terça-feira, 15 de novembro de 2016

  
Hoje sei e sinto que sou feito de metades , já que há uma metade de mim que desconheço e uma metade que ama, que chora, ri, e implora…Há uma parte de mim que nunca percebi porque, ama, deseja, cai e fraqueja!! Há uma parte de mim que não conheço, que vive, luta, suporta, ouve mas não escuta. Hoje s sou feito de duas metades, do racional, sensato de pés assentes no chão, dos pesos, das medidas, das regras, das imposições, do social, da cortesia, do conhecimento e também e isso lamento com alguma hipocrisia… Mas há outra metade de mim que é vida, sangue, fúria, animal, angustia, paixão, loucura, desejo ,chegada e partida!!! Eu sou Assim!! Espelho essas duas metades , numa sou feito de sonhos na realidade!!! Na outra sonhador e realista… Uma dialéctica de duas metades que se completam não sei qual delas impera em mim, se a que analisa, ou a que sonhou com os pés assentes na terra em busca de um sonho…Meu Deus se o meu Sorriso mostrasse o buraco da minha alma , muitas pessoas chorariam comigo!!!
 

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Quero tanto que a recordação do amor se eternize nas imagens que em mim guardo que quase tenho medo de continuar a viver!!! A serio !!! Na vida há momentos de uma perfeição poética tão exagerada como a estrutura da ilusão, que nos sufocam o respirar e nos transportam para um estádio julgado inatingível de felicidade. Sonho acrescentar-lhes novos dias, sons posteriores, ou influências externas, que  implica estrangular, com a repetição aperfeiçoada do recordar, o que o passado nos permitiu viver e desfocar a imagem do que já foi real. Quero tanto recordar o amor,  indefinidamente,  que quase sinto a coragem para congelar o meu coração e a parte do cérebro que imprime as fotografias do olhar... Agora pergunto seria  a solução viável parar o decurso do meu próprio tempo, doá-lo ao imaginário que nunca vai existir e permitir que esse imaginário seja a eternidade possível? para ser sincero não sei!!! Hoje invade-me este medo de pisar o terreno estranho dos dias que ainda hão-de vir mas, enquanto a cobardia desse sentimento me impedir o abandono deste palco, vou continuar a legendar o incerto com as imagens que os meus olhos souberem construir, procurando agarrar este prazer que é o de conseguir eternizar em palavras a infinidade do meu infinito!
Hoje faço uma auto critica e à generalidade dos mortais, gastamos tempo reclamando e não agradecemos o que conquistamos...Será que não estaremos a esquecer da GRATIDÃO. Estamos nos tornando pessoas ingratas ao deixarmos passar despercebidos, sem emoção alguma, a manhã que nos é dada para a oportunidade de mais um dia; de sentir o cheiro de café logo cedinho; do pão quentinho ou; de ter um tecto para nos abrigar do mundo lá fora, do frio, das tempestades e do calor; de ter dinheiro suficiente para comprar comida, pagar as despesas e ainda ter um extra para algum lazer. Estamos esquecendo de agradecer o pôr-do-sol, o céu com suas estampas variadas, os prazeres que sentimos ao sermos abraçados, protegidos e amados. Estamos esquecendo de agradecer pelas oportunidades que nos são dadas, pelos sonhos realizados, pelas conquistas grandes ou pequenas. Estamos esquecendo dos sentimentos trocados, das confidências e dos desabafos, que confidenciamos aos amigos ou para os amores vividos. Estamos esquecendo da gratidão que é a saúde, a prontidão, o bem querer alguém, o bem-estar. São tantas gratidões que não percebemos...Que a Ternura nasce em nós aos cachos apenas temos de os saber colher!

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Hoje preciso estar sozinho e isto é, muitas vezes, querer abandonar-me. Quando estou só não posso desistir de mim mesmo, quando ninguém mais acredita, quando ninguém mais está ao meu lado, quando descubro que, inevitavelmente, não cabia nas pessoas que mais amava... Não cabia nas palavras nem estas cabiam jamais em mim...Assumir quando se é doce, e não permitir ser dominado pela amargura meio amargo só chocolate!!!! Os valores estão cada vez mais invertidos, é bonito ser falso, ser amargo, ignorar as pessoas e estar cada vez mais indiferente e mais frio a tudo. O amor virou memorias, inspiradoras, como nas novelas, é bonito ser puro e amar assim. A solidão só é venenosa quando administrada em doses altas, poucas doses de solidão são vitaminas - força, conhecimento e lealdade. Pode-me até doer eu sei que não permito ser decifrado, não é orgulho, presunção, nem jogo e muito menos necessidade de aparecer ..É apenas o sentimento de não querer ser decifrado fora da hora, de não querer me sentir invadido. É difícil explicar isso para quem não tem o ouvido para escutar ou olhos para ler... Quero ser invadido docemente, por alguém sem esperar, alguém que rasgue com talos de rosas, corte com pétalas e abrace com asas ...Isso é conquistar, isso é entrar e decifrar.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Hoje o mundo, está prestes a ruir e eu apenas penso em descrever cada tijolo que vejo cair da forma mais bela. Sim sou imperfeito e são estes gestos delicados que me dilaceram a alma e me completam. Lentamente, como bolhas de sabão a subir aos céus, vou tecendo o tapete da minha vida. O resto é ruído. Dentro de mim repousa outra vida, e esta é a minha verdade, e a prova de ter existido num outro tempo ...Vivo a vida ausente, na lacuna das letras mortas, vencidas pelo presente triste ... Sou a sombra do futuro e o fantasma da vida que deveria viver!!! Hoje aqui sou a ausência , deserto de uma alma, esquecida numa escrita fértil onde as letras são sonhos ...Mas !!! a Minha memória furta-me do presente e vivo ausente , olho-me no reflexo do mar ao luar e pareço nocturno e imperfeito..Meu Deus!!! Ergo as mãos ao céu e suplico-lhe a voz da água que não soa nas pedras do meu riacho , peço-lhe que me olhe de novo porque esta noite olhei-me e não me vi....O mar veio e destruiu os castelos de areia que fez com os meus sonhos inacabados...

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Hoje sinto a minha boca oceânica, onde espalho um mar sem pressa, sou um peixe a navegar junto ao cais, escondo-me das pequenas embarcações que se aproximam, elas trazem as verdades dos homens inscritas nas velas…Eu já as sei de cor!!! Rego as minhas margens improvisadas como se fossem de papel...Escrevo na praia a solidão dos búzios, projecto o sol no seu deitar, nas minhas águas, vestidas de conchas gaivotas, oiço mais um barco a passar nestas águas de verdades navegáveis…Amo cada gesto que me deixam no horizonte, amo as lágrimas que ver-to sobre este mar que transpira em cada poro meu de saudade a ternura que os meus olhos deixaram na aurora de outro dia!

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Hoje uma voz sentou-se na minha  porta, cantou para mim a noite toda, nua, doce, amarga, essa voz, que emergiu da lua…Acabei a olhar para uma estrela, suspirei pelo vento, para que me desvia-se a  nuvem triste que me enchia de nada !!! A lua ergueu as suas mãos num suspiro imperfeito de clarão  íntimo, mas!!! O sol quente nesta noite fria repeliu-a da muralha da minha vida, talvez por isso,  os meus versos excedam a voz e o canto, são ausências escritas que eu grito na minha fome, quando a minha lua canta Sede! Eu sei que estou num País que nem sempre vê a lua,  o que não vejo doí-me, deixo a porta aberta, olho céu, agradeço a pequena brisa que a noite me devolve neste meu berço perdido!!! Mas!!! A água fica parada… A lua não a vejo…As ruas ficam escuras…Quem ilumina esta rua? Cheira-me a canela e maçã, já é outono é verdade!!!Não sei porque mas hoje deu-me para fechar este sentimento com uma poesia do paladar…

sábado, 5 de novembro de 2016

Hoje digo-vos que o amor transformou-se noutra coisa com o mesmo nome…Amor hoje é uma ternura simples, quase dolorosa, de muitos silêncios em todas as horas do dia e um poema que se dissolve dentro de mim e que, devagar, sem rosto, desaparece. Por vezes, ousamos pensar porque temos cérebro, ousamos caminhar porque temos força ,ousamos ouvir porque somos bons ouvintes , ousamos Amar porque sentimos , ousamos ser Livres porque não conseguimos estar presos.. ousamos escrever porque os dedos não se calam, ousamos ver porque nossos olhos são curiosos, ousamos ser românticos porque o amor nos corre nas veias, ousamos ser discretos porque não sabemos ser secretos… Muitos dizem que quando um sonho se realiza é um fim de um caminho . Mas não posso concordar depois de ousar dizer o que disse… Moral da historia escrevo pagina em muitos espelhos e o sonho é um inicio sem fim .

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Muitas vezes sinto a vida presa apenas por cordas, mas nem todas me seguram e as que não me seguram são de entrelinhas  talhadas pelo tempo que ganham  e perdem sentido...As minhas palavras  são agora emaranhados vagos perdidos em  linhas numa emoção de retalhos...Sou um  fragmentado, que flui do íntimo sem amarras sem som definido ... Esta é a visão que tenho de mim, como um cego tacteando Braille, tentando decifrar os enigmas de uma vida que me expele... E quanto mais eu busco achar o que penso, mais eu penso em não achar o que busco...Muito estranha esta percepção rara de que nem tudo é mais o que almejo, dúvida certa de que nada é melhor que um beijo, que una os lábios sedentos de tanto desejo...Percorro a alma ardente de uma espécie de fôlego sem ar, quando o resto de tudo é pequeno demais para tentar desatar as cordas das entrelinhas que ousam me revelar...

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Hoje acordei a meio da noite e disse :sou apenas uma "estrela" distante, de luzes fulgurantes de um sonho que aconchego no esconderijo da alma. Sou pedaços de brisa que se encontram nas noites adormecidas e me acordam a mente em direcção ao suspiro das palavras. Hoje nascem poemas como cascatas de desejos que fluem desalinhados no tempo, palavras desamparadas, almejando o encontro dos corpos. Hoje peço , habita-me, mas!!! não me violentes no meu futuro! dá cor á história que eu canto ao vento, no desalinho dos ecos que me orientam os passos rumo ao jardim da memória...

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Hoje a tarde amanheceu na ausência continuada do vosso olhar, como se os ramos e as flores não pudessem coexistir na mesma árvore!!! Hoje as asas das aves moveram-se, mas elas continuam imóveis...Hoje depois de um brilho do sol, as nuvens desfizeram-se em cinzas...As lágrimas romperam gota a gota resvalando pelo vidro da moldura do meu olhar...O vento esse corta as persianas da memoria como se estas fossem feitas de papel...Hoje já não havia esperança, nem um lugar paralelo onde ela se aninhasse...apenas o deserto pleno de um vazio que me estrangula, como uma serpente que se enrola na vítima até ao sufoco... Esta tarde sabem, podemos inventar um sonho, tracejar uma vida...Podemos desenhar um rosto, procurar dar-lhe vida... Podemos repetir, pensar debater até à exaustão mas a única conclusão que chego é que , é a dor que nos faz fortes e nos leva a cometer as maiores barbaridades como aquela Mãe cometeu em Caxias…Amar um filho não é fazê-lo contar os anos é sim fazer com que os anos contem!

domingo, 30 de outubro de 2016

Hoje confesse-vos,  que um dia num rodopio de um choro convulso e aflito cheguei a pensar suspender a minha  existência. Segui no compasso seguinte do silêncio pontiagudo que se estreitou entre mim e a vida, fui distorcendo palavras de uma mágoa qualquer!!!. Imaginei apenas o meu olhar vazio e triste, ávido de  cabelo em cascata a cair-te pelos olhos claros, o desalento dos meus  passos e uma mão repetidamente nervosa a cair-me no colo em cada soluçar reticente dos amigos agora esvoaçantes. Desembaciei a distância na tentativa de a encurtar e esperei tranquilo pela tua desilusão. Cheguei num pequeno abraço e, sem darem por isso, a despedir-me dos que mais amava....senti-me uma criança abandonada num súbito naufrágio de pessoas sem cor!!! De repente a minha manhã vestiu-se de um breu inóspito, próprio de uma noite sem lua e fiquei perdido no labirinto do meu coração. Compreendem?? o que sinto cada vez que uma lágrima ousa me espreitar!!! Eu pelo menos sei compreender-me e percebo o que sinto  quando a sublime escuridão me extasia os sentidos... Vive agora em mim esta angustiante vontade de voar para um  espaço aberto e conferir a esperança que hoje me desampara por um qualquer motivo que o destino ditou. Queria ser a brisa na palma de uma mão, para que não sentissem necessidade de cerrar os punhos numa revolta que não é caminho. Queria continuar a sonhar, como tantas vezes soube fazer,  "dançar" com a vida neste rodopio distorcido que ela nos impele. Queria roubar-vos um sorriso para que com ele conseguisse apagar esse amor ancestral que guardo ainda em mim. No entanto, continuo suspenso perante a inevitabilidade de uma lágrima, perante a impotência me agasalhar o coração numa redoma de amor. A minha noite antecipada congela-me os músculos e questiona cruelmente esta existência que no meu pensamento e em lágrimas que me vou dando vida...

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...