sexta-feira, 30 de junho de 2017

Hoje as palavras não se esgotam, nem quando os sentimentos nos sufocam, as palavras não se esgotam. Os lençóis não voltam a ser usados e o coração é desfeito, resta-nos só pensar em  reviver…Se voltasse a reviver isso seria então digno de um sorriso, de uma vontade profunda posta em prática, como seria saudável !!! É das poucas coisas que te posso dar  Pai… Palavras, melodias que  já ouviste, dedicadas a ti, muitas vezes coisas que já saem dos dedos , sem que alguém perceba! Eu sei que é estranho alguém que já partiu escrever e eu ler… Sinto-te. Sentir alguém em nós que há tantos anos partiu é  estranho, é um feito. Não é um feito?  Será magia ?! Para mim é , para alguém cujas  palavras não se esgotam,  para alguém que mostra o quanto grandes ainda somos, quando a vida se resume em palavras que foram  ditas, convenientes,  no sítio certo, na hora certa. Sempre, pisei o chão da tua historia, filosofia bela que emana o teu cheiro e gera em mim uma eterna saudade… Faz hoje anos que partiste, ainda me arrepio com saudades imensas da tua luz, posso apenas te dizer que te amo e isso nunca será demais, continuarei a aplaudir de pé e a celebrar a tua vida em mim na cadência eterna das palavras que me fazem proferir …

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Hoje no  intenso cheiro a outono que me surgiu a meio da noite, percebi que a minha  casa estava decorada com silêncios , paisagens secas e no chão, habitavam folhas caídas de poemas,  cartas esquecidas que outrora escrevi…Senti alguém caminhar nessas folhas caídas , abandonadas… Uma a uma desfolhava-as sem saber em qual começar , sem saber em qual acabar! Arrastava-se sem rumo.  Eis que umas folhas eram usadas outras novas  e intocáveis. Foi ai que percebi que era tão clara a minha divisão! As antigas  pareciam-me, romanticamente, infantis. O infantil que dá um tom doce ao que somos , como um beijo que se dá e se sonha. As folhas recentes só cheiravam a uma inocência antiga… Tentei reler folha a folha que espalhei pelo chão mas!! Meus olhos cansados não focavam nada apenas imagens tremidas. Quando me perdi entre a realidade e a profundidade do meu  sossego, as portas da minha casa bateram , alguém saiu, seria algo divino!!?? Não sei…Fiquei com um sabor a água da nascente no pensamento! Senti-me uma vitrina de sonhos, projectos que me engolem todos os dias, assim como se uma bolha infinita de possibilidades me levasse a explorar todos os dias o universo do amor…Mais uma folha que deixo cair do meu caderno neste chão que piso onde vou contornando adversidades , rasgando retractos, reinventando a eternidade , reconstruindo a magia para  quem acredita em mais que impulsos, em quem acredita que amar é um mutuo esforço de recompensas sem ferramentas divinas na magia de um destino..Muito simples não é? Só há uma maneira de amar de coração,  com tudo,  com as folhas de verão com as folhas de inverno com as folhas de outono com toda a força da alma e para sempre...

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Hoje sinto o dia escuro,  escondido atrás do meu sorriso, nos cantos dos meus olhos e da minha mente, tentando inutilmente fazer-se despercebido. Esse escuro transparece e grita, onde se nota e clama… Move-se  entre as paredes do meu  labirinto, é um eterno vagabundo sem outra casa ou outro alento na  vida. Vive na sombra acorda-me de manhã sem me deixar dormir à noite,  move-me, o dia inteiro, no desejo de que o dia se torne noite outra vez…Pensa ele que passa despercebido em mim! Mas não. Quando tento escapar-lhe, ele toca-me na alma, já começa a ser regular esse aviso,  que me faz revirar os olhos, tentar e desistir da busca pela coerência. Mas!!! Quando não o sinto pergunto-lhe se ainda está em mim. Não há uma explicação lógica, não há uma agenda nem um motivo... nem precisa de haver. Continua tudo oculto nos recantos de mim. E faz-me ao menos sentir acompanhado. Mas continua tudo , desafortunado,  difícil,  persistente,  inevitável,  Maduro  irracional. Como é estranho o vazio me preencher  de saudades,  inventa histórias feitas de palavras ditas ou pensadas. Transforma-me pensamentos em desejos. Desejos em sonhos. Sonhos em segredos que não se contam a ninguém. Esse dia escuro está escondido. Aí, escondido à vista de todos. E ninguém sabe. Ninguém vê. Ninguém sabe que fica atrás do meu sorriso, nos cantos dos meus olhos e da minha mente. Ninguém sabe que permanece no centro do meu pensamento. Mas ninguém precisa de saber... É esse o sentido do sentir. Acontece dentro de nós. Muda tudo em nós, sem nos mudar. E avança connosco, até parar no transito!!!. Pode não ter nome. Pode não ser claro. Mas está lá, faz-me persistir sabendo que não estou só... Quando não vivemos por fora morremos por dentro,  talvez seja esse o escuro que me grita e se move no meu labirinto interno, dizem que tem de estar escuro para se ver as estrelas ...Estás Ai!!?

terça-feira, 27 de junho de 2017

Hoje partilho com vocês que já há muito tempo escrevi um livro, foi nesse momento que soube  que as frases um dia me iriam consumir. Posso ler-vos o resumo, que se resumia numa espera que a minha voz tomasse rumo. Eu  perco-me em pensamentos na feroz possibilidade, escrevo-vos danço-vos em palavras. Desconheço de como é suposto aguentar distâncias. Mas na incapacidade de tocar, eu tenho a capacidade de decorar uma alma, imagina-la, descreve-la em mim e em textos! Mas!!! Ficaram as páginas escritas e as outras bem  vazias. Porque!!?? Medos invadiram e as impossibilidades pareceram a melhor opção. A única opção. Mas!!!Continuo a ver-te, de alguma forma,  de todas as formas, mas em segredo…Quase que consigo imaginar os sentimentos  a flutuar , mesmo que em miragem eu consigo desenhar com certeza os oceanos inalcançáveis do barro que somos feitos…Aquela matéria que se cola à nossa pele, invadindo os poros , acariciando as esquinas dos sentidos já adormecidas formam o barro que adere aos nossos segredos, amacia as mágoas de antigos verões ! Somos todos oleiros dos nossos verões de fantasia, barramos desejos sabores, suores onde navegamos … Este foi o livro que escrevi, nele  procurei uma oleira como eu,  para que conseguíssemos amassar o nosso novo barro a quatro mãos, foi assim que desejei acabar os meus dias de uma forma inesquecível por ter causado overdose paixão,  felicidade, amor…No meu livro é o amor que move os ponteiros da vida, é a saudade que os pára ou atrasa…Se nessas palavras escritas o tempo passa devagar ou não , isso é uma incógnita que se desfaz em poeira …Nos livros não podemos acelerar o tempo, mas há sempre tempo, entre as horas que passam para criar eternidades que ninguém  nos pode roubar !

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Hoje é com os olhos lavados que propago gritos secos que eclodem, rompem as cordas vocais e a voz flui como partida em cristais que mutilam a mensagem!!  São sussurros pendurados como a roupa e abandonados num estendal à espera que o Sol chegue…É o que resta aos que as asas não permitem voar,  é esta a história que fica escrita nas memórias de pessoas grandes. Viajo por caminhos que cruzo em estradas onde o trânsito é palco e o anonimato é protagonista de quem ensina a verdade sobre armários e os esqueletos dentro deles. Quem carrega o meu e o ignora  convictamente em mentiras?! Enquanto uns brincam aos pais e às mães , outros,  são balas no peito inevitáveis,  gritos cheios de quereres desesperados atacados por olhos de quem não entende o que é subir a colina…Outros os que fingem subir em caminhadas pedestres,  fluem pela escarpa da vida,  têm medo de si mesmos e nos algemam a regras impostas pela falta de Si, mesmos!!! Pela falta de amor-próprio. Fazem-nos viver na sombra numa plateia expectante pela conquista de direitos! Eu já fui uma pessoa que viveu na sombra! Não tenho muito a dizer acerca disso, apenas crítico, a incapacidade de humildade e uma inveja extrema por quem está confortável fora das gavetas convenientes, dos armários que são armaduras …O presente é um pedaço de nada no que é uma vida, uma vida é uma mera gota no que são todas as vidas. Hoje deixo-me ficar olhando cá do alto da serra para o Sado e vou-me contentando com a ideia de ser corpo e alma em tudo o que construo,  vou-me envergonhando com a falta de Pessoas no meio de tanta gente…

sábado, 24 de junho de 2017

È nas entrelinhas de um prazer secreto que me reencontro , esta herança que fica da espuma dos dias desdobra-se em rascunhos e letras... Reencontro-me nessas palavras coladas num post remetido a um universo distante sem leitores. Reencontro-te nos sorrisos que não toleramos e nenhuma máquina fotográfica regista na sua essência. Reencontro-me nessas lembranças quentes, quase cópias exactas do ontem que ficou entalado entre muitos hoje. Reencontro-me nessas pequenas partilhas que cabem numa caixa de papel. Reencontro-me na memória auditiva de uma gargalhada profunda e continuada, nesses reversos do passado de uma noite quase silenciosa, inquieta pelas letras que se derramam de fora para dentro. Sinto-me esvaziado, mais pobre até. Todavia, ultrapasso o impacto dessa primeira percepção, por isso nunca mais paro de escrever, percebo que nesta vida tudo não passa de um texto inacabado num livro branco, como aquele que existia antigamente nas escolas, que passava de mão em mão e cada um rasurava um suspiro ... este foi o meu!

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Hoje há uma mesa que nos separa, que nos divide, não há refeições suficientes para conseguir digerir toda a  comida que se partilha. Mas!!! Há em todos nós engasgadas, algumas das palavras que se usam ao acaso, direccionadas aos estranhos que nos interrompem o caminho. Sabem,  acho que nunca fiz triagem das letras por ser fácil aceitar que as que digo são as que  me pertencem e circulam  nas veias, enquanto os quilómetros  dividem as vidas. Talvez nunca tenha dito que sou muito mais que  fracos adjectivos a que muitos recorrem para me preencher. Certamente muitos ainda não tenham  visto que me desenho de cores minhas em vez, de usar  tons escuros para me esconder,  e projectar bem ao longe a minha sombra…  Lamento o exagero de muitos, e a pouca humildade. A tinta que tenho espalhado na minha vida é uma marca registada numa vida singular… Posso até ser dono das minhas rédeas mas não tenho  trono, tenho sido guerreiro, sem vitorias , tenho a  capacidade de me baixar perante a vida e de me erguer, perante a luta !!! Hoje consigo voar sem sequer me mexer ....

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Hoje há nos olhares húmidos a eterna vontade do quase nada … Pedaços sujos de pensamentos, expectantes da fama dorida…Sinto vestígios de egos derretidos, perdidos em orgasmos múltiplos de livros rasgados em parágrafos exagerados!! Escrevo uma fábula com atores nus , de mãos geladas parindo palavras que derramam sangue pelo chão, nos sorrisos falsos deste infortúnio que é homenageado … Todos os dias pinto o sémen deste luto, neste nojo que me leva a escrever sobre o vulto da masturbação lírica!  Deixo as velas acesas, saturadas pela escassez das cartas escritas em tom suspenso…Mexo os meus dedos nesta corrida às palavras, fazendo-as pecar silenciosamente, fecho as persianas da vida, quase num gesto imperfeito de auto mutilação delicada…Não me canso de escrever palavras que ficaram por dizer, viver, hoje , apenas saem-me pelas mãos, adormecidas no fetiche dos lábios …Hoje vivo esta embriaguez  reduzida ao meu desequilíbrio, precipício de quem já nada teme... 

terça-feira, 20 de junho de 2017

Hoje não sei ser mais transparente, neste trovão de palavras que ouso colocar em foco, na magia ondulante que o vento provoca nos meus cabelos…Ecos uivam ao largo das minhas margens, nas sombras que projecto em cada sonho que desenho delicadamente na opacidade do meu olhar sob o horizonte desmaiado. Tenho a necessidade de colorir todos os adjectivos que encontro nesta arte  vulgar,  de quem usa o resto das tintas , para colorir as paredes já eternas …Trago no olhar o sorriso, misto, de quem engoliu os planos atingíveis , possíveis , alcançáveis , dispo-me novamente de todos eles, recuo, revivo pensamentos na expectativa em vão, de um mero olhar, mas a rua ficou deserta …Porque me destruo assim ? Porque embalo as minhas cores num universo assim! Respostas que não tenho, mas!! Há dentro de mim uma cumplicidade hormonal que leva os meus impulsos a serem poéticos e me fazem escrever como se cada palavra pudesse vibrar no sitio certo…Sim eu posso continuar a ser transparente  e fazer da minha cumplicidade  hormonal  a conjugação eterna do sonho, mas, eu não quero mais…Não sei ser rascunhos, apenas sei que és o titulo deste livro que escrevo…

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Hoje fico sem saber até quando aguento desenhar por dois uma dança onde os sons se atrofiam no batimento cardíaco que impele  a concretização linear de meros pensamentos. Imagino-me em breves suspiros  onde as formas que me compõem são o motivo para a hesitação, para a despida …como se dum mistério faltasse revelar aos olhares curiosos que nos fitam imaginando que as histórias não se unem, imaginando que não protagonizamos passeios cheios de segredos acumulados e registados sem necessidade de lançar aos ventos , ainda assim , vislumbro-me  em segredo. Há pessoas que eu apenas imagino, e !!! Concluo-as enquanto crepúsculo possível de alcançar verbalmente, como um momento para delinear objectivos respectivamente concebidos em noites de ponderação coerente... Posso até as projectar enquanto embriaguez, sob a lua cheia. Mas !!! acordo e volto a transformar-me em  pôr do sol,  enquanto não exista capacidade para mais, lanço-me em cometas, que ardem na criação dos astros, reconheço-me excessivamente romântico num segredo apenas meu…Mas hoje como em todos os dias relembro,  de como existe um mundo para ver, relembro-me de como quero partilhar este mundo com mais do que o meu indisciplinado espírito. Posso até jurar que espero ansiosamente pela mera possibilidade de ter que fingir não ver e não "a" reparar na rua…
Hoje reflicto e percebo que na vida somos na sua metade apenas,  falsas identidades e momentos pouco genuínos... Circunstâncias adaptadas ao conveniente da vida e  nunca pelo nosso coração. Vou aquecendo as palavras na fogueira que acendi neste esconderijo onde vivo as oportunidades…Ainda que raras , são as minhas! Recuso-me a elaborar discursos de eternidades subentendidas, porque existe uma conotação romântica no porquê da minha escrita. Não intitulo de ingénuas as palavras nuas de verdades, aquecidas pela rapidez dos sentimentos e a fugaz certeza de futuros preenchidos… Hoje somos todos isto, indescritíveis pela magia associada, é impossível de adjectivar a falta de conceitos da trave mestre de tão grande vastidão que poderíamos ter sido ou ir sendo assim nos tivesse sido permitido…Tenho em mim esta dádiva apaixonada e simultaneamente tão forte de vida ! Tenho em mim esta possibilidade de  amar, de partilhar momentos de luta que até parecem  os mais fáceis. Tenho em mim a capacidade de ler-vos nos olhos que o tempo vos tornou ,  o pronome possessivo que daria lugar à necessidade de uma descrição longa mas não quero ninguém que seja meu , quero alguém que seja apenas comigo!!. Deixo-vos ficar por ai acedendo fogos no peito e deixando que nos seja aquecida a pele em noites de previsível tempestade na rua de outros. Não escrevo musicas, mas já o fiz!!! Estas foram banalizadas pela falta de bases…Faltava-me a  Lua, faltava-me um colo, ouvir,  ver,  sorrir perante silenciosamente, os sítios onde se cria o amor!

domingo, 18 de junho de 2017

Hoje levo nos bolsos  poesia falada de noticias de sonhos naufragados, remexo a terra  com pedaços de mim, que dão vida aos eternos  silêncios que me compõem…Pedaços  que compõe quem escreve são o eterno quase sinónimo da palavra gasta, das pessoas gastas fustigadas pela solidão. Usadas a troco de nada, largadas nos sete cantos do mundo onde nasce a inspiração. Não sei onde perdi o amor,  se nas ruelas percorridas,  se na água em que me mergulhei da insignificância, do não ser protagonista que não sou! Hoje na minha vida não há mais guerras a travar, nem bocas que gritam pela minha luta. Hoje se a infinita conformidade do amor fosse isto, eu ergueria as armas em forma de letras, relembrava a magia que é ser-se, existir-se, amar-se… Carregaria tudo nas minhas costas, mas as bagagens não chegam ao destino,  sem tempo as concretizar! Mais vale entrar numa corrida rápida, sem muito destino, pois é isso que nos resta do pouco mapa que ainda somos. Roubam-nos a história e calam-nos a voz…Erguemos-nos inconformados, mas cientes de um rasgo de destino não é nada , apenas mais uma reflexo de uma herança de palavras genuínas, de pessoas,  as únicas que algum dia amaram, das únicas que algum dia quero ser…

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...