domingo, 30 de outubro de 2016

Hoje confesse-vos,  que um dia num rodopio de um choro convulso e aflito cheguei a pensar suspender a minha  existência. Segui no compasso seguinte do silêncio pontiagudo que se estreitou entre mim e a vida, fui distorcendo palavras de uma mágoa qualquer!!!. Imaginei apenas o meu olhar vazio e triste, ávido de  cabelo em cascata a cair-te pelos olhos claros, o desalento dos meus  passos e uma mão repetidamente nervosa a cair-me no colo em cada soluçar reticente dos amigos agora esvoaçantes. Desembaciei a distância na tentativa de a encurtar e esperei tranquilo pela tua desilusão. Cheguei num pequeno abraço e, sem darem por isso, a despedir-me dos que mais amava....senti-me uma criança abandonada num súbito naufrágio de pessoas sem cor!!! De repente a minha manhã vestiu-se de um breu inóspito, próprio de uma noite sem lua e fiquei perdido no labirinto do meu coração. Compreendem?? o que sinto cada vez que uma lágrima ousa me espreitar!!! Eu pelo menos sei compreender-me e percebo o que sinto  quando a sublime escuridão me extasia os sentidos... Vive agora em mim esta angustiante vontade de voar para um  espaço aberto e conferir a esperança que hoje me desampara por um qualquer motivo que o destino ditou. Queria ser a brisa na palma de uma mão, para que não sentissem necessidade de cerrar os punhos numa revolta que não é caminho. Queria continuar a sonhar, como tantas vezes soube fazer,  "dançar" com a vida neste rodopio distorcido que ela nos impele. Queria roubar-vos um sorriso para que com ele conseguisse apagar esse amor ancestral que guardo ainda em mim. No entanto, continuo suspenso perante a inevitabilidade de uma lágrima, perante a impotência me agasalhar o coração numa redoma de amor. A minha noite antecipada congela-me os músculos e questiona cruelmente esta existência que no meu pensamento e em lágrimas que me vou dando vida...

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Hoje o que escrevo fica em livro de sentimentos nos quais por mais que escreva e leia me revejo...Sempre... Revejo-me em cores diferentes todos os dias, revejo-me em muitas curiosidades que quero conhecer... Esta Página de vida  tão completa tão "perdida"... Debita de mim pedaços, metades  que partilho ao escrever, mas!! Desconheço-me mas aceito ter de absorver…Vou desfolhando palavras nesta folha tão marcada tão delicadamente lida, passo a próxima página sem ler no verso…Sinto-te passar por mim sem eu ter armas para te resgatar , vou quebrando sem  reacção, sinto me distante sem conseguir acordar…O livro gasta-se nas letras já lidas vezes sem conta que em mim não desaparecem!!! Vão desaparecendo…Tudo serve para compor rimas nas nossas vidas , tudo ressoa a Eco , tudo soa a amor de mentira , tudo soa a amor de rua, numa pessoa de sentimentos nua.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Hoje há uma linha quase invisível a separar o céu da terra. É feita de sonhos,  separa a luz da terra e a escuridão do céu...Separa sentimentos de amor, mais uns quantos de vontade outros tantos de coragem que respeitosamente sustêm o horizonte que desenho a pulso. Sabem! Há tanto que persigo a verdade e hoje de “alguém”,  só queria uma mentira...Hoje agarrei-me a um sonho a uma memória pois quando  escrevo, ainda sinto uma mão na minha, a tentar desfazer este maldito “sentimento”…. Agora que o dia já quase passou, quero que saibas, que passou por nós de mãos dadas...Quando te penso desejo sempre ter mais vidas…Terminar uma agradecendo a próxima , iniciando uma agradecendo a ultima! Quando te penso sinto um rio de gratidão a circular-me pelas veias …E meu Deus quantas vidas precisaria eu para te sussurrar apenas esta? Fica apenas sabendo que o teu nome é uma simples poesia que com os meus lábios no ar vou desenhando enquanto o próprio ar me grita que uma vida só não chega…Quando te penso!!! Obrigado pois estejas onde estiveres sei que me virás ler!

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

 Sabem meus amigos,  um dia chega o momento que  descobrimos que as coisas já não cabem  perfeitamente nos mesmos lugares ,  o motivo disso é muito discutível …Há quem ache que os espaços estão maiores; há quem veja que os espaços estão menores, mais estreitos! Não há nada mais para saber além de que  é preciso caminhar, é preciso caber perfeitamente, é preciso  encontrar onde nunca houve um encontro, é preciso fazer com que seja novo mas da maneira mais natural possível … que seja novo com meu corpo, minha alma e tudo em mim reconhecendo que não há nada sendo repetido. Novo, no sentido pleno da palavra, mais puro. Não podemos ter medo de dores se a felicidade quando vem funciona exactamente como um bálsamo, deliciosamente cicatrizante, suavemente confortante, apagando aquilo que outrora parecia não ter fim e nem cura…. A felicidade, meus caros, só é sentida plenamente quando se pode agir com tudo que se pode, quando temos espaço para firmar nossas  bases e desfazer o que antes era visto como irreversível, o avesso da dor! Não há nada mais comum, difícil é nos posicionarmos,  não  acomodar e sentenciarmos acerca de algo porque tudo lá fora parece  perfeito com  beleza,  harmonia,  empatia mas o amor não  cabe em qualquer olhar, é um enorme processo de reconhecimento. A minha dor me inspira e me faz contar para mim o que eu não quero me dizer, mas meus caros , espero que não estejam à espera de uma definição de amor, isso,  eu não sou capaz de fazer…

domingo, 23 de outubro de 2016

Hoje em dia eu cultivo a palavra, a mensagem, de todos os que me trouxeram até este lugar onde fiquei inerte. Sou o mensageiro, aquele que fala em nome de outros e em nome dos seus silêncios, sou aquele que pronuncia o que lhe foi dito, que escreve o que já foi sentido e ainda é... Mas meus caros nada sou mais que uma folha de papel, pedaço em branco sem existência que apenas carrega a cor da tinta que alguém em mim imprimiu. Sou o silêncio, porque não falo com a minha voz, sou o anjo porque não sou salvador, apenas protector, apenas o que fala em nome de outro!!! Este não é o meu caminho, mas o trilho que percorro, algures no tempo alguém me instigou pelo objectivo de atingir o meu… O meu lugar! A minha eternidade. Estes não são destinos, são momentos que em vão percorro, e enquanto o faço arrasto aqueles que me escutam, que me seguem, que me lêem. Das palavras faço os sentidos que se propagam por tantos destinos, por tantas almas que, como a minha, são gotas de luz … Não temo a noite porque ela dá as estrelas que me hão-de conduzir ao destino, não temo a luz porque ela é a porta, não nego em falar sobre as imagens que guardo em meu coração! Se carrego alguma dor ela provem do inicio e não do fim das palavras…

sábado, 22 de outubro de 2016

Não é à toa que digo que a alma é erótica. Não pensem que erótico é o corpo. O corpo só é erótico pelos mundos que andam nele. Não existe amor que resista a um corpo vazio de fantasias. Um corpo vazio de fantasias é um instrumento mudo...São as palavras que me beijam, serenas, a face dos sonhos por isso deixo-me envolver no mar de sensações que brotam de cada brilho de estrela e não procuro uma margem. ..Nem tão pouco, morrer na asfixia dos sentidos para saber que sou gente! Tudo que sou, não largo nem mesmo no escuro...

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

 Hoje é como se  precisasse  de beber toda a chuva, para acender uma claridade nos meus sonhos!!! Preciso apagar estrelas com os pés descalços, para acordar o fogo que deixei  adormecer em mim...Os sonhos enchem os espaços vazios, entre nuvens e palavras. Morre um, chora uma nuvem, na extremidade do que morre nasce outro  que a dispersa por isso preciso do que morre, para regar o que nasce... Hoje por mais que eu me vista de metade, não é mais que um disfarce a cobrir um corpo inteiro...Como podia eu ser a metade de outro, se nada tivesse para doar , que metade lhe daria?  Sou saudade, do que já foi outrora sou memória que arrasto até à outra metade, que descobre o que ainda será... É isto meus amigos , amar é ser apenas um mero peregrino que busca o paraíso de um oásis, onde nunca sabemos ficar. Amar é exigência constante, de ter apenas uma metade do outro a morar dentro de nós, por nunca o sabermos aceitar por inteiro.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Hoje de "ti "apenas queria as coisas que não tenho...O que me falta e não consigo chegar! Hoje queria o segredo dos que dormem numa paz "inexistente" . Queria o sonho dos que ousam acordados pintar numa hora que seja um minuto de sonho que vingue ou que valha ...Queria o sonho, de ti queria um sonho! Queria o sonho em detrimento dum sono vazio cansado de tantas realidades  que me dissesses ao ouvido  bem baixinho a que cheira um sonho ou a que sabe... Esta ilusão que nos faz perceber o pouco importantes são os enredos da vida, lê-me como se fosse a minha voz a faca que corta o abandono, nada mais tenho do que este canto... Sou infinito como todos, um dia deixarei de sentir o peso nas pernas e apenas serei terra que acama as raízes de uma árvore, serei a primeira folha dessa árvore e a primeira folha dela a cair também... Hoje segredo-vos apenas que a "morte" nas palavras não existe, serei sempre no horizonte infinitamente um novo inicio.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Há sons que teimam em soltar-se das brumas solitárias do tempo... Ousam voar alto sobre jardins de estrelas e nesse bailado de asas perfumadas soltam gritos mudos que ecoam no vazio , materializam -se palavras deixando simplesmente fragmentos de alma espalhados pelo silêncio ferido!!! É inquietante esse silêncio que habita na solidão dos instantes ... São pedaços de tempo onde o coração se invade de uma voz que nos cala, faz-nos, quebrar mesmo que não queiramos. Soltam-se palavras inquietas que sonham voar , mas há vazios que se impõem, abraçam-nos num caminho sossegado de prudência! Gosto dessa inquietude desse momento onde o ruído adormece e nos devolve a serenidade dos sonhos nas horas surdas do dia...


terça-feira, 18 de outubro de 2016

Hoje assisto ao erguer da tristeza como a pior das bandeiras, arrasto-a pelo meio do caos deste Outono com cheiro a medo, é sangue o que corre nas mãos, dos homens que semeiam vazios, nos coração das flores...Ando cansado do tempo, deste tempo que passa sem nada que em nós viva.... Uma e outra vez grito para dentro a mesma pergunta e nos vagos intervalos desta chuva vermelha, oiço como a resposta sangra nas ruas... Afinal do que temos medo? Do grito deste vazio... Que sangra? Ou do Amor que deixamos cair das mãos? E não digam que o amor nada salva ! Pois se juntarem o vosso ao meu derrubamos o medo regamos as flores....Salvamos as flores...Parece fácil por aqui a lua vive no coração das nuvens! continuemos a sonhar...

Hoje passeei-me por onde há muitos séculos ninguém ousa passar, sentei-me, parei onde há muito, ninguém descansa,  sorri onde a imortalidade há muito não me deixa chorar. Ai  fui, Rei, Pastor, Escritor, Sonho e Homem. perdi a alma, onde há muito tempo outros também a perderam....Sigo a estrada onde o caminho continuou mas eu parei. Parei e encontrei-me sentado, onde também há muito tempo ninguém descansava. Perdi a alma. Sim, perdi-a onde há muito, outros também a perderam. Porém. Sinto como ninguém a sensibilidade das mulheres umas, actrizes outras, feiticeiras, rainhas, escravas. Escravas de uma imortalidade que as deixa sentir e ver aquilo que há muito tempo ninguém vê,. Elas escutam elas vêem,  sentem. sofrem. sonham, acordam, morrem e outras são apenas imortais. Procuro é verdade  onde há muito ninguém procura. Mulher, mãe, rainha de um sítio onde há muito ninguém reina. Vejo-me parado a brilhar num palco onde ninguém  aplaude. Sim, choro. sorriu. mas agora, sentado onde há muito ninguém pára... Enfeitiça-me num milhar de homens, escolhe-me, desafia-me a conhecer os recantos do inconcebível. Dá-me o teu cheiro o teu sabor mesmo que estejam fora dos teus limites de doação...Pois!!! Eu  continuou na eternidade, onde fui rei; governei; fui pastor, cuidei;  fui escritor, sonhei... Hoje sou homem, escravo da minha existência, da minha imortalidade. E digo-o porque o silêncio é sempre imortal ...

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Hoje escrevo sem ter para quem, sem um endereço sem destinatário, lanço-me no vazio dos meus braços e  caio desamparado. Hoje trocava as palavras por um olhar, a razão por sentimentos, a amargura no olhar por uma réstia de esperança, por um motivo para sonhar. Hoje trocava um texto meu pelo prazer de uma companhia.. Dizem que tudo o que buscamos, também nos busca!! O amor é isto, uma síntese de palavras cortadas pelo tempo...

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Hoje fechem a janela e acendam uma luz para mim , o meu caminho é escuro e não há um verso que me encontre. Deixem a chuva lavar essa luz para que meus olhos abram nessa solidão vertida na folha. Para acreditar-mos num trovão basta ver a chuva , ensinem-me a pregar aos deuses pois eu apenas sei falar ao vento das estações, acendam essa luz para mim para que ela faça mover corações de pedra , eu, já estou repleto de ausências por isso dou por mim a desejar um rasto de uma estrela cadente para segurar na minha mão o brilho das águas de uma lagoa que amam sem molhar a ponta dos dedos...Tenho dias assim que penso coisas estúpidas , projecto metáforas que não me calam os gritos, nem beijam os medos, na verdade o que mais me assusta é eu apenas ser um aprendiz, e quando vejo a noite cair-me na algibeira com as estrelas limito-me a costurar memorias na boca que derrama um beijo na franja da lua prateada !!!
Hoje acordei compondo sentidos a descoberto, numa utopia despida de valores.Costuro os retalhos dos amores interrompidos, moldo e amasso a argila desta vida , dando-lhe forma e corpo, faço-a viver de imaginações  sonâmbulas, amontoando cacos de uma vida... Sopro-lhe com a alma cravada de desalento, arranco ervas daninhas presas ao ventre que gritou amores sem respostas. Cultivo cantos, rego a semente encharcada de dúvidas, recomponho todos os ontens no hoje,  escrevo pedaços de mim mas!!! Confesso já faz tempo que vivo um triângulo amoroso, sim é verdade!!! Daqueles triângulos que se estreitam , que alargam o olhar , ao tamanho da alma e agitam sonhos!!!Vivemos assim nós os três  coração; Livros; e teclado ....

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Hoje sei que estamos distantes em  pensamento…No caminhar… Em tudo menos nos sonhos... Foi o que nos impusemos viver, lutar sem tréguas é um caminho em que nem todos ousam seguir!! Numa loucura nunca antes vivida, numa loucura nunca antes sentida  aqui estamos  ocultamente ocultos !!! Este é o meu lugar este é o meu ponto de  estrada que nos separa sem futuro, sem sorrisos. Aqui hoje agarro-me aos pensamentos e aos momentos em que  que tantas vezes me chamaram amor! A felicidade é uma palavras tão "estranha" que nos entranham na alma e no coração e a perdemos por entre os dedos de uma mão entreaberta . Quem tão breve assim escreve , mais rápido escreve num breve desabafo de uma escrita mais que transcrita…hoje apenas é mais um dia especial que nuas breves palavras de tristeza resumo… Não há Poemas de inverno em que não chova, em que não caiam nevoeiros a entorpecer os corpos. Hoje não é inverno ainda… E nem por isso me pediram um poema ! Não me encontro em nenhum lugar, construo castelos neste mar vazio onde perdi a minha catedral…


terça-feira, 11 de outubro de 2016

Eu vejo o que são os outros! Nunca sou apenas eu, nem as palavras serão sempre e só minhas, porque nem eu possuo assim tanto mar nem tanta terra, palavras são apenas a minha vida que ainda percorro, para que não coloque os outros onde não querem estar mas ainda assim partilho o que escrevo. Escrever é algo que se deve fazer de forma totalmente desprovida de egoísmo, permitindo que quem nos fornece o sumo, seja realmente o protagonista, e que o que não sabem ou não conseguem dizer, seja dito por mim, da forma certa…Através dos meus olhos entendo do que padecem, que lágrimas choram e quão abertos são os sorrisos. Já estive em algumas histórias, já experimentei momentos muitos iguais e outros absurdamente diferentes, mas mesmo que em corpos e almas distintas, mesmo com corações que batem em ritmos diferentes, consigo ver para além do que vêem os outros e sabe-me, na maioria das vezes, muito bem. Já te vi a ti, a ti, e a ti também, por diversas vezes e soube o que dizer de cada vez que o fiz, porque pelos meus olhos passam sentimentos que todos deixamos escapar, e eu consigo sentir! Viver meus amigos por muito que tenhamos que subir estradas íngremes é uma dádiva mas fatal…Moral da historia ninguém sai vivo daqui  vamos com calma, essa  é a razão para me fazer  caminhante em busca de estradas onde sou uma matriz do sonho…Se quiserem sigam por mim!!
Hoje escrevo o que sinto para matar a febre de sentir ….Hoje vejo e revivo todo mal que ousaram conceder-me …Hoje vejo o quanto sou indiferente para muitos nem  o meu rosto já inquieta. Hoje sobrevivo na arte de escrever, e esta é exactamente viver fingindo ser poeta…Para pensar em "alguém", me basta o próprio amor que sinto, não preciso que me façam mais mal!!! Já chegaram a mim como um enigma do meu instinto. Desapareceram...Como uma trovoada que apenas se reflecte no horizonte…Esse lugar ficou vazio, hoje é um deserto de saudades onde os meus sonhos viajam sem rumo, tristes no profundo universo,  sem forma e sem nome, desenharam no meu silêncio… De noite ainda desenho esse corpo que me enlaça, esse rosto, nos meus pensamentos…È verdade,  a existência nesse espaço evito…Ele me consome, me devora e eu só conheço o que não vejo…é nesse abismo que moldo o meu sonho e me recomponho, decompondo-me….

domingo, 9 de outubro de 2016

Hoje senti e perdi-me nas palavras em paginas que entretanto desfolhei, depois de escrever o meu ultimo suspiro... As palavras não me levaram, mas perdi-me e não me acho embora nunca destrua palavras que me dão vida e me fazem recordar aromas da vida sentida... Solto-as e elas saem-me desordenadas sem fio condutor!!! fecho os olhos para harmonizar o seu sentido que não o esqueço ou se o faço é apenas pelo prazer de as voltar a arrumar!!! Escrevo-as e sonho-as como letras perdidas em dia de vendaval na praia que desenho , misturo odores , sabores, calores ...Caio em fracasso , encerro desejos e chovo em silêncio transbordando pingos incessantes de poesia em reticências!! Solto palavras ao vento como aves de asas abertas sem destino, pulsam canções em tons de gemidos selando as feridas entreabertas... Perdido sim é assim que vivo sorrindo da sepultura untando a morte com versos...Quem escreve é assim sofre três vezes mais!! A primeira quando sente, a segunda quando escreve e a terceira quando alguém subscreve o que sente...
Hoje vejo uma sombra na nocturna escuridão, entre vozes que não conheço. Vozes ásperas subidas do chão no rude timbre de uma pedra fria, as vozes cercam-me de dor e gritam-me passados que não quero escutar... Fujo veloz desse gélido rumor, perco-me antes de me encontrar... Falam de dores que são minhas, estas pedras do chão... Elas jamais deixarão de gritar o que eu me recuso a sentir , são lápides do desassossego que caminham e silenciam-me .

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Hoje foi no silêncio do meu corpo, que me transformei numa ave que sobrevoou sobre a pele nua da planície onde pouso os meus sentidos, dos desejos que ousei sonhar em segredo, dos momentos que não ouso revelar. Fico imóvel sobre a vida que prostituo, vejo-me neste ritmo de seda, escorregar-me pelos contornos dos labirintos empíricos da vida… Perco-me em pedaços como se fosse fluído derramado de um corpo, é assim que te sinto, neste resvalo morno, de corpo no corpo. Hoje o tempo é tão infinito como a eternidade, em mim vive a pressa da realidade, vou desaguando aquilo que é intenso, olho a minha nudez e esta, abraça a minha timidez…Juntos nos fundimos num só momento de prazer. Quero escutar no meu ouvido um som verdadeiro, não um som de gemido!!! Quero um intenso abraço, que se entregue em meu corpo, quero tomar-me neste labirinto na luz que me guia…Quero desaguar este oceano, vesti-lo na minha vida como o poço da eternidade.
Persigo uma voz, uma luz na noite que se apaga que no silêncio se esvai em suspiros de cansaço!! Venho à rua e estas estão desertas respiram ausência e nos gritos que escuto ao longe reproduzem olhares vazios em ecos de dor ...Escuto uma voz soprada ao vento que a brisa marítima trás de uma concha que se fecha. Queria parar o tempo neste mundo de palavras e sons por definir e nele abrir essa concha arrastada pelas aguas da angustia mas!! tudo o que sou é inútil e traduz-se numa espera do sonho em tons de demora!!! Sinto-me tão frágil ao anoitecer ao relento na margem do meu coração! Em alguns momentos sinto o medo do escuro, o arrepio do incerto, mas preparo-me para o abismo que me servem a frio, ao procurar em todas as esquinas a voz que escuto...As minhas mãos estão vazias, nada me pertence, a vida é apenas uma dialéctica de luz e de sombras e a minha reduz-se inteiramente ao silêncio...

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Poderia dizer-vos, eu sei, que nunca é tarde!!! E que reflexo teria? Poderia pintar em mim cores de esperança, mas!! Quem me diz que não iriam repintá-las, retocando as cores que não disponho!! Poderia abrir a porta da alma, e mostrar-vos a tentação pelo abismo dos sentidos e dos sentimentos, e isso convidaria a reviver as emoções, abriria em mim um sorriso, ou, criminosamente, traçaria um novo rasto de sangue nas minhas cicatrizes!!! Talvez pudesse escrever-vos o mais belo poema e nele divulgar as virtudes da entrega, para ultrapassar medos e receios. Mas!! Quem me diz que não iria estrangular ainda mais os teus silêncios... Por me sentir suspenso, encosto-me para trás mesmo sem deixar de olhar o mais fundo imaginado sorriso, deixo que uma ruga de tristeza no olhar me diga que, de facto, talvez seja demasiado tarde. Como se a utopia, de repente, se desfizesse nos pedaços de vida que não conseguimos colar... Como se todas as nuvens, ficassem definitivamente negras. … e não mais fosse possível construir um baloiço na ponta de uma estrela! Enquanto a alma não souber dizer palavra alguma, a noite nunca será total... haverá sempre uma janela iluminada, uns olhos abertos, uma boca rasgada umas mãos abertas na procura do nada. O silêncio deixa de o ser pelo desespero do beijo que ficou por dar, pelo lençol esquecido nas bordas de uma cama fria onde um nome deixou de repousar....

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Hoje escuto os silêncios conto as horas, o passar dos dias ...leio o tempo e ás vezes fujo, corro de mim!! Mas o mundo não muda ...Eu contínuo aqui, a tentar parar o tempo de tantos momentos sonhos, planos, fantasia promessas , algumas vividas que o tempo levou ...O mundo não mudou os momentos apenas adormeceram nas palavras que se calaram !!! Perderam-se os segredos mas que mude o destino... Por um minuto que seja , nem que seja num jogo de faz de conta ... Por enquanto apenas sinto ilhas de encanto nas rugas provocadas pelo abandono do tempo, que não me souberam eternizar!!! Espalho estas palavras no chão, amontoado de sentidos desconexos , labirintos de emoções que junto em mundos proibidos!!! Que Ousadia esta minha! tentar descontinuar um enigma absorvendo o segredo do ser e assim permanecer...

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Ontem nem o sol vi durante o dia,  por isso hoje amanheci na minha praia e a Brisa fria baloiçou suspensa no jardim da minha memoria , há uma magia que perfuma o horizonte que vou despindo em tom de pétalas de saudade a flutuar no embaraço das lembranças . A minha ternura vive na paisagem de um olhar inquieto onde repousam os sentidos fatigados ... Deixo o dia crescer até ao seu fim para que possa acariciar as estrelas numa noite em que a solidão espreita a sombra de um murmúrio ausente no luar sem sorriso de uma presença sonhada! O sopro deste mar que banha esta vida agita as minhas cortinas que baloiçam no bailado do brilho do sol, o dia nasceu é verdade e aqui não está ninguém ...apenas suspiro só!!! Foi apenas um sonho...De qualquer forma quando abraço a almofada sinto a sensualidade de um anjo nos lençóis, este fragmento da alma será apenas um puzzle secreto que só uma noite sonhadora unirá na perfeição....Hoje se houvesse degraus para o céu, eu teria subido ao sol que te reflecte em mim…

sábado, 1 de outubro de 2016

Hoje vou-vos pedir o favor de, não me analisem , não fiquem procurando cada ponto fraco meu , pois também os tenho infelizmente… Se ninguém resiste a uma análise profunda, quanto mais eu! Apaixonado exigente, carente , cheio de marcas que a vida deixou!!! Vejam em cada exigência minha, um grito de carência um pedido de amor! Ele em mim é síntese, uma integração de dados descompactados … não há que tirar nem pôr! Não, não me cortem em pedaços ninguém abraçara um pedaço, deixem que as minhas palavras soprem por ai, roubando silêncios eu já sei o que sou e embora as ciências medicas designem de palpitações, eu sou muito mais simplista …Sabem, quando sentimos o coração em todo o corpo menos no lugar dele? Bem!!! É exactamente isso que há muito sinto…

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...