Hoje as palavras não
se esgotam, nem quando os sentimentos nos sufocam, as palavras não se esgotam. Os
lençóis não voltam a ser usados e o coração é desfeito, resta-nos só pensar em reviver…Se voltasse a reviver isso seria então
digno de um sorriso, de uma vontade profunda posta em prática, como seria saudável
!!! É das poucas coisas que te posso dar Pai… Palavras, melodias que já ouviste, dedicadas a ti, muitas vezes coisas que já saem dos dedos , sem que alguém perceba! Eu sei que é estranho
alguém que já partiu escrever e eu ler… Sinto-te. Sentir alguém em nós que há
tantos anos partiu é estranho, é um
feito. Não é um feito? Será magia ?!
Para mim é , para alguém cujas palavras não se esgotam, para alguém que mostra o quanto grandes ainda
somos, quando a vida se resume em palavras que foram ditas, convenientes, no sítio certo, na hora certa. Sempre, pisei o
chão da tua historia, filosofia bela que emana o teu cheiro e gera em mim uma
eterna saudade… Faz hoje anos que partiste, ainda me arrepio com saudades imensas
da tua luz, posso apenas te dizer que te amo e isso nunca será demais,
continuarei a aplaudir de pé e a celebrar a tua vida em mim na cadência eterna
das palavras que me fazem proferir …
sexta-feira, 30 de junho de 2017
quinta-feira, 29 de junho de 2017
Hoje no
intenso cheiro a outono que me surgiu a meio da noite, percebi que a
minha casa estava decorada com silêncios , paisagens secas e no
chão, habitavam folhas caídas de poemas, cartas esquecidas que
outrora escrevi…Senti alguém caminhar nessas folhas caídas , abandonadas… Uma a
uma desfolhava-as sem saber em qual começar , sem saber em qual acabar!
Arrastava-se sem rumo. Eis que umas folhas eram usadas outras
novas e intocáveis. Foi ai que percebi que era tão clara a minha
divisão! As antigas pareciam-me, romanticamente,
infantis. O infantil que dá um tom doce ao que somos , como um beijo que se dá
e se sonha. As folhas recentes só cheiravam a uma inocência antiga… Tentei
reler folha a folha que espalhei pelo chão mas!! Meus olhos cansados não
focavam nada apenas imagens tremidas. Quando me perdi entre a realidade e a profundidade do
meu sossego, as portas
da minha casa bateram , alguém saiu, seria algo divino!!?? Não sei…Fiquei com
um sabor a água da nascente no pensamento! Senti-me uma vitrina de sonhos,
projectos que me engolem todos os dias, assim como se uma bolha infinita de
possibilidades me levasse a explorar todos os dias o universo do amor…Mais uma
folha que deixo cair do meu caderno neste chão que piso onde vou contornando
adversidades , rasgando retractos, reinventando a eternidade , reconstruindo a
magia para quem acredita em
mais que impulsos, em quem acredita que amar é um mutuo esforço de recompensas
sem ferramentas divinas na magia de um destino..Muito simples não é? Só há uma maneira de amar de coração, com tudo, com as folhas de verão com as folhas de inverno com as folhas de outono com toda a força da alma e para sempre...
quarta-feira, 28 de junho de 2017
Hoje
sinto o dia escuro, escondido atrás do
meu sorriso, nos cantos dos meus olhos e da minha mente, tentando inutilmente
fazer-se despercebido. Esse
escuro transparece e grita, onde se nota e clama… Move-se entre as paredes do meu labirinto, é um eterno vagabundo sem outra
casa ou outro alento na vida. Vive
na sombra acorda-me de manhã sem me deixar dormir à noite, move-me, o dia inteiro, no desejo de que o dia
se torne noite outra vez…Pensa ele que passa despercebido em mim! Mas não.
Quando tento escapar-lhe, ele toca-me na alma, já começa a ser regular esse
aviso, que me faz revirar os olhos,
tentar e desistir da busca pela coerência. Mas!!! Quando não o sinto
pergunto-lhe se ainda está em mim. Não há uma explicação lógica, não há uma agenda
nem um motivo... nem precisa de haver. Continua tudo oculto nos recantos de
mim. E faz-me ao menos sentir acompanhado. Mas continua tudo , desafortunado,
difícil, persistente, inevitável, Maduro irracional.
Como é estranho o vazio me preencher de
saudades, inventa histórias feitas de
palavras ditas ou pensadas. Transforma-me pensamentos em desejos. Desejos em
sonhos. Sonhos em segredos que não se contam a ninguém. Esse dia escuro está
escondido. Aí, escondido à vista de todos. E ninguém sabe. Ninguém vê. Ninguém
sabe que fica atrás do meu sorriso, nos cantos dos meus olhos e da minha mente.
Ninguém sabe que permanece no centro do meu pensamento. Mas ninguém precisa de
saber... É esse o sentido do sentir. Acontece dentro de nós. Muda tudo em nós,
sem nos mudar. E avança connosco, até parar no transito!!!. Pode não ter nome.
Pode não ser claro. Mas está lá, faz-me persistir sabendo que não estou só... Quando não vivemos
por fora morremos por dentro, talvez
seja esse o escuro que me grita e se move no meu labirinto interno, dizem que tem de estar escuro para se ver as estrelas ...Estás Ai!!?
terça-feira, 27 de junho de 2017
Hoje partilho com vocês que já há muito tempo
escrevi um livro, foi nesse momento que soube que as frases um
dia me iriam consumir. Posso ler-vos o resumo, que se resumia numa espera que a
minha voz tomasse rumo. Eu perco-me em pensamentos na
feroz possibilidade, escrevo-vos danço-vos em palavras. Desconheço de como é
suposto aguentar distâncias. Mas na incapacidade
de tocar, eu tenho a capacidade de decorar uma alma, imagina-la,
descreve-la em mim e em textos! Mas!!! Ficaram as páginas escritas e
as outras bem vazias. Porque!!?? Medos invadiram e as
impossibilidades pareceram a melhor opção. A única opção. Mas!!!Continuo a
ver-te, de alguma forma, de todas as formas, mas em segredo…Quase que
consigo imaginar os sentimentos a flutuar , mesmo que em miragem eu
consigo desenhar com certeza os oceanos inalcançáveis do barro que somos
feitos…Aquela matéria que se cola à nossa pele, invadindo os poros ,
acariciando as esquinas dos sentidos já adormecidas formam o barro que adere
aos nossos segredos, amacia as mágoas de antigos verões ! Somos todos
oleiros dos nossos verões de fantasia, barramos desejos sabores, suores onde
navegamos … Este foi o livro que escrevi, nele procurei uma oleira
como eu, para que conseguíssemos amassar o nosso novo barro a quatro mãos, foi assim que desejei acabar os meus dias de uma forma inesquecível por ter causado
overdose paixão, felicidade, amor…No meu livro é o amor que move os
ponteiros da vida, é a saudade que os pára ou atrasa…Se nessas palavras
escritas o tempo passa devagar ou não , isso é uma incógnita que se desfaz em
poeira …Nos livros não podemos acelerar o tempo, mas há sempre tempo, entre as
horas que passam para criar eternidades que ninguém nos pode roubar !
segunda-feira, 26 de junho de 2017
Hoje é com os olhos lavados que propago gritos secos que eclodem, rompem as
cordas vocais e a voz flui como partida em cristais que mutilam a mensagem!! São sussurros pendurados como a roupa e
abandonados num estendal à espera que o Sol chegue…É o que resta aos que as
asas não permitem voar, é esta a história
que fica escrita nas memórias de pessoas grandes. Viajo por caminhos que
cruzo em estradas onde o trânsito é palco e o anonimato é protagonista de quem
ensina a verdade sobre armários e os esqueletos dentro deles. Quem carrega o
meu e o ignora convictamente em mentiras?!
Enquanto uns brincam aos pais e às mães , outros, são balas no peito inevitáveis, gritos cheios de quereres desesperados
atacados por olhos de quem não entende o que é subir a colina…Outros os que
fingem subir em caminhadas pedestres, fluem pela escarpa da vida, têm medo de si mesmos e nos algemam a regras
impostas pela falta de Si, mesmos!!! Pela falta de amor-próprio. Fazem-nos
viver na sombra numa plateia expectante pela conquista de direitos! Eu já fui
uma pessoa que viveu na sombra! Não tenho muito a dizer acerca disso, apenas crítico,
a incapacidade de humildade e uma inveja extrema por quem está confortável fora
das gavetas convenientes, dos armários que são armaduras …O presente é um
pedaço de nada no que é uma vida, uma vida é uma mera gota no que são todas as
vidas. Hoje deixo-me ficar olhando cá do alto da serra para o Sado e vou-me
contentando com a ideia de ser corpo e alma em tudo o que construo, vou-me envergonhando com a falta de Pessoas no
meio de tanta gente…
sábado, 24 de junho de 2017
È nas entrelinhas de um prazer secreto que me reencontro , esta herança que fica da espuma dos dias desdobra-se em rascunhos e letras... Reencontro-me nessas palavras coladas num post remetido a um universo distante sem leitores. Reencontro-te nos sorrisos que não toleramos e nenhuma máquina fotográfica regista na sua essência. Reencontro-me nessas lembranças quentes, quase cópias exactas do ontem que ficou entalado entre muitos hoje. Reencontro-me nessas pequenas partilhas que cabem numa caixa de papel. Reencontro-me na memória auditiva de uma gargalhada profunda e continuada, nesses reversos do passado de uma noite quase silenciosa, inquieta pelas letras que se derramam de fora para dentro. Sinto-me esvaziado, mais pobre até. Todavia, ultrapasso o impacto dessa primeira percepção, por isso nunca mais paro de escrever, percebo que nesta vida tudo não passa de um texto inacabado num livro branco, como aquele que existia antigamente nas escolas, que passava de mão em mão e cada um rasurava um suspiro ... este foi o meu!
sexta-feira, 23 de junho de 2017
Hoje há uma mesa que nos separa, que nos divide, não há refeições suficientes para conseguir digerir toda a comida que se partilha. Mas!!! Há em todos nós engasgadas, algumas das palavras que se usam ao acaso, direccionadas aos estranhos que nos interrompem o caminho. Sabem, acho que nunca fiz triagem das letras por ser fácil aceitar que as que digo são as que me pertencem e circulam nas veias, enquanto os quilómetros dividem as vidas. Talvez nunca tenha dito que sou muito mais que fracos adjectivos a que muitos recorrem para me preencher. Certamente muitos ainda não tenham visto que me desenho de cores minhas em vez, de usar tons escuros para me esconder, e projectar bem ao longe a minha sombra… Lamento o exagero de muitos, e a pouca humildade. A tinta que tenho espalhado na minha vida é uma marca registada numa vida singular… Posso até ser dono das minhas rédeas mas não tenho trono, tenho sido guerreiro, sem vitorias , tenho a capacidade de me baixar perante a vida e de me erguer, perante a luta !!! Hoje consigo voar sem sequer me mexer ....
quarta-feira, 21 de junho de 2017
Hoje há nos olhares
húmidos a eterna vontade do quase nada … Pedaços sujos de pensamentos, expectantes da fama dorida…Sinto vestígios de egos
derretidos, perdidos em orgasmos múltiplos de livros rasgados em parágrafos
exagerados!! Escrevo uma fábula com
atores nus , de mãos geladas parindo palavras que derramam sangue pelo chão,
nos sorrisos falsos deste infortúnio que é homenageado
… Todos os dias pinto o sémen deste luto, neste nojo que me leva a escrever
sobre o vulto da masturbação lírica! Deixo as velas acesas, saturadas pela escassez
das cartas escritas em tom suspenso…Mexo os meus dedos nesta corrida às
palavras, fazendo-as pecar silenciosamente, fecho as persianas da
vida, quase num gesto imperfeito de auto mutilação delicada…Não me canso de
escrever palavras que ficaram por dizer, viver, hoje , apenas saem-me pelas mãos,
adormecidas no fetiche dos lábios …Hoje vivo esta embriaguez reduzida ao meu desequilíbrio, precipício de
quem já nada teme...
terça-feira, 20 de junho de 2017
Hoje não sei ser mais
transparente, neste trovão de palavras que ouso colocar em foco, na magia
ondulante que o vento provoca nos meus cabelos…Ecos uivam ao largo das minhas margens,
nas sombras que projecto em cada sonho que desenho delicadamente na opacidade
do meu olhar sob o horizonte desmaiado. Tenho a necessidade de colorir todos os
adjectivos que encontro nesta arte vulgar, de quem usa o resto das tintas , para colorir
as paredes já eternas …Trago no olhar o sorriso, misto, de quem engoliu os
planos atingíveis , possíveis , alcançáveis , dispo-me novamente de todos eles,
recuo, revivo pensamentos na expectativa em vão, de um mero olhar, mas a rua
ficou deserta …Porque me destruo assim ? Porque embalo as minhas cores num
universo assim! Respostas que não tenho, mas!! Há dentro de mim uma
cumplicidade hormonal que leva os meus impulsos a serem poéticos e me fazem
escrever como se cada palavra pudesse vibrar no sitio certo…Sim eu posso
continuar a ser transparente e fazer da
minha cumplicidade hormonal a conjugação eterna do sonho, mas, eu não
quero mais…Não sei ser rascunhos, apenas sei que és o titulo deste livro que
escrevo…
segunda-feira, 19 de junho de 2017
Hoje fico sem saber
até quando aguento desenhar por dois uma dança onde os sons se atrofiam no
batimento cardíaco que impele a
concretização linear de meros pensamentos. Imagino-me em breves suspiros onde as formas que me compõem são o motivo
para a hesitação, para a despida …como se dum mistério faltasse revelar aos
olhares curiosos que nos fitam imaginando que as histórias não se unem,
imaginando que não protagonizamos passeios cheios de segredos acumulados e
registados sem necessidade de lançar aos ventos , ainda assim ,
vislumbro-me em segredo. Há pessoas
que eu apenas imagino, e !!! Concluo-as enquanto crepúsculo possível de
alcançar verbalmente, como um momento para delinear objectivos respectivamente
concebidos em noites de ponderação coerente... Posso até as projectar enquanto
embriaguez, sob a lua cheia. Mas !!! acordo e volto a transformar-me em pôr do sol,
enquanto não exista capacidade para mais, lanço-me em cometas, que ardem
na criação dos astros, reconheço-me excessivamente romântico num segredo apenas
meu…Mas hoje como em todos os dias relembro,
de como existe um mundo para ver, relembro-me de como quero partilhar
este mundo com mais do que o meu indisciplinado espírito. Posso até jurar que
espero ansiosamente pela mera possibilidade de ter que fingir não ver e não "a" reparar na rua…
Hoje
reflicto e percebo que na vida somos na sua metade apenas, falsas identidades e momentos pouco
genuínos... Circunstâncias adaptadas ao conveniente da vida e nunca pelo nosso coração. Vou aquecendo as
palavras na fogueira que acendi neste esconderijo onde vivo as oportunidades…Ainda
que raras , são as minhas! Recuso-me a elaborar discursos de eternidades subentendidas, porque existe uma conotação romântica no porquê da minha escrita.
Não intitulo de ingénuas as palavras nuas de verdades, aquecidas pela rapidez
dos sentimentos e a fugaz certeza de futuros preenchidos… Hoje somos todos isto,
indescritíveis pela magia associada, é impossível de adjectivar a falta de
conceitos da trave mestre de tão grande vastidão que poderíamos ter sido ou ir sendo assim nos tivesse sido permitido…Tenho
em mim esta dádiva apaixonada e simultaneamente tão forte de vida ! Tenho em
mim esta possibilidade de amar, de
partilhar momentos de luta que até parecem os mais fáceis. Tenho em mim a capacidade de ler-vos nos olhos que o tempo vos tornou , o
pronome possessivo que daria lugar à necessidade de uma descrição longa mas não
quero ninguém que seja meu , quero alguém que seja apenas comigo!!. Deixo-vos ficar por ai acedendo fogos no peito
e deixando que nos seja aquecida a pele em noites de previsível tempestade na
rua de outros. Não escrevo musicas, mas já o fiz!!! Estas foram banalizadas
pela falta de bases…Faltava-me a Lua, faltava-me
um colo, ouvir, ver, sorrir perante silenciosamente, os sítios onde
se cria o amor!
domingo, 18 de junho de 2017
Hoje
levo nos bolsos poesia falada de noticias de sonhos
naufragados, remexo a terra com pedaços
de mim, que dão vida aos eternos silêncios que me compõem…Pedaços que compõe quem escreve são o eterno quase
sinónimo da palavra gasta, das pessoas gastas fustigadas pela solidão. Usadas
a troco de nada, largadas nos sete cantos do mundo onde nasce a inspiração. Não
sei onde perdi o amor, se nas ruelas
percorridas, se na água em que me mergulhei
da insignificância, do não ser protagonista que não sou! Hoje na minha vida não
há mais guerras a travar, nem bocas que gritam pela minha luta. Hoje se a infinita
conformidade do amor fosse isto, eu ergueria as armas em forma de letras, relembrava
a magia que é ser-se, existir-se, amar-se… Carregaria tudo nas minhas
costas, mas as bagagens não chegam ao destino, sem tempo as concretizar!
Mais vale entrar numa corrida rápida, sem muito destino, pois é isso que nos
resta do pouco mapa que ainda somos. Roubam-nos a história e
calam-nos a voz…Erguemos-nos inconformados, mas cientes de um rasgo de destino
não é nada , apenas mais uma reflexo de uma herança de palavras genuínas, de
pessoas, as únicas que algum dia amaram, das únicas que
algum dia quero ser…
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