Hoje reflicto e de repente, com saídas do nada, encontramos pessoas
assim…Deixamos de falar com os dedos, que se passeiam pelo teclado do
computador e passamos a falar com o coração! É que do outro
lado do ecrã, existe uma pessoa de carne e osso, às vezes, são pessoas tão
grandes, em tudo, que nos apetece partilhá-las com o mundo inteiro! Entre
brincadeiras e partilhas, nasce amizade, ela é doce, meiga, verdadeira que
contagia qualquer um. Apesar não estarmos frente a frente, ela abraça-me
todos os dias e...suponho que seja essa presença que sempre me faz sentir. Este
ano, não pretendo partir, sem antes gravar na minha pele... o seu abraço. Não
sei quantas vidas suportam a mesma dor ou quantas dores pode suportar a minha vida.
Não sei quantos becos nela existem , quantas estradas atalhos ruelas
ou avenidas. Não sei quantos caminhos já caminhei, mas!!! Sentei-me
aqui nesta margem, que não é de um mar...uma barragem uma água
contida prisioneira de um muro com medo que se gaste evapore seque... Tentei imaginar-me aqui e em
quantas estradas ruelas ou avenidas...te podia encontrar a ti. Como
naquela onde te achei! Sempre me perco nas direcções despisto-me nas
cores das ruas todas iguais... todas me conduzem a este mesmo
lugar onde agora me encontro... Nesta margem ...de água contida, onde
encontrei algo apenas porque me perdi.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
Como se tivessem boca , há palavras que nos beijam numa perfeita nudez da pele em chamas…Como eu coloria um grafite meu desenhado num mero corpo!! Traçava-lhe a matriz , lia-lhe um poema , invocava-lhe os direitos, na prece de umas mãos abandonadas como destas palavras se tratasse!!! Palavras abandonadas à mercê dum carinho, são palavras entregues à mercê da nostalgia ou à doçura dos beijos.Imaginem um corpo que nada já sente e que tudo diz…Imaginem o silêncio em que ficamos inventando palavras novas…Imaginem as preces e melodias inventadas nas novas palavras que se conjecturaram, mas que nunca ninguém as irá ler…É neste silêncio tão nosso que repousará a nostalgia da criação e certamente sobre ela sorriremos...Vem ai o Inverno e as mortalhas do silêncio esgotam-se como os instantes da lembrança que vamos sustendo nas mãos até se transformarem em cinzas …Fica o sonho vencido!!
quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
Hoje
preciso que me falem , mas sem voz...Quero escutar os sinais de dentro
e os ventos que se passeiam na escadaria dos meus dias!
Preciso
dos sopros mornos em palavras, que me agarram por dentro e me
avessam. Preciso que me peçam que vos peça...Que me peçam que vos
olhe...Que me peçam que vos toque...Eu sei que a vida é feita de começos e
recomeços...Hoje sei que o primeiro olhar não significa o mais
intenso. Hoje sei que o primeiro beijo não significa o melhor. Hoje
sei que o primeiro homem ou mulher não significa o mais marcante. E porque
a vida é feita de começos e recomeços...Hoje eu sei que primeiro
abraço não significa o mais sentido. Hoje eu sei que o primeiro amigo não
significa o único. E porque a vida é feita de começos e recomeços... Hoje eu sei que primeiro
emprego não significa a estabilidade. Hoje eu sei que o primeiro salário não
significa a riqueza. E hoje porque a vida é feita de começos e
recomeços eu sei que a primeira queda não significa a mais
dolorosa. Hoje eu sei que a primeira lágrima não significa a mais triste
nem tão pouco a primeira desilusão não significa a última. E
porque a vida é feita de começos e recomeços... Eu sei que não há vertigem
nem medo no salto. Hoje eu sei que algo maior, anterior a nós que une dois corpos numa única batida cardíaca. Hoje
eu sei e escuto ecos cá dentro vertendo as minhas mãos quentes...
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
Hoje de
noite tive um pesadelo! Ao despertar apenas ouvi silêncio. Era muito mais que a
ausência de sons. Era profundo, apertava cá dentro como um mau “agoiro”. Levantei-me lentamente e dirigi-me à janela. Lá
fora as ruas estavam repletas de gente de braços abertos e mãos estendidas, a
olhar o céu! Pareciam estátuas, ninguém se mexia nem falava. Os carros não circulavam, as
fábricas não produziam, o mundo inteiro havia simplesmente parado e toda
a humanidade estava deambulando na rua
de braços erguidos e mãos estendidas, a ver o céu. Saí à rua descalço, o
silêncio incomodava mais do que o frio, que se fazia sentir…. Era difícil caminhar com aquele aglomerado de
gente. Acabei por andar pouco parei fiquei confuso, tentei perguntar, aos
outros o que se passava, mas da minha boca não saía um único som! Por
mais que abrisse e fechasse a boca, apenas saia silêncio! Comecei a sentir os
pés molhados. Rapidamente aquela água que escorria pelas ruas parecia um rio,
que nascia aos nossos pés. Foi então que reparei que todos choravam,
silenciosamente, sem desviar o olhar do céu. Elevei o meu olhar e as lágrimas
brotaram também dos meus olhos. O mundo havia mergulhado naquele silêncio
triste, sem palavras, ninguém conseguia explicar a razão para o céu ter
cerrado e ficado encoberto com uma nuvem gigante e dela caíam milhares de
sonhos mortos por haver Abri os braços e estendi também as minhas mãos, que a
pouco e pouco ficaram cheias deles...Quando acordei, tentei escrever o
sonho imediatamente, para tentar não me esquecer dele. Acordei incomodado!
Percebem o meu silencio, prefiro deixar aqui o meu olhar no infinito à espera
que chegue o futuro e uma nova estrada da vida, que erga a intimidade da minha voz
no eco de um sonho…
domingo, 11 de dezembro de 2016
É inquietante o silêncio que Habita na solidão dos instantes.... É nesses pedaços de tempo que o coração se invade de uma voz que nos cala, faz-nos quebrar mesmo que não queiramos. Soltam-se palavras inquietas , que sonham voar ...São vazios que se nos impõem e nos abraçam num carinho de prudência !!! gosto desta inquietude nesse momento onde o ruído adormece e nos devolve a serenidade que nos faz persistir perante as horas surdas dos dias...Mas !!! por vezes as palavras que escrevemos querem sorrir , elas escondem sorrisos nas rimas misturadas em versos de dor e ausência. Este bailado de palavras inertes muitas vezes jogadas ao chão frio em tons de silabas desalinhadas não é mais que a nossa sombra desaguada no desalento de um papel usado, amarrotado pelo nosso ultimo suspiro...
sábado, 10 de dezembro de 2016
Fez-se silêncio, bastou as nuvens cerrarem... o portão abriu-se e o nevoeiro cansativo entrou... nada é simples, nada é silêncio, e tudo não passa de um vazio. O calor não chega e o frio teima em permanecer, as janelas fecham e deixam apenas o escuro ficar, não há luz, nem um mero clarão!! Existe tudo mas apenas um nada fica... Reclamo armas de gelo que rebentem num grito surdo, onde a solidão parta , mas... Resta o vácuo da recordação. (Isto) torna-se tão simples de viver. É tão fácil abrir este portão para nada restar. Mas!!! façamos então o silêncio, a chuva há-de cair ... O portão fecha-se, e a imensidão do nada soou. Esta força imensa que consegue ser ouvida, sem eu querer enche esta sala pequena de dimensões infinitas num pequeno e vibrante toque de mil cores em forma de Arco Íris. Sinto uma surdez que ficou, como uma força demorada de um minuto infinito calado. O amor desvanece-se colhido na combustão fria da ignorância. Sinto o toque sinto o cheiro sinto a dor mas ninguém sinto...Faça-se apenas um pequeno silêncio, só eu aqui fiquei... Desculpem, eu e o nada. E do nada subtraímos o tudo e o infinito voou com as asas escuras do destino, que também desejei partir. Fiquei eu e o nada, o tudo da insatisfação. Sobrou o peso de uma tempestade vizinha, que também me silenciou... Deixo-me assim adormecer num recanto desta sala, e lá fico, eu e o pó transformado, a fazer-me companhia, esquecido de mim, perdido de mim...
sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
Hoje pergunto-vos, alguma vez se sentiram presos à liberdade de outra pessoa? Essa é uma
liberdade que me empurra para a luz quando o meu corpo respira sombra. Hoje reflicto sobre o medo, e ele pode ser feroz.
Invade as artérias da nossa casa como
uma lâmina afiada cortando a esperança pela raiz…É como a água a
desbravar caminhos, derruba defesas e passa. O medo senta-se à nossa mesa dorme
na nossa cama grita-nos ao ouvido até obrigar a alma a sair apropriando-se do
corpo, silenciado a voz.
Hoje uma "desconhecida", enquanto reparava uma linha ténue de vida, achou por bem agarrar-me nas mãos cheias de ansiedade e com a sua voz
uniu-as para que se ouvissem de repente como se de mais não precisasse a esperança
choveu-me inteira nos olhos. Não sei quem ela é nem se algum dia as
nossas linhas se irão poder cruzar mas imaginei-a de corpo
inteiro alma limpa e ensinou-me que ainda somos Alma. Habitamos um corpo para
que haja gestos!!!Eu sei que mora em mim uma força desconhecida, que alimenta moinhos da imaginação, faz mover as folhas das
árvores como se fosse uma brisa silenciosa que se propaga pelo infinito, não
consigo explicar este mistério que brota nos meus silêncios sob a forma de
palavras, frases, pensamentos, sensações...Mas!!! Tenho medo da incongruência do vazio, que me invade quando nada tenho a
dizer…
quarta-feira, 7 de dezembro de 2016
Hoje há nevoeiro, o
dia acordou cego, na minha Rua as
pessoas andam estranhas, de costas viradas para o caminho. Tropeçam, caem e
levantam-se, sem nunca tirar os olhos da imagem desfocada deste dia, que lhes
atraiçoa o percurso…Que profunda cegueira, não se distinguem os passos que
dão, mas cada vez estão mais longe uns dos outros, separados por mais
muros de betão. Coleccionam mentiras e desapego, as suas
únicas verdade penduram-nas nas janelas, como se fossem cortinas!!! Não há
flores. Está frio. Mais lá dentro do que cá fora. Há cegueira e frieza
na minha rua. Só os gatos dizem bom dia. Ainda há pouco um
enroscou-se nas minhas pernas. Trazia uma chapa pendurada ao pescoço que dizia quero o meu dono…Há em muitos de nós uma alma
que chamo , alma dos “diferentes” que é feita de luz, onde estrelas sem morada , deslumbrantes , vivem guardadas para aqueles poucos capazes de
sentir e entender!! Nessas moradas há tesouros de ternura humana dos quais só
os “diferentes” são capazes de valorizar… Meus amigos não mexam com o amor de
um “diferente” a não ser que sejam suficientemente fortes para o viver…
terça-feira, 6 de dezembro de 2016
Hoje sinto o incêndio que queima cada pedaço do meu cio, olho o céu estrelado que penetra no meu profundo vazio e é por esse caminho que sigo, por entre o olhar e o brilho das estrelas…Olhem-me sou uma chama intensa, sou um mar de lava adormecida, sou, o eclodir dum corpo nu sobre o horizonte , sou a água fervente que inflama a mente na devassidão e na tempestade. Eu já fui a força dum vulcão em plena erupção!!! Hoje sou apenas o despertar da letargia, que os meus dedos transpõem em pura magia. Hoje em dia amar é esculpir uma obra de arte, é pintar o céu com os tons da lua, como se tudo em nosso redor crepitasse num fogo suave que nos derrete os sentidos. Hoje amar não é só desejo é também conhecer todo e qualquer segredo, descobrir todos os lugares onde nos guardamos, é libertar as loucuras que escondemos nas fantasias a sete chaves fechadas. Hoje já não sou capaz nem quero quebrar os limites que fundem corpo e alma, desejo e luxúria, que fazem dos sentimentos a mais profunda sensação. Prefiro percorrer o silêncio dos meus gemidos, percebendo as curvas que os contraem, a ondulação cadente com que os sonhos ficaram suspensos nas minhas mãos…Muitos de vós Dir-me-ão que escrevo apenas letras, descrições , utopias , ilusões mas nesta amalgama de sonhos vocês todos sentem-se parte integrante do meu presente narrado nesta saudosa viagem que não me canso de inventar…
domingo, 4 de dezembro de 2016
Hoje gostava que me dissessem em que dia estamos e em que mês , pois o relógio da minha vida nunca me pareceu tão vivo! Não consigo prosseguir muito mais, mas também não consigo desistir perante tudo o que já perdi... Sabem hoje ainda somos eu e vocês, e todas as outras pessoas que me lêem e estão aqui como eu, sem ter mais para onde ir! Não vos quero perder ainda sinto que tenho muita coisa para vos dizer mas nem sempre as palavras saem como mais desejo. Entretanto vou trespassando "nelas" sem mais ter para onde ir por isso amigos hoje somos só nos aqui!!! A todos os que me lêem sem mais ter para onde ir eu vos desejo um Santo e Feliz Natal junto daqueles que de certa forma os confortam e acompanham, já que não fomos colheita nem tão pouco permitimos que nos arranquem pela raiz, preferimos ser abraçados como barcos abandonados no cais nesta eternidade que nos juntou...
sábado, 3 de dezembro de 2016
Hoje vejam como passa o tempo, como a chuva teima em esconder a luz, que deixam quando passam. Hoje vejo como são longe os caminhos, como as distâncias queimam todas as pontes entre nós deixando as margens numa solidão aguada... Basta ver como tudo se altera, como tudo muda ou como tudo regressa a nós se uma pequena brecha na memória se abrir e um pequeno vento se escapa e sopra uma suave melodia antiga...Inventamos uma rua regressamos ao início de um tempo sem tempo onde o dia fecha-se no escuro das nuvens , não sei se há ainda estrelas que guiem caminhos ou um caminho mas se parto não me despeço, se chego, chego sem que me notem...Sempre que ouso caminhar levo um lugar atado nos dedos, nunca sei se vou, se venho, ou se alucino. Desconfio que as melhores viagens, foram entre as paredes deste quarto. Seja como for, há sempre um voo que se derrama numa folha de papel... Caminho assim lado a lado com as palavras
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
Hoje falam-me sem voz, escuto cá
dentro, sopram-me ventos que se passeiam na escadaria dos meus dias. São sopros mornos em palavras, que me agarram por
dentro e me avessam… Sinto-vos, quando olham o céu, quando erguem os
braços aos céus e me chamam…As vossas palavras fazem gritar outras, que turbilhão, e são tantas
que não consigo responder a todas.
Aprisionei-me cá dentro, fiz-vos parte de mim, ou talvez uma extensão minha, que nem sei onde
começa, passeiam dentro dos meus passos, pisando assim o mesmo chão, transportam-me ao longo do dia, para este mesmo
sitio, mas em outro lugar. Quando chega a noite, já não há Saudade… Olho-me no espelho e é sem rosto que me vejo, toco o
vazio da vida através da minha, abraço-me sem sentir braços e adormeço no conforto da sala vazia. Todas as
noites tenho o mesmo sonho. Caminhamos descalços , vejo o rasto que nossas
feridas deixaram. Olho para a frente, apenas um abismo, negro e
profundo. Um vazio, a pedir a gritos que alguém o preencha. Tenho vontade de vos
perguntar se há alguém que me queira estender a sua mão e se querem saltar
comigo …Saltam comigo? Já não tenho medo das vertigens nem medo do salto, pois
há algo maior, anterior à vida que une dois corpos numa única batida cardíaca. Despertem-me sempre com a carícia muda eu mereço um
raio de sol e uma folha dourada!!!
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