quinta-feira, 18 de agosto de 2016
Hoje eu escuto sons nas palavras exactas, palavras comedidas, palavras enjauladas, mutiladas, desafinadas, sufocadas que pouco a pouco, a cada acorde, penetram pelos meus poros, tomando meu corpo e minha alma de súbito, sem que eu possa controlar. Mesmo assim fecho os olhos e a viagem começa, longa e profunda, para dentro de mim mesmo... Perco-me em meus labirintos e me entrego aos meus instintos. Meu lado humano, pouco a pouco, cede lugar ao animal que em mim habita, louco para se libertar. Não, não preciso de nenhum alucinogéno, nem de nenhuma bebida alcoólica.Não preciso de nada que me turve ou entorpeça meus sentidos. Pelo contrário, quero-os cada vez mais aguçados, como os sentidos de um animal que busca a sua presa!!! sentindo cada odor, pressentindo cada perigo e segue em busca de seu território. Saio de mim mesmo e sinto o pulsar do sangue em minhas veias. É o sentir intenso; pela minha própria natureza. As palavras entram, vibram, uma a uma, fervilhando o sangue em minhas veias. Se espalham por todo o meu corpo como partículas sonoras de cores vivas e penetrantes. Agora aqui hoje, eu , sou um texto e nele me desnudo. Sou o sentidos a vibrar!!! Sou o cérebro que os comanda com agilidade e destreza. Sou alma pura que transcende a identidade, a dualidade do ser, o humano e o animal, o racional e o instinto. Sou meio homem , meio lobo, a correr livremente pelo pensamento de quem me ousa ler!!! Sou um sentimento que eleva e retrai como um coração a pulsar, em seu eterno movimento, em seu batimento que traduz a vida. Ah! Que poder as palavras exercem sobre mim, quando as sinto me liberto das amarras que me acorrentam, das grades que me contem o animal aprisionado que sou e me faz ter sentidos cada vez mais aguçados, o sangue a fluir pelas veias...quente. Por todo o meu corpo, posso senti-lo a correr acelerando meus batimentos cardíacos. Abro meu peito sem medo e com todas as minhas forças deixo sair de mim um grito mudo, que provêm das entranhas do meu ser. Um grito animal, selvagem, que se liberta... e ouve-se um uivo profundo que se espalha na noite em que no alto escuro do céu a lua se impõem ....
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