domingo, 18 de dezembro de 2016

Hoje este  sol esmaga o brilho dos vitrais do pensamento,  enquanto as curvas do meu corpo, incendeiam os olhares!! É em silêncio, que vivemos embalados por uma brisa, plácida, em recantos do oculto. Este embalo, de mudos e contidos desejos sobrevive repleto de gemidos, sentidos que geram os gritos perdidos no esplendor, que inflama,  o sangue derramado no empedrado que piso ...Sentes o meu olhar?, no teu olhar se sim deixa-me criar raízes no teu caminho...deixa a areia escorrer na ampulheta do meu tempo, e que ele se esgote. Os fantasmas do receio são apenas os vermes do silêncio !!!

sábado, 17 de dezembro de 2016

Hoje sinto este cansaço que não se desilude ....Por pensar demasiado, por sonhar indiscriminadamente sem perceber, por não dominar ainda a cor da minha alma. escondo o meu rosto com as mãos e deixo o sabor da brisa pintar-me de lágrimas com o vento o cabelo que me começa a cair!!! estendo as feridas abertas pelo tempo e exponho-as a vírus da alma colorida que corroem a minha vontade. Porque hoje tenho uma vontade diferente. Apetece-me despir a pele e perseguir o mar. encostar-me a ele e auscultar o celeste paraíso das aves marinhas , e com elas quero mais do que tudo conhecer a cor da minha alma porque nada mais importa. Hoje nada importa que a alma... mesmo se a soubermos escutar mesmo na tortura sufocante das grades físicas da existência,  sentimos a dor que ela prostitui... Se a abraçarmos como loucos perturbados, sem destino iremos tocar essa loucura árida e deserta  que sem dar-mos por isso nos faz desenhar suaves sílabas numa folha de papel. Esta é a cor da nossa alma que mesmo sem a sabermos ler  nos denuda com uma suave transparência de um magno silêncio ao invés de pretender ler-nos pelo  pulsar de um coração ferido... A alma ao contrario do coração ignora qualquer rasgo de cor que possa adulterar os muros da fortaleza sobre os quais se ergue assim aqui fico  de olhos fechados e tento ouvir o seu prudente murmúrio. E o que escuto em tons de silêncio incolor que legitima o cansaço que em mim hoje vive.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016


Hoje reflicto e de repente, com saídas do nada, encontramos pessoas assim…Deixamos de falar com os dedos, que se passeiam pelo teclado do computador e passamos a falar com o coração!  É que do  outro lado do ecrã, existe uma pessoa de carne e osso, às vezes, são pessoas tão grandes, em tudo, que nos apetece partilhá-las com o mundo inteiro! Entre brincadeiras e partilhas, nasce amizade, ela é doce, meiga, verdadeira que contagia qualquer um. Apesar não estarmos  frente a frente, ela abraça-me todos os dias e...suponho que seja essa presença que sempre me faz sentir. Este ano, não pretendo partir, sem antes gravar na minha pele... o seu abraço. Não sei quantas vidas suportam a mesma dor ou quantas dores pode suportar a minha vida. Não sei quantos becos nela existem , quantas estradas  atalhos ruelas ou avenidas.  Não sei quantos caminhos já caminhei, mas!!! Sentei-me aqui nesta margem, que não é de um mar...uma barragem uma água contida prisioneira de um muro com medo que se gaste evapore seque... Tentei imaginar-me  aqui e em quantas estradas ruelas  ou avenidas...te podia encontrar a ti. Como naquela onde te achei!  Sempre me perco nas direcções despisto-me nas cores das ruas todas iguais... todas me conduzem a este mesmo lugar onde agora me encontro... Nesta margem ...de água contida, onde encontrei algo apenas porque me perdi.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Como se tivessem boca , há palavras que nos beijam numa perfeita nudez da pele em chamas…Como eu coloria um grafite meu desenhado num mero corpo!! Traçava-lhe a matriz , lia-lhe um poema , invocava-lhe os direitos, na prece de umas mãos abandonadas como destas palavras se tratasse!!! Palavras abandonadas à mercê dum carinho, são palavras entregues à mercê da nostalgia ou à doçura dos beijos.Imaginem um corpo que nada já sente e que tudo diz…Imaginem o silêncio em que ficamos inventando palavras novas…Imaginem as preces e melodias inventadas nas novas palavras que se conjecturaram, mas que nunca ninguém as irá ler…É neste silêncio tão nosso que repousará a nostalgia da criação e certamente sobre ela sorriremos...Vem ai o Inverno e as mortalhas do silêncio esgotam-se como os instantes da lembrança que vamos sustendo nas mãos até se transformarem em cinzas …Fica o sonho vencido!!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Hoje preciso que me falem , mas sem voz...Quero escutar os sinais de  dentro e os ventos que se passeiam na escadaria dos meus dias!
Preciso dos sopros mornos em palavras, que me agarram por dentro e me avessam. Preciso que me peçam  que vos peça...Que me peçam que vos olhe...Que me peçam que vos toque...Eu sei que a vida é feita de começos e recomeços...Hoje sei que o primeiro olhar não significa o mais intenso. Hoje sei que o primeiro beijo não significa o melhor. Hoje sei que o primeiro homem ou mulher não significa o mais marcante. E porque a vida é feita de começos e recomeços...Hoje eu sei que  primeiro abraço não significa o mais sentido. Hoje eu sei que o primeiro amigo não significa o único. E porque a vida é feita de começos e recomeços... Hoje eu sei que primeiro emprego não significa a estabilidade. Hoje eu sei que o primeiro salário não significa a riqueza. E hoje porque a vida é feita de começos e recomeços eu sei que a primeira queda não significa a mais dolorosa. Hoje eu sei que a primeira lágrima não significa a mais triste nem tão pouco a  primeira desilusão não significa a última. E porque a vida é feita de começos e recomeços... Eu sei que não há vertigem nem medo no salto. Hoje eu sei que algo  maior, anterior a nós que une dois corpos numa única batida cardíaca. Hoje eu sei e escuto  ecos cá dentro vertendo as minhas mãos quentes...

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Hoje de noite tive um pesadelo! Ao despertar apenas ouvi silêncio. Era muito mais que a ausência de sons. Era profundo, apertava cá dentro como um mau “agoiro”.  Levantei-me lentamente e dirigi-me à janela. Lá fora as ruas estavam repletas de gente de braços abertos e mãos estendidas, a olhar o céu! Pareciam estátuas, ninguém se mexia nem falava. Os carros não circulavam, as fábricas não produziam, o mundo inteiro havia  simplesmente parado e toda a humanidade estava deambulando  na rua de braços erguidos e mãos estendidas, a ver o céu. Saí à rua descalço, o silêncio incomodava mais do que o frio, que se fazia sentir…. Era difícil caminhar com aquele aglomerado de gente. Acabei por andar pouco parei fiquei confuso, tentei perguntar, aos outros o que se passava,  mas da minha boca não saía um único som! Por mais que abrisse e fechasse a boca, apenas saia silêncio! Comecei a sentir os pés molhados. Rapidamente aquela água que escorria pelas ruas parecia um rio, que nascia aos nossos pés. Foi então que reparei que todos choravam, silenciosamente, sem desviar o olhar do céu. Elevei o meu olhar e as lágrimas brotaram também dos meus olhos. O mundo havia mergulhado naquele silêncio triste, sem palavras, ninguém conseguia explicar a razão para o céu ter cerrado e ficado encoberto com uma nuvem gigante e dela caíam milhares de sonhos mortos por haver Abri os braços e estendi também as minhas mãos, que a pouco e pouco ficaram cheias deles...Quando acordei, tentei escrever o sonho imediatamente, para tentar não me esquecer dele. Acordei incomodado! Percebem o meu silencio, prefiro deixar aqui o meu olhar no infinito à espera que chegue o futuro e uma nova estrada da vida, que erga a intimidade da minha voz no eco de um sonho…

domingo, 11 de dezembro de 2016

É inquietante o silêncio que Habita na solidão dos instantes.... É nesses pedaços de tempo que o coração se invade de uma voz que nos cala, faz-nos  quebrar mesmo que não queiramos. Soltam-se palavras inquietas , que sonham voar ...São vazios que se nos impõem e nos abraçam num carinho de prudência !!! gosto desta inquietude nesse momento onde o ruído adormece e nos devolve a serenidade que nos faz persistir perante as horas surdas dos dias...Mas !!! por vezes as palavras que escrevemos querem sorrir , elas escondem sorrisos nas rimas misturadas em versos de dor e ausência. Este bailado de palavras inertes muitas vezes jogadas ao chão frio em tons de silabas desalinhadas não é mais que a nossa sombra desaguada no desalento de um papel usado, amarrotado pelo nosso ultimo suspiro...

sábado, 10 de dezembro de 2016

Fez-se silêncio, bastou as nuvens cerrarem... o portão abriu-se e o nevoeiro cansativo entrou... nada é simples, nada é silêncio, e tudo não passa de um vazio. O calor não chega e o frio teima em permanecer, as janelas fecham e deixam apenas o escuro ficar, não há luz, nem um mero clarão!! Existe tudo mas apenas um nada fica... Reclamo armas de gelo que rebentem num grito surdo, onde a solidão parta , mas... Resta o vácuo da recordação. (Isto) torna-se tão simples de viver. É tão fácil abrir este portão para nada restar. Mas!!! façamos então o silêncio, a chuva há-de cair ... O portão fecha-se, e a imensidão do nada soou. Esta força imensa que consegue ser ouvida, sem eu querer enche esta sala pequena de dimensões infinitas num pequeno e vibrante toque de mil cores em forma de Arco Íris. Sinto uma surdez que ficou, como uma força demorada de um minuto infinito calado. O amor desvanece-se colhido na combustão fria da ignorância. Sinto o toque sinto o cheiro sinto a dor mas ninguém sinto...Faça-se apenas um pequeno silêncio, só eu aqui fiquei... Desculpem, eu e o nada. E do nada subtraímos o tudo e o infinito voou com as asas escuras do destino, que também desejei partir. Fiquei eu e o nada, o tudo da insatisfação. Sobrou o peso de uma tempestade vizinha, que também me silenciou... Deixo-me assim adormecer num recanto desta sala, e lá fico, eu e o pó transformado, a fazer-me companhia, esquecido de mim, perdido de mim...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Hoje pergunto-vos, alguma vez se sentiram presos  à liberdade de outra pessoa? Essa é uma liberdade que me empurra para a luz quando o meu corpo respira sombra. Hoje reflicto sobre o medo, e ele pode ser feroz. Invade as artérias da nossa casa como  uma lâmina afiada cortando a esperança pela raiz…É como a água a desbravar caminhos,  derruba defesas e passa. O medo senta-se à nossa mesa dorme na nossa cama grita-nos ao ouvido até obrigar a alma a sair apropriando-se do corpo, silenciado a voz. Hoje uma "desconhecida", enquanto reparava uma linha ténue de vida, achou por bem agarrar-me nas  mãos cheias de ansiedade e com a sua  voz  uniu-as para que se ouvissem de repente como se de mais não precisasse a esperança  choveu-me  inteira nos olhos. Não sei quem ela é nem se algum dia as nossas linhas se irão poder cruzar mas imaginei-a de corpo inteiro alma limpa e ensinou-me que ainda somos Alma. Habitamos um corpo para que haja gestos!!!Eu sei que mora em mim uma força desconhecida, que alimenta  moinhos da imaginação, faz mover as folhas das árvores como se fosse uma brisa silenciosa que se propaga pelo infinito, não consigo explicar este mistério que brota nos meus silêncios sob a forma de palavras, frases, pensamentos,  sensações...Mas!!! Tenho medo da incongruência  do vazio, que me invade quando nada tenho a dizer…

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Hoje  há nevoeiro, o dia acordou  cego, na minha Rua as pessoas andam estranhas, de costas viradas para o caminho. Tropeçam, caem e levantam-se, sem nunca tirar os olhos da imagem desfocada deste dia, que lhes atraiçoa o  percurso…Que profunda  cegueira, não se distinguem os passos que dão, mas cada vez estão mais longe uns dos outros, separados por mais muros de betão. Coleccionam mentiras e desapego, as suas únicas verdade penduram-nas nas janelas, como se fossem cortinas!!! Não há flores. Está frio. Mais lá dentro do que cá fora. Há cegueira e frieza na minha rua. Só os gatos dizem bom dia.  Ainda há pouco um enroscou-se nas minhas pernas. Trazia uma chapa  pendurada ao pescoço que dizia  quero o meu dono…Há em muitos de nós uma alma que chamo , alma dos “diferentes” que é feita de luz, onde  estrelas sem morada , deslumbrantes ,  vivem guardadas para aqueles poucos capazes de sentir e entender!! Nessas moradas há tesouros de ternura humana dos quais só os “diferentes” são capazes de valorizar… Meus amigos não mexam com o amor de um “diferente” a não ser que sejam suficientemente fortes para o viver…

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Hoje sinto o incêndio que queima cada pedaço do meu cio, olho o céu estrelado que penetra no meu profundo vazio e é por esse caminho que sigo, por entre o olhar e o brilho das estrelas…Olhem-me sou uma chama intensa, sou um mar de lava adormecida, sou, o eclodir dum corpo nu sobre o horizonte , sou a água fervente que inflama a mente na devassidão e na tempestade. Eu já fui a força dum vulcão em plena erupção!!! Hoje sou apenas o despertar da letargia, que os meus dedos transpõem em pura magia. Hoje em dia amar é esculpir uma obra de arte, é pintar o céu com os tons da lua, como se tudo em nosso redor crepitasse num fogo suave que nos derrete os sentidos. Hoje amar não é só desejo é também conhecer todo e qualquer segredo, descobrir todos os lugares onde nos guardamos, é libertar as loucuras que escondemos nas fantasias a sete chaves fechadas. Hoje já não sou capaz nem quero quebrar os limites que fundem corpo e alma, desejo e luxúria, que fazem dos sentimentos a mais profunda sensação. Prefiro percorrer o silêncio dos meus gemidos, percebendo as curvas que os contraem, a ondulação cadente com que os sonhos ficaram suspensos nas minhas mãos…Muitos de vós Dir-me-ão que escrevo apenas letras, descrições , utopias , ilusões mas nesta amalgama de sonhos vocês todos sentem-se parte integrante do meu presente narrado nesta saudosa viagem que não me canso de inventar…

domingo, 4 de dezembro de 2016

Hoje gostava que me dissessem em que dia estamos e em que mês , pois o relógio da minha vida nunca me pareceu tão vivo! Não consigo prosseguir muito mais, mas também não consigo desistir perante tudo o que já perdi... Sabem hoje ainda somos eu e vocês, e todas as outras pessoas que me lêem e estão aqui como eu, sem ter mais para onde ir!  Não vos quero perder ainda sinto que tenho muita coisa para vos dizer mas nem sempre as palavras saem como mais desejo. Entretanto vou trespassando "nelas" sem mais ter para onde ir  por isso amigos hoje somos só nos aqui!!! A todos os  que me lêem sem mais ter para onde ir eu vos desejo um Santo e Feliz Natal junto daqueles que de certa forma os confortam e acompanham, já que não fomos colheita nem tão pouco permitimos que nos arranquem pela raiz, preferimos ser abraçados como barcos abandonados no cais  nesta eternidade que nos juntou...

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...