terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Hoje como sempre escrevo aqui, fragmentos da minha alma que se espalham por dias...Foram muitas as vezes que senti vontade de rasgar minha pele com as próprias mãos ... A serio! Como se com isso minha dor mudasse o foco...Porem; aprendi que uma lágrima sincera nos alivia o coração...aprendi que chorar, nem sempre é tão ruim assim...aprendi que a saudade é algo que não podemos evitar...aprendi que viver um sonho é bom...mas  viver sonhando pode ser melhor...Muitas foram as lições de vida recebidas. Por isso,  não posso mais deter-me, na verdade ninguém o pode!!!Descobri que se não podemos arrancar uma página da vida, podemos jogar o livro inteiro na lareira. Escrevo apenas palavras que derivam dos sentidos, palavras que se escrevem, que se entregam nos silêncios do pensar e nos momentos a sentir...Sinto os segredos em recantos de vida que navegam e se perdem no tempo vivido.  Escrevo palavras  que batem na rocha destas margens e no peito por ter amado, por  querer dar as mãos atadas no desejo, na partilha do corpo bebido  no calor da paixão trocada por meros beijos sonhados. Vivo estas palavras que percorrem o viver do segredo, nos momentos tantas vezes recordados por entre os braços do desejo esquecido do medo entregue na mais quente  loucura do coração apaixonado...Sinto sabor amargo da vida, o sal impregnado em meus lábios que me mata de sede à beira da fonte dos prazeres....Sinto o cheiro impregnado no meu corpo a perfume raro que nem a chuva leva de mim... Amanha vou acordar ao relento e deixar que a chuva chegue ao meu corpo com vontade de me purificar perante este perfume ...

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Há em nós palavras que oferecem  ecos de outros tempos… Há coisas vividas que se confundem com este presente… Que não soa a dádiva!!!.A minha vida está como se tivesse saído duma floresta, e o campo que escolhi para ficar fosse agora planície aberta. Trago no bolso sementes que deito ao chão mas não pegam, sei que delas nada vai brotar e não me servirão, mas sem elas tenho duas mãos vazias e um horizonte sem intento! Os amigos quando vêm são como uma brisa na ramagem de outrora… uma sensação de estabilidade num contexto já bem diferente, e a minha diferença ainda não se enquadra nessa paisagem. Depois das palavras, aos poucos os sons vão-se apagando. E eu fico atento, ouvindo, expectante, espectador da minha própria vida, uma mera miragem com que a maresia do Atlântico me brinda. Sinto que tenho que abrir mão das recordações ( mas ninguém o faz, é-nos impossível). Pois sem recordações sinto-me vazio e despersonalizado.. Eu não sou eu, transpus-me para o presente, mas ainda de costas voltadas. E já não me reconheço aí... eu nunca pensei aliás por vezes  a minha vida  seja um pouco um não pensar, que fosse tão difícil abrir mão do sítio que me acolheu e construir casa noutro lugar. Um pouco de nós fica lá e nunca mais volta. E essa parte faz-nos falta.(não sou hipócrita sou realista) Nesta reengenharia da vida, sei que temos que nos destruir para nos reedificar-mos. E enquanto não o fizermos, sentimos-nos sempre a perder. Toda a semente que cair neste chão é uma esperança vã. E eu vou perdendo o tempo que passa. Deito-as fora, sementes e esperança, sinto-me um puzzle inacabado. Peças em falta. Planície aberta, falta saber como reconstruir  esta casa…

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Hoje a  lágrima é o meu som... Desliza em mim,  sem pressa, sulca todos os cantos da minha face cinzenta e triste, invade todos os sentidos e envenena o olhar que é já distante. Sinto-me ondulante, pequeno, desgastado com tanta hipocrisia ... E enquanto o sorriso não renasce, não vejo caminho. E no momento em que  deixo de escutar os meus passos gigantescos na vida, percebo que os meus sonhos desmaiamos entram num sono profundo, invade-me o maior dos medos. O de nunca conseguir restituir-me a alegria  que um dia já foi minha..Pedaços de mim sem cor são vividos no  coleccionar textos de palavras, pequenos sussurros  que testemunham aquilo que é mais instantâneo na saudade: a lágrima sem território, que desenha no rosto traços visíveis de uma ausência que se tornou permanente...Ergo os olhos para o céu e exclamo silêncios grito palavras de dor que evocam em breves preces  anjos, aves e dragões que relembro em fotografias dos sorrisos e das angústias, onde recordo a harmonia e a tristeza. A saudade e a mágoa. A verdade e a mentira. Nesse balanço de constante avanço e recuo coloco à prova as minhas convicções mais profundas ao mesmo tempo que testemunho um raio de luz forte que penetra pelas cortinas do meu olhar!! Mas, jamais  ousarei abri-la. Não tenho coragem. Não posso fazê-lo. Não devo. Permaneço no escuro silêncio do quarto, bem acomodado aos insucessos adquiridos e previsíveis... Sento-me numa qualquer cadeira de baloiço como esta que tenho no meu alpendre e deixo que me embale na passividade infeliz e espero que o tempo me faça ressuscitar os movimentos, que agora sossego. Fico ali  neste meu canto, espero,  como se essa espera fosse o tudo a que tivesses direito!!!! Como se não pudesse provocar a mágoa ou a incerteza. Como se não pudesse viver o choque de uma nova opção, como se viver fosse apenas e sempre o mesmo respirar cadenciado. E fico sem perceber que esse quarto já não tem espaço para tudo o que me foge....
Sinto os dias que passam dentro de acordes, sons de dor desmedidos , desmaiados acordando os olhos que se levantam na escuridão. Olho as noites distantes , sombrias... esquecidas, diante da tal solidão, ergo-me saindo dos olhares  que falam sozinhos, conversam no seio de seres diurnos que as noites tornam por doentes. luto por  um gesto, um afago, uma lembrança...não me importam as  luzes do Sol se a solidão nos basta, nos conforta...No dia, vejo quem passa, quem chega,  mas é na noite,  sinto a fatigante  inércia , de caminhar por desertos dolorosos em meu corpo!!! A solidão nos avassala , nos causa controvérsia perante o sentido de nossos abertos olhos no turbilhão da escuridão que eleva tristeza ao findar de um dia de esplendor ... E assim, temos ou não uma expressão de derrota que nos esconde nos invade ofuscando a luz do nascer de um novo dia...Mesmo que a noite seja contraditória a solidão sempre será o ultimo porto de abrigo!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Hoje sinto-me quieto, frio, apenas movo este  cadáver que transporto,  está vivo só porque respira ... A dormência  vem-lhe de dentro para fora, onde os suspiros não são com a boca, mas antes com o coração pulsando. Meus dedos frios mexem, os tímpanos  ouvem, o nariz percebe e a boca sente. Os olhos, em baratos movimentos, desviam de um pesadelo. Os braços começam a mexer. Mas!!! O frio prende as pernas que tremem. O ritmo cardíaco vibra e mexe-me. Existe a energia negativa do cérebro que toma conta da mente, deixando-a amarrada, nua... A luta continua e o tempo colapsa no vazio do céu estrelado. A consciência despertara de forma crua e nua, sem respeito pela pessoa que outrora fomos...Os sentidos do mundo verdadeiro despertam. O cérebro apaga a informação excedente, para mais tarde, no calor de uma conversa, permitir um falso desabafo.  Este sexto sentido constata-se mais nas mulheres que aos homens,  são sonhadoras por natureza, elas sabem mais dos outros do que os homens, por energias sentidas ou hormonais chego  lá por sensibilidade!!! Eu também tenho sensibilidade no sonho enquanto processo cognitivo e inato... Amanhã, vou acordar, não sei se me vou lembrar  do corpo cadavérico que outrora  fui, mas  esta noite de uma coisa saberei , os muros altos servem de sombra aos que se apresentam na despedida dos sonhos !!! E eu sinto-me frágil , odeio ser assim, mas sou assim e dói quando tentam me derrubar, ainda não sendo um muro recuso-me tombar, persisto e dou por mim a contar as estrelas nesta noite fria...

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Hoje nesta noite gélida,  tenho vontade de exclamar aos céus e trocar a minha vida de assim assim por um minuto fora de mim, hoje precisava expelir-me de fora de mim para  lá, do além…Trocava a minha vida inteira  pelo momento que ninguém tem. Parece um contra-senso mas parece-me que todas as pessoas são do tamanho do que não são… E  todas as pessoas valem os momentos em que nada lhes vale!! Precisava volatilizar-me, deixar-me ir e ser a imagem que ninguém infere , o fútil  folião em que ninguém crê. Quero ficar do tamanho do luar, quero rir sobre a tristeza, ensinar a vida à própria morte.  Todas as pessoas são do tamanho das lágrimas que choram, da distância da loucura que decoram. E decoram a loucura como se decora a dor, e decoram a razão como se fosse indolor. Mas não, não é a loucura que dói;  não é a razão que constrói;  não é o demente o doente; não é o que sofre o carente;  não é quem se contém que é gente… Nem pensar !!! Não é continuar que é viver;  não é aguentar que é saber;  Não... Não sou demente nem sou carente, não sou o que sabe nem o que quer saber. Sou o feliz ignorante, o mestre do obstinado. Ainda assim trocava esta vida de faz de conta por um minuto de felicidade  porque nesta vida não há medo maior que morrer desta sede 

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Sinto-me desiludido comigo, desiludido principalmente comigo, pois  lanço-me  de corpo e alma, de cabeça e  rejo-me pelo coração. Porque deixamos nós de pensar e avançamos, porque não temos medos, o que nos leva a ousar? Tudo é  tão forte que nem olhamos para trás, mas deixamos um caminho  para trás,  olhamos  em frente cegos pela  felicidade, pelo desejo, pela busca da vida, que tentamos e queremos viver... Tem momentos em que pensamos ter conseguido mas tem  alturas em que não, é ai que o sonho inverte o seu sentido... Sentimos que nada mais importa ...Vivemos o cair de um sonho, que levava o brilho nos olhos mas era apenas um sonho!!! Mas no final  pelo menos vivemos algo  e o único passo entre o sonho e a realidade é a atitude!!!  Resta-nos  a desilusão do infinito momento em que nada mais habita em nós que o silêncio. Mas dentro de mim habita uma voz, que me lê na intensidade dos parágrafos que escrevo,  e me deixa a mensagem que não estou só,  que será sempre a minha pele a minha voz porque habita em mim... Hoje estou assim...
Hoje tranco-me nas palavras elas, me encerram para o mundo agitando a minha alma nas trevas nocturnas da solidão… Pressinto que lá moras… Sei que se te afogaste , foi porque não fiz silêncio para te escutar… Fico suspenso vagueando no que me dispersa, esbarrando nas muralhas que invento, nesta fome de sentir…As palavras não nascem de encontros, de ideias, de desafios, de inesperados, de premeditados. Elas crescem quase sem eu dar por isso, com as palavras não finjo, não minto, apenas sinto com a imaginação. Sinto com a força de todas as pessoas que vivem comigo aqui dentro, ou sinto em cada dia com cada uma delas, já não sei...Primeiro sou só eu que me sento em frente ao computador para escrever, depois já não estou só e tenho à minha volta muitas histórias que voam pelo quarto. devagar, pairam e ficam à espera que as faça minhas!! Hoje já escrevo sem conseguir parar e já não sou eu, mas sou ainda consciência e carne. A mesma carne que sangra quando cravo as unhas no braço para saber se sonho. Estou acordado e escrevo, a vida que ouço, a vida que vejo, a vida que sinto, a vida que cheiro, a vida que quero, porque o querer também é um sentido. Uma vida a várias sentidos, às voltas, como as histórias que pairam à espera que eu as faça minhas e as aprisione nas paginas que organizo de uma história que por mim foi sentida…

domingo, 15 de janeiro de 2017

Hoje fiquei com um gosto amargo na boca, perdi-me de ti na chegada... Mas que sonho este... Cheguei a um vazio revestido de pele, a isto a que chamam de vida...Que crueldade construir casas que não habitamos, plantar flores em jardins onde não nos passeámos!  Há dias que precisamos vestir  de ausências e de silêncios, desde onde me chegam os ecos da angústia de outras vidas. Há muito que não estava tão perto de alguém,  sonhei  escutar  passos a caminhar para mim , mas que idade  terão as almas? Quantos regressos somam na procura? Quantas vezes se cruzam e reconhecem,  os olhares vazios que se perdem nos ponteiros do tempo, neste mar profundo que separa a honestidade da hostilidade... Deixo a ilusão de ainda ser cedo...sempre cedo... E é tão tarde para tudo menos  para a noite, onde sempre te sonho...Nas dobras da pele , passearei o teu nome nos meandros de todos os poemas onde te irei fazer matéria para te poder tocar e sentir num único lugar que te tenho... Mas tenho de confessar que não quero confiar em alguém e depois descobrir que não mereciam a minha confiança, odeio a mentira, e o que mais odeio é sonhar e acordar a meio do sonho!
Hoje falo do caminho ruidoso que descarrila sobre os nossos sentidos e que nos leva a lado nenhum é um artifício criado por uma necessidade de disfarçar o vazio permanente. Assim, no decorrer de dias cinzentos e frios, escondemos-nos em calendarizações rigorosas, em dias e horas planeadas, numa ansiedade medonha. Fingimos sorrisos e abraçamos o nada, aquele que nos une a uma vida que esquecemos um dia numa qualquer esquina labiríntica do passado. Perdemos a autenticidade e vivemos por entre o ruído e a pressa, esquecendo que a paz pode haver no silêncio...Só essa paz, tranquilidade interior, nos pode alimentar o espírito, devolver aquele sorriso náufrago de verdade e fazer de nós pessoas melhores a cada novo amanhecer. Nesta acrobacia veloz, em que se procura um equilíbrio saudável entre o ser e o estar, somos forçados a estabelecer prioridades, a destronar o superficial e o momentâneo. Coloca-se-nos o desafio de sermos maiores do que a própria existência e levitarmos acima de tudo o que é circunstancial. O desafio de não nos deixarmos corromper pelo tempo e pelo desgaste da escuridão que por vezes se instala. O desafio de conseguir sentir a felicidade nas secas migalhas dos dias. Nesse momento seremos muralhas superiores ao próprio tempo e espaço. São breves os momentos que nos anexam à vida que tantas vezes rasuramos sem pensar que o amanhã pode nem sequer existir mais...

sábado, 14 de janeiro de 2017

Hoje ouvi os deuses, choraram ao nascer do dia, senti uma voz entoar nas águas desse choro um canto um poema de pássaros imaginários de mágoas que deslizam e escorrem para o papel ...Hoje sou um trovador e nas sombras senti anjos a verter lágrimas de uma alma lavada , purificada em palavras coloridas de sangue embriagado que escrevo ao rasgar os céus!!! Recebo este mar que me banha de angustias, que me rodeia de velas , mastros que a chuva e o vento agitam no silêncio!! Retoco os meus silêncios, desvendo mistérios ocultos da alma, fico nu, desnudo-me ao expor-me em palavras que fluem em linhas direitas, alheias, ao meu próprio ser que transpõe fronteiras, que desliza em sentimentos, na força de um encontro em silêncio! As palavras vibram, estremecem, ganham vida, formam-se verbos e metáforas num pálido papel que ganha vida , não o julgues não sei se é belo mas sinto a sensibilidade expressa nele... Por favor não tentem decifrar-me! Sintam apenas  as palavras e deixem-nas envolver-vos como se de um abraço se tratasse!!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Hoje acordei abri  um olho e o dia mostrou-se um longo caminho, sonhei-te num percurso bem iluminado, mas!!! Quando abri o outro já o caminho ia a meio.  Hoje sinto frio, nesta berma por onde avanço, para que o dia não me atropele… Não queria escrever-te. As palavras permanecem mortas nesta folha de papel, sem haver quem as declame ou as cante aos quatro ventos.  É estranho mas nunca admitimos a chegada das estações , sabes porque  não admitimos que exista apenas uma… Somos sensíveis, a solidão enfraquece-nos, o mundo pesa mais para quem está só! O mundo...  perdi-me dele há tantos caminhos atrás,  Olha! De repente sou pequeno, tão pequeno que já não me sei. Mergulho no dia, como quem mergulha num poema. Num mundo habitado só por Falsos, oiço declamar nas ruas sentimentos, que nem os sabem sentir! Não queria hoje escrever-te , sabia que estas palavras iriam deixar-me a sós mais uma vez no silencio das estações…Fala-se de amor em todas as esquinas e de cada boca se liberta um sorriso, que fica a pairar no ar, como um pássaro vistoso. Ah!!! Não me digam que ainda sonham. Tenho a certeza que o queriam fazer … Acho que hoje prefiro caminhar deste lado e encharcar-me de vida, aos olhos da inocência. Eu sei que dirás , ainda que mintas ,   que foi o meu nome, até hoje,  que guiou todos os teus passos.

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...