quarta-feira, 7 de junho de 2017

Hoje sentei-me na rocha que se erguia ao longo do céu, do tamanho de um monstro. Tentei-me equilibrar delicadamente, mas, senti o fio de vida que se apresentava entre a rocha e o nada… Eu já senti adrenalina que ultrapassava o gosto de ter um coração nas mãos, eu já quis ser a salvação possível para o presumível pé em falso…Já mandei  calar a água, em silêncio, já supliquei que os mares não se revoltassem e não fossem banda sonora de nenhum desastre,  já pedi para esta rocha me suster, mas hoje apenas ergue-se o céu em forma de um labirinto que se espelha na orla quase óbvia deste mar que envolve a minha rocha…. Descubro-me no virar das esquinas, das escarpas que se cumprimentam, quebro a tensão que imaginei previamente... Os caminhos cruzam-se ainda que em sentidos opostos, na adversidade das marés adivinhadas, de quem já percorreu o mesmo mapa inúmeras vezes. Vou saltar desta rocha e embrulhar-me nesse mar que me banha, este eterno medo, onde mais um naufrágio seria apenas mais uma lenda… Afinal nada vejo, nesta noite não há horizonte… 

1 comentário:

  1. paulo , não tenho qualquer duvida que és um homem muito sensível e isso te permite, talvez melhor que muitos de nós saber mesmo ás escuras o teu caminho. Tens muito definido o teu horizonte e o que mais me surpreende é que deves saber muito bem onde ele se encontra... Começo aos pouco a perceber as tuas palavras, segue o trilho que delineaste. Ele vai levar-te certamente ao teu mundo que me parece que sabes onde ele está mas tentas afastar-te, resistir ...Talvez seja por isso que essa pedra onde estás te pareça um monstro que te consome...Porém como muito bem dizes "os caminhos cruzam-se" Fantástico ler-te és um enigma que amo tentar desvendar...

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