Hoje voltei a olhar-te, no meu pensamento, limpei o pó da tua imagem que criei em mim...Preso no meu corpo, rasguei o meu
coração com essa memória. Por segundos chego a ficar inconsciente, decido
voltar a esperar-te como se o tempo pudesse congelar a mudança. Redescobri-te
em diálogo ameno com outros, vi-te ao longe e quis acreditar que eras tudo
menos distância. Ainda pensei que o tempo nos pudesse congelar naquele ponto em
que o sonho nos gera e começa... Mas não. Sinto uma sombra uma luz, só por alguns
instantes, faço um rodopio de lembranças despertas pelas partículas de pó
sacudidas do passado. Foge-me a capacidade de me reinventar . E não há amanhã
....Onde andas meu doce mundo de palavras...Quero que a utopia deste embaraço seja recriada numa tela. Eis a primeira pincelada!
terça-feira, 15 de maio de 2018
segunda-feira, 14 de maio de 2018
Hoje estou bem
para lá da esquina do meu pensamento,
esqueço a minha casa na lua, onde guardo o meu fantasmas…Onde derramei
lágrimas quedadas na primeira sombra das minhas
memórias! Eu já me decepcionei para
duas vidas, mas as decepções não corromperam
a minha alma. Não como se a vida tivesse sido a pior das minhas
inimigas…Não, nada disso, talvez tenha
nascido com esse dom de converter a minha tristeza que escorre pela tinta da
caneta para imprimir silêncios em textos. Gosto de pensar que esses textos
curam... Vocês até podem perguntar ,
como é que a tristeza de um texto pode curar ou amenizar o sentimento de
alguém? É que , a tristeza alheia cura
mais do que qualquer outra coisa. Não ponho em duvida ninguém, nem os seus
doces e altruístas corações. Não acho que a cura venha de uma felicidade pela
dor dos outros, nada disso! Acho que a mágoa cura porque as pessoas entendem
que não estão sós. E vocês acham que estão sós? O que é para vocês estar sós ?
Como podemos estar sós se vivemos no meio de multidões... Sinto-me sozinho muitas vezes, sim. Mas isso significa que o seja? Não, não acho que seja sozinho. Acho
que sou uma pessoa que anda por aí acompanhada pela solidão…Se eu tivesse que
dar uma palavra ou duas para me definir talvez fosse sonho e amor, mas depois
faltaria a saudade…Eu não me consigo definir eu sinto-me um universo de
palavras…Numa trajectória de vida que nem todas as pessoas conseguem sentir, porque Hoje, já decifram silêncios. Já antevêem
palavras minhas. Já conhecem alguns gostos meus. Já sabem um bocado como sou…
Mas alguém me conhece? Alguém consegue tatuar-me no seu olhar ? Sou apenas alguém que escreve com a
emoção no coração derramando, nuvens de chuva no olhar ...
domingo, 13 de maio de 2018
Hoje, não pensem que adorava ser poeta , não!!
Eu também sei montar e desmontar do cavalo do silêncio e descobrir o som das
tempestades num búzio de esperança…Sei adormecer e acordar dentro do quotidiano
vivendo de saudade na ausência dos dias que vou vivendo a exorcizar na insónia
,hoje tão presente a cada instante dentro de mim, turvando meu olhar…Apenas
visto de silêncios as palavras que por entre as mais se revelam nos sulcos de
areia quente nas horas estéreis desta ampulheta vigilante que me gera!! Escrevo
por entre cristais de silêncios que imergem na noite escura e fria , onde, não
há sorrisos que ecoem, apenas gemidos mudos das conversas inacabadas , selando
este sentimento indecifrável… Ergo os braços aos céus , é tento por nos bolsos
a lua para acabar com os meus cinzentos mas apenas moldei mascaras ás
circunstâncias do improviso…Neste meu olhar que escondo há estrelas grávidas de
luz de um simples amor...
sexta-feira, 11 de maio de 2018
Hoje deixo cair
linguagens presas às arestas do destino,
aquelas palavras que deixamos impressas na calçada da vida, que
testemunham as nossas quedas, e memórias ! Eu sei que são linguagem sem margens, que
inflamam a nossa existência contaminando os degraus , que já fatigados,
tentamos galgar neste nosso voo em busca
do Sonho que é Enorme…O sonho é Enorme mas procuramos a sua verdade
em lugares incertos, onde nem sempre as flores brotam e nem sempre tem uma cor
definida … Este silêncio ensurdecedor que parece ser grito contra grito, faz-nos estremecer o chão, gerando vertigens que assombra as palavras no
duelo dum poema… Há nevoeiro que se adensa na doce chegada, há vidros
embaciados apenas pela fixação do olhar, tenso, pela demora que extasia o
coração sem regras….Começo a gostar desta espera , ela faz companhia, aprofunda
a ilusão, move o amanhecer fazendo da noite dia...Deixem-me ficar então aqui , a olhar para o infinito, esperando que chegue o meu futuro e que ele me leve de novo à estrada...
quarta-feira, 9 de maio de 2018
Hoje, sem mascaras, sem capas, sem
mentiras, olhem para mim e vejam tudo, amanha estarei aqui e não
serei esta pessoa, certamente... Amanhã tentarão entrar na minha alma e o meu corpo estará
deserto. Amanhã podem procurar o meu sorriso , mas, apenas as lágrimas
estarão tatuadas. Amanhã não vou reconhecer ninguém o meu olhar será vazio.
Quem eu sou hoje, nunca se esqueçam! Se algo disserem de mim, não se sintam na
obrigação de ripostar... Posso atravessar as noites como um fantasma
triste, vagueando sem destino, não me sinto melhor nem pior do que um dia
fui... estou simplesmente vazio, despido de vida, despido de amor, despido de
todos os sonhos, mesmo dos que já realizei…Quando caminho ao tocar no chão, as
minha pegadas fazem ressurgir o passado. Renascem vozes dos meus
passos, ouço-as vibrando dentro de todo o meu vazio… Por muito que
caminhe não projecto sombras , não há luz para que as tenha... há apenas
a noite da noite que atravesso neste corredor que não me leva a lado algum…
Sinto-me um mero fantasma deambulando pelos sonhos alheios, imóvel, sei o que
procuro e o que certifico de que não vejo. Vazio, sempre este vazio...Não
foi assim que imaginei os sonhos! Imaginei que, em algum momento algo iria chegar
e eu já não ia ser apenas e somente um fantasma vagueando nas noites de
tristeza; aquelas noites que não amanhecem e que ficam dentro da alma,
acorrentando-a ao chão frio de não saber o que vem amanhã. Imaginei que ia
sorrir mas fazê-lo com todo o sentido. Sorrir de verdade, com aqueles sorrisos
que não esmorecem e que ninguém rouba.Mas hoje apenas vejo-me atravessar a
noite fria, passando pelos mais ingremes penhascos como um fantasma, saltando
sem medos para o precipício… Eis que acordo dos meus sonhos. Não sou nem nunca
serei um fantasma! Posso até avistar o penhasco neste corredor de vida, que
este velho amigo de todas as horas, continua comigo, jamais me
deixará … Hoje acordei de um sonho que não era meu e apenas abdico daquilo que
não acredito
terça-feira, 8 de maio de 2018
Hoje
eu sei que as palavras nem sempre são palavras apenas, nem sempre
conseguem mostrar o que o coração sente, nem sempre os nossos sorrisos
transmitem as nossas virtudes, nem sempre conseguimos palavras amenas, porque o
coração não mente… Há em nós , humanos, palavras arrojadas, enlaçadas,
emudecidas que o coração não cala, que guiam caminhos...Desejos que a boca não
fala! Sem ternura, sem união, as adversidades que a vida nos concede,
deixam-nos retidos como que em censura , procurando reflexão! Tantas vezes
caminho por esse corredor, sem cores, vazio, procurando pelo menos , cruzar
olhares sem o meu corpo desnudar por essa porta …Porta envidraçada onde os
gritos retidos, são asfixiantes, são utopia do embaraço deste sorriso traído pelo desdém da solidão que a vida
contém…
segunda-feira, 7 de maio de 2018
Hoje
dentro de si mesma, a noite não revela contornos , serve-se de sombras…Abro
janelas de afectos, caminho sobre as horas, que exibem o desejo que o vértice
das pernas esconde ! Imagino
um corpo sobre mim, debruçando-se pelo meu lado selvagem , outrora adormecido
num bosque imaginário, de prazeres sem
grades! Sonhamos que em algum lugar
estarão sempre dois braços, dispostos em
forma de casa, para receber o nosso corpo quando cai. Eu já cai e muito….
Mas!!! E imaginei que havia um corpo com dois braços capazes de segurar-me firmemente na queda…Mas não …Tive de
recriar-me num estranho abrigo ao longo dos abraços imaginários no limiar do percurso
da vida ...Aproximei os olhos da vertigem dos céus, fiz das estrelas barcos,
para sulcarem os mares do meu coração em desordem, criei gestos para contrariar
as palavras, exilei-me do tempo pelo medo que enrouqueceu o cansaço nos rostos
desenhados em silêncios, nas noites adiadas. Como se sentisse alguma perversão,
a minha boca desenha gestos poéticos, excêntricos, que corrompem qualquer palavra que a luz da
manha enrola nos meus olhos , em mais um dia que acordo com um som estranho
dento do meu peito… Como se dum eco se tratasse, de uma palavra tatuada em mim, que eu não reconheço mas, mesmo assim, atravessa a fronteira como um fantasma
apavorado pela luz que asfixia…
sexta-feira, 4 de maio de 2018
Antigamente escrevia textos elaborados , mas hoje tenho poucas palavras
para os elaborar… Antigamente quando os deuses eram grandes eu respirava
silabas e transpirava sonetos, hoje,
ando humildemente nos arredores dos verbos, naqueles degraus invisíveis onde as
árvores dão frutos mesmo rodeadas por incêndios…Estou como muitos, no interior
do que arde, esmagando o coração contra o peito, apagando-me devagar com sede!
Há quem diga que é preciso viver uma vida inteira para entender o que é encontrar
a serenidade neste mundo, mas nem a vida
nem o mundo se encontram… Tenho duvidas deste futuro, luto apenas pelo presente
, o presente é de todos, construir uma
casa e existir dentro dela… Perdi a
esperança, esperança é o consolo dos frágeis , mas!!! Eu não me sinto frágil!!!
Por dentro o meu coração não renuncia à esperança …Que dilema este, com apenas uma casa como testemunha…Oh!!! Mas as
casas morrem não só na sua demolição, elas morrem com a morte das pessoas…Hoje
estou assim, com a minha luz percorrendo, extinta, mundos nesta cinza onde não
consigo decifrar porque o meu sonho é gigante !
quarta-feira, 2 de maio de 2018
Hoje tento saber como
me vestir por dentro, quando este
desgaste, grita bem alto…sinto a
minha sombra sozinha a manter letras em chamas a flutuar
dentro de mais um sonho! Há coisas que passam
por nós , somente deixando rastos, outras ficam e nos fazem tombar pela falta
de incapacidade em detê-las, podemos até disfarçar a melancolia das trevas ,
sem revelar o nosso nome… Como se fossemos um vulto olhando o horizonte, desta
margem , sem revelar quantos barcos avistados pela proa do nosso olhar! Hoje percorro
então, uma a uma , as horas por viver, mas não avisto arco-íris para colorir
esta minha insónia! Há em todos nós este , lado sem luz, de sombras, onde se desenha na memoria as nossas mãos
vazias …Há anjos nesse labirinto, que desejavam perseguir os ângulos nítidos do
olhar, há angústias no azul do céu que vela a brisa das manhas e deixa as asas
na textura da vertigem a encher os pressentimentos !Hoje estou assim, de rosto tatuado pela invisibilidade dos sentidos ...E lá fora, a chuva cai , tão suave que até me faz sede!
domingo, 29 de abril de 2018
Sei que já houve um tempo, em que as minhas asas foram vento, em que os meus silêncios foram canto de embalar e que vos elevaram a alma e vos fizeram sonhar. Nesse momento, a minha essência libertou-se, abandonou o corpo à sua sorte e ergueu-se no infinito céu onde busco uma estrela nesta noite profunda sem fim. Lembrem-se dos mundos distantes que percorremos nessas viagens deambulantes onde misturamos as cores do arco-íris para pintar as histórias acabadas de sonhar, em tintas frescas que repousavam sobre as telas deste mundo de encantar que tanto sonhamos... Esses eram tempos em que a vida tinha as suas ambiguidades, em que entre nós não haviam saudades porque sempre nos fundíamos num só corpo, numa só brisa, nesse instante dilacerante que nos unia. É deste alimento que vivo, neste vácuo constante onde me fecho, onde oro, e choro o sal das minhas lágrimas em poemas dessincronizados, desprovidos de fragrâncias. Um dia hei-de voar de novo, por entre os destroços do meu corpo, feito sopro de vida que se ergue do abismo sobre uma praia sem espírito.Estou farto de ser ilusão, apenas esperança e mensagem que invada corações , quero alimentar alma com a vontade de seguir a diante, de ser gente e viver o que vida me deixou para os últimos dias ...Não podia por aqui passar sem rasto deixar... olhem para trás e vejam o que eu deixei !!!
terça-feira, 24 de abril de 2018
Hoje viajei dentro da madrugada, sonâmbulo,
deambulando entre dois mundos, sim!!! Aqueles mundos que enquanto dormes, invadem
o nosso corpo, deslizam pelos lugares recônditos como quem os quer iluminar na madrugada...talvez
seja apenas um eco de loucura sem contornos... Mas!! A escuridão é assim,
alimenta as fantasias mais inconfessáveis...tudo acontece numa dimensão onde a
razão está entorpecida...Escutamos palavras que ninguém disse, como quem
atravessa uma fronteira em clandestinidade, cheios de pensamentos
disformes, como um traço no horizonte de infortúnio atravessa a distância que nos
separa do absurdo. Há quem enlouqueça a olhar o mar, vendo os barcos sangrando
sobre as costas, há que encha a boca de silêncios, na míngua de alegria, como se uma
noite inquieta ardesse nos ossos deixando as aves segredarem
ausências sem recuo. Não há silêncios legítimos, para calar os medos, apenas
há dias que se tornam intrusos de vida, nada é gratuito, a não ser a
espera, de mãos entreabertas …deixem-me estar, recuso-me a ceder por dentro do
sonho. Recuso-me ancorar o meu rosto num lugar comum, neste contrabando de
afetos…
segunda-feira, 23 de abril de 2018
Hoje irei fazer-me
nómada da noite, entrando dentro do coração deste texto, com todos os amores que sonhei… Entro dentro deste
texto, como quem entra num corpo carente , que estremece no meio de beijos que deslizam pelo corpo imóvel…Dispo-me
perante os olhares que incitam os meus desejos... Só, escrevendo, perco-me em lábios
que inebriam os meus arrepios na doce magia que deixa o meu corpo como uma
praxe de amor perante o imprevisto completamente abandonado… Perdi os filtros,
do que escrevo hoje… Escrevo de alma, fazendo as palavras voarem como pássaros
sem rumo, mas assumo!! Assumo, que tudo o que me acalma é derreter este suor, é sorrir
sem deixar escapar emoção, é dividir as entrelinhas pelos desejos, é sentir
sensualidade sem deixar ela turvar os meus sentidos e a razão…Gostava de
conseguir, deixar de procurar, num corpo a sensualidade que não lhe pertence,
queria saber o que me faria sentir se não a procurasse, e apenas sentisse no
meu silêncio as obscenidades que alimentam os meus sonhos… Hoje apenas queria amar
sem fantasiar , sem “penetrar” nas
palavras a inocência da descoberta! Queria que os orgasmos não tivessem nome, nem objectivo, queria abraçar, emocionar-me e arrepiar-me sentido apenas as saudades
do futuro… Queria apenas palavras como
dantes, que o tempo apagou-me das mãos!
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Hoje até podiam sentar-se na minha cama e contar-me mentiras... Que o amor tem a forma da minha mão ou que os meus beijos são perguntas qu...