Sabem,
o pior de todo o tempo que passa por nós, é o silêncio do que não se
viveu. É isso que dói no espelho da vida! Adormecer-mos com a imagem baça
de um olhar sem luz, de uma pele sem brilho, a solidão noturna de uma
janela fechada. Passamos a vida a envelhecer. Sem nos darmos conta, estamos
sentados à porta da vida, com o horizonte no chão. Até as horas deixam de
nos avisarem, as nossas mãos desmaiam no colo e a memória afoga-se dentro do
peito. Sem nos apercebermos, estamos sós, dramaticamente abandonados o mundo
fica confinado ao nosso quarto já não há ninguém...Hoje queria agarrar o mar
como se ele fosse o meu destino!
terça-feira, 31 de janeiro de 2017
segunda-feira, 30 de janeiro de 2017
Ontem
despi os meus pés e toquei ...Na areia... Onde me distanciei de ti... Como se
num lugar longínquo, ao longe, te pudesse... Ver de muito mais perto... Com o
passar dos tempos o teu cheiro se evapora de mim... Mas não do meu coração.
Olho as nuvens ao redor, eterno será como as palavras! Escritas, descritas,
pelos meus humildes dedos nas folhas, que não guardo jamais na gaveta. Tenho a
gaveta cheia de uma vazio, cerrado. À noite olho para o céu e uma voz me chama,
chego a casa e as paredes desta sala escorrem preces... desejos... para muitos... cumpridos... para outros nunca serão...Posso esperar, sim eu sei...
Mas!!! A vida vai partir de mim, não espera mais por mim... Como eu esperei por
ti... De nada tenho medo, apenas da incongruência, da loucura e do vazio, que
me invade sempre que deixo de ter algo para dizer...
domingo, 29 de janeiro de 2017
Hoje há murmúrios silenciando a voz que adormece na noite...Todas a palavras se resguardam neste cansaço , as sílabas do coração perdem-se nesse labirinto sem saída. Pausadamente as minhas letras cansadas adormecem no colo da dor, deitadas sobre um papel de uma noite onde o luar se estende pelas planícies desertas ao vento!! Mas que saudade esta, que embala um ser estranho, incolor de vazio potente em horas mais vazias ainda... escuto-me, oiço-me como uma voz oculta que estremece os sentidos , espreguiço-me na alvorada de um sonho , mas!! Quero acordar. Uma e outra letra levantam-se , dão as mãos ao som da brisa e cantam o murmúrio guardado numa noite em que o final das sílabas não se perdem. As palavras vibra nos poemas da vida onde os olhos sorriem nas rimas que se apagam nesta viagem adormecida ...Minha alma jamais vai dormir , vive nos trilhos Certos e nos pensamentos daqueles que sabem interpretar a saudade e escutar as mensagens do silêncio...
sábado, 28 de janeiro de 2017
Posso até ter a sensação de ter uma vida de rotas incertas e incompletas e sentir a cada hora, uma nova história. Mas acho que isso é a pura percepção de tímidos devaneios da alma em ebulição. Os extremos sempre cicatrizaram meus dias em aventuras não vividas. Por vezes sinto que o recomeço e o fim se encontram no escuro abstrato das palavras. Será uma luta vã a minha, tecer em palavras os horizontes perdidos do amor? Este grito grito no escuro soa a chaga tatuada no espírito, tempestade e calmaria que não cessam...Que contra-senso este , viver de peito aberto para engolir o mundo onde o imaginário e o real habita em polos opostos iluminados por luzes da solidão nuclear...Se o absurdo, nesta vida por um segundo fizer-me sonhar ou, quem sabe, calar-me a voz engasgada e encher a face com gosto de lágrimas. Então Saberei que não foi apenas um sonho abstrato, pois as palavras que teço mudas são visíveis em meus olhos insensatos, incompreendidos. O silêncio da noite é interminável , mas, faz renovar-me para um outro amanhecer!!! É improvável perder a esperança e contra-senso seria não mais ter a presença de uma voz suave para me silenciar a boca, a mente, coração e os dedos que vertem nestas teclas mudas o silêncio de uma vida esquecida!!!
sexta-feira, 27 de janeiro de 2017
Hoje caminho neste chão molhado que já
não range à minha passagem e mesmo descalço não sinto a pedra fria…
Desconfio que voei durante a noite, pela estranha leveza do meu corpo. E só pode ser isso! Porque já não sinto o peso do mundo , Acordei e vi uma pena que perderam, ao fugir pela janela, rasgaram o ar que respiro com o seu delicado bater de asas para de novo me envolverem na noite! Este meu lado escuro... Não adianta desnudarem na penumbra dos meus dias... Sou apenas eu...aqui quieto, usando o silêncio ao invés da palavra. Sumi com a última luz do dia. Às vezes também me escondo , pinto de preto e branco a minha ousadia. Me resguardo...Desvaneço... Mas nem por isso esqueço… Todo o inicio tem um fim... A noite sempre termina e o sol quando nasce a tudo chega... A tudo e a todos ilumina... Até a mim!
Desconfio que voei durante a noite, pela estranha leveza do meu corpo. E só pode ser isso! Porque já não sinto o peso do mundo , Acordei e vi uma pena que perderam, ao fugir pela janela, rasgaram o ar que respiro com o seu delicado bater de asas para de novo me envolverem na noite! Este meu lado escuro... Não adianta desnudarem na penumbra dos meus dias... Sou apenas eu...aqui quieto, usando o silêncio ao invés da palavra. Sumi com a última luz do dia. Às vezes também me escondo , pinto de preto e branco a minha ousadia. Me resguardo...Desvaneço... Mas nem por isso esqueço… Todo o inicio tem um fim... A noite sempre termina e o sol quando nasce a tudo chega... A tudo e a todos ilumina... Até a mim!
quarta-feira, 25 de janeiro de 2017
Há coisas de mim que não conto a ninguém pois
já nada interessa… Hoje vejo apenas os dias e noites em que te fujo...Eu sei que são longos como o silêncio ao qual
me entrego... Mas !! Longo é o entendimento…Que ...Muitas vezes é incapaz de
ser entendido.Como pode ser tão longa a ausência da carne! Assim
como longa se faz a espera do toque... Longa é a vida que se vive já no declínio! ...num tão longo castigo... E é tão
longo...extenso...vasto, o que sinto que se faz longa esta dor, quero chorar uma lágrima, que me lave os pecados de outrora… Mas a lágrima não lava. É apenas dor, que se deixa
ver de fora...Escutam? Claro que não a minha voz, não tem mais eco...Caí num silêncio profundo... Não posso mais
voar. Enlacei-me nos nadas do mundo... Perdi as asas! De quando a quando, numa
réstia de fôlego, sussurro......mas já ninguém me ouve! E este dia tão longo me persegue...espesso, é este muro que
reveste as paredes deste querer...Como longa é a expectativa de um futuro onde ainda
alguém me encontre no meu ser... Longa é
a culpa, a impotência...Longo é este filme ao qual assisto... Como
longas são as lágrimas que choro…Adormeci no leito de um amor morto...E
é tudo tão longo, que já não alcanço o inicio... Tão longo que em mim ,mais não
cabe.. já nem as palavras
são minhas, nascem da espera que as tuas me cheguem e me envolvam num abraço
apertado...Saudades tuas Pai, todos os dias te faço nascer em mim.
terça-feira, 24 de janeiro de 2017
Hoje como sempre escrevo aqui, fragmentos da minha alma que
se espalham por dias...Foram muitas as vezes que senti vontade de rasgar minha
pele com as próprias mãos ... A serio! Como se com isso minha dor mudasse o foco...Porem;
aprendi que uma lágrima sincera nos alivia o coração...aprendi que chorar, nem
sempre é tão ruim assim...aprendi que a saudade é algo que não podemos
evitar...aprendi que viver um sonho é bom...mas viver sonhando pode ser melhor...Muitas foram as lições de vida recebidas. Por isso, não posso mais deter-me, na verdade ninguém
o pode!!!Descobri que se não podemos arrancar uma página da vida, podemos jogar
o livro inteiro na lareira. Escrevo apenas palavras que derivam dos sentidos,
palavras que se escrevem, que se entregam nos silêncios do pensar e nos
momentos a sentir...Sinto os segredos em recantos de vida que navegam e se
perdem no tempo vivido. Escrevo palavras que batem na rocha destas margens e no
peito por ter amado, por querer dar as mãos atadas no desejo, na
partilha do corpo bebido no calor da paixão trocada por meros beijos
sonhados. Vivo estas palavras que percorrem o viver do segredo, nos
momentos tantas vezes recordados por entre os braços do desejo esquecido do
medo entregue na mais quente loucura do coração apaixonado...Sinto sabor amargo da vida, o sal impregnado em meus lábios
que me mata de sede à beira da fonte dos prazeres....Sinto o cheiro impregnado no meu corpo a perfume raro que nem a chuva leva de mim... Amanha vou acordar ao relento e deixar que a chuva chegue ao meu corpo com vontade de me purificar perante este perfume ...
segunda-feira, 23 de janeiro de 2017
Há em nós palavras que oferecem ecos de outros tempos… Há coisas vividas que se
confundem com este presente… Que não soa a dádiva!!!.A minha vida está como se
tivesse saído duma floresta, e o campo que escolhi para ficar fosse agora
planície aberta. Trago no bolso sementes que deito ao chão mas não pegam, sei
que delas nada vai brotar e não me servirão, mas sem elas tenho duas mãos
vazias e um horizonte sem intento! Os amigos quando vêm são como uma brisa na ramagem
de outrora… uma sensação de estabilidade num contexto já bem diferente, e a
minha diferença ainda não se enquadra nessa paisagem. Depois das palavras, aos
poucos os sons vão-se apagando. E eu fico atento, ouvindo, expectante,
espectador da minha própria vida, uma mera miragem com que a maresia do
Atlântico me brinda. Sinto que tenho que abrir mão das recordações ( mas
ninguém o faz, é-nos impossível). Pois sem recordações sinto-me vazio e
despersonalizado.. Eu não sou eu, transpus-me para o presente, mas ainda de
costas voltadas. E já não me reconheço aí... eu nunca pensei aliás por vezes
a minha vida seja um pouco um não pensar, que fosse tão difícil
abrir mão do sítio que me acolheu e construir casa noutro lugar. Um pouco de
nós fica lá e nunca mais volta. E essa parte faz-nos falta.(não sou hipócrita
sou realista) Nesta reengenharia da vida, sei que temos que nos destruir para
nos reedificar-mos. E enquanto não o fizermos, sentimos-nos sempre a perder.
Toda a semente que cair neste chão é uma esperança vã. E eu vou perdendo o
tempo que passa. Deito-as fora, sementes e esperança, sinto-me um puzzle
inacabado. Peças em falta. Planície aberta, falta saber como reconstruir esta casa…
sexta-feira, 20 de janeiro de 2017
Hoje a lágrima é o meu som... Desliza em mim, sem pressa, sulca todos os cantos da minha face cinzenta e triste, invade todos os sentidos e envenena o olhar que é já distante. Sinto-me ondulante, pequeno, desgastado com tanta hipocrisia ... E enquanto o sorriso não renasce, não vejo caminho. E no momento em que deixo de escutar os meus passos gigantescos na vida, percebo que os meus sonhos desmaiamos entram num sono profundo, invade-me o maior dos medos. O de nunca conseguir restituir-me a alegria que um dia já foi minha..Pedaços de mim sem cor são vividos no coleccionar textos de palavras, pequenos sussurros que testemunham aquilo que é mais instantâneo na saudade: a lágrima sem território, que desenha no rosto traços visíveis de uma ausência que se tornou permanente...Ergo os olhos para o céu e exclamo silêncios grito palavras de dor que evocam em breves preces anjos, aves e dragões que relembro em fotografias dos sorrisos e das angústias, onde recordo a harmonia e a tristeza. A saudade e a mágoa. A verdade e a mentira. Nesse balanço de constante avanço e recuo coloco à prova as minhas convicções mais profundas ao mesmo tempo que testemunho um raio de luz forte que penetra pelas cortinas do meu olhar!! Mas, jamais ousarei abri-la. Não tenho coragem. Não posso fazê-lo. Não devo. Permaneço no escuro silêncio do quarto, bem acomodado aos insucessos adquiridos e previsíveis... Sento-me numa qualquer cadeira de baloiço como esta que tenho no meu alpendre e deixo que me embale na passividade infeliz e espero que o tempo me faça ressuscitar os movimentos, que agora sossego. Fico ali neste meu canto, espero, como se essa espera fosse o tudo a que tivesses direito!!!! Como se não pudesse provocar a mágoa ou a incerteza. Como se não pudesse viver o choque de uma nova opção, como se viver fosse apenas e sempre o mesmo respirar cadenciado. E fico sem perceber que esse quarto já não tem espaço para tudo o que me foge....
Sinto os
dias que passam dentro de acordes, sons de dor desmedidos , desmaiados
acordando os olhos que se levantam na escuridão. Olho as noites distantes
, sombrias... esquecidas, diante da tal solidão, ergo-me saindo dos olhares
que falam sozinhos, conversam no seio de seres diurnos que as noites
tornam por doentes. luto por um gesto, um afago, uma lembrança...não me
importam as luzes do Sol se a solidão nos basta, nos conforta...No dia,
vejo quem passa, quem chega, mas é na noite, sinto a fatigante
inércia , de caminhar por desertos dolorosos em meu corpo!!! A solidão
nos avassala , nos causa controvérsia perante o sentido de nossos abertos olhos
no turbilhão da escuridão que eleva tristeza ao findar de um dia de esplendor
... E assim, temos ou não uma expressão de derrota que nos esconde nos invade
ofuscando a luz do nascer de um novo dia...Mesmo que a noite seja contraditória a
solidão sempre será o ultimo porto de abrigo!
quinta-feira, 19 de janeiro de 2017
Hoje sinto-me quieto, frio, apenas movo este cadáver
que transporto, está vivo só porque respira ... A dormência vem-lhe
de dentro para fora, onde os suspiros não são com a boca, mas antes com o
coração pulsando. Meus dedos frios mexem, os tímpanos ouvem, o nariz
percebe e a boca sente. Os olhos, em baratos movimentos, desviam de um pesadelo.
Os braços começam a mexer. Mas!!! O frio prende as pernas que tremem.
O ritmo cardíaco vibra e mexe-me. Existe a energia negativa do cérebro
que toma conta da mente, deixando-a amarrada, nua... A luta continua e o
tempo colapsa no vazio do céu estrelado. A consciência despertara de forma crua
e nua, sem respeito pela pessoa que outrora fomos...Os sentidos do mundo
verdadeiro despertam. O cérebro apaga a informação excedente, para mais tarde,
no calor de uma conversa, permitir um falso desabafo. Este sexto sentido
constata-se mais nas mulheres que aos homens, são sonhadoras por natureza,
elas sabem mais dos outros do que os homens, por energias sentidas ou hormonais
chego lá por sensibilidade!!! Eu também tenho sensibilidade no sonho
enquanto processo cognitivo e inato... Amanhã, vou acordar, não sei se me vou
lembrar do corpo cadavérico que outrora fui, mas esta noite
de uma coisa saberei , os muros altos servem de sombra aos que se
apresentam na despedida dos sonhos !!! E eu sinto-me frágil , odeio ser assim, mas sou assim e dói quando tentam me
derrubar, ainda não sendo um muro recuso-me tombar, persisto e dou por mim a
contar as estrelas nesta noite fria...
terça-feira, 17 de janeiro de 2017
Hoje nesta noite gélida, tenho vontade de exclamar aos céus e trocar a minha vida de assim assim por um
minuto fora de mim, hoje precisava expelir-me de fora de mim para lá, do além…Trocava a minha vida inteira pelo momento que ninguém tem. Parece um
contra-senso mas parece-me que todas as pessoas são do tamanho do que não são…
E todas as pessoas valem os momentos em
que nada lhes vale!! Precisava volatilizar-me, deixar-me ir e ser a imagem que ninguém
infere , o fútil folião em que ninguém
crê. Quero ficar do tamanho do luar, quero rir sobre a tristeza,
ensinar a vida à própria morte. Todas as
pessoas são do tamanho das lágrimas que choram, da distância da loucura que
decoram. E decoram a loucura como se decora a dor, e decoram a razão como se
fosse indolor. Mas não, não é a loucura que dói; não é a razão que constrói; não é o demente o doente; não é o que sofre o
carente; não é quem se contém que é
gente… Nem pensar !!! Não é continuar que é viver; não é aguentar que é saber; Não... Não sou demente nem sou carente, não
sou o que sabe nem o que quer saber. Sou o feliz ignorante, o mestre do
obstinado. Ainda assim trocava esta vida de faz de conta por um minuto de
felicidade porque nesta vida não há medo
maior que morrer desta sede
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