava-se
no horizonte pouco lúcido, como os cigarros que se fumam passivamente, como quem não fuma e só inala a
alma de outros. Oiço mares revoltados em paisagens apagadas , guardadas como rascunhos de
sonhadores, há pegadas óbvias de quem faz estragos no chão, há fumo que parece nevoeiro no horizonte pouco lúcido, como os cigarros que se fumam
compulsivamente, como quem respira a própria alma. É estes restos de mim, que resultam em inundações poéticas de quem sofre a arte do silêncio em
sonhos restaurados…Escuto o silêncio, que se espalha pelo chão e me une, ás
marcas de uma guerra onde os tiros resultaram em cicatrizes tatuadas na pele como se fossem
pontos de final, virgulas que os Deuses cospem
nos oceanos fazendo marés cheias onde procuro a felicidade…Vou-me construindo atrás desse muros, dessas paredes de água , onde vocês
buscam companhia e eu, apenas
busco quem quiser…
quinta-feira, 25 de maio de 2017
Hoje recuso-me a ser aparência!
Sei que todos somos rasgões de medos, chagas desenhadas com laminas afiadas …Mas!!! Aparências são presumíveis passos em falso nas pontes que nos
atravessam. Acho que ser um jardim, sem retractamos
o que viajamos mentalmente, onde a força e a vitalidade predominam é
apenas ser uma miragem no horizonte, uma escassez, limitando o existente. Talvez
seja neste desequilíbrio emocional que o meu jeito desajeitado me faz acabar por ficar na varanda da vida e no limiar do abismo, talvez
por isso os espelhos de cada um de nós, tenham uma imagem ofuscada da realidade
bonita de outros…Aparências, é um cálculo
que o meu escalão social e emocional não tem como pré requisitos , Por isso faço
castings de vida, vou delineando e arquitectando apenas existir. Jamais seremos nós mortais responsáveis
por quem cativamos , somos responsáveis por nos cativarmos a nós próprios !!!
Se o conseguirmos , missão cumprida, seremos pessoas responsáveis o suficiente
para cuidar do outro, cativando-o, preenchendo-o… Porque somos humanamente iguais …Feitos "todos" do mesmo, ainda que uns sejam apenas aparência…
quarta-feira, 24 de maio de 2017
É aqui no vazio das horas que compreendo, que não há
equilíbrio nas coisas que são demasiado vagas e pouco vastas! A simples
constatação de rapidez com que a noite se transforma em dia, leva-nos a ficar
com a sensação de potência ou será de impotência? Tento fazer destas duas palavras uma base consistente alienadas ao
sentimento, que se multiplica ou simplesmente desaparece… Se os átomos e as
moléculas fossem visões e a ciência não
fosse exacta ou até se eu soubesse ler a sina, ficaria com a certeza que todos nós somos apenas meros destinos! Muitas vezes magoa-me a alma, mas ,
sei que os meus olhos me guiam e que as mãos só se desprendem por necessidade… Transformo os rastos da
noite em constelações, pois sei que somos resultado de um momento breve, de uma
distância óbvia. Se os átomos fossem visões e a arte fosse exacta e
soubéssemos ler a sina , descobríamos que não existem destinos, mas existem
pessoas que ficam não por ser bonito ficar, mas por ser essa a sua
vontade…Todos conseguimos viver longe do nosso destino, mas os pensamentos
entrelaçam-se na estratégia de segurança do coração…Assim sendo, faço com que a
noite seja a minha tela , retiro a varinha magica digo palavras únicas e voo no
tempo em segredo para o meu destino...
Hoje o silêncio acaba por entrelaçar nas mãos a sensação de vazio. Como se fosse uma bagagem espalhada no chão com a armadura a arder deixando as mãos vazias! Somos feitos de desconstruções, sem cimentos cinzentos, mas de dias cinzentos…Escrevo sobre a busca de identidade, uma constante procura de palavras mais especificas e pessoas que não nos façam sofrer. Há vocabulários para quem não ama , há ortografias de quem morre por amor, há suspiros paradoxos, há tardes tão vazias que deixam no corpo a certeza de uma solidão planeada. Na calada da noite fica a certeza de não existirem muitos amanhãs, há sempre o tempo que é tempo e uma vida que não é vida…Hoje está calor, transpiro as cores das estações, verto-me numa prosa fraca, na poesia de quem não é poeta e música de quem não dança….Não deixo os meus restos para ninguém, converto o abstrato de todos nós enquanto, arrumo os adjectivos fáceis …E omito!!! Faço nascer no estômago a revolta e no coração a flor que não brota! Desenho jardins sem corpos, corpos sem amor, uniões sem prazer, quando o único prazer é não existir união...Deixei cair a bagagem das pessoas que vivem para amar, afogo-me na fonte que de água, onde só existe o cheiro do sonho de chuva…. Esta desconstrução pinta-me o olhar da recordação de uma noite fria do amor em abundância na ingenuidade do calor que se faz sentir!
terça-feira, 23 de maio de 2017
Hoje quero despir-me das vestes do irresistível e turbulento oceano,
cheio de átomos coados nos corpos que semeiam o lago dos sentidos …Nele
dançamos os despojos da alma, tocamos os poros da pele, submergimos espasmos adormecidos…Hoje proponho-me a falar do nu em mim, nas esquinas
do meu corpo , em curva contra curva, acendo
a vela que desenha no meu peito os pingos do inflamado desejo em sobremesa
sobre a mesa vazia do meu olhar…Decido cozinhar a magia que escrevo como se
duma sopa se tratasse , sinto os aromas a ferver nas recordações, que belos
condimentos são os meus legados …Segredos, saudades, paladares, sítios que não
conheço, sítios que existem dentro e fora de mim …Meu Deus!!! São tão poucos os dias que me
consigo recordar de mim como um todo, que quando acontece fico assim …Meio
perdido a achar-me de novo
segunda-feira, 22 de maio de 2017
Hoje é no
muito silêncio que se me repete o tempo, onde a sombra sagrada vai rebentando
sonhos, imagens, que o universo nu envolto no
vapor da neblina das folhas, faz desintegrar das árvores … Escuto as
plantas marinhas a vibrar nas escamas
dos peixes, vislumbro a
imagem desse mar nas esquinas da minha madrugada nesta noite escura como
sonetos sujos numa carta de amor! Resvalo pela
sombra do meu rosto de lábios mudos com os olhos virados para a eternidade, vendo naus carregadas de futuros,
destinos, aos quais
nunca pertencerei …Maldita ilha que me isola ! Derramo o meu sangue pelas ruínas deste porto que abarcou a minha alma, expulso dos
meus sonhos , reduzo os escombros que
seguram a minha raiz …Deixo cair as rugas neste corpo lacrado à dor, espreito o
silêncio que se repete
neste tempo onde o espelho não me reflecte...A paciência tornou-se num piano calado, que
arrasto pela casa! Hoje estou cansado de sequestrar o
meu coração desta areia, desta praia onde o sol não nasce…
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