Hoje como sempre escrevo aqui, fragmentos da minha alma que
se espalham por dias...Foram muitas as vezes que senti vontade de rasgar minha
pele com as próprias mãos ... A serio! Como se com isso minha dor mudasse o foco...Porem;
aprendi que uma lágrima sincera nos alivia o coração...aprendi que chorar, nem
sempre é tão ruim assim...aprendi que a saudade é algo que não podemos
evitar...aprendi que viver um sonho é bom...mas viver sonhando pode ser melhor...Muitas foram as lições de vida recebidas. Por isso, não posso mais deter-me, na verdade ninguém
o pode!!!Descobri que se não podemos arrancar uma página da vida, podemos jogar
o livro inteiro na lareira. Escrevo apenas palavras que derivam dos sentidos,
palavras que se escrevem, que se entregam nos silêncios do pensar e nos
momentos a sentir...Sinto os segredos em recantos de vida que navegam e se
perdem no tempo vivido. Escrevo palavras que batem na rocha destas margens e no
peito por ter amado, por querer dar as mãos atadas no desejo, na
partilha do corpo bebido no calor da paixão trocada por meros beijos
sonhados. Vivo estas palavras que percorrem o viver do segredo, nos
momentos tantas vezes recordados por entre os braços do desejo esquecido do
medo entregue na mais quente loucura do coração apaixonado...Sinto sabor amargo da vida, o sal impregnado em meus lábios
que me mata de sede à beira da fonte dos prazeres....Sinto o cheiro impregnado no meu corpo a perfume raro que nem a chuva leva de mim... Amanha vou acordar ao relento e deixar que a chuva chegue ao meu corpo com vontade de me purificar perante este perfume ...
terça-feira, 24 de janeiro de 2017
segunda-feira, 23 de janeiro de 2017
Há em nós palavras que oferecem ecos de outros tempos… Há coisas vividas que se
confundem com este presente… Que não soa a dádiva!!!.A minha vida está como se
tivesse saído duma floresta, e o campo que escolhi para ficar fosse agora
planície aberta. Trago no bolso sementes que deito ao chão mas não pegam, sei
que delas nada vai brotar e não me servirão, mas sem elas tenho duas mãos
vazias e um horizonte sem intento! Os amigos quando vêm são como uma brisa na ramagem
de outrora… uma sensação de estabilidade num contexto já bem diferente, e a
minha diferença ainda não se enquadra nessa paisagem. Depois das palavras, aos
poucos os sons vão-se apagando. E eu fico atento, ouvindo, expectante,
espectador da minha própria vida, uma mera miragem com que a maresia do
Atlântico me brinda. Sinto que tenho que abrir mão das recordações ( mas
ninguém o faz, é-nos impossível). Pois sem recordações sinto-me vazio e
despersonalizado.. Eu não sou eu, transpus-me para o presente, mas ainda de
costas voltadas. E já não me reconheço aí... eu nunca pensei aliás por vezes
a minha vida seja um pouco um não pensar, que fosse tão difícil
abrir mão do sítio que me acolheu e construir casa noutro lugar. Um pouco de
nós fica lá e nunca mais volta. E essa parte faz-nos falta.(não sou hipócrita
sou realista) Nesta reengenharia da vida, sei que temos que nos destruir para
nos reedificar-mos. E enquanto não o fizermos, sentimos-nos sempre a perder.
Toda a semente que cair neste chão é uma esperança vã. E eu vou perdendo o
tempo que passa. Deito-as fora, sementes e esperança, sinto-me um puzzle
inacabado. Peças em falta. Planície aberta, falta saber como reconstruir esta casa…
sexta-feira, 20 de janeiro de 2017
Hoje a lágrima é o meu som... Desliza em mim, sem pressa, sulca todos os cantos da minha face cinzenta e triste, invade todos os sentidos e envenena o olhar que é já distante. Sinto-me ondulante, pequeno, desgastado com tanta hipocrisia ... E enquanto o sorriso não renasce, não vejo caminho. E no momento em que deixo de escutar os meus passos gigantescos na vida, percebo que os meus sonhos desmaiamos entram num sono profundo, invade-me o maior dos medos. O de nunca conseguir restituir-me a alegria que um dia já foi minha..Pedaços de mim sem cor são vividos no coleccionar textos de palavras, pequenos sussurros que testemunham aquilo que é mais instantâneo na saudade: a lágrima sem território, que desenha no rosto traços visíveis de uma ausência que se tornou permanente...Ergo os olhos para o céu e exclamo silêncios grito palavras de dor que evocam em breves preces anjos, aves e dragões que relembro em fotografias dos sorrisos e das angústias, onde recordo a harmonia e a tristeza. A saudade e a mágoa. A verdade e a mentira. Nesse balanço de constante avanço e recuo coloco à prova as minhas convicções mais profundas ao mesmo tempo que testemunho um raio de luz forte que penetra pelas cortinas do meu olhar!! Mas, jamais ousarei abri-la. Não tenho coragem. Não posso fazê-lo. Não devo. Permaneço no escuro silêncio do quarto, bem acomodado aos insucessos adquiridos e previsíveis... Sento-me numa qualquer cadeira de baloiço como esta que tenho no meu alpendre e deixo que me embale na passividade infeliz e espero que o tempo me faça ressuscitar os movimentos, que agora sossego. Fico ali neste meu canto, espero, como se essa espera fosse o tudo a que tivesses direito!!!! Como se não pudesse provocar a mágoa ou a incerteza. Como se não pudesse viver o choque de uma nova opção, como se viver fosse apenas e sempre o mesmo respirar cadenciado. E fico sem perceber que esse quarto já não tem espaço para tudo o que me foge....
Sinto os
dias que passam dentro de acordes, sons de dor desmedidos , desmaiados
acordando os olhos que se levantam na escuridão. Olho as noites distantes
, sombrias... esquecidas, diante da tal solidão, ergo-me saindo dos olhares
que falam sozinhos, conversam no seio de seres diurnos que as noites
tornam por doentes. luto por um gesto, um afago, uma lembrança...não me
importam as luzes do Sol se a solidão nos basta, nos conforta...No dia,
vejo quem passa, quem chega, mas é na noite, sinto a fatigante
inércia , de caminhar por desertos dolorosos em meu corpo!!! A solidão
nos avassala , nos causa controvérsia perante o sentido de nossos abertos olhos
no turbilhão da escuridão que eleva tristeza ao findar de um dia de esplendor
... E assim, temos ou não uma expressão de derrota que nos esconde nos invade
ofuscando a luz do nascer de um novo dia...Mesmo que a noite seja contraditória a
solidão sempre será o ultimo porto de abrigo!
quinta-feira, 19 de janeiro de 2017
Hoje sinto-me quieto, frio, apenas movo este cadáver
que transporto, está vivo só porque respira ... A dormência vem-lhe
de dentro para fora, onde os suspiros não são com a boca, mas antes com o
coração pulsando. Meus dedos frios mexem, os tímpanos ouvem, o nariz
percebe e a boca sente. Os olhos, em baratos movimentos, desviam de um pesadelo.
Os braços começam a mexer. Mas!!! O frio prende as pernas que tremem.
O ritmo cardíaco vibra e mexe-me. Existe a energia negativa do cérebro
que toma conta da mente, deixando-a amarrada, nua... A luta continua e o
tempo colapsa no vazio do céu estrelado. A consciência despertara de forma crua
e nua, sem respeito pela pessoa que outrora fomos...Os sentidos do mundo
verdadeiro despertam. O cérebro apaga a informação excedente, para mais tarde,
no calor de uma conversa, permitir um falso desabafo. Este sexto sentido
constata-se mais nas mulheres que aos homens, são sonhadoras por natureza,
elas sabem mais dos outros do que os homens, por energias sentidas ou hormonais
chego lá por sensibilidade!!! Eu também tenho sensibilidade no sonho
enquanto processo cognitivo e inato... Amanhã, vou acordar, não sei se me vou
lembrar do corpo cadavérico que outrora fui, mas esta noite
de uma coisa saberei , os muros altos servem de sombra aos que se
apresentam na despedida dos sonhos !!! E eu sinto-me frágil , odeio ser assim, mas sou assim e dói quando tentam me
derrubar, ainda não sendo um muro recuso-me tombar, persisto e dou por mim a
contar as estrelas nesta noite fria...
terça-feira, 17 de janeiro de 2017
Hoje nesta noite gélida, tenho vontade de exclamar aos céus e trocar a minha vida de assim assim por um
minuto fora de mim, hoje precisava expelir-me de fora de mim para lá, do além…Trocava a minha vida inteira pelo momento que ninguém tem. Parece um
contra-senso mas parece-me que todas as pessoas são do tamanho do que não são…
E todas as pessoas valem os momentos em
que nada lhes vale!! Precisava volatilizar-me, deixar-me ir e ser a imagem que ninguém
infere , o fútil folião em que ninguém
crê. Quero ficar do tamanho do luar, quero rir sobre a tristeza,
ensinar a vida à própria morte. Todas as
pessoas são do tamanho das lágrimas que choram, da distância da loucura que
decoram. E decoram a loucura como se decora a dor, e decoram a razão como se
fosse indolor. Mas não, não é a loucura que dói; não é a razão que constrói; não é o demente o doente; não é o que sofre o
carente; não é quem se contém que é
gente… Nem pensar !!! Não é continuar que é viver; não é aguentar que é saber; Não... Não sou demente nem sou carente, não
sou o que sabe nem o que quer saber. Sou o feliz ignorante, o mestre do
obstinado. Ainda assim trocava esta vida de faz de conta por um minuto de
felicidade porque nesta vida não há medo
maior que morrer desta sede
segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
Sinto-me desiludido comigo, desiludido principalmente comigo, pois lanço-me de corpo e alma, de cabeça e rejo-me pelo coração. Porque deixamos nós de pensar e avançamos, porque não temos medos, o que nos leva a ousar? Tudo é tão forte que nem olhamos para trás, mas deixamos um caminho para trás, olhamos em frente cegos pela felicidade, pelo desejo, pela busca da vida, que tentamos e queremos viver... Tem momentos em que pensamos ter conseguido mas tem alturas em que não, é ai que o sonho inverte o seu sentido... Sentimos que nada mais importa ...Vivemos o cair de um sonho, que levava o brilho nos olhos mas era apenas um sonho!!! Mas no final pelo menos vivemos algo e o único passo entre o sonho e a realidade é a atitude!!! Resta-nos a desilusão do infinito momento em que nada mais habita em nós que o silêncio. Mas dentro de mim habita uma voz, que me lê na intensidade dos parágrafos que escrevo, e me deixa a mensagem que não estou só, que será sempre a minha pele a minha voz porque habita em mim... Hoje estou assim...
Hoje tranco-me nas palavras elas, me encerram para o mundo agitando a minha alma nas
trevas nocturnas da solidão… Pressinto que lá moras… Sei que se te afogaste ,
foi porque não fiz silêncio para te escutar… Fico suspenso vagueando no que me
dispersa, esbarrando nas muralhas que invento, nesta fome de sentir…As palavras
não nascem de encontros, de ideias, de desafios, de inesperados, de
premeditados. Elas crescem quase sem eu dar por isso, com as palavras não
finjo, não minto, apenas sinto com a imaginação. Sinto com a força de todas as
pessoas que vivem comigo aqui dentro, ou sinto em cada dia com cada uma delas,
já não sei...Primeiro sou só eu que me sento em frente ao computador para escrever,
depois já não estou só e tenho à minha volta muitas histórias que voam pelo
quarto. devagar, pairam e ficam à espera que as faça minhas!! Hoje já escrevo
sem conseguir parar e já não sou eu, mas sou ainda consciência e carne. A mesma
carne que sangra quando cravo as unhas no braço para saber se sonho. Estou
acordado e escrevo, a vida que ouço, a vida que vejo, a vida que sinto, a vida
que cheiro, a vida que quero, porque o querer também é um sentido. Uma vida a
várias sentidos, às voltas, como as histórias que pairam à espera
que eu as faça minhas e as aprisione nas paginas que organizo de uma história
que por mim foi sentida…
domingo, 15 de janeiro de 2017
Hoje fiquei com um gosto
amargo na boca, perdi-me de ti na chegada... Mas que sonho este... Cheguei a um
vazio revestido de pele, a isto a que chamam de vida...Que crueldade construir
casas que não habitamos, plantar flores em jardins onde não nos passeámos!
Há dias que precisamos vestir de ausências e de
silêncios, desde onde me chegam os ecos da angústia de
outras vidas. Há muito que não estava tão perto de alguém,
sonhei escutar passos a caminhar para mim , mas que
idade terão as almas? Quantos regressos somam na
procura? Quantas vezes se cruzam e reconhecem, os olhares vazios que
se perdem nos ponteiros do tempo, neste mar profundo que separa a honestidade
da hostilidade... Deixo a ilusão de ainda ser cedo...sempre cedo... E
é tão tarde para tudo menos para a noite, onde sempre te sonho...Nas
dobras da pele , passearei o teu nome nos meandros de todos os poemas onde
te irei fazer matéria para te poder tocar e sentir num único lugar que te
tenho... Mas tenho de confessar que não quero confiar em alguém e depois descobrir que não mereciam a minha confiança, odeio a mentira, e o que mais odeio é sonhar e acordar a meio do sonho!
Hoje falo do caminho ruidoso que descarrila sobre os nossos
sentidos e que nos leva a lado nenhum é um artifício criado por uma necessidade
de disfarçar o vazio permanente. Assim, no decorrer de dias cinzentos e frios,
escondemos-nos em calendarizações rigorosas, em dias e horas planeadas, numa
ansiedade medonha. Fingimos sorrisos e abraçamos o nada, aquele que nos une a
uma vida que esquecemos um dia numa qualquer esquina labiríntica do passado.
Perdemos a autenticidade e vivemos por entre o ruído e a pressa, esquecendo que
a paz pode haver no silêncio...Só essa paz, tranquilidade interior, nos pode
alimentar o espírito, devolver aquele sorriso náufrago de verdade e fazer de
nós pessoas melhores a cada novo amanhecer. Nesta acrobacia veloz, em que se
procura um equilíbrio saudável entre o ser e o estar, somos forçados a
estabelecer prioridades, a destronar o superficial e o momentâneo.
Coloca-se-nos o desafio de sermos maiores do que a própria existência e
levitarmos acima de tudo o que é circunstancial. O desafio de não nos deixarmos
corromper pelo tempo e pelo desgaste da escuridão que por vezes se instala. O
desafio de conseguir sentir a felicidade nas secas migalhas dos dias. Nesse
momento seremos muralhas superiores ao próprio tempo e espaço. São breves os
momentos que nos anexam à vida que tantas vezes rasuramos sem pensar que o
amanhã pode nem sequer existir mais...
sábado, 14 de janeiro de 2017
Hoje ouvi
os deuses, choraram ao nascer do dia, senti uma voz entoar nas águas desse
choro um canto um poema de pássaros imaginários de mágoas que deslizam e
escorrem para o papel ...Hoje sou um trovador e nas sombras senti anjos a
verter lágrimas de uma alma lavada , purificada em palavras coloridas de sangue
embriagado que escrevo ao rasgar os céus!!! Recebo este mar que me banha de angustias,
que me rodeia de velas , mastros que a chuva e o vento agitam no silêncio!!
Retoco os meus silêncios, desvendo mistérios ocultos da alma, fico nu,
desnudo-me ao expor-me em palavras que fluem em linhas direitas, alheias, ao
meu próprio ser que transpõe fronteiras, que desliza em sentimentos, na força
de um encontro em silêncio! As palavras vibram, estremecem, ganham vida,
formam-se verbos e metáforas num pálido papel que ganha vida , não o julgues
não sei se é belo mas sinto a sensibilidade expressa nele... Por favor não tentem
decifrar-me! Sintam apenas as palavras e deixem-nas envolver-vos como se
de um abraço se tratasse!!
sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
Hoje acordei abri um olho e o dia
mostrou-se um longo caminho, sonhei-te num percurso bem iluminado, mas!!!
Quando abri o outro já o caminho ia a meio. Hoje sinto frio, nesta
berma por onde avanço, para que o dia não me atropele… Não queria
escrever-te. As palavras permanecem mortas nesta folha de papel, sem haver
quem as declame ou as cante aos quatro ventos. É estranho mas nunca
admitimos a chegada das estações , sabes porque não admitimos que
exista apenas uma… Somos sensíveis, a solidão enfraquece-nos, o mundo pesa mais
para quem está só! O mundo... perdi-me dele há tantos caminhos
atrás, Olha! De repente sou pequeno, tão pequeno que já não me
sei. Mergulho no dia, como quem mergulha num poema. Num mundo habitado só
por Falsos, oiço declamar nas ruas sentimentos, que nem os sabem sentir! Não queria hoje
escrever-te , sabia que estas palavras iriam deixar-me a sós mais uma vez no
silencio das estações…Fala-se de amor em todas as esquinas e de cada
boca se liberta um sorriso, que fica a pairar no ar, como um pássaro
vistoso. Ah!!! Não me digam que ainda sonham. Tenho a certeza que o queriam
fazer … Acho que hoje prefiro caminhar deste lado e encharcar-me de vida,
aos olhos da inocência. Eu sei que dirás , ainda
que mintas , que foi o meu nome, até hoje, que
guiou todos os teus passos.
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