sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Hoje falam-me sem voz, escuto  cá dentro, sopram-me ventos que se passeiam na escadaria dos meus dias. São sopros mornos em palavras, que me agarram por dentro e me avessam… Sinto-vos, quando olham o céu, quando erguem os braços aos céus e me chamam…As vossas palavras fazem gritar outras, que turbilhão, e são tantas que  não consigo responder a todas. Aprisionei-me cá dentro, fiz-vos parte de mim, ou talvez uma extensão minha, que nem sei onde começa, passeiam dentro dos meus passos, pisando assim o mesmo chão,  transportam-me ao longo do dia, para este mesmo sitio, mas em outro lugar. Quando chega a noite, já não há Saudade… Olho-me no espelho e é sem rosto que me vejo, toco o vazio da vida através da minha, abraço-me sem sentir braços e adormeço no conforto da sala vazia. Todas as noites tenho o mesmo sonho. Caminhamos descalços , vejo o rasto que nossas feridas deixaram. Olho para a frente, apenas um abismo, negro e profundo. Um vazio, a pedir a gritos que alguém o preencha. Tenho vontade de vos perguntar se há alguém que me queira estender a sua mão e se querem saltar comigo …Saltam comigo? Já não tenho medo das vertigens nem medo do salto, pois há algo maior, anterior à vida que une dois corpos numa única batida cardíaca. Despertem-me sempre com a carícia muda eu mereço um raio de sol e uma folha dourada!!!

1 comentário:

  1. Um raio de sol e uma folha dourada, junto à brisadosado! Conjugação Perfeita! Adoro

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