Hoje se eu dissesse
que acredito que o oceano parou, que o
Sol explodiu, e que todas as estrelas que compõem o vosso céu, não passam de um quadro num tecto tão
velho como aqueles que desabam…Então diria que é nas
casas imundas pelas chuvas que nascem os rios e é nas madeiras que gemem com os
nossos pés descalços que nadam os sonhos num norte confuso…Eu tenho uma bússola,
mas partida! Trago-a na mão sem norte
mas não são as memórias que me adormecem nas noites em que o coração
me saí pela boca! Neste rio que renasce
dos escombros de uma casa que foi minha, cresce o solo firme o porto de abrigo,
como se fossem vestes quentes que me perseguem, enquanto fujo na neve do frio
que me gela e me faz esquecer do quão quente já fui por dentro. Conto-vos todos
os dias uma parte da história, de uma
vida que poderia ser vossa!!! Hoje se eu dissesse que o oceano não teve
corrente, não acreditem, tentem vocês reconstruir esse universo, sejam vocês o
mar e o sol, sejam o céu de alguém, imortalizem as vossas palavras num livro, num
rascunho de pedaços de vida de alguém, sejam o orgasmo escrito de um amor mesmo
que descubram que as estrelas nunca existiram …
quarta-feira, 14 de junho de 2017
terça-feira, 13 de junho de 2017
Hoje acordei assim, vazio, como se o meu silêncio gritasse e
apenas ouvisse o seu eco a tempo inteiro. Escuto esse som
pelas portas, pelo corredor pelas roupas que entre si conversam e se
combinam esperando o meu corpo para lá se instalarem, os sapatos ensaiam os
passos para o caminho , mas não ouso chegar mais perto… Vejo-te, o
meu corpo arde como se fosse verdade, a lembrança que eu vesti de
mentira!! Colori o meu corpo só para mim…Camuflei - me escondi-me. Ninguém me
viu mas eu estava lá , sem palavras, sem um tom que me definisse …Sinto que
usei as vestes certas, deixei as cores prostituírem-me mas a minha
rota mantém-se ... Eu já formulei mil teorias, mas o amor, quando é para chegar, se veste na forma de decepção, de
onde menos se espera ele surge e quanto menos se espera mais ele se revela !
Agora vou chacinar as minhas palavras. Outra e outra vez; como se o som desse eco fosse forte
o suficiente para depois perder-me, nos colos que me aconchegam de magia em
frases construídas ao som de ritmos que me levam a voz, gastam os pés, roubam a
alma em e tornam fogo em folhas que incendeiam os outros…Prefiro ser assim como
um átomo cheio de arte, em vez de ser um resto de corpo usado por mil
mãos de nostalgia! Antes de juntar-me aos corpos quero partilhar palavras que
são minhas , abrir-me e sonhar até ser dia!
segunda-feira, 12 de junho de 2017
Hoje sei que crescer nos
rouba muita coisa…A ingenuidade de acreditar por exemplo num porto-seguro.
Mas!!! Não existem portos seguros, não existem sequer oportunidades para
descansar, a meio de um caminho! Criar
um trono e descansar… Existem sim momentos, sentimentos, oportunidades de partilhar caminhos, ensinar,
ser-se ensinado. Amar hoje é sem duvida perceber-se que afinal, nunca se amou. Há
sonhos que imortalizam-se. Na mente , no coração …Seja onde for. Existem em nós restos , pedaços e não há nada mais, além de
restos de pessoas e pedaços de lugares que levamos connosco para onde quer que
seja! Viajamos de lugar em lugar de forma inconstante, enquanto incerteza. Levamos um
amor ao jeito de quem já cresceu, nada de coisas felizes e eternas, nada de
metáforas. Uma calma e uma tranquilidade associada a esta coisa de querer muito
alguém. De querer muito ser nem que seja
um dia só feliz …Há sempre medo de cair e ali ficar, ao abandono. Entretanto
viajamos em pensamentos de comidas, que cheiram bem e lugares que não conhecemos
tornando-nos também restos de pessoas, de
lugares, alguns que já quisemos partilhar…Vamos crescendo e tornando-nos inteiros.
Preenchidos e completos mas, sem precisarmos de portos-seguros, além de nós
mesmos! Para que esta coisa dos encontros e desencontros, para que este
sentimento de não eternidade, possa ser igualmente boa, mesmo quando se cresce,
mesmo quando os sonhos de amores para sempre não passam da idealizações
convenientes para o não nos sentirmos sós…Assim nós também somos restos de outras
pessoas que por nós passaram…Vamos crescendo dividindo as nossas verdades os
nossos pedaços que apenas são ditos pela
metade!
sábado, 10 de junho de 2017
Hoje sou apenas a nota de música, que suavemente se deixa soltar da corda esticada do corpo, sou um violino. E quem me ama um arco, que roça suavemente sobre a minha pele. Juntos podemos e compomos sinfonias, mares de sons e melodias que vibram no ar da minha madrugada. Já é tarde, o meu desejo ainda desperto, clama pelo toque suave, mas!!!, Sinto-me rendido ao prazer do vazio de silencio, mas!! Volto a tocar-te em novo concerto de abraços e apertos, gerando nos teus lábios o gemido perfeito que acorda a Lua e desvanece a névoa nua que me envolve. Invento mil formas para sentir os ecos , onde e como me tocam, aproximo-me vindo do nada e sobre tua pele já molhada descanso, de novo, o meu corpo em arcada, só para ouvir de novo o som encantado, que é o silêncio abafado dum grito inflamado de dor e não de prazer. É assim que o amor devia de ser, louco até insano e conturbado ...Mas!!! perfeito de melodias de encanto, complemento pleno entre a dialéctica do violino que sou eu e o arco que me toca e me faz música.
sexta-feira, 9 de junho de 2017
Todos os seres voariam se fossem anjos e iriam
ás nascentes dos rios sagrar nas águas seus sonhos, lá lapidariam nas
pedras os seus nomes... Mas!!! como anjos não somos , voamos , assim, como
homens, e de heresia em heresia, toldamos as águas, destruí-mos as matas,
matamos sonhos, que sangram na terra ao semearem a tristeza . Voariam os homens
como anjos se escalassem ao ponto mais alto da montanha e lá escutassem
palavras sagradas de sonho e com elas escrevessem um livro repleto de verdades
que nem todos vêm!!! Na realidade, voamos com asas de homens e por vezes
buscamos destruir pelo caminho, toda e qualquer evidência da vida que soa nos
sonhos que desejava-mos um dia viver. Voariam todos os seres com o som da
fragrância de sonhos vividos se fossem anjos ...Somos apenas homens temos que
nos reduzir à nossa insignificância ...
quinta-feira, 8 de junho de 2017
Hoje sinto a pressão
constante que é a de escrever, a necessidade de dar palavras ao nada, aquece-me
a alma numa contradição protagonista da infinidade daquilo que sou. Ao contrario do verão, o inverno sempre me trouxe a inspiração necessária para escrever. Sem que fosse
isso sequer uma escrita criativa, são, apenas pensamentos de fácil colocação em papel…Sabem estou cansado de
viver algo que não me é totalmente dado! Viver algo só porque fica bem ou
porque está na moda a mim não me agrada de todo! Chega uma altura da vida que
nos apercebemos que bebemos o mesmo chá de sempre, e que apenas as mossas mãos
mudaram na forma de pegar a chávena…Esse dia acaba sempre por chegar a todos,
usamos sempre as mesmas palavras, contamos as cartas que escrevemos e ainda
assim foram escassas, para guardar numa cómoda de um coração que nunca te
esperou…Quando chegamos à conclusão que não vão existir mais céus a não ser o que te vai receber na hora da partida, então olhas para os teus livros, e para os
teus retratos na parede de uma vida, e, fechas os olhos e prometes-te a ti mesmo
voltar a visitar os mesmos lugares e a amar as mesmas pessoas que amaste …Então
o que faltou nesta vida? Talvez memorias de um amor que não chegaste a dar-te
ao trabalho de viver! Vou adormecer agora, ai sim eu tenho asas para poder
viajar pelas nuvens e guardar nelas o egoísmo do coração …
quarta-feira, 7 de junho de 2017
Hoje sentei-me na
rocha que se erguia ao longo do céu, do tamanho de um monstro. Tentei-me
equilibrar delicadamente, mas, senti o fio de vida que se apresentava entre a
rocha e o nada… Eu já senti adrenalina que ultrapassava o gosto de ter um
coração nas mãos, eu já quis ser a salvação possível para o presumível pé em
falso…Já mandei calar a água, em
silêncio, já supliquei que os mares não se revoltassem e não fossem banda
sonora de nenhum desastre, já pedi para
esta rocha me suster, mas hoje apenas ergue-se o céu em forma de um labirinto
que se espelha na orla quase óbvia deste mar que envolve a minha rocha….
Descubro-me no virar das esquinas, das escarpas que se cumprimentam, quebro a
tensão que imaginei previamente... Os caminhos cruzam-se ainda que em sentidos
opostos, na adversidade das marés adivinhadas, de quem já percorreu o mesmo mapa
inúmeras vezes. Vou saltar desta rocha e embrulhar-me nesse mar que me banha,
este eterno medo, onde mais um naufrágio
seria apenas mais uma lenda… Afinal nada vejo, nesta noite não há horizonte…
terça-feira, 6 de junho de 2017
Hoje
venho dizer que tudo que temos de bom
escondemos! A ternura, o encantamento, o agrado em ver, acariciar, em
cooperar, a gentileza, a alegria, o romantismo, a poesia, sobretudo os
sentimentos. Para mim nem tudo tem de ser sério, respeitável, comedido,
fúnebre, chato, restritivo, contido...O sistema sentimental é sem duvida
a máquina mais complexa e neuro-mecânica do Universo conhecido. Eu
sinto-me uma metamorfose ambulante, acredito em todas as velas acesas, sei que
elas vão derreter enquanto existir cera...A vida nos prepara, nos arma,
nos desarma, abre a guarda... Há quem diga que o tempo está sempre a favor
das nossas escolhas e do nosso ritmo, mas isso serve apenas como consolo para
um coração já cansado.. Desgastado! tantas vezes o coração sai pela
boca, parece ter sido engolido desatando o nó na garganta,
dilacerando, cortando, impiedosamente o que nos resta... .Não sei quem
inventou que amor, mas ele é baseado na reciprocidade. Mas muitas vezes essa é a receita da solidão,
nunca recebemos o que damos, nem damos o que recebemos….Amar não é retribuir, é
entregar sempre! Independente do que tenha sido recebido, amar é devolver só
amor e em dobro, em doses imensas, até paralisar , amar é paralisar, Paralisar
o medo, a insegurança e ser forte a ponto de não se importar se vai ser
retribuído, se vai durar, se vai acabar numa rua qualquer ou vai recomeçar
a cada fim de tarde…. Se não é assim, não é amor, é qualquer sentimento que conforta o coração mas não é o amor! Estar sozinho é,
muitas vezes, querer abandonarmos-nos…E eu, fui obrigado abandonar-me...
segunda-feira, 5 de junho de 2017
Hoje decoro os sons que carrego ao andar, sons que prevejo na forma
desastrada do sentir. Sim a ti sei-te sabendo, das imperfeições, com os medos e
fraquezas como quem sabe quem ama!!!
quem quer!! Deixei de me focar nas lembranças do passado, de que fugi, não são memórias insignificantes para o erguer de hoje. Faço-me de Anjo, descrevo e dou o meu nome aos gestos quase invisíveis que deslizam na pele …Permito-me no silêncio do quarto instalar a forma como os olhos se
penetram e fazem amor uma entrega, onde a respiração serena seja pianos que
ocupam os vazios das casas onde vamos
ocupando os vazios da vida! Vou desenhando palavras com que muitos limpam as
mágoas …Vou verbalizando possibilidades de quedas e convencendo-me de que
também o chão é abrigo, e o Céu é para todos , porém apenas depois! Olho-me neste terminal , vazio
onde desenho com cores da expressão do amor …Desvio o cansaço enquanto a
armada com escudos do bem querer , me perdem em batalhas de quem não percebe nada do que
quer!!! Acabo fazendo poesia com o desmoronar dos meus castelos, paisagens esquecidas, previsões ingénuas desta bagagem que transporto que se veste de nudez, dos
dias longos, dos julgamentos injustos, que acabarei sempre por descrever como
quem constrói o som do amor e partilha o dom com quem ama! Não olho para trás
mas esse perseguidor , persegue-me !
domingo, 4 de junho de 2017
Não insistam em desvendar a paixão que enlaço em mim!!!!.Não queiram desmascarar nenhuma das minhas expressões... seria um trabalho longo e penoso.Acreditem, porque tudo o que te digo é verdade... E se desperto simpatia de uma forma geral... é porque faço da alma o meu sentir.Além disso, não vejo motivo para que me insultem como alguns já o fizeram gratuitamente ...Se me elevo em nome de uma esfera iluminada e de rara beleza… a lua... é apenas para me sentir mais próximo das estrelas.Por isso volto a insistir...Desistam de tentarem saber mais do que aquilo que eu mostro. De mim nada mais saberão a não ser que… danço na berma do abismo… entre o riso e o enigma... Vivo mais do que momentos… acrescento alegria!!! Vivo mais do que amor… alio sentimentos!!! Vivo mais do que de fascino…Descubro maravilhas!!! Vivo mais de silêncio… revelo-me por gestos!!! Sou mais do que uma luz… sorrio com o olhar!!! Tenho mais do que vontade… desejo!!! Sinto mais do que um universo…Sinto a vida!!! Sou muito mais do que idealizo... Porque? porque sonho!!! Sou mais do que preciso... porque me aproximo dos outros!!!
sábado, 3 de junho de 2017
Hoje não adianta dizerem-me que um olhar vale mil palavras, que o silêncio diz tudo. Não, não e nem pensar! O olhar fala mas é preciso sentir, tocar, cheirar, provar, morder e ouvir. Ler. Então, por favor, Digam-me , palavras , qualquer coisa que seja, uma frase, qualquer palavra perdida que vos defina que vos projecte. É preciso que as palavras nos eternizem. Palavras foram criadas para fotografar, imprimir o coração, não poupem o mundo da sua essência, elas são simples mas necessárias, precisas, e insubstituíveis. As palavras são lindas e a pureza de serem ditas, está de não terem de ser de pose ou posse ... Quando a nossa voz perder o sentido então escrevam, ninguém se apaixona só por pessoas, eu me apaixono por frases, alimento-me de palavras, verdades, incertezas, medos, doçuras e pequenas mentiras...Gosto de provar verbos, gosto de ler, sublinhar, reler por isso escrevam. Hoje são as letras que em encantam, vogais, combinações escritas entre o que se quer dizer e o que se diz. Não precisa dizer bonito...As palavras viram poesia quando são ditas com a alma. Por isso, rabisco e analiso palavras, sentindo-as… Permitam-me dizer que não busco gramática, dicionário, frases de encantar para preencher vazios. Busco letras tortas, directas, indirectas, mas, verdadeiras, honestas, onde possa brotar o silêncio da alma, que este, se transforme em palavras que eternizam um amor no coração!
sexta-feira, 2 de junho de 2017
Hoje estou certo que com este céu que me banha, eu poderia voar apenas
com as asas que os meus dedos desenham…Acordei aqui, meio despido de alma
nua, nas teias das dores encobertas desenhadas nestas breves palavras em forma
de trevo! Procuro um sorriso nas palavras que escrevo, nestas avenidas
inundadas pelos sonhos que persigo, na procura e na destruição de lembranças
que as flores das minhas sementes deixaram na terra fértil, desmaiadas, na fome
das asas dos sonhos insuflados na ternura do bosque dos silêncios…São 7 da
manha, e o sol espiga o meu corpo no silêncio de crenças em lenta combustão,
embriaguez indecisa em lençóis de estrelas como a pele dum corpo celeste! Fico
assim, afogo-me em mel, em lábios molhados, em beijos de fome há muito
plantados!
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Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...

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Hoje reflito com o pensamento de como juntar, aproximar quem se afasta, sinceramente não sei. Apenas sei que é o amor aproxima, que as div...
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Hoje fechei a porta que em círculos e cercos, fechou as margens e estancou num pântano o silêncio, consumado na pálpebra cerrada que tranco...
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Hoje até podiam sentar-se na minha cama e contar-me mentiras... Que o amor tem a forma da minha mão ou que os meus beijos são perguntas qu...