quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Hoje o que escrevo fica em livro de sentimentos nos quais por mais que escreva e leia me revejo...Sempre... Revejo-me em cores diferentes todos os dias, revejo-me em muitas curiosidades que quero conhecer... Esta Página de vida  tão completa tão "perdida"... Debita de mim pedaços, metades  que partilho ao escrever, mas!! Desconheço-me mas aceito ter de absorver…Vou desfolhando palavras nesta folha tão marcada tão delicadamente lida, passo a próxima página sem ler no verso…Sinto-te passar por mim sem eu ter armas para te resgatar , vou quebrando sem  reacção, sinto me distante sem conseguir acordar…O livro gasta-se nas letras já lidas vezes sem conta que em mim não desaparecem!!! Vão desaparecendo…Tudo serve para compor rimas nas nossas vidas , tudo ressoa a Eco , tudo soa a amor de mentira , tudo soa a amor de rua, numa pessoa de sentimentos nua.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Hoje há uma linha quase invisível a separar o céu da terra. É feita de sonhos,  separa a luz da terra e a escuridão do céu...Separa sentimentos de amor, mais uns quantos de vontade outros tantos de coragem que respeitosamente sustêm o horizonte que desenho a pulso. Sabem! Há tanto que persigo a verdade e hoje de “alguém”,  só queria uma mentira...Hoje agarrei-me a um sonho a uma memória pois quando  escrevo, ainda sinto uma mão na minha, a tentar desfazer este maldito “sentimento”…. Agora que o dia já quase passou, quero que saibas, que passou por nós de mãos dadas...Quando te penso desejo sempre ter mais vidas…Terminar uma agradecendo a próxima , iniciando uma agradecendo a ultima! Quando te penso sinto um rio de gratidão a circular-me pelas veias …E meu Deus quantas vidas precisaria eu para te sussurrar apenas esta? Fica apenas sabendo que o teu nome é uma simples poesia que com os meus lábios no ar vou desenhando enquanto o próprio ar me grita que uma vida só não chega…Quando te penso!!! Obrigado pois estejas onde estiveres sei que me virás ler!

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

 Sabem meus amigos,  um dia chega o momento que  descobrimos que as coisas já não cabem  perfeitamente nos mesmos lugares ,  o motivo disso é muito discutível …Há quem ache que os espaços estão maiores; há quem veja que os espaços estão menores, mais estreitos! Não há nada mais para saber além de que  é preciso caminhar, é preciso caber perfeitamente, é preciso  encontrar onde nunca houve um encontro, é preciso fazer com que seja novo mas da maneira mais natural possível … que seja novo com meu corpo, minha alma e tudo em mim reconhecendo que não há nada sendo repetido. Novo, no sentido pleno da palavra, mais puro. Não podemos ter medo de dores se a felicidade quando vem funciona exactamente como um bálsamo, deliciosamente cicatrizante, suavemente confortante, apagando aquilo que outrora parecia não ter fim e nem cura…. A felicidade, meus caros, só é sentida plenamente quando se pode agir com tudo que se pode, quando temos espaço para firmar nossas  bases e desfazer o que antes era visto como irreversível, o avesso da dor! Não há nada mais comum, difícil é nos posicionarmos,  não  acomodar e sentenciarmos acerca de algo porque tudo lá fora parece  perfeito com  beleza,  harmonia,  empatia mas o amor não  cabe em qualquer olhar, é um enorme processo de reconhecimento. A minha dor me inspira e me faz contar para mim o que eu não quero me dizer, mas meus caros , espero que não estejam à espera de uma definição de amor, isso,  eu não sou capaz de fazer…

domingo, 23 de outubro de 2016

Hoje em dia eu cultivo a palavra, a mensagem, de todos os que me trouxeram até este lugar onde fiquei inerte. Sou o mensageiro, aquele que fala em nome de outros e em nome dos seus silêncios, sou aquele que pronuncia o que lhe foi dito, que escreve o que já foi sentido e ainda é... Mas meus caros nada sou mais que uma folha de papel, pedaço em branco sem existência que apenas carrega a cor da tinta que alguém em mim imprimiu. Sou o silêncio, porque não falo com a minha voz, sou o anjo porque não sou salvador, apenas protector, apenas o que fala em nome de outro!!! Este não é o meu caminho, mas o trilho que percorro, algures no tempo alguém me instigou pelo objectivo de atingir o meu… O meu lugar! A minha eternidade. Estes não são destinos, são momentos que em vão percorro, e enquanto o faço arrasto aqueles que me escutam, que me seguem, que me lêem. Das palavras faço os sentidos que se propagam por tantos destinos, por tantas almas que, como a minha, são gotas de luz … Não temo a noite porque ela dá as estrelas que me hão-de conduzir ao destino, não temo a luz porque ela é a porta, não nego em falar sobre as imagens que guardo em meu coração! Se carrego alguma dor ela provem do inicio e não do fim das palavras…

sábado, 22 de outubro de 2016

Não é à toa que digo que a alma é erótica. Não pensem que erótico é o corpo. O corpo só é erótico pelos mundos que andam nele. Não existe amor que resista a um corpo vazio de fantasias. Um corpo vazio de fantasias é um instrumento mudo...São as palavras que me beijam, serenas, a face dos sonhos por isso deixo-me envolver no mar de sensações que brotam de cada brilho de estrela e não procuro uma margem. ..Nem tão pouco, morrer na asfixia dos sentidos para saber que sou gente! Tudo que sou, não largo nem mesmo no escuro...

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

 Hoje é como se  precisasse  de beber toda a chuva, para acender uma claridade nos meus sonhos!!! Preciso apagar estrelas com os pés descalços, para acordar o fogo que deixei  adormecer em mim...Os sonhos enchem os espaços vazios, entre nuvens e palavras. Morre um, chora uma nuvem, na extremidade do que morre nasce outro  que a dispersa por isso preciso do que morre, para regar o que nasce... Hoje por mais que eu me vista de metade, não é mais que um disfarce a cobrir um corpo inteiro...Como podia eu ser a metade de outro, se nada tivesse para doar , que metade lhe daria?  Sou saudade, do que já foi outrora sou memória que arrasto até à outra metade, que descobre o que ainda será... É isto meus amigos , amar é ser apenas um mero peregrino que busca o paraíso de um oásis, onde nunca sabemos ficar. Amar é exigência constante, de ter apenas uma metade do outro a morar dentro de nós, por nunca o sabermos aceitar por inteiro.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Hoje de "ti "apenas queria as coisas que não tenho...O que me falta e não consigo chegar! Hoje queria o segredo dos que dormem numa paz "inexistente" . Queria o sonho dos que ousam acordados pintar numa hora que seja um minuto de sonho que vingue ou que valha ...Queria o sonho, de ti queria um sonho! Queria o sonho em detrimento dum sono vazio cansado de tantas realidades  que me dissesses ao ouvido  bem baixinho a que cheira um sonho ou a que sabe... Esta ilusão que nos faz perceber o pouco importantes são os enredos da vida, lê-me como se fosse a minha voz a faca que corta o abandono, nada mais tenho do que este canto... Sou infinito como todos, um dia deixarei de sentir o peso nas pernas e apenas serei terra que acama as raízes de uma árvore, serei a primeira folha dessa árvore e a primeira folha dela a cair também... Hoje segredo-vos apenas que a "morte" nas palavras não existe, serei sempre no horizonte infinitamente um novo inicio.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Há sons que teimam em soltar-se das brumas solitárias do tempo... Ousam voar alto sobre jardins de estrelas e nesse bailado de asas perfumadas soltam gritos mudos que ecoam no vazio , materializam -se palavras deixando simplesmente fragmentos de alma espalhados pelo silêncio ferido!!! É inquietante esse silêncio que habita na solidão dos instantes ... São pedaços de tempo onde o coração se invade de uma voz que nos cala, faz-nos, quebrar mesmo que não queiramos. Soltam-se palavras inquietas que sonham voar , mas há vazios que se impõem, abraçam-nos num caminho sossegado de prudência! Gosto dessa inquietude desse momento onde o ruído adormece e nos devolve a serenidade dos sonhos nas horas surdas do dia...


terça-feira, 18 de outubro de 2016

Hoje assisto ao erguer da tristeza como a pior das bandeiras, arrasto-a pelo meio do caos deste Outono com cheiro a medo, é sangue o que corre nas mãos, dos homens que semeiam vazios, nos coração das flores...Ando cansado do tempo, deste tempo que passa sem nada que em nós viva.... Uma e outra vez grito para dentro a mesma pergunta e nos vagos intervalos desta chuva vermelha, oiço como a resposta sangra nas ruas... Afinal do que temos medo? Do grito deste vazio... Que sangra? Ou do Amor que deixamos cair das mãos? E não digam que o amor nada salva ! Pois se juntarem o vosso ao meu derrubamos o medo regamos as flores....Salvamos as flores...Parece fácil por aqui a lua vive no coração das nuvens! continuemos a sonhar...

Hoje passeei-me por onde há muitos séculos ninguém ousa passar, sentei-me, parei onde há muito, ninguém descansa,  sorri onde a imortalidade há muito não me deixa chorar. Ai  fui, Rei, Pastor, Escritor, Sonho e Homem. perdi a alma, onde há muito tempo outros também a perderam....Sigo a estrada onde o caminho continuou mas eu parei. Parei e encontrei-me sentado, onde também há muito tempo ninguém descansava. Perdi a alma. Sim, perdi-a onde há muito, outros também a perderam. Porém. Sinto como ninguém a sensibilidade das mulheres umas, actrizes outras, feiticeiras, rainhas, escravas. Escravas de uma imortalidade que as deixa sentir e ver aquilo que há muito tempo ninguém vê,. Elas escutam elas vêem,  sentem. sofrem. sonham, acordam, morrem e outras são apenas imortais. Procuro é verdade  onde há muito ninguém procura. Mulher, mãe, rainha de um sítio onde há muito ninguém reina. Vejo-me parado a brilhar num palco onde ninguém  aplaude. Sim, choro. sorriu. mas agora, sentado onde há muito ninguém pára... Enfeitiça-me num milhar de homens, escolhe-me, desafia-me a conhecer os recantos do inconcebível. Dá-me o teu cheiro o teu sabor mesmo que estejam fora dos teus limites de doação...Pois!!! Eu  continuou na eternidade, onde fui rei; governei; fui pastor, cuidei;  fui escritor, sonhei... Hoje sou homem, escravo da minha existência, da minha imortalidade. E digo-o porque o silêncio é sempre imortal ...

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Hoje escrevo sem ter para quem, sem um endereço sem destinatário, lanço-me no vazio dos meus braços e  caio desamparado. Hoje trocava as palavras por um olhar, a razão por sentimentos, a amargura no olhar por uma réstia de esperança, por um motivo para sonhar. Hoje trocava um texto meu pelo prazer de uma companhia.. Dizem que tudo o que buscamos, também nos busca!! O amor é isto, uma síntese de palavras cortadas pelo tempo...

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Hoje fechem a janela e acendam uma luz para mim , o meu caminho é escuro e não há um verso que me encontre. Deixem a chuva lavar essa luz para que meus olhos abram nessa solidão vertida na folha. Para acreditar-mos num trovão basta ver a chuva , ensinem-me a pregar aos deuses pois eu apenas sei falar ao vento das estações, acendam essa luz para mim para que ela faça mover corações de pedra , eu, já estou repleto de ausências por isso dou por mim a desejar um rasto de uma estrela cadente para segurar na minha mão o brilho das águas de uma lagoa que amam sem molhar a ponta dos dedos...Tenho dias assim que penso coisas estúpidas , projecto metáforas que não me calam os gritos, nem beijam os medos, na verdade o que mais me assusta é eu apenas ser um aprendiz, e quando vejo a noite cair-me na algibeira com as estrelas limito-me a costurar memorias na boca que derrama um beijo na franja da lua prateada !!!

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...