sexta-feira, 4 de novembro de 2016
Muitas vezes sinto a vida presa apenas por cordas, mas nem todas me seguram e as que não me seguram são de entrelinhas talhadas pelo tempo que ganham e perdem sentido...As minhas palavras são agora emaranhados vagos perdidos em linhas numa emoção de retalhos...Sou um fragmentado, que flui do íntimo sem amarras sem som definido ... Esta é a visão que tenho de mim, como um cego tacteando Braille, tentando decifrar os enigmas de uma vida que me expele... E quanto mais eu busco achar o que penso, mais eu penso em não achar o que busco...Muito estranha esta percepção rara de que nem tudo é mais o que almejo, dúvida certa de que nada é melhor que um beijo, que una os lábios sedentos de tanto desejo...Percorro a alma ardente de uma espécie de fôlego sem ar, quando o resto de tudo é pequeno demais para tentar desatar as cordas das entrelinhas que ousam me revelar...
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
Hoje acordei a meio da noite e disse :sou apenas uma "estrela" distante, de luzes fulgurantes de um sonho que aconchego no esconderijo da alma. Sou pedaços de brisa que se encontram nas noites adormecidas e me acordam a mente em direcção ao suspiro das palavras. Hoje nascem poemas como cascatas de desejos que fluem desalinhados no tempo, palavras desamparadas, almejando o encontro dos corpos. Hoje peço , habita-me, mas!!! não me violentes no meu futuro! dá cor á história que eu canto ao vento, no desalinho dos ecos que me orientam os passos rumo ao jardim da memória...
terça-feira, 1 de novembro de 2016
Hoje a tarde amanheceu na ausência continuada do vosso olhar, como se os ramos e as flores não pudessem coexistir na mesma árvore!!! Hoje as asas das aves moveram-se, mas elas continuam imóveis...Hoje depois de um brilho do sol, as nuvens desfizeram-se em cinzas...As lágrimas romperam gota a gota resvalando pelo vidro da moldura do meu olhar...O vento esse corta as persianas da memoria como se estas fossem feitas de papel...Hoje já não havia esperança, nem um lugar paralelo onde ela se aninhasse...apenas o deserto pleno de um vazio que me estrangula, como uma serpente que se enrola na vítima até ao sufoco... Esta tarde sabem, podemos inventar um sonho, tracejar uma vida...Podemos desenhar um rosto, procurar dar-lhe vida... Podemos repetir, pensar debater até à exaustão mas a única conclusão que chego é que , é a dor que nos faz fortes e nos leva a cometer as maiores barbaridades como aquela Mãe cometeu em Caxias…Amar um filho não é fazê-lo contar os anos é sim fazer com que os anos contem!
domingo, 30 de outubro de 2016
Hoje confesse-vos, que um dia num rodopio de um choro convulso e aflito cheguei a pensar suspender a minha existência. Segui no compasso seguinte do silêncio pontiagudo que se estreitou entre mim e a vida, fui distorcendo palavras de uma mágoa qualquer!!!. Imaginei apenas o meu olhar vazio e triste, ávido de cabelo em cascata a cair-te pelos olhos claros, o desalento dos meus passos e uma mão repetidamente nervosa a cair-me no colo em cada soluçar reticente dos amigos agora esvoaçantes. Desembaciei a distância na tentativa de a encurtar e esperei tranquilo pela tua desilusão. Cheguei num pequeno abraço e, sem darem por isso, a despedir-me dos que mais amava....senti-me uma criança abandonada num súbito naufrágio de pessoas sem cor!!! De repente a minha manhã vestiu-se de um breu inóspito, próprio de uma noite sem lua e fiquei perdido no labirinto do meu coração. Compreendem?? o que sinto cada vez que uma lágrima ousa me espreitar!!! Eu pelo menos sei compreender-me e percebo o que sinto quando a sublime escuridão me extasia os sentidos... Vive agora em mim esta angustiante vontade de voar para um espaço aberto e conferir a esperança que hoje me desampara por um qualquer motivo que o destino ditou. Queria ser a brisa na palma de uma mão, para que não sentissem necessidade de cerrar os punhos numa revolta que não é caminho. Queria continuar a sonhar, como tantas vezes soube fazer, "dançar" com a vida neste rodopio distorcido que ela nos impele. Queria roubar-vos um sorriso para que com ele conseguisse apagar esse amor ancestral que guardo ainda em mim. No entanto, continuo suspenso perante a inevitabilidade de uma lágrima, perante a impotência me agasalhar o coração numa redoma de amor. A minha noite antecipada congela-me os músculos e questiona cruelmente esta existência que no meu pensamento e em lágrimas que me vou dando vida...
quinta-feira, 27 de outubro de 2016
Hoje o que escrevo fica em livro de
sentimentos nos quais por mais que escreva e leia
me revejo...Sempre... Revejo-me em cores diferentes todos os dias,
revejo-me em muitas curiosidades que quero conhecer... Esta
Página de vida tão completa tão "perdida"... Debita de
mim pedaços, metades que partilho ao escrever, mas!!
Desconheço-me mas aceito ter de absorver…Vou desfolhando
palavras nesta folha tão marcada tão delicadamente lida, passo a próxima página
sem ler no verso…Sinto-te passar por mim sem eu ter armas para te resgatar ,
vou quebrando sem reacção, sinto me
distante sem conseguir acordar…O livro gasta-se nas letras já lidas vezes sem
conta que em mim não desaparecem!!! Vão desaparecendo…Tudo serve para compor
rimas nas nossas vidas , tudo ressoa a Eco , tudo soa a amor de mentira , tudo
soa a amor de rua, numa pessoa de sentimentos nua.
terça-feira, 25 de outubro de 2016
Hoje há uma linha quase invisível a
separar o céu da terra. É feita de sonhos, separa a luz da terra e a
escuridão do céu...Separa sentimentos de amor, mais uns quantos de vontade
outros tantos de coragem que respeitosamente sustêm o horizonte que
desenho a pulso. Sabem! Há tanto que persigo a verdade e hoje de “alguém”,
só queria uma mentira...Hoje agarrei-me a um sonho a uma memória pois
quando escrevo, ainda sinto uma mão na minha, a tentar desfazer este
maldito “sentimento”…. Agora que o dia já quase passou, quero que saibas, que
passou por nós de mãos dadas...Quando te penso desejo sempre ter mais
vidas…Terminar uma agradecendo a próxima , iniciando uma agradecendo a ultima!
Quando te penso sinto um rio de gratidão a circular-me pelas veias …E meu Deus
quantas vidas precisaria eu para te sussurrar apenas esta? Fica apenas sabendo
que o teu nome é uma simples poesia que com os meus lábios no ar vou desenhando
enquanto o próprio ar me grita que uma vida só não chega…Quando te penso!!!
Obrigado pois estejas onde estiveres sei que me virás ler!
segunda-feira, 24 de outubro de 2016
domingo, 23 de outubro de 2016
Hoje em dia eu cultivo a palavra, a mensagem, de todos os que me trouxeram até este lugar onde fiquei inerte. Sou o mensageiro, aquele que fala em nome de outros e em nome dos seus silêncios, sou aquele que pronuncia o que lhe foi dito, que escreve o que já foi sentido e ainda é... Mas meus caros nada sou mais que uma folha de papel, pedaço em branco sem existência que apenas carrega a cor da tinta que alguém em mim imprimiu. Sou o silêncio, porque não falo com a minha voz, sou o anjo porque não sou salvador, apenas protector, apenas o que fala em nome de outro!!! Este não é o meu caminho, mas o trilho que percorro, algures no tempo alguém me instigou pelo objectivo de atingir o meu… O meu lugar! A minha eternidade. Estes não são destinos, são momentos que em vão percorro, e enquanto o faço arrasto aqueles que me escutam, que me seguem, que me lêem. Das palavras faço os sentidos que se propagam por tantos destinos, por tantas almas que, como a minha, são gotas de luz … Não temo a noite porque ela dá as estrelas que me hão-de conduzir ao destino, não temo a luz porque ela é a porta, não nego em falar sobre as imagens que guardo em meu coração! Se carrego alguma dor ela provem do inicio e não do fim das palavras…
sábado, 22 de outubro de 2016
Não é à toa que digo que a alma é erótica. Não pensem que erótico é o corpo. O corpo só é erótico pelos mundos que andam nele. Não existe amor que resista a um corpo vazio de fantasias. Um corpo vazio de fantasias é um instrumento mudo...São as palavras que me beijam, serenas, a face dos sonhos por isso deixo-me envolver no mar de sensações que brotam de cada brilho de estrela e não procuro uma margem. ..Nem tão pouco, morrer na asfixia dos sentidos para saber que sou gente! Tudo que sou, não largo nem mesmo no escuro...
sexta-feira, 21 de outubro de 2016
Hoje é como
se precisasse de beber toda a chuva, para acender uma
claridade nos meus sonhos!!! Preciso apagar estrelas com os pés descalços,
para acordar o fogo que deixei adormecer em mim...Os sonhos enchem
os espaços vazios, entre nuvens e palavras. Morre um, chora uma
nuvem, na extremidade do que morre nasce outro que a dispersa por isso
preciso do que morre, para regar o que nasce... Hoje por mais que
eu me vista de metade, não é mais que um disfarce a cobrir um corpo
inteiro...Como podia eu ser a metade de outro, se nada tivesse para doar ,
que metade lhe daria? Sou saudade, do que já
foi outrora sou memória que arrasto até à outra metade, que
descobre o que ainda será... É isto meus amigos , amar é ser apenas um mero
peregrino que busca o paraíso de um oásis, onde nunca sabemos ficar.
Amar é exigência constante, de ter apenas uma metade do outro a morar
dentro de nós, por nunca o sabermos aceitar por inteiro.
quinta-feira, 20 de outubro de 2016
Hoje de "ti
"apenas queria as coisas que não tenho...O que me falta e não
consigo chegar! Hoje queria o segredo dos que dormem numa paz
"inexistente" . Queria o sonho dos que ousam
acordados pintar numa hora que seja um minuto de sonho que
vingue ou que valha ...Queria o sonho, de ti queria um sonho! Queria
o sonho em detrimento dum sono vazio cansado de tantas realidades
que me dissesses ao ouvido bem baixinho a que cheira um
sonho ou a que sabe... Esta ilusão que nos faz perceber o pouco
importantes são os enredos da vida, lê-me como se fosse a minha voz a faca que
corta o abandono, nada mais tenho do que este canto... Sou infinito
como todos, um dia deixarei de sentir o peso nas pernas
e apenas serei terra que acama as raízes de uma árvore,
serei a primeira folha dessa árvore e a primeira folha dela a
cair também... Hoje segredo-vos apenas que a "morte" nas
palavras não existe, serei sempre no horizonte infinitamente um novo inicio.
quarta-feira, 19 de outubro de 2016
Há sons que teimam em soltar-se das brumas solitárias do
tempo... Ousam voar alto sobre jardins de estrelas e nesse bailado de asas
perfumadas soltam gritos mudos que ecoam no vazio , materializam -se palavras
deixando simplesmente fragmentos de alma espalhados pelo silêncio ferido!!! É
inquietante esse silêncio que habita na solidão dos instantes ... São pedaços
de tempo onde o coração se invade de uma voz que nos cala, faz-nos, quebrar
mesmo que não queiramos. Soltam-se palavras inquietas que sonham voar , mas há
vazios que se impõem, abraçam-nos num caminho sossegado de prudência! Gosto
dessa inquietude desse momento onde o ruído adormece e nos devolve a serenidade
dos sonhos nas horas surdas do dia...
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