Hoje as palavras não
se esgotam, nem quando os sentimentos nos sufocam, as palavras não se esgotam. Os
lençóis não voltam a ser usados e o coração é desfeito, resta-nos só pensar em reviver…Se voltasse a reviver isso seria então
digno de um sorriso, de uma vontade profunda posta em prática, como seria saudável
!!! É das poucas coisas que te posso dar Pai… Palavras, melodias que já ouviste, dedicadas a ti, muitas vezes coisas que já saem dos dedos , sem que alguém perceba! Eu sei que é estranho
alguém que já partiu escrever e eu ler… Sinto-te. Sentir alguém em nós que há
tantos anos partiu é estranho, é um
feito. Não é um feito? Será magia ?!
Para mim é , para alguém cujas palavras não se esgotam, para alguém que mostra o quanto grandes ainda
somos, quando a vida se resume em palavras que foram ditas, convenientes, no sítio certo, na hora certa. Sempre, pisei o
chão da tua historia, filosofia bela que emana o teu cheiro e gera em mim uma
eterna saudade… Faz hoje anos que partiste, ainda me arrepio com saudades imensas
da tua luz, posso apenas te dizer que te amo e isso nunca será demais,
continuarei a aplaudir de pé e a celebrar a tua vida em mim na cadência eterna
das palavras que me fazem proferir …
sexta-feira, 30 de junho de 2017
quinta-feira, 29 de junho de 2017
Hoje no
intenso cheiro a outono que me surgiu a meio da noite, percebi que a
minha casa estava decorada com silêncios , paisagens secas e no
chão, habitavam folhas caídas de poemas, cartas esquecidas que
outrora escrevi…Senti alguém caminhar nessas folhas caídas , abandonadas… Uma a
uma desfolhava-as sem saber em qual começar , sem saber em qual acabar!
Arrastava-se sem rumo. Eis que umas folhas eram usadas outras
novas e intocáveis. Foi ai que percebi que era tão clara a minha
divisão! As antigas pareciam-me, romanticamente,
infantis. O infantil que dá um tom doce ao que somos , como um beijo que se dá
e se sonha. As folhas recentes só cheiravam a uma inocência antiga… Tentei
reler folha a folha que espalhei pelo chão mas!! Meus olhos cansados não
focavam nada apenas imagens tremidas. Quando me perdi entre a realidade e a profundidade do
meu sossego, as portas
da minha casa bateram , alguém saiu, seria algo divino!!?? Não sei…Fiquei com
um sabor a água da nascente no pensamento! Senti-me uma vitrina de sonhos,
projectos que me engolem todos os dias, assim como se uma bolha infinita de
possibilidades me levasse a explorar todos os dias o universo do amor…Mais uma
folha que deixo cair do meu caderno neste chão que piso onde vou contornando
adversidades , rasgando retractos, reinventando a eternidade , reconstruindo a
magia para quem acredita em
mais que impulsos, em quem acredita que amar é um mutuo esforço de recompensas
sem ferramentas divinas na magia de um destino..Muito simples não é? Só há uma maneira de amar de coração, com tudo, com as folhas de verão com as folhas de inverno com as folhas de outono com toda a força da alma e para sempre...
quarta-feira, 28 de junho de 2017
Hoje
sinto o dia escuro, escondido atrás do
meu sorriso, nos cantos dos meus olhos e da minha mente, tentando inutilmente
fazer-se despercebido. Esse
escuro transparece e grita, onde se nota e clama… Move-se entre as paredes do meu labirinto, é um eterno vagabundo sem outra
casa ou outro alento na vida. Vive
na sombra acorda-me de manhã sem me deixar dormir à noite, move-me, o dia inteiro, no desejo de que o dia
se torne noite outra vez…Pensa ele que passa despercebido em mim! Mas não.
Quando tento escapar-lhe, ele toca-me na alma, já começa a ser regular esse
aviso, que me faz revirar os olhos,
tentar e desistir da busca pela coerência. Mas!!! Quando não o sinto
pergunto-lhe se ainda está em mim. Não há uma explicação lógica, não há uma agenda
nem um motivo... nem precisa de haver. Continua tudo oculto nos recantos de
mim. E faz-me ao menos sentir acompanhado. Mas continua tudo , desafortunado,
difícil, persistente, inevitável, Maduro irracional.
Como é estranho o vazio me preencher de
saudades, inventa histórias feitas de
palavras ditas ou pensadas. Transforma-me pensamentos em desejos. Desejos em
sonhos. Sonhos em segredos que não se contam a ninguém. Esse dia escuro está
escondido. Aí, escondido à vista de todos. E ninguém sabe. Ninguém vê. Ninguém
sabe que fica atrás do meu sorriso, nos cantos dos meus olhos e da minha mente.
Ninguém sabe que permanece no centro do meu pensamento. Mas ninguém precisa de
saber... É esse o sentido do sentir. Acontece dentro de nós. Muda tudo em nós,
sem nos mudar. E avança connosco, até parar no transito!!!. Pode não ter nome.
Pode não ser claro. Mas está lá, faz-me persistir sabendo que não estou só... Quando não vivemos
por fora morremos por dentro, talvez
seja esse o escuro que me grita e se move no meu labirinto interno, dizem que tem de estar escuro para se ver as estrelas ...Estás Ai!!?
terça-feira, 27 de junho de 2017
Hoje partilho com vocês que já há muito tempo
escrevi um livro, foi nesse momento que soube que as frases um
dia me iriam consumir. Posso ler-vos o resumo, que se resumia numa espera que a
minha voz tomasse rumo. Eu perco-me em pensamentos na
feroz possibilidade, escrevo-vos danço-vos em palavras. Desconheço de como é
suposto aguentar distâncias. Mas na incapacidade
de tocar, eu tenho a capacidade de decorar uma alma, imagina-la,
descreve-la em mim e em textos! Mas!!! Ficaram as páginas escritas e
as outras bem vazias. Porque!!?? Medos invadiram e as
impossibilidades pareceram a melhor opção. A única opção. Mas!!!Continuo a
ver-te, de alguma forma, de todas as formas, mas em segredo…Quase que
consigo imaginar os sentimentos a flutuar , mesmo que em miragem eu
consigo desenhar com certeza os oceanos inalcançáveis do barro que somos
feitos…Aquela matéria que se cola à nossa pele, invadindo os poros ,
acariciando as esquinas dos sentidos já adormecidas formam o barro que adere
aos nossos segredos, amacia as mágoas de antigos verões ! Somos todos
oleiros dos nossos verões de fantasia, barramos desejos sabores, suores onde
navegamos … Este foi o livro que escrevi, nele procurei uma oleira
como eu, para que conseguíssemos amassar o nosso novo barro a quatro mãos, foi assim que desejei acabar os meus dias de uma forma inesquecível por ter causado
overdose paixão, felicidade, amor…No meu livro é o amor que move os
ponteiros da vida, é a saudade que os pára ou atrasa…Se nessas palavras
escritas o tempo passa devagar ou não , isso é uma incógnita que se desfaz em
poeira …Nos livros não podemos acelerar o tempo, mas há sempre tempo, entre as
horas que passam para criar eternidades que ninguém nos pode roubar !
segunda-feira, 26 de junho de 2017
Hoje é com os olhos lavados que propago gritos secos que eclodem, rompem as
cordas vocais e a voz flui como partida em cristais que mutilam a mensagem!! São sussurros pendurados como a roupa e
abandonados num estendal à espera que o Sol chegue…É o que resta aos que as
asas não permitem voar, é esta a história
que fica escrita nas memórias de pessoas grandes. Viajo por caminhos que
cruzo em estradas onde o trânsito é palco e o anonimato é protagonista de quem
ensina a verdade sobre armários e os esqueletos dentro deles. Quem carrega o
meu e o ignora convictamente em mentiras?!
Enquanto uns brincam aos pais e às mães , outros, são balas no peito inevitáveis, gritos cheios de quereres desesperados
atacados por olhos de quem não entende o que é subir a colina…Outros os que
fingem subir em caminhadas pedestres, fluem pela escarpa da vida, têm medo de si mesmos e nos algemam a regras
impostas pela falta de Si, mesmos!!! Pela falta de amor-próprio. Fazem-nos
viver na sombra numa plateia expectante pela conquista de direitos! Eu já fui
uma pessoa que viveu na sombra! Não tenho muito a dizer acerca disso, apenas crítico,
a incapacidade de humildade e uma inveja extrema por quem está confortável fora
das gavetas convenientes, dos armários que são armaduras …O presente é um
pedaço de nada no que é uma vida, uma vida é uma mera gota no que são todas as
vidas. Hoje deixo-me ficar olhando cá do alto da serra para o Sado e vou-me
contentando com a ideia de ser corpo e alma em tudo o que construo, vou-me envergonhando com a falta de Pessoas no
meio de tanta gente…
sábado, 24 de junho de 2017
È nas entrelinhas de um prazer secreto que me reencontro , esta herança que fica da espuma dos dias desdobra-se em rascunhos e letras... Reencontro-me nessas palavras coladas num post remetido a um universo distante sem leitores. Reencontro-te nos sorrisos que não toleramos e nenhuma máquina fotográfica regista na sua essência. Reencontro-me nessas lembranças quentes, quase cópias exactas do ontem que ficou entalado entre muitos hoje. Reencontro-me nessas pequenas partilhas que cabem numa caixa de papel. Reencontro-me na memória auditiva de uma gargalhada profunda e continuada, nesses reversos do passado de uma noite quase silenciosa, inquieta pelas letras que se derramam de fora para dentro. Sinto-me esvaziado, mais pobre até. Todavia, ultrapasso o impacto dessa primeira percepção, por isso nunca mais paro de escrever, percebo que nesta vida tudo não passa de um texto inacabado num livro branco, como aquele que existia antigamente nas escolas, que passava de mão em mão e cada um rasurava um suspiro ... este foi o meu!
sexta-feira, 23 de junho de 2017
Hoje há uma mesa que nos separa, que nos divide, não há refeições suficientes para conseguir digerir toda a comida que se partilha. Mas!!! Há em todos nós engasgadas, algumas das palavras que se usam ao acaso, direccionadas aos estranhos que nos interrompem o caminho. Sabem, acho que nunca fiz triagem das letras por ser fácil aceitar que as que digo são as que me pertencem e circulam nas veias, enquanto os quilómetros dividem as vidas. Talvez nunca tenha dito que sou muito mais que fracos adjectivos a que muitos recorrem para me preencher. Certamente muitos ainda não tenham visto que me desenho de cores minhas em vez, de usar tons escuros para me esconder, e projectar bem ao longe a minha sombra… Lamento o exagero de muitos, e a pouca humildade. A tinta que tenho espalhado na minha vida é uma marca registada numa vida singular… Posso até ser dono das minhas rédeas mas não tenho trono, tenho sido guerreiro, sem vitorias , tenho a capacidade de me baixar perante a vida e de me erguer, perante a luta !!! Hoje consigo voar sem sequer me mexer ....
quarta-feira, 21 de junho de 2017
Hoje há nos olhares
húmidos a eterna vontade do quase nada … Pedaços sujos de pensamentos, expectantes da fama dorida…Sinto vestígios de egos
derretidos, perdidos em orgasmos múltiplos de livros rasgados em parágrafos
exagerados!! Escrevo uma fábula com
atores nus , de mãos geladas parindo palavras que derramam sangue pelo chão,
nos sorrisos falsos deste infortúnio que é homenageado
… Todos os dias pinto o sémen deste luto, neste nojo que me leva a escrever
sobre o vulto da masturbação lírica! Deixo as velas acesas, saturadas pela escassez
das cartas escritas em tom suspenso…Mexo os meus dedos nesta corrida às
palavras, fazendo-as pecar silenciosamente, fecho as persianas da
vida, quase num gesto imperfeito de auto mutilação delicada…Não me canso de
escrever palavras que ficaram por dizer, viver, hoje , apenas saem-me pelas mãos,
adormecidas no fetiche dos lábios …Hoje vivo esta embriaguez reduzida ao meu desequilíbrio, precipício de
quem já nada teme...
terça-feira, 20 de junho de 2017
Hoje não sei ser mais
transparente, neste trovão de palavras que ouso colocar em foco, na magia
ondulante que o vento provoca nos meus cabelos…Ecos uivam ao largo das minhas margens,
nas sombras que projecto em cada sonho que desenho delicadamente na opacidade
do meu olhar sob o horizonte desmaiado. Tenho a necessidade de colorir todos os
adjectivos que encontro nesta arte vulgar, de quem usa o resto das tintas , para colorir
as paredes já eternas …Trago no olhar o sorriso, misto, de quem engoliu os
planos atingíveis , possíveis , alcançáveis , dispo-me novamente de todos eles,
recuo, revivo pensamentos na expectativa em vão, de um mero olhar, mas a rua
ficou deserta …Porque me destruo assim ? Porque embalo as minhas cores num
universo assim! Respostas que não tenho, mas!! Há dentro de mim uma
cumplicidade hormonal que leva os meus impulsos a serem poéticos e me fazem
escrever como se cada palavra pudesse vibrar no sitio certo…Sim eu posso
continuar a ser transparente e fazer da
minha cumplicidade hormonal a conjugação eterna do sonho, mas, eu não
quero mais…Não sei ser rascunhos, apenas sei que és o titulo deste livro que
escrevo…
segunda-feira, 19 de junho de 2017
Hoje fico sem saber
até quando aguento desenhar por dois uma dança onde os sons se atrofiam no
batimento cardíaco que impele a
concretização linear de meros pensamentos. Imagino-me em breves suspiros onde as formas que me compõem são o motivo
para a hesitação, para a despida …como se dum mistério faltasse revelar aos
olhares curiosos que nos fitam imaginando que as histórias não se unem,
imaginando que não protagonizamos passeios cheios de segredos acumulados e
registados sem necessidade de lançar aos ventos , ainda assim ,
vislumbro-me em segredo. Há pessoas
que eu apenas imagino, e !!! Concluo-as enquanto crepúsculo possível de
alcançar verbalmente, como um momento para delinear objectivos respectivamente
concebidos em noites de ponderação coerente... Posso até as projectar enquanto
embriaguez, sob a lua cheia. Mas !!! acordo e volto a transformar-me em pôr do sol,
enquanto não exista capacidade para mais, lanço-me em cometas, que ardem
na criação dos astros, reconheço-me excessivamente romântico num segredo apenas
meu…Mas hoje como em todos os dias relembro,
de como existe um mundo para ver, relembro-me de como quero partilhar
este mundo com mais do que o meu indisciplinado espírito. Posso até jurar que
espero ansiosamente pela mera possibilidade de ter que fingir não ver e não "a" reparar na rua…
Hoje
reflicto e percebo que na vida somos na sua metade apenas, falsas identidades e momentos pouco
genuínos... Circunstâncias adaptadas ao conveniente da vida e nunca pelo nosso coração. Vou aquecendo as
palavras na fogueira que acendi neste esconderijo onde vivo as oportunidades…Ainda
que raras , são as minhas! Recuso-me a elaborar discursos de eternidades subentendidas, porque existe uma conotação romântica no porquê da minha escrita.
Não intitulo de ingénuas as palavras nuas de verdades, aquecidas pela rapidez
dos sentimentos e a fugaz certeza de futuros preenchidos… Hoje somos todos isto,
indescritíveis pela magia associada, é impossível de adjectivar a falta de
conceitos da trave mestre de tão grande vastidão que poderíamos ter sido ou ir sendo assim nos tivesse sido permitido…Tenho
em mim esta dádiva apaixonada e simultaneamente tão forte de vida ! Tenho em
mim esta possibilidade de amar, de
partilhar momentos de luta que até parecem os mais fáceis. Tenho em mim a capacidade de ler-vos nos olhos que o tempo vos tornou , o
pronome possessivo que daria lugar à necessidade de uma descrição longa mas não
quero ninguém que seja meu , quero alguém que seja apenas comigo!!. Deixo-vos ficar por ai acedendo fogos no peito
e deixando que nos seja aquecida a pele em noites de previsível tempestade na
rua de outros. Não escrevo musicas, mas já o fiz!!! Estas foram banalizadas
pela falta de bases…Faltava-me a Lua, faltava-me
um colo, ouvir, ver, sorrir perante silenciosamente, os sítios onde
se cria o amor!
domingo, 18 de junho de 2017
Hoje
levo nos bolsos poesia falada de noticias de sonhos
naufragados, remexo a terra com pedaços
de mim, que dão vida aos eternos silêncios que me compõem…Pedaços que compõe quem escreve são o eterno quase
sinónimo da palavra gasta, das pessoas gastas fustigadas pela solidão. Usadas
a troco de nada, largadas nos sete cantos do mundo onde nasce a inspiração. Não
sei onde perdi o amor, se nas ruelas
percorridas, se na água em que me mergulhei
da insignificância, do não ser protagonista que não sou! Hoje na minha vida não
há mais guerras a travar, nem bocas que gritam pela minha luta. Hoje se a infinita
conformidade do amor fosse isto, eu ergueria as armas em forma de letras, relembrava
a magia que é ser-se, existir-se, amar-se… Carregaria tudo nas minhas
costas, mas as bagagens não chegam ao destino, sem tempo as concretizar!
Mais vale entrar numa corrida rápida, sem muito destino, pois é isso que nos
resta do pouco mapa que ainda somos. Roubam-nos a história e
calam-nos a voz…Erguemos-nos inconformados, mas cientes de um rasgo de destino
não é nada , apenas mais uma reflexo de uma herança de palavras genuínas, de
pessoas, as únicas que algum dia amaram, das únicas que
algum dia quero ser…
sábado, 17 de junho de 2017
Hoje
escuto as ilusões dos outros e estas cansam-me. É como se ouvisse as palavras
carregadas de sonhos e projetos, e me fizesse compreender como superficiais são
os meus próprios desejos ao pé dos outros! Há quem queira tanta coisa! Querem
uma casa grande no topo da montanha, com vista para um mar ... Querem as
viagens e os hotéis e os jantares mais ricos que há na vida. Eu quero acordar,
olhar ao espelho e acreditar que o meu reflexo é o único. Muitas ilusões
cansam-me porque a única coisa que quero é as minhas filhas perto, mais do que tudo
que se pode comprar ou receber. Muitos querem ter as certezas em detrimento das
incertezas. Não sei dizer como me magoa sentir que ainda há quem quer ser
mais do que outros… Eu daria a vida apenas para conseguir ser o que já fui. Muitos
falam-me dos seus sonhos e eu apoio porque é a única coisa que posso fazer.
Muitas vezes abdicamos de nós na nossa vida para abrir a porta para outros
seguirem nas suas caminhas e festas fora da nossa vida e estes vão-se embora da
nossa vida e nem reparam…Que foi uma decisão deles! A ilusão cansa-me porque
nos tornam invisíveis ainda que nos digam a cada dois segundos quão fantástico
poderia ser o nosso futuro. Cansa-me ouvir falar de dias que nunca hão-de chegar.
Cansa-me ter de esconder o sonhador que sempre fui e pousar os pés na terra
para que ao menos um de nós tente viver a realidade…As ilusões cansam-me mais
do que estou disposto a admitir, mais do que saberia dizer-vos. Mas! Por favor,
não deixem de sonhar eu apenas sou a pequenina parte do Universo que não
conquistaram. Não posso deixar de vos dizer que voem eu ficarei aqui para vos agarrar se um dia caírem… E, se não caírem, serei sempre a pessoa que ouviu os
vossos sonhos. Ainda que, depois, não arranjem um espacinho para mim dentro do
vosso coração.
sexta-feira, 16 de junho de 2017
Hoje digo-vos que muitas vezes temos consciência que nem todas as decisões da nossa vida estão nas nossas mãos, e nas mãos de quem estão, não há consciência do tamanho do todo...Nem sempre as nossas escolhas são completamente feitas por nós, mas sim por algo sem paladar nem som, algo que nos habita e que nunca viremos a conhecer, mas somos nós...Às vezes não temos consciência que o tempo não é infinito mas comporta-mo-nos como se fosse. E um dia aprenderemos isso, de uma forma ou de outra, porque o tempo finda no fim de cada coisa e não avisa. Um dia olharemos para trás e daremos conta que , temos a consciência que nem todas as nossas escolhas estavam na nossa mão e as que estavam não as fizemos...Convém recordar como um dia olhámos a nossa mão e ela estava vazia e saberemos, como soubemos na altura, que a escolha que fizemos não era a nossa mas aquela que fomos forçados, pela a vida, a fazer. O Tempo é cruel ou generoso, dependendo da taça em que é servido!!! É uma água que faz sede, é despertar sem aviso... Podemos fingir por algum tempo, que o tempo não nos importa e que o longe se faz perto, que quem espera sempre alcança, que a esperança nunca é morta...Mas a realidade vem e o Universo corta vagarosamente a possibilidade que tínhamos de escolher as escolhas que nunca fizemos!!!
quarta-feira, 14 de junho de 2017
Hoje não me permito ser decifrado, não é orgulho, presunção, nem jogo e
muito menos necessidade de aparecer ! Apenas carrego o sentimento de não querer
ser decifrado fora da hora, de não querer me sentir invadido, sem na verdade
ser invadido de uma forma legitima.. . É difícil explicar isso para quem não tem
o ouvido direccionado para o céu, para as estrelas, o ouvido treinado, aberto as
surpresas, aberto ao desequilíbrio dos sentidos! Para que de facto me consigam
conhecer tem de saltar o passo do relativo. Roubar flores e declarações de
amor, fazer alguém conversar sobre o segredo que oprime também é uma questão de invasão, mas docemente, que quando se vê já está lá, naquele espaço
que estava restrito , onde se podem cortar com pétalas e abraçar com asas …Isso é
conquistar, isso é entrar e decifrar… Não julguemos aqueles que por uma questão
ou outra não se expõem , quando há amor e o espaço do outro não se forma de
dentro para fora é sinal que estamos imóveis , suspensos há espera da sensação
que nos seja letal, invasora conquistadora
e nos deixe docemente em êxtase…Decifrar-me é um enigma de muitas luas, fiquem apenas sabendo que cada pensamento que aqui decapito, o tempo não os apaga nem destrói!
Hoje se eu dissesse
que acredito que o oceano parou, que o
Sol explodiu, e que todas as estrelas que compõem o vosso céu, não passam de um quadro num tecto tão
velho como aqueles que desabam…Então diria que é nas
casas imundas pelas chuvas que nascem os rios e é nas madeiras que gemem com os
nossos pés descalços que nadam os sonhos num norte confuso…Eu tenho uma bússola,
mas partida! Trago-a na mão sem norte
mas não são as memórias que me adormecem nas noites em que o coração
me saí pela boca! Neste rio que renasce
dos escombros de uma casa que foi minha, cresce o solo firme o porto de abrigo,
como se fossem vestes quentes que me perseguem, enquanto fujo na neve do frio
que me gela e me faz esquecer do quão quente já fui por dentro. Conto-vos todos
os dias uma parte da história, de uma
vida que poderia ser vossa!!! Hoje se eu dissesse que o oceano não teve
corrente, não acreditem, tentem vocês reconstruir esse universo, sejam vocês o
mar e o sol, sejam o céu de alguém, imortalizem as vossas palavras num livro, num
rascunho de pedaços de vida de alguém, sejam o orgasmo escrito de um amor mesmo
que descubram que as estrelas nunca existiram …
terça-feira, 13 de junho de 2017
Hoje acordei assim, vazio, como se o meu silêncio gritasse e
apenas ouvisse o seu eco a tempo inteiro. Escuto esse som
pelas portas, pelo corredor pelas roupas que entre si conversam e se
combinam esperando o meu corpo para lá se instalarem, os sapatos ensaiam os
passos para o caminho , mas não ouso chegar mais perto… Vejo-te, o
meu corpo arde como se fosse verdade, a lembrança que eu vesti de
mentira!! Colori o meu corpo só para mim…Camuflei - me escondi-me. Ninguém me
viu mas eu estava lá , sem palavras, sem um tom que me definisse …Sinto que
usei as vestes certas, deixei as cores prostituírem-me mas a minha
rota mantém-se ... Eu já formulei mil teorias, mas o amor, quando é para chegar, se veste na forma de decepção, de
onde menos se espera ele surge e quanto menos se espera mais ele se revela !
Agora vou chacinar as minhas palavras. Outra e outra vez; como se o som desse eco fosse forte
o suficiente para depois perder-me, nos colos que me aconchegam de magia em
frases construídas ao som de ritmos que me levam a voz, gastam os pés, roubam a
alma em e tornam fogo em folhas que incendeiam os outros…Prefiro ser assim como
um átomo cheio de arte, em vez de ser um resto de corpo usado por mil
mãos de nostalgia! Antes de juntar-me aos corpos quero partilhar palavras que
são minhas , abrir-me e sonhar até ser dia!
segunda-feira, 12 de junho de 2017
Hoje sei que crescer nos
rouba muita coisa…A ingenuidade de acreditar por exemplo num porto-seguro.
Mas!!! Não existem portos seguros, não existem sequer oportunidades para
descansar, a meio de um caminho! Criar
um trono e descansar… Existem sim momentos, sentimentos, oportunidades de partilhar caminhos, ensinar,
ser-se ensinado. Amar hoje é sem duvida perceber-se que afinal, nunca se amou. Há
sonhos que imortalizam-se. Na mente , no coração …Seja onde for. Existem em nós restos , pedaços e não há nada mais, além de
restos de pessoas e pedaços de lugares que levamos connosco para onde quer que
seja! Viajamos de lugar em lugar de forma inconstante, enquanto incerteza. Levamos um
amor ao jeito de quem já cresceu, nada de coisas felizes e eternas, nada de
metáforas. Uma calma e uma tranquilidade associada a esta coisa de querer muito
alguém. De querer muito ser nem que seja
um dia só feliz …Há sempre medo de cair e ali ficar, ao abandono. Entretanto
viajamos em pensamentos de comidas, que cheiram bem e lugares que não conhecemos
tornando-nos também restos de pessoas, de
lugares, alguns que já quisemos partilhar…Vamos crescendo e tornando-nos inteiros.
Preenchidos e completos mas, sem precisarmos de portos-seguros, além de nós
mesmos! Para que esta coisa dos encontros e desencontros, para que este
sentimento de não eternidade, possa ser igualmente boa, mesmo quando se cresce,
mesmo quando os sonhos de amores para sempre não passam da idealizações
convenientes para o não nos sentirmos sós…Assim nós também somos restos de outras
pessoas que por nós passaram…Vamos crescendo dividindo as nossas verdades os
nossos pedaços que apenas são ditos pela
metade!
sábado, 10 de junho de 2017
Hoje sou apenas a nota de música, que suavemente se deixa soltar da corda esticada do corpo, sou um violino. E quem me ama um arco, que roça suavemente sobre a minha pele. Juntos podemos e compomos sinfonias, mares de sons e melodias que vibram no ar da minha madrugada. Já é tarde, o meu desejo ainda desperto, clama pelo toque suave, mas!!!, Sinto-me rendido ao prazer do vazio de silencio, mas!! Volto a tocar-te em novo concerto de abraços e apertos, gerando nos teus lábios o gemido perfeito que acorda a Lua e desvanece a névoa nua que me envolve. Invento mil formas para sentir os ecos , onde e como me tocam, aproximo-me vindo do nada e sobre tua pele já molhada descanso, de novo, o meu corpo em arcada, só para ouvir de novo o som encantado, que é o silêncio abafado dum grito inflamado de dor e não de prazer. É assim que o amor devia de ser, louco até insano e conturbado ...Mas!!! perfeito de melodias de encanto, complemento pleno entre a dialéctica do violino que sou eu e o arco que me toca e me faz música.
sexta-feira, 9 de junho de 2017
Todos os seres voariam se fossem anjos e iriam
ás nascentes dos rios sagrar nas águas seus sonhos, lá lapidariam nas
pedras os seus nomes... Mas!!! como anjos não somos , voamos , assim, como
homens, e de heresia em heresia, toldamos as águas, destruí-mos as matas,
matamos sonhos, que sangram na terra ao semearem a tristeza . Voariam os homens
como anjos se escalassem ao ponto mais alto da montanha e lá escutassem
palavras sagradas de sonho e com elas escrevessem um livro repleto de verdades
que nem todos vêm!!! Na realidade, voamos com asas de homens e por vezes
buscamos destruir pelo caminho, toda e qualquer evidência da vida que soa nos
sonhos que desejava-mos um dia viver. Voariam todos os seres com o som da
fragrância de sonhos vividos se fossem anjos ...Somos apenas homens temos que
nos reduzir à nossa insignificância ...
quinta-feira, 8 de junho de 2017
Hoje sinto a pressão
constante que é a de escrever, a necessidade de dar palavras ao nada, aquece-me
a alma numa contradição protagonista da infinidade daquilo que sou. Ao contrario do verão, o inverno sempre me trouxe a inspiração necessária para escrever. Sem que fosse
isso sequer uma escrita criativa, são, apenas pensamentos de fácil colocação em papel…Sabem estou cansado de
viver algo que não me é totalmente dado! Viver algo só porque fica bem ou
porque está na moda a mim não me agrada de todo! Chega uma altura da vida que
nos apercebemos que bebemos o mesmo chá de sempre, e que apenas as mossas mãos
mudaram na forma de pegar a chávena…Esse dia acaba sempre por chegar a todos,
usamos sempre as mesmas palavras, contamos as cartas que escrevemos e ainda
assim foram escassas, para guardar numa cómoda de um coração que nunca te
esperou…Quando chegamos à conclusão que não vão existir mais céus a não ser o que te vai receber na hora da partida, então olhas para os teus livros, e para os
teus retratos na parede de uma vida, e, fechas os olhos e prometes-te a ti mesmo
voltar a visitar os mesmos lugares e a amar as mesmas pessoas que amaste …Então
o que faltou nesta vida? Talvez memorias de um amor que não chegaste a dar-te
ao trabalho de viver! Vou adormecer agora, ai sim eu tenho asas para poder
viajar pelas nuvens e guardar nelas o egoísmo do coração …
quarta-feira, 7 de junho de 2017
Hoje sentei-me na
rocha que se erguia ao longo do céu, do tamanho de um monstro. Tentei-me
equilibrar delicadamente, mas, senti o fio de vida que se apresentava entre a
rocha e o nada… Eu já senti adrenalina que ultrapassava o gosto de ter um
coração nas mãos, eu já quis ser a salvação possível para o presumível pé em
falso…Já mandei calar a água, em
silêncio, já supliquei que os mares não se revoltassem e não fossem banda
sonora de nenhum desastre, já pedi para
esta rocha me suster, mas hoje apenas ergue-se o céu em forma de um labirinto
que se espelha na orla quase óbvia deste mar que envolve a minha rocha….
Descubro-me no virar das esquinas, das escarpas que se cumprimentam, quebro a
tensão que imaginei previamente... Os caminhos cruzam-se ainda que em sentidos
opostos, na adversidade das marés adivinhadas, de quem já percorreu o mesmo mapa
inúmeras vezes. Vou saltar desta rocha e embrulhar-me nesse mar que me banha,
este eterno medo, onde mais um naufrágio
seria apenas mais uma lenda… Afinal nada vejo, nesta noite não há horizonte…
terça-feira, 6 de junho de 2017
Hoje
venho dizer que tudo que temos de bom
escondemos! A ternura, o encantamento, o agrado em ver, acariciar, em
cooperar, a gentileza, a alegria, o romantismo, a poesia, sobretudo os
sentimentos. Para mim nem tudo tem de ser sério, respeitável, comedido,
fúnebre, chato, restritivo, contido...O sistema sentimental é sem duvida
a máquina mais complexa e neuro-mecânica do Universo conhecido. Eu
sinto-me uma metamorfose ambulante, acredito em todas as velas acesas, sei que
elas vão derreter enquanto existir cera...A vida nos prepara, nos arma,
nos desarma, abre a guarda... Há quem diga que o tempo está sempre a favor
das nossas escolhas e do nosso ritmo, mas isso serve apenas como consolo para
um coração já cansado.. Desgastado! tantas vezes o coração sai pela
boca, parece ter sido engolido desatando o nó na garganta,
dilacerando, cortando, impiedosamente o que nos resta... .Não sei quem
inventou que amor, mas ele é baseado na reciprocidade. Mas muitas vezes essa é a receita da solidão,
nunca recebemos o que damos, nem damos o que recebemos….Amar não é retribuir, é
entregar sempre! Independente do que tenha sido recebido, amar é devolver só
amor e em dobro, em doses imensas, até paralisar , amar é paralisar, Paralisar
o medo, a insegurança e ser forte a ponto de não se importar se vai ser
retribuído, se vai durar, se vai acabar numa rua qualquer ou vai recomeçar
a cada fim de tarde…. Se não é assim, não é amor, é qualquer sentimento que conforta o coração mas não é o amor! Estar sozinho é,
muitas vezes, querer abandonarmos-nos…E eu, fui obrigado abandonar-me...
segunda-feira, 5 de junho de 2017
Hoje decoro os sons que carrego ao andar, sons que prevejo na forma
desastrada do sentir. Sim a ti sei-te sabendo, das imperfeições, com os medos e
fraquezas como quem sabe quem ama!!!
quem quer!! Deixei de me focar nas lembranças do passado, de que fugi, não são memórias insignificantes para o erguer de hoje. Faço-me de Anjo, descrevo e dou o meu nome aos gestos quase invisíveis que deslizam na pele …Permito-me no silêncio do quarto instalar a forma como os olhos se
penetram e fazem amor uma entrega, onde a respiração serena seja pianos que
ocupam os vazios das casas onde vamos
ocupando os vazios da vida! Vou desenhando palavras com que muitos limpam as
mágoas …Vou verbalizando possibilidades de quedas e convencendo-me de que
também o chão é abrigo, e o Céu é para todos , porém apenas depois! Olho-me neste terminal , vazio
onde desenho com cores da expressão do amor …Desvio o cansaço enquanto a
armada com escudos do bem querer , me perdem em batalhas de quem não percebe nada do que
quer!!! Acabo fazendo poesia com o desmoronar dos meus castelos, paisagens esquecidas, previsões ingénuas desta bagagem que transporto que se veste de nudez, dos
dias longos, dos julgamentos injustos, que acabarei sempre por descrever como
quem constrói o som do amor e partilha o dom com quem ama! Não olho para trás
mas esse perseguidor , persegue-me !
domingo, 4 de junho de 2017
Não insistam em desvendar a paixão que enlaço em mim!!!!.Não queiram desmascarar nenhuma das minhas expressões... seria um trabalho longo e penoso.Acreditem, porque tudo o que te digo é verdade... E se desperto simpatia de uma forma geral... é porque faço da alma o meu sentir.Além disso, não vejo motivo para que me insultem como alguns já o fizeram gratuitamente ...Se me elevo em nome de uma esfera iluminada e de rara beleza… a lua... é apenas para me sentir mais próximo das estrelas.Por isso volto a insistir...Desistam de tentarem saber mais do que aquilo que eu mostro. De mim nada mais saberão a não ser que… danço na berma do abismo… entre o riso e o enigma... Vivo mais do que momentos… acrescento alegria!!! Vivo mais do que amor… alio sentimentos!!! Vivo mais do que de fascino…Descubro maravilhas!!! Vivo mais de silêncio… revelo-me por gestos!!! Sou mais do que uma luz… sorrio com o olhar!!! Tenho mais do que vontade… desejo!!! Sinto mais do que um universo…Sinto a vida!!! Sou muito mais do que idealizo... Porque? porque sonho!!! Sou mais do que preciso... porque me aproximo dos outros!!!
sábado, 3 de junho de 2017
Hoje não adianta dizerem-me que um olhar vale mil palavras, que o silêncio diz tudo. Não, não e nem pensar! O olhar fala mas é preciso sentir, tocar, cheirar, provar, morder e ouvir. Ler. Então, por favor, Digam-me , palavras , qualquer coisa que seja, uma frase, qualquer palavra perdida que vos defina que vos projecte. É preciso que as palavras nos eternizem. Palavras foram criadas para fotografar, imprimir o coração, não poupem o mundo da sua essência, elas são simples mas necessárias, precisas, e insubstituíveis. As palavras são lindas e a pureza de serem ditas, está de não terem de ser de pose ou posse ... Quando a nossa voz perder o sentido então escrevam, ninguém se apaixona só por pessoas, eu me apaixono por frases, alimento-me de palavras, verdades, incertezas, medos, doçuras e pequenas mentiras...Gosto de provar verbos, gosto de ler, sublinhar, reler por isso escrevam. Hoje são as letras que em encantam, vogais, combinações escritas entre o que se quer dizer e o que se diz. Não precisa dizer bonito...As palavras viram poesia quando são ditas com a alma. Por isso, rabisco e analiso palavras, sentindo-as… Permitam-me dizer que não busco gramática, dicionário, frases de encantar para preencher vazios. Busco letras tortas, directas, indirectas, mas, verdadeiras, honestas, onde possa brotar o silêncio da alma, que este, se transforme em palavras que eternizam um amor no coração!
sexta-feira, 2 de junho de 2017
Hoje estou certo que com este céu que me banha, eu poderia voar apenas
com as asas que os meus dedos desenham…Acordei aqui, meio despido de alma
nua, nas teias das dores encobertas desenhadas nestas breves palavras em forma
de trevo! Procuro um sorriso nas palavras que escrevo, nestas avenidas
inundadas pelos sonhos que persigo, na procura e na destruição de lembranças
que as flores das minhas sementes deixaram na terra fértil, desmaiadas, na fome
das asas dos sonhos insuflados na ternura do bosque dos silêncios…São 7 da
manha, e o sol espiga o meu corpo no silêncio de crenças em lenta combustão,
embriaguez indecisa em lençóis de estrelas como a pele dum corpo celeste! Fico
assim, afogo-me em mel, em lábios molhados, em beijos de fome há muito
plantados!
quinta-feira, 1 de junho de 2017
Hoje
pergunto-me se beijar alguém é coabita-la? E se fosse! Seria até que os
espasmos de uma morte lenta nos levasse? Eu não minto, eu já
acreditei nisso, o meu coração protagonizou-se numa altura em que o sol se punha,
entre corpos que não se vêm. Senti-los. É como se não houvesse mais nada que eu soubesse
fazer… Acho que era capaz de sentir até em segredo, sim segredo da certeza que
deixa de ser exacta onde a novidade predomina ... Depois recolhemos-nos em lençóis que agradecem sempre Mas !!! O coração
não. Se colocarmos tudo isto numa prateleira, e esquecemos-nos daquilo que
somos, para aquilo que vivemos. Ficamos na rua com os loucos e como eles, sim
esses mesmo, que falam em amor, como se pudessem falar em amor. Vivem no corpo de vagabundos insanos, por terem dado
a mão à filosofia, e à banalidade que
nos desafia !! Porque tremem as minhas mãos, se nem existem pianos aqui? Para
que tremem as mãos, numa noite tão serena? Se não tivermos um olhar para nos fazer
reviver, viver, ao som de um violino sentido, mesmo com as marcas do tempo delineadas
em silêncios e largos passos de mágoas… Ando com os sentidos agitados, tentando
domar este piano que quer tocar ao ritmo do amor , esse carrasco que me mantém a cada passo nesta dança, e me faz entrar nos sonhos como um génio da lâmpada magica
, onde me faz ser o Aladino deste cais que fundeio no meu instinto matador despido ao mergulhar no bailado insano, sufocado pelas chamas que me matam em tempestades de vida!
Hoje foi um daqueles dias em
que o peito nos obriga a escrever. Depois de tantas paisagens bonitas, depois
de tanto Sol na alma. Hoje foi um daqueles dias que esperamos que não acabe, naquele momento
certo ...Esperamos que não acabe, eventualmente o ar vai e a monotonia regressa
como sufoco ! Mas hoje não...Só mais tarde. Se não fosse a constante sensação de vazio, que
me acompanha como se sombra fosse, estes últimos dias, teria possivelmente, um
dos dias mais bonitos da minha vida. Pela sua calma, a sua simplicidade, e pela
quantidade de luz e vontade que transportei no peito. Senti que as minhas mãos
esta noite não iriam tremer nem tão pouco iria escrever algo estúpido…O meu
coração beija o olhar neste berço da
noite, onde há um anel de fogo que inunda a carne embriagada pela entrega…Desejo
incendiar as aves intactas, inocentes desse rosto que desenho em pensamento, adormeço
no peito em chamas nessa fonte de nudez sussurrada nas palavras de desordem
ofegantes…Hoje vou beijar, coabitar os astros , que passam olham mas não vem a
outra dimensão daquilo que somos!
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