quarta-feira, 24 de maio de 2017

 Hoje o silêncio acaba por entrelaçar nas mãos a sensação de vazio. Como se fosse uma bagagem espalhada no chão com a armadura a arder deixando as mãos vazias! Somos feitos de desconstruções, sem cimentos cinzentos, mas de dias cinzentos…Escrevo sobre a busca de  identidade, uma constante procura de palavras mais especificas e pessoas que não nos façam sofrer. Há vocabulários para quem  não ama , há ortografias de quem morre por amor, há suspiros paradoxos, há tardes  tão vazias que deixam  no corpo a certeza de uma solidão planeada.  Na calada da noite fica a certeza de não existirem muitos amanhãs, há sempre o tempo que é tempo e uma vida que não é vida…Hoje está calor,  transpiro as cores das estações, verto-me  numa prosa fraca, na  poesia de quem não é poeta e música de quem não dança….Não deixo os meus  restos para  ninguém, converto o  abstrato de todos nós enquanto, arrumo os adjectivos fáceis …E omito!!! Faço nascer no estômago a revolta e no coração a  flor que não brota! Desenho jardins sem corpos,  corpos sem amor, uniões sem prazer, quando o único prazer é não existir união...Deixei cair  a bagagem das pessoas que vivem para amar,  afogo-me na fonte que de água, onde só existe o cheiro do sonho de chuva…. Esta  desconstrução pinta-me o olhar  da recordação de uma noite fria  do amor em abundância na ingenuidade do calor que se faz sentir!

2 comentários:

  1. Vou apenas dizer que fico ofegante ao ler-te fico fora de mim ... Corro para ler a próxima palavra como se ela despisse o desejo mais ingre-me em mim. Sem palavras mas tanta emoção que desenhas nas palavras , soa a profecia! Amei

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