segunda-feira, 22 de maio de 2017

Hoje é no muito silêncio que se me repete o tempo, onde a sombra sagrada vai rebentando sonhos,  imagens, que o universo nu envolto no vapor da neblina  das folhas,  faz desintegrar das árvores … Escuto as plantas marinhas a vibrar  nas escamas dos peixes, vislumbro a imagem desse mar nas esquinas da minha madrugada nesta noite escura como sonetos sujos numa carta de amor! Resvalo pela sombra do meu rosto de lábios mudos com os olhos virados para a  eternidade, vendo naus carregadas de futuros, destinos, aos quais nunca pertencerei …Maldita ilha que me isola ! Derramo o meu sangue pelas ruínas deste porto que abarcou a minha alma, expulso dos meus sonhos , reduzo os escombros  que seguram a minha raiz …Deixo cair as rugas neste corpo lacrado à dor, espreito o silêncio que se repete neste tempo onde o espelho não me reflecte...A paciência tornou-se num piano calado, que arrasto pela casa! Hoje estou cansado de sequestrar o meu coração desta areia, desta praia onde o sol não nasce… 

2 comentários:

  1. Que maravilhoso Paulo adorei que intensidade que paixão que as palavras podem ter .
    Amei, és uma raiz para te suster aos poucos vais sustendo os outros que te seguem beijos

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