quarta-feira, 8 de novembro de 2023
Hoje sei que apesar de tudo a vida sempre foi boa comigo, verdade , bastou-me saber que o meu coração, quando carregado de sombras, só precisa de se alimentar de luz, e é essa janela no meu peito para que por ela possam entrar todo o fulgor das estrelas e o invisível arco-íris do amor… Sei bem quem sou e sei que ainda não fiquei pronto, a vida está me fazendo, devagarinho. Os maus momentos criam arestas, e os bons momentos vão aplainando, alisando tudo que ficou rugoso … Pode vir o Inverno pois sei bem que ele não me tingirá de negro, nem de branco como a vela de uma jangada perdida no oceano , sei que ele me tingirá de azul como o céu . Não irei desperdiçar o resto dos meus dias nesta vida, vou vivê-los com a mesma beleza dum pôr do sol que tanto amo… De todos os cantos do mundo, é no que mais amo que assistirei ao por do sol , é nessa praia que me extasia e me despe que me unirei ao mar, ao vento e à lua! A luz desse fim de tarde teima em entrar de novo na minha janela, essa janela nova onde já algum tempo me encontro me impele a escrever e a fazer-me perguntas difíceis… Há coisas que não se explicam, assuntos que não se escrutinam e palavras que não se repetem! Não se repetem não por estar gastas ou velhas, não, apenas porque a ampulheta do tempo é maior que eu, maior que todos nós e maior que todas as palavras que se possam perpetuar nos dias… Hoje da minha janela , vejo uma nova aurora uma luz diferente mas igualmente linda e eu que sempre amei as janelas da vida e a luz que delas advém e nos adentra pelos dias… O livro da minha vida esse não é novo, é apenas o meu livro de vida que, independentemente das janelas novas , das auroras novas, dos crepúsculos novos, das palavras que não se repetem, é apenas o meu lugar comum como tantos outros que não se repetem tal qual a minha nova janela que abro e deixo que os tempos de novas palavras possam arrastar a luz e mesmo que diferentes, traga novas palavras mas igualmente bonitas … Como todos sabem , adoro palavras … Por hora peço apenas o silêncio desta janela onde os dias me acenam e sei bem que ás vezes temos de escutar o nosso silencio para observar as coisas importantes dos nossos dias… Deram-me o silêncio para eu guardar dentro de mim, que não troco por palavras, guardei-o dentro de mim juntamente com as vozes verdadeiras, que sempre promoveram a verdade. Hoje é o dia que me doaram o silêncio como uma palavra impossível, nua e clara como o fulgor duma lâmina invencível na forja da vida, guardei dentro de mim, todas as palavras que serviram de disfarce e que ninguém profere, acabei cansado pelos labirintos da mente que nem tentei desvendar, porque os mistérios do amor formam a alma que me transformou no homem que sou! No dia que não se conseguir trocar sentidos por palavras eu os guardarei dentro de mim e farei do silêncio o meu cais de destino, mas hoje ao silenciar-me irei cobrir-me de um manto e procurarei no firmamento da noite sem nuvens, sem luar entre as estrelas, a mais cintilante e mais bela, e, lá estarás, porque somos talvez o confronto entre o proprio e o improprio, e é isso que escondemos com todas as nossas forças do nosso ser!
sexta-feira, 3 de novembro de 2023
Hoje cessa-se a inspiração quando se esgota os sentidos!!! Parece um sintoma de uma vida em transformação!!! Gastam-se todos os suspiros de uma só vez, por não se ter mais nada a observar no futuro longínquo. É a vida que funciona a priori, intensa, até que nos expõe. Somos máquinas de colher solidão como aquelas que se usam para desbastar os campos!!! Deitado nas nuvens, vejo o homem que há em mim, dilui-se como água da chuva em terreno árido. Finda-se a ideia, em mim, de uma apnéia em seco !! O que aqui há dentro destas palavras não é leitura de se abrir os olhos, nem leitura de fechá-los à noite. Não é tortura de alimentar o ódio, nem saúde de curar os vícios. O que há dentro das minhas palavras , não é capricho de um corpo afoito nem sossego de um talento lírico. Não é rabisco de um papel marcado, nem um evento narrado em vida. O que há dentro das palavras não é sólido, nem líquido, nem gasoso, nem frutífero. Não é definido por sua natureza de estado, nem supostamente um estado de espírito. O que aqui escrevo é o que há em qualquer espaço, mas nada tem de química, nem física. O que há dentro das minhas palavras não é a métrica do quadrado, nem a convergência de um círculo. O que transpiro aqui são palavras inteiramente densas que de mim ver-to! São elas que me habitam, neste tempo imemorável , escondidas no mais intimo espaço da minha alma que embriagam a essência de mim , transformando letras em palavras...este o dia anunciado, a hora da desesperança Hoje fomos expulsos de um tempo julgado sem fim, onde os corpos se banharam indolentes e incautos, procurando o caminho...há dias sem um fio de luz, sem alento, sem consolo. Os olhos, quase cegos choram, tardiamente, a memória ardida, prostrada perante as cinzas que de nós se apartam…Afastados da vida, num devir atormentado que nos lança as presas onde já não há carne, resta-nos cumprir a pena aceitando-a como um bálsamo. Os meus braços, nos teus braços, geram abraços, esmagados, ameaçados, extintos, de estátuas de pedra que tomam agora o lugar das árvores caídas…São estas as criaturas inumadas em que nos transfigurámos, quando o amor não vence e levianamente nos soterra em sedimentos do nosso desânimo, ora resignados, ora alarmados, seguimos...com a granada dentro do peito, e é isso que nos faz ser poetas, caçadores insaciáveis de emoções, que nos brotam da alma como a nascente do rio que desliza suavemente pelos socalcos da montanha, a perder de vista… O poema nunca está completo, há uma sede de palavras, que não se mitiga em qualquer fonte, as palavras têm asas que buscam, silêncios, sorrisos, alegrias, amor, mergulhados no mais profundo do âmago, do ser… As nossas palavras estão em constante conflito de ideias e ideais, porque o poema nunca está completo. necessita ser cinzelado, afagado, como se fora uma escultura, mas deixa sempre o caminho aberto para uma nova fonte, uma nova sede, uma nova emoção. Nós nunca seremos completos se continuar a existir para além das palavras, o silencio! Arde em mim a sensação dos minutos sem fim como se tudo fosse inspiração doce,como se eu fosse alma e coração e tu pedaço de mim! reclamo a evidência perfeita, dos abraços ancorados, na submissão desfeita, do poder dos corpos suadosem todas as palavras eleitas dos versos já amados. Hoje escondo-me do infinito na escuridão, lanço as mãos na periferia de pequenos gestos em sintonia, na esperança de ver chegar um momento de felicidade de verdade. São os gestos delicados que me fazem sonhar com as melodias escritas nas pautas dos abnraços...Hoje traço um rosto no horizonte que reflita a luz no seu olhar das auroras e manhas, porque há estrelas que não vivem no céu mas brilham para nós como se o seu foco fossemos nós....
terça-feira, 31 de outubro de 2023
Hoje é a simplicidade que nos ajuda a viver, como uma transparente gota de orvalho que rega e limpa as folhas e pétalas , sem fingimentos e demais hipocrisias. Sem essa simplicidade, vive em nós um ser louco, que está sempre pronto a saltar como uma mola, virando o mundo do avesso com uma guerra que destrói todos os passos dados…E a simplicidade que comprime, as forças desmedidas, como a como a prensa que esmaga as uvas pra fazer o melhor vinho. Será que há alguém que consiga dizer que nunca odiou? Que se sentiu enganado até à medula induzindo o desalento como uma ira? Penso que não, jamais somos atores a mascarar falas e princípios! Somos sempre racionais? Também acho que não , mas !! Tivemos, aqui e ali, uma vida de intuição como a dos ladrões e das feras, sem ponderar nem prever, até cairmos imoveis de barriga para cima, como se uma barata fossemos…Confessemo-nos, talvez então seja melhor sonhar, banir a estupidez, a hipocrisia, a falsidade, o egoísmo , porque quem inventa um sorriso, e uma mentira, acaba por fingir toda a sua vida… Isto são engenhos que acabam por ganhar cama nas vidas dos mentirosos, a ponto de confundirem o seu ser, com o ser que fabricaram, poro a poro. Tenho muita pena destas pessoas, não são quem dizem ser, chegam a mentir tanto a si próprios como aso outros, malditos mentirosos….Prefiro ondas de verdades que se misturam nas nossas veias como murmúrios que nos cercam num vai e vem de melodias como se fosse rios unidos por uma valsa que limpa qualquer alma…E se o mar se abrisse de repente, e ousasse destapar-se , onde todas as gotas do oceano se juntassem num de repente que refletisse tudo num só gesto, todos os seres marinhos se vestiriam de algas para receber o neptuno que se espuma nos rochedos intemporais dos sentimentos , porque o tempo será sempre o próprio tempo que não passa… Eu sei que são os furacões que arrastam os navios, mas é as brisas constantes e amenas que conduzem -nos ao porto de abrigo que tanto necessitam … Chega aquele dia em que abrimos os olhos e nos sentimos noutro mundo. O dia irrompe com um especto incomum, pouco familiar, suprimindo aquele bem-estar tão característico das manhãs. Nem o cheiro da rotina é capaz de despertar o frescor das memórias, aquela intimidade estabelecida com o que lhe cerca. Diante do espelho, a imagem é meio embaraçada. A procura por respostas é irrefletida, demasiadamente vã. Diante o desconhecimento, o silêncio faz-se mãe de todas as ações, superfície que apazigua brandamente tudo o que nos rodeia, o corpo nem sempre responde direito aos sinais externos, como em um ato de fuga, em que tudo responde apenas ao ato desesperador de correr. O momento, ao se prolongar, evidencia a apatia pela qual se vira refém. A vida transfigura e estranha-se inicialmente este “virar de página”. O mundo se apresenta como se fosse a primeira vez, igual dia em que você abriu os olhos, logo ao nascer. É-nos apresentado este ciclo que gira interminavelmente, período após período. O corpo sente a transição, e fica deslocado, simplesmente perdido. A mudança de um dia para o outro é abrupta, não soa a fugaz porque um sopro apenas , rasura as texturas do ontem. Ninguém esconde as nuances de outrora, da simetria enternecida das memórias, que davam formas à vida, mudar é sempre entrar em um estado de êxtase, em um novo cômodo jamais visto antes, como um espetáculo solitário, apreciado por ninguém além de nós mesmos. É preciso crescer, ganhando nova forma, amadurecer e mudar são eventos pelas quais inevitavelmente todos estão sujeitos a vivenciar, mas fazer novas escolhas, seguir e definir novos rumos e prioridades são sinais de que a nossa alma está se despedindo de resoluções velhas. Você se sente em outro mundo, pois está adentrando em uma nova caminhada, rodeada de novas paragens. O mundo segue sem esperar, cabe-nos apenas persegui-lo, agarrando as oportunidades de crescimento que surgem diariamente, deixando para trás os dias velhos e dando boas-vindas aos novos dias, que estão de braços abertos para cós… O que pode vir a doer não é o que há no coração, todos os dias me dispo um pouco mais sem que me perceba e por muito incrível que pareça , nuo sou muito mais puro, e hoje fixo-me nos 8.6!
sexta-feira, 27 de outubro de 2023
Hoje regressei
ao cais de pés molhados, de olhar
despido, Comecei a escrever uma história que rompe-se a cada tempestade, como
um eco na eternidade…Deixo o meu sorriso cheio de tempo e verdade, que cultivo
em canteiros secretos onde brota terra de jardim, germinando as flores onde descansa o meu coração cansado…Semeio
verdade, nunca me esqueço das janelas e dos laços, espero
que o mundo me aconchegue na ternura do meu cansaço e os sorrisos sejam
punhos na alegria de lutar… Neste meu
caderno que aqui partilho, existo mais do que em pensamento e rascunhos, mas é
na ponta da caneta que os meus dedos se tornam corrente que me transportam para
longe , longe demais, onde as palavras gritam silêncio, nesta caminhada que se
tornou prudente , instigando-me de maresia como se esta, fosse parte integrante das correntes que descansam
no areal de todas as marés … Fico por aqui, nessa maré entre o refugio e o abraço
terça-feira, 24 de outubro de 2023
Hoje como é difícil saber onde pertencemos, uns acenam de um lado outros de outro e o bater do coração abranda , cada noite o sono foge a mil e cada esquina me descubro cada vez mais pequeno…Já quis... Já quis que o amor fosse louco. Já quis tanto que, de tanto querer, o amor me sabia sempre a pouco. Já quis que o amor fosse apenas insano. Já o achei sagrado e de tão sagrado que era, depressa se tornou profano… Já quis amor que nem me cabia no peito. Era maior que eu, e isso não condiz com respeito. Já morei em amores de instantes, já respirei amores ausentes, já tive amores distantes, fraturantes. Já deitei amor fora, por não saber o que lhe fazer. É que o amor não consumido, azeda, não se deve manter ...Já transformei amor em raiva, já perdoei um amor não correspondido, já achei que para ser amor só valia se fosse um amor sofrido. Já dei mais do que devia dar, já me senti o mais amado, já achei que tinha tudo, e já vi tudo transformar-se em nada. Já morei sozinho no amor, por achar que amar bastava. Mas amar os outros esquecendo-te de ti, é dar amor e ficar com nada. Já quis que fosse tudo. Tantas vezes pedi que desse flor… Hoje, tranquilamente, vos digo, para mim, basta-me que seja Amor. Hoje apenas me torno passageiro, de um sopro, que se faça de paz e vivencia na beira desta praia onde me faço na textura, do que ainda desconheço, mas me reflete no seu semblante com uma determinação irrepreensível! Só há uma saudade má que não podemos sentir, é aquela que não podemos ir a trás...Tenho servido meus pensamentos com serenidade e calma, tentando dissuadir as circunstâncias do que vivo para ser capaz de seguir adiante. Cada passo que tento dar , faço-o numa pegada suave que direciono meus esforços no entendimento da dimensão dos dias, que chegaram a ser tão letárgicos. Sinto-me díspar, como se tudo ao redor fosse efêmero, apenas e cada dia seguinte seja apenas um esboço desfocado. Pareço meio fora do trilho, em desequilíbrio com a ordem vigente…Coisa de momento, situação essa que me desorienta e me larga à margem, perdido e sem direção, segrego sonhos em um fino desconforto, já acreditei tanto neles, mas estes não me foram fieis, o meu bom senso desorienta me mais que os sagrados passos, este desalinho me altera, buscando encontrar o rumo, a rota para minar os temores e o cansaço dessa paralela busca… Arduamente luto para realinhar a órbita do coração, equalizo a frequência dos meus pensamentos, da minha larga sinceridade e meu colo tão denso e farto descalça-se sem o amor! Ando sem sintonia, sem sentir a sequência das horas, a passagem dos dias e dos abruptos momentos que, por fim, ignoram a minha saúde. Hoje apelo à minha alma, sedenta pelo sorriso derradeiro e pelo abraço caloroso de raros sentimentos, um momento de glória, uma ocasião onde os braços possam vibrar pela cálida felicidade. Tudo tem me deixado distante, longe em algum lugar, que nem sei bem qual é ainda…Á parte do que se segue, do que flui e nasce. Mas é com destreza que me vou desvencilhando dos elementos que lesam a frequência do meu sinal no mundo, com a vida. É uma batalha diária e franca, para novamente voltar ao eixo e seguir adiante. Vou de peito aberto e esperar a honestidade de um único ser… Às vezes é bom desacelerar, apurar os olhos para o quadro bonito da vida e perceber o que de fato é essencial para nosso crescimento.Todos os dias me vou disciplinando a isso, porque a nossa felicidade não está nas mãos de ninguém, mas claro que está dentro de um amor, e para quem tanto busca um, é talvez a coisa que torna a vida mais aprazível e enriquece as alegrias. Podemos ser felizes por nossa conta, mas se aparecer alguém para compartilhar a felicidade, seremos muito mais...
sábado, 14 de outubro de 2023
Hoje o tempo transforma-se como uma fortaleza de papel, onde todos os passos se resolvem em caminhos esquecidos, por horizontes que se erguem como livros arremessados! Antevi tudo o que me cerca, como se tivesse que esconjurar silêncios, que guardei do mundo quando estes me traçaram a órbita. Tenho nas minhas noites e nos meus dias os amores das estações, mapeadas em latitudes e as longitudes...Guardei tudo aqui, os pontos fundamentais que me marcaram o norte e o sul e o perplexo...Hoje vou dar-me a esta ilusão de uma noite lucida e depois parto pelos dias dentro, interiormente, como uma maré de um sentimento. Tenho na pele a nostalgia de um lugar perdido onde emergem grandes navios adormecidos no horizonte azul ferido. A morte dançam-me no olhar pensativo silênciado. Esta coreografia de lágrimas finda, escondendo na imobilidade dramática das palavras mentidas o diário da falta de senso que se transformaram em arranhões no ferro que fundiu as linhas do meu Mundo no fim do amor que nunca brilhou a recompensa de um destino.Ah! Enquanto eu desejava essa recompensa outros se escondiam em massagens divergentes, ficticias, mas eu lutava no labirinto dos efeitos e das causas pela diversidade das franjas que apelavam honestidade ... Hoje sinto tudo ao meu redor, o ar, o som, o espaço, o vazio, até mesmo a gravidade, sinto pulsar em mim, quando oiço o sangue dentro de mim a circular nas artérias, tudo me impele os sentidos, sinto-os como se sentisse do meu passado a dor do crescimento dos meus ossos, hoje vejo tudo de forma diferente, a dor não nos deixa ter os sentidos apurados, e quando percebemos o calor das inquietações, acenamos envolver os mistérios, jogá-los ao céu com o intuito de desembaraçá-los. Porque há mentiras que não nos esquecemos, sabíamos da sua verdade, o comum mortal tenta aguçar o olhar, e ao fazemo-lo os erros ficam salientes como colinas no nosso olhar, já não os conseguem esconder... perdemos os sentidos, o desejo, o medo, nada existe em nós apenas a mudança de olhar, um virar de olhos, um passo à frente e qualquer gesto muda tudo ao nosso redor. Como se a atitude principia-se a alternância do mundo, qualquer palavra se tornasse órfã diante dos nossos demônios... Queria tanto guiar o bom senso mas, diante de tantas reflexões, caímos dentro da realidade, sinto que o mundo não precisa de um alinhamento, quem precisa somos todos nós, tudo aquilo que nos torna humanos são delitos interiores, que decididamente me desorienta e acomoda. Não dá para ficar à parte. As maiores mazelas moram dentro de nós, a doença adoece o mundo. nosso olhar fatigado anui o câncer que vive à custa de nossa inoperância. Será possível domar o que nos eletrocuta com doses significativas de apatia? talvez , não sei, ao menos se a luta fosse abalizada com ternura, colhida com a maciez propícia de quem realmente se propõe a se curar, a dar vida às cores desbotadas pelo tempo, e mudar as vestes, esta mudança ornamenta os caminhos com legitimidade, com a essência humana e necessária para dar novos tons ao que se pendura ao redor. Chega uma hora em que precisamos ficar de mãos dadas, e firmes para suportar tempestades e atribulações naturais rumo à felicidade, percebemos finalmente que cada pessoa depende da outra para sobreviver, e que a união é necessária em muitas ocasiões. Abrimos os olhos e então finalmente não há mais diferença social, nem cor de pele, nem preconceitos tolos e ridículos. O que nos ajuda a perceber que na busca pela harmonia, pela paz e pela felicidade, faz-nos descobrir ferramentas capazes de encontrar isso com facilidade, e tesouros dentro de outros seres humanos. Aprendemos que o nosso melhor poder é a partilha da alma, justamente o de se doar aos outros, assim como os outros se doam para nós, numa infinita troca solidária de emoções, numa saudável interatividade e socialização entre almas, que no fim, buscam as mesmas respostas. Hoje chuva, fraca, respinga morna em meu rosto magro, de semblante abatido. Deixando este calor embriagar-se até o coração. Percorri a penumbra de uma rua assaltada pelo pavor da madrugada. Foi uma noite fragilizada pelas badaladas de horas vagarosas e impertinentes as gotas pareces pesadas rastejam aos meus pés sem rumo, sem direção, carregando em suas mãos a culpa pelo ato desvairado e descomedido que me assolou…O coração palpita quase sonolento, sofrido pela tensão suscitada, treme do frio que preenche o íntimo. As nuvens recolhem-se como uma cortina fechando o espetáculo e a conclusão é épica, mas trágica, um desfecho como o fim de uma leitura, onde o fim não agrada, como uma trovoada, Que fecha um ciclo. Abrupto. Revelador. Assustador, deixando os meus dedos convalescer diante do que restou, sem alento, sem cor… Basta um deslize e escorregamos, tombamos da tênue corda onde nossa diminuta alma caminha. A cada choque com o chão, estilhaços de nós saem como fugitivos amedrontados. Diante de tantas testemunhas, o impacto no solo não é só doloroso, mas vergonhoso...Caimos sozinhos, e só conseguimos algum retorno com treino adequado e intenso. Apenas com muita disciplina encontramos o ritmo e a sintonia do equilíbrio.A vida não abranda,o espetáculo segue ininterrupto e a plateia não suporta pausas, a programação não se altera e nada se adequa às nossas limitações, tampouco há reestruturação na estrutura do palco, este mantem-se velho e usado! Algumas dores ecoam muito a fundo, atingem tecidos internos da alma, a engenharia íntima dos nossos sonhos sofrem fissuras, em efeito à realidade da superfície tão dura. O caminho para a tranquila passagem sobre os fios poéticos da vida é antecedido por muita reflexão, por embates que põe nossa consciência diante dela mesma, os limites espelham-se, caimos com o choro cristalino do descernimento e nunca aprendemos a olhar apenas por dentro porque era apenas extrair dos olhos o proprio alcance, por mais que certas condições frustrem e nos coloque solitários diante dos desafios e do mundo, apenas nos tornamos humanos ao persistir, nessa tensão que é estar sobre a corda laça em que a vida tanto nos põe. Culpo dezenas de sonhos desenhados a carvão, culpo os espaços entre a luz, culpo os sons que desafiam o silêncio de uma casa vazia, culpo o que evelhece mais pela desilusão que pelo tempo, culpo a noite que me levou para longe!
sábado, 7 de outubro de 2023
Hoje é daqueles dias que, ao abrir os olhos me sinto num mundo diferente. O dia irrompeu com um especto incomum, pouco familiar, suprimindo aquele bem-estar tão característico das manhãs. Nem o cheiro da rotina é capaz de despertar o fresco das memórias, aquela intimidade estabelecida com o que me cerca. Diante do espelho, nem me conheci. A imagem é meio embaraçada, até a procura de respostas é irrefletida, demasiadamente vã. Não há um impulso apenas a intuição entoando os cantos da alma. Não há nada, de fato. Entrei num estado quase mudo, numa imagem furtiva que acalenta a alma. Ante o desconhecimento, da imprevisibilidade o silêncio faz-se mãe de todas as ações, superfície que apazigua brandamente esta aflição. É um estado erradio, em que o corpo nem sempre responde direito aos sinais externos, como em um ato de fuga, em que tudo responde apenas ao ato desesperador… Tudo promove o prolongar, na evidencia do qual nos viramos reféns. A vida transfigurada impõem-se dia apos dia, o mundo apresenta-se como se fosse a primeira vez, igual dia em que abrimos os olhos, logo ao nascer. Somos confrontados e apresentados a este ciclo que gira interminavelmente, período após período, só que o corpo sente a transição, e fica deslocado, simplesmente perdido. Ninguém nos compreende, tudo é abrupto nem tempo poderemos ter de despedir de quem mais gostamos. É tudo muito fugaz. Somos apenas um sopro que se aparta nas texturas de ontem. Nem tempo houve para me desligar das nuances de outrora, da simetria enternecida das memórias, que davam formas à vida que tinha…As nossas sementes são regadas todos os dias, as quedas e experiências que moldam a alma, o corpo, mente, tornam-se professoras de diversos aprendizados... Todos os dias nos despedimos de partes que já nos representaram. Mudar é sempre entrar em um estado diferente como um espetáculo solitário, por ninguém apreciado nem mesmo por nós mesmos…Somos senhores de nossas reclusões, cegos desnorteados, de sensações impares, reféns dos delitos cometidos pela inconsciência, dos pecados vividos na mania de sentir e deliberar tudo o que se distingue pelo território que nos circunda. O tremor inconstante do imprevisível pousa dilacerante, estremecendo as bases do nosso peito. Somos frágeis na força, fortes na fraqueza, impávidos no amor, somos humanos apenas…Obrigado a todos os que por aqui estiveram… Uns de mim, dirão coisas imaginárias, outros, nem por isso, talvez porque não me sinta uma unidade de instantes mínimos, seja feito de vésperas e dias seguintes, sempre ciente da expectativa que a véspera me trás e da realização que o dia seguinte me pode trazer...
quinta-feira, 5 de outubro de 2023
Hoje o cerco se fecha diante dos meus olhos, por muito que tente conduzir a minha vida pelos mais fidedignos caminhos, os corredores esttreitam-se, há momentos em que apenas viramos elos fugidios de uma arquitetura muito além da nossa compreensão de humanos, tudo desalinha ao sussurro humano, e proporciona calor à frieza dos dias vazios. Debatemos-nos no meio de meandros pelas quais somos aniquilados, salientando sonhos, costurando emoções e desvencilhando as vestes esquecidas pela sombra da dúvida. Nem sempre fica tudo explícito nas nossas vidas, rodamos o rosto e não conseguimos ver a nitidez de um mundo que adoece, investigamos rostos difusos, paisagens abstratas, elementos carentes, que são apenas mais uma das situações que nos caem ao colo, mostrando que há ainda encantos, porém, por escombros pouco aparentes. São raros os momentos em que não nos sentimos distantes, desconectados dessa trilha em que a vida, calidamente, nos coloca. Os passos anseiam terra firme, clareza, emoções de alma, um encaixe perfeito de abraços indulgentes e apelos francos...Os olhos caminham vazios, em uma vã tentativa de esmiuçar sentimentos concretos, de desentrelaçar os nós que surgem enquanto perdidos, estamos... Falta consistência, todos os elementos nao expelham a realidade, apenas conduzem energia à nossa ‘fiação’ interna. Não há consonância. Trilhamos os dias à espreita, como vítimas que se desligam do essencial e se atiram em paralelo às curvas do mundo. Mal distinguimos um passo à frente, tudo anda muito desfocado e fora do lugar, com cores que desbotaram as melodias dos sonhos... Hoje padecemos em esporádicas alegrias, denotando a fraqueza de tanto vestir a mascara da alegria, sinto-me cansado. Perdi os mecanismos vitais, tudo se desuniu em mim. É esta sensação que preenche o íntimo, que me isola em profunda sonolência, apatica, como se quase tudo tivesse perdido a vivacidade e o brilho. Não há emoção em sorrir. Porque as calçadas andam vazias por demais os corações repletos de ar, multidões que não se encontram por estarem tão desligadas de si...hoje enxugarei os meus olhos e o olhar apenas contra o espelho onde eu me reflir, não queria sentir-me tão fraco, olhando apenas para a cabeceira, sou um ser de um elo de almas e pensamentos, que se funde numa troca de olhares e sentidos...Sempre seguirei enquanto aqui estiver o meu proposito de difundir apenas sentimentos puros da mais leve e verdadeira maneira, sentido!
terça-feira, 3 de outubro de 2023
Hoje tenho o silêncio a ecoar pelos cantos, como se fossem gritos mudos, apenas audíveis pelo meu coração sedento, por algum misterioso sinal, desta vida. Olho para as estrelas, numa tentativa inocente de me sentir menos só, é tão fácil nos sentirmos sós! É um gesto de concordância com a vida que vestimos sem rumo, onde as palavras se vão expressando. Lanço-me em buscas que desafiam meu raciocínio, que me colocam frente ao obscuro dos dias, de um mundo longínquo pelo qual me atrevi a trilhar.Lentamente torno-me passageiro desse sopro, dessa carícia que ainda me extrai o senso de humanidade … Adormeço e me encaminho, palpitando roteiros para uma nova viagem, por alegrias, contentamentos que amenizem os avessos do meu sentir. Entre buscas e tentativas, padeço meu olhar franco e resoluto… É a consistência de dias legítimos que eu busco, feito o sossego que se vivencia na beira do mar. Como ele, sou feito de uma textura que ainda desconheço, mas desenha em meu semblante uma determinação irrepreensível. Mesmo que, por vezes , diga, muitas vezes que, surgem momentos que cansam meus passos, minhas entregas frente a sonhos tão intangíveis e distantes. Sou feito de tentativas, e são delas que me atrevo a ir além do que sou, do que vislumbro e experimento ao redor. Sou refém de uma prova dura, da qual sou incapaz de abandonar…Cada experiência tem um limite, não é um teste que me prepara e me condiciona a suportar as quedas que o caminho me oferece…Não procuro uma vitoria, nem tão pouco troféus da vida , já que estes são apenas o que conseguimos alojar no nosso coração, não há nenhum prémio que qualifique a vida! Há etapas singulares , afetos saudáveis, que geram o amor que nos enobrece e nos faz suplicar um tão abraço cálido e desejoso. São poucos os que nos conseguiram tocar na epiderme dos sonhos, na penumbra do caminho desbravado, sempre tive um empenho árduo que me agraciou a alma, me empolou as espectativas, retirando o discernimento do coração. Hoje digo que talvez não seja tão importante encontrar o que se busca, afinal eu sei que encontrei Aquilo que tanto buscava, quanto a isso sinto-me totalmente preenchido. Toda a busca pode ser incessante, mesmo que acumulemos apenas tentativas , em algum momento toda essa busca , valerá apena…Sem dúvida, após muito trilhar, viveremos, tornaremos real e próximo o que nos impulsionava. Cresce-se ao vivenciar, ao sentir o sabor de uma vitória,isso eu sei...Podemos nunca a conquistar, mas podemos com muito esforço e entrega, realizar um sonho, que pincele não somente sorrisos no rosto e na alma, mas a certeza de que nada está tão distante que não esteja ao nosso alcance!
domingo, 1 de outubro de 2023
Hoje os olhos alcançam mais que as mãos, acenam em distâncias o que nenhum gesto de corpo é capaz! Mesmo assim continua longe de se ver o além por trás da linha do horizonte neste quadro da vida ao redor, que nos classifica e nos limita, impõe-nos a paralisia como se fossemos uma estátua com espaços para poucas lapidações. Mas da mesma forma como as paisagens são mutáveis com o tempo, a nossa alma se transforma ao mínimo movimento, e nos olhares, pode mirar o versos no horizonte, com o aprendizado nos tornamos capazes de alcançar os sonhos escondidos por trás do tecido celeste das margens dos rios e das nascentes que ao longo do caminho, fomos adormecendo na incógnita indefinição das horas… É possível atravessar fronteiras, exceder os limites da nossa capacidade para concretizar os desejos mais íntimos, passar por cima da nossa capacidade e ser, não o faço, mas viver é uma constante surpresa quando nos condicionamos a galgar os degraus com afinco e determinação, quando cada dia é vivido na totalidade, pelo anseio de ser feliz, em alcançar as realizações que aprimoram, com sorrisos e orgulho, do ser dentro de nós que alguns vulgarizaram na esquina das suas ações… Não sabemos o que nos aguarda, porém podemos lutar para nos tornarmos a realizar, no que queremos. Há possibilidades, chances de superarmos os desvios e obstáculos para alcançar os prêmios por se viver, e isto é uma passagem tão pequena. O horizonte se expande na medida em que seguimos adiante e só então, no seu devido tempo, os sonhos se descobrirão, estando ao alcance de nossas capacidades. Quando o dia nasce, e o sol desponta em nossas vidas, atestando a beleza de nossos sonhos, percebemos como cada vitória é um alento e nenhum sonho existe em vão, todos seguem uma razão para nos orientar. Porque nos permitem viver. São paisagens muito além do alcance dos olhos, mas aprendemos que é possível de ser avistado, sobretudo, vivido por um ser que nos reflita também… Hoje posso até ser poesia sem ser, há quem o diz que sou, mas nem me atrevo a tentar sê-lo , só sinto a minha fala por desconhecê-la, sou humano por continuar a buscá-la e corajosamente a escreve-la ...Mesmo que nem eu mesmo a saiba definir , sou apenas mais uma alma que nas letras se alivia ! Às vezes um pensamento, por mais reflexivo que seja não nos apetece, não estimula nosso coração. Diante de tanto caos, há vezes que não desejamos pensar muito. Queremos somente um pouco de paz, fazer uma viagem silenciosa por palavras que abracem sem códigos, sem descrições enfeitadas ou imbuídas com significados.Posso ter a pele estilhaçando, mas as minhas palavras ainda são de aço, não derrapam assim tão facilmente, é nestes dias de reclusio que preciso me redescobrir nos meus dons, enquanto outros bailam á beira mar vivendo de fachada... A mente, por vezes, quer ser livre, somente. Para sonhar com alegria, sem cortinas que se as abrirmos veremos aquilo que nunca haveríamos acreditado… Hoje precisava mesmo de um poema de amor, para quem sabe rerescar a alma e o coração , que amaciasse o afeto e a delicadeza de cada um de nós, mas não consigo fazê-lo, sinto-me meio perdido nestas linhas tortas da vida...
sábado, 30 de setembro de 2023
Hoje, mesmo que o meu reflexo vire páginas de palavras ou melodias sem forma eu vou seguir em frente como sempre fui fazendo dentro dos meus timings, porque é por ai que não há sentenças soltas e silabas atadas, o mundo andes do ser, la longe no vácuo que se dissipa, já tinha vocação e significados para as atitudes …Eu não vou ficar quieto ao relento, porque não sei catar o vento, ele é indivisível e nada me rende… Hoje sinto este aperto no coração, ele sente mas não é capaz de seguir, as palavras nascem escuras sem cor, tento escrever o que o meu coração sente, mas não sou capaz. As palavras nascem escuras, sem as cores que tanto davas aos nossos dias, fazes-me falta, sempre fizeste com um olhar cristalino de teus olhos, não quero pintar minha saudade com a escuridão da noite, nem com o negro da dor. Quero que elas tenham teu sorriso, tuas palavras e toda a tua alegria, que dedicaste em nossa vida, durante os teus anos de vida, por isso, hoje deixo a saudade correr nas minhas veias e encher a alma daquilo que sempre nos deste… amor! Não tenho o direito de sentir saudades de mais nada na minha vida a não ser tuas…Continuas vivo em mim… No coração e nos pensamentos de todos os que te amamos. Deixo um beijo e uma lágrima em cada estrela para que te sejam entregues querido Pai, sinto tanto tua falta… Os campos da minha alma estão completamente vazios, tristes , nem o Outono os consegue pintar com a sua melancolia, ou nem a primavera ousa entrar, pois a tua imagem faz nascer papoilas nos sonhos do Inverno… Como uma flor, soltaste no tempo o aroma de uma flor em maresia, semeaste o sol nas nuvens que teimam em não chorar a chuva, iluminaste as estrela em noites serenas, fizeste o amanhecer numa aurora de esperança que acaba por morrer na solidão do vazio que se adensou … Ainda assim , mesmo ausente estes anos todos , pintas cada dia como uma pagina de um livro cheio de cores que os pinceis do coração desenharam como um arco-íris na papoila que me deste…Hoje gritei o teu nome na voz silenciosa da noite que tanto procurou a tua presença nas estrelas ocultas…Sinto que te perdi na indiferença de uma lua oculta, mas vives em mim enquanto o meu coração conseguir Pulsar, porque os teus sentidos , emoções que me ensinaste escondem-se na noite que hoje volta a ser oca de sonhos…Sinto a tua falta, não sei quando te voltarei a ver, mas sabes uma coisa Pai, já não me importo porque sempre soube que ia ser assim, guardei-te no meu coração antes de partires, e deixei-te pulsar nele, para agora me guiares de novo neste fio invisível que é a vida até ti…sinto falta de muita gente e te ti também…Hoje farias 78 anos, beijo daqui até ai no teu coração...
quinta-feira, 28 de setembro de 2023
Hoje gostava de conseguir encorajar alguém que como eu, pensa em desistir, alguém como eu que suplicou durante anos para as coisas mudarem, sim , mudarem, porque todos merecemos o nosso céu ou pedaço que seja dele! Sinto-me dobrando, desmantelando, desmoronando, já me ajoelhei perante a vida dentro de uma tempestade que nada fiz para ela me assolar, sinto-me fraco, como se este momento esteja a ser o fim da linha...Tenho duas opções, desistir, ou tentar enfrentar o tumulto que entrou dentro de mim, ouço vozes que me chamam e me tentam elevar e me tentam reerguer , mas, não consigo manter-me firme , sou humano, imperfeito, nunca tentei ser perfeito, nem pedi a ninguém para o ser...Estou a dar um passo de cada vez mas é insuficiente para acompanhar a energia que a vida me colocou na frente do caminho. É difícil, eu sei, pergunto se vale apena, lutar contra algo que sei de antemão que me vai vencer, acreditar valerá apena, lutar vai valer apena?! Temo que não...Assumo que estou assustado, exausto até, já me reuni comigo mesmo , voltei atrás, à minha infância, em vez de a questionar, fui implacavelmente questionado! Amei o sol, mas as coisas não crescem por causa do sol, temos de ter a chuva também...Eu sei que tenho de deixar de olhar para a chuva como algo ruim na minha vida, os meus melhores momentos não vieram nos bons momentos da vida, eles vieram das minhas maiores derrotas! Foi durante as minhas derrotas, que eu tive de encontrar uma forma de me erguer de novo, não houve um minuto que eu não pensasse que fui derrotado, porque há coisas que não podemos lutar contra...Não sou fácil de dobrar, mas sou facilmente, fácil, de quebrar, não quero desistir...Quero viver, posso não conseguir, mas não me vou render, pelos anjos que amo , elas merecem que lute até sucumbir, que ao menos tenham orgulho em mim nisso... Vou manter a cabeça erguida, colocar uma máscara e fingir que está tudo bem, se fazer é fácil, não, não é.... Se fosse não veríamos milhares a tombar .... Não vou dizer a ninguém que vou ter um dia mau, vou antes dizer que o meu final de vida não foi tão bom como acho que merecia! Não vou olhar para a noite como a escuridão, vou olhá-la como um abrigo, porque as horas não passam, e o relógio parece que parou! São longas as horas e os dias, as paredes de casa guardam sombras, e os ingênuos raios da lua, que replicam as minhas memórias...Sinto o sangue acesso, as sensações da vida não estancam ... Provo o doce e o amargo nesta vida, levo os sabores todos comigo, que ainda perfumam o meu cabelo, nesta sensação de sombras, sonhos, deixei de ver as janelas do meu peito, a neblina adensou-se engolindo o cosmos! Nunca me senti tão pequeno, insignificante até, como uma pequena gota de água que o vento secou...Eu era apenas uma gota, quando havia tanta água, não é um mistério para mim, nunca foi, vejo este momento como toda a minha pequenez quando o momento só a mim me pertence, o tempo não me chegou para decifrar todos os momentos da vida, agora também acho que já não tem muita importância .... vida até podia ser tão simples, dando prioridade para quem nos prioriza e o resto apenas resto mesmo , seria o cometa de sonhos do dia a dia, onde se alimentaria o itinerário e as andanças com luzes e alegria que vestiam a fantasia mesmo na ponta das lanças! Não sou eterno, sou mesmo muito pouco, gastei a vida em sonhos, até hoje fiquei apenas com o troco…Sou simplesmente o intervalo entre o que desejava ser e o que os outros me fizeram ser…
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