Hoje desejava tanto que os meus olhos desenhassem o sol em
torno do orvalho como um relógio de água no rosto dos meus sonhos, e que
as palavras possuíssem o som das harpas como uma música em
seu melhor vestido de noite...Mas!!! Eu sei que apenas as aves conseguem tombar
para o lado do seu voo!! Estou habituado a juntar
silêncios e quando um dia os sonhos acabarem ai sim ficarei mudo! Ai sim, irei
desarrumar as cinzas dos sonhos
extintos nas escarpas mais íngremes do esquecimento e devolver a voz
à distancia adormecida nos ecos sentidos e
propagados entre os corpos adormecidos na infertilidade dos prados a leste
do coração! Desculpem-me meus amigos, o
mundo que se carregue a si próprio, eu
já pedi perdão pelos versos que circulam em minhas veias eles são um
assombro há muito desabitado.
quarta-feira, 14 de setembro de 2016
terça-feira, 13 de setembro de 2016
Hoje faz-me mais sentido deixar as palavras congeminar
sensações longe da voz e digo-o porque nunca escolhi as pessoas
que amo, nunca desenhei pegadas , nas ruas das minhas
palavras!! As pessoas que eu amo são como astros que gravitam, à minha
volta e eu por vezes à volta dos seus rumos…Mas!! As pessoas a que
eu amo perdem-se apenas num "hoje" e dizem temer por mim...Sou
assim, desprevenido, teimo em deambular entre palavras distantes. As pessoas
que eu amo andam descalças no fundo das palavras que eu faço nascer das minhas
mãos, é ai, que as pessoas que eu amo se misturam nas palavras transformando-se
em corpos celestes sagrados…É numa enorme e real devoção com que os
desvendo de minhas mãos para os textos, é esta espada de sombra a prumo no meu
silêncio que entoa um murmúrio de serpentes sobre o corpo das palavras na
palidez da minha voz …Por isso hoje se existem momentos que nos calam é porque
houve escolhas de silêncio que nos fizerem mais sentido.
Hoje agasalhei-me do frio e perdi-me quando desnudava o sol no atalho das estrelas que me embalam num sono profundo. Sinto apenas mais uma caricia de um sonho que carrego nos meus olhos alongados, e, se formos a ver é essa a frescura da memoria que dá cor aos meus sentidos desmaiados!!!!Sei como poucos ler os meus e os vossos silêncios!!! mesmo num vazio embalado pelos sentidos , sinto um grito que me, e que vos aprisiona os passos....Os dias agora mais pequenos mostram as sombras de um momento que não aconteceu... Fico vazio perdido neste labirinto de ilusões ... Ainda assim!! A minha alma carrega no sonho um suspiro uma brisa que se veste de poemas que nunca li e um abraço que nunca senti...Enquanto tal não acontecer vou espalhando timbres de sonhos nos corações amargos que desejam sentir a vida.
segunda-feira, 12 de setembro de 2016
Hoje saem palavras latejantes da minha boca gélida, escorrem por meu corpo adormecido de saudades…Ver-to palavras similares a cantos …Embaraçados, desconexos, perdidos…Palavras, sons ou gemidos, tanto faz…Acinzentados outrora verdejantes…Escorrem-me palavras doridas sobrepostas de loucura ou desespero… Palavras… muralhas inaudíveis, inalcançáveis…Perdidas uma a uma… caídas por aí em ninha boca…Espezinhadas e desprezadas… pegas e soltas no vento…Pura loucura… tanto faz… desenho os traços de alguém mas são finos e quase sumidos… perdi a lucidez...Não te olho, vejo-te… beijo-te, amo-te…Acorda já te disse! Pedaços de vida endurecida e ofuscados pelo sol… enclausurados… dementes ...Já estou cansado velho…e sem cor… Mas!!! permito-me a amar a sentir,!!!! A fraquejar se for necessário, não lamento os sonhos só as lágrimas...Frias marmorizadas dentro do meu peito, que permitem-me tudo ou quase tudo se o sentir
domingo, 11 de setembro de 2016
Não sei guardar o tempo nem esvaziar gavetas de sonhos !!Tenho tudo ali pendurado no armário e desarrumado numa gaveta , passo o olhar pelas memorias a escorrer-me das mãos , dos sentidos, num tempo que me foge e hoje me inventa para depois me perder... É um lago de sensações diante de mim que me precipita a mergulhar para depois me entornar e derramar neste percurso de água que é precisamente o inverso ao meu...por isso seco-me , sufoco-me em palavras sem espessura que traduzem a queda das folhas de outono... Tem dias que essas folhas me sussurram,soprando grãos de areia que rodopiam no pó da sombra que deixo para trás no ato de inventar-me ...Sinto-me só bocejando palavras contra as mãos que se esvaem num breve suspiro!!!
Hoje vou ser um aprendiz, tecelão das utopias longe do olhar. Talvez seja esse o único mérito que tenho, ousadia de cavalgar no pensamento e partilhar indignações na cadência dos versos que dispo da armadura e da clausura das palavras sentidas que visto de traje de gala na busca que ainda sinto incompleta!!!! Escrevo palavras que cantam na chuva que molham desejos, dou voz a perguntas que ainda não foram feitas, com palavras que dançam às margens do silêncio...Saboreio os sentidos que beijam a coreografia das minhas palavras , esperando que estas pintem o céu de um manto de estrelas cintilantes...
sábado, 10 de setembro de 2016
Trago em mim palavras amarrotadas deitadas a um canto por corações carentes, palavras perdidas, por tanta gente...Palavras estranhas que ditam desejos outras beijos e sabores de amor. palavras que me observam mas não me vêem ,palavras sem estradas, ou chão, metáforas sem sentido!!! Pinto o céu com palavras que teço, sem estrelas ou contornos, palavras que uno como gotas que deslizam pelas curvas do meu rosto...Escrevo palavras que ditam instantes, ou os momentos que afastam os sonhos de mim!Palavras sem dicionário
Hoje baloicei meu corpo no infinito desprezando as horas vazias, desafiando o impossível, num espaço apenas provável para o amor...Sinto este como um campo de guerra onde se derrama dor em tons de maresia ...Sinto um choro neste vale sem casas nem campos, sem amor...ergo-me de mãos vazias pelo silêncio dos olhos cicatrizados de terra estéril, sem germinar o que é que seja !!!! Sinto bocas cerradas em sorrisos de olhos sem nada para dizer, escuto canções que ninguém toca , leio cartas de amor dirigidas a alguém que não sabe ler, fico retido neste silêncio de uma alma silenciada que vive numa casa a sangrar por dentro e que arde com as sombras por fora...
Sinto que sou apenas pedaços que dentro de mim se formam num grande pedaço de personalidade. Existem pedaços de dor, de ausência, de paixão, de carinho.!! Neste mundo onde deambulamos existem pedaços de saudade, de felicidade, de carência, pedaços de sonhos. Todos juntos se encaixam, todos também se perdem... Existe o quente, e o frio. Existem pedaços de sinceridade, de verdade, de realidade, e a tristeza também têm seu lugar. Existe a simplicidade, e a complicação. Existe o silêncio, o perdão, o desejo, e existe o desapego!!! Existe a loucura como passividade, o perfume, a dúvida. Mas, o amor é o maior dos pedaços. E isso me torna inteiro...E quando a alma não se alinha, as palavras ficam retidas formam uma cascata, ficam aprisionadas ...Umas Choram em silêncio outras ficam aprisionadas vertendo sofrimento que compõe silabas de lágrimas e sabem porque? Porque metade de mim é silêncio e a outra metade um remoinho de sentimentos que me silencia o coração...
Adoro o poder que as palavras carregam no seu dorso, estas já fizeram nascer impérios!! Milhões de pessoas se vergam a elas!!! Mas ainda não aprendemos o seu impacto. Por isso, me lembro sempre que uma fala que não é mais bonita do que o silêncio, não merece ser proferida. Penso sempre duas vezes antes de não dizer nada. Sou comedido nas palavras, não é defeito, mas forma de estar, o exercício do silêncio é uma arte. São necessários só dois anos para o ser humano aprender a falar e toda uma vida para aprender a ficar em silêncio..
sexta-feira, 9 de setembro de 2016
Como um olhar a noite penetra em mim gotejando por entre os dedos letras, cálculos , sentidos remetidos para o papel amarrotado...liberto espasmos de isolamento na madrugada que vou pincelando na minha vida!!! Fico retido, quando adorava libertar o meu sopro pois este ainda habita em mim ...Não se extingue não sem antes se cingir num abraço, pois não sou esta lágrima que meus olhos pintam apenas sou um reflexo incerto onde não me reflicto...Sou um grito estridente do cansaço inaudível que me fica na garganta!!! Quebro os espelhos existentes que ocultam aquilo que me fragmenta , aquilo que me dilui no sangue que no teclado misturo com o reflexo que devia de ser...Sinto-me bem sei o que valho mas sou apenas um rasto dos anos penhorados , queria ser escritor deste suspiro mas fico imóvel...
As palavras que fluem em meus dedos são como as águas de um rio, puras e límpidas...São palavras nuas, palavras cruas que apenas soam sem tom definido...Mas!!! Estas tem no seu sentido oculto os sentimentos que adormecem nas entrelinhas...O vento que elas emanam não me assusta pois sou a ventania intensa das águas profundas enquanto a brisa leve do amor me ignora ao acariciar-me o rosto!!! Entre uma palavra à esquerda que escrevo vejo uma duvida à frente que se reflecte à minha direita ...Fixo a mente e tento não me perder neste labirinto que é a alma, escrevo pedaços de mim que passeiam descalços de emoção lavando os pés no rio ...Oiço uma voz soando lá longe na brisa articulando versos escritos e tecidos num arco íris que enche o meu caminho de arquivos do lado nascente onde ninguém se perde ou se encontra...Desvendar novos mundos é um desejo humano , desvendar meu mundo é um impulso de sabedoria...
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