sexta-feira, 12 de maio de 2017

Hoje eu consigo ler a alma num simples olhar. Com esse olhar consigo  corromper o coração!!! levo todas as minhas certezas para um reino onde não nos podemos completar com fama, com carinho, com realização pessoal sonhos ou felicidade! Nesse reino nada é certo, tudo perturba,  perco-me  nesse espacinho que fica vazio no coração , ando ás voltas nessa utopia  …Quero tanto preenche-lo!! Algures no tempo perdi a minha verdade,  por isso ando ás voltas nesse pedacinho que está vazio no coração , há quem chame solidão, para mim é apenas uma liberdade de ainda procurar e tentar  escolher no labirinto os olhos que me irão guiar, por isso , pouso as armas para o meu  exército não me tenta roubar a vida…Se eu morresse amanha o que me diriam hoje? Não  pensem que desisto de lutar pelos meus sonhos, e não desisto de tentar ser feliz. Apenas desisto e abdico daquilo em que não acredito. Acredito no olhar , dispo-vos a alma, sinto-vos nus perante o criador …não se importam!? Hoje ando ás voltas neste pedacinho vazio do coração, nesta sala de estar sem sofá onde sinto esvair a vida na minha desistência, onde me roubam o mais intimo suspiro…Ainda me questiono se vale a pena deixar a mente como uma folha estendida na brisa, se vale a pena encher o escuro de luz, escrever no negro da noite com os traços de fogo na ausência forçada desse espacinho que está vazio no coração….

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Hoje parece que vai chover. Mas quem é que controla a chuva? Que se atreve nos dias de hoje a deixar cair  gotas do tempo sobre a vida sobre o dogma da Natureza ! Caem pingos, gotas de saudade  nas árvores nos arbustos nas rochas nos  rios, caem  gotas de poesia sobre as cabeças dos Deuses. Todos eles, seja qual for a sua estrada , carregam  sobre os seus ombros divinos,  os sangramentos das tempestades, mas nada fazem para a travar  não podem travá-la. Apenas retocam o eco do trovão…Que soa, ressoa, invade nas raízes que nos sustem alicerçados à densa floresta de cimento e betão que o nosso mundo faz germinar…Escorre pelas ruas uma cascata fina, feita de lágrimas, de todos nós...Homens e Mulheres, sem morada que assentes em vales e montanhas, contribuímos para cascata de lágrimas …Involuntariamente  também fazemos chover. Lançamos o trovão  nos pensamentos enclausurados e perguntamos  por que razão é que vai chover, a quem o devemos ? Porque nem a chuva esse dito Deus consegue, sequer, travar ? Quem é este Deus, tão imperfeito  e susceptível às tempestades ? Será que um Deus também chora ? Terá já essa cascata de chuva dono? Antes que nasça o sol vou aproveitar e chorar também com esse Deus as lágrimas que tenho evitado chorar !

quarta-feira, 10 de maio de 2017

 Eu hoje sou o medo mas também sou objectividade …Andei por entre flores sem ver mais do que ruelas e becos. E já nadei em águas e correntes sem sentir mais do que frio. Já caminhei junto ao mar, desejando que o céu desabasse, já andei por entre a desgraça de uma vida sem a sentir, já conheci terras que se amontoaram num sem fim de montanhas, já passeia por ruas que ficaram gastas dos meus passos vazios, já fui abordado pela calçada das ruas, que me perguntavam para onde ia…Mas eu!!! Sorrindo-lhes,  respondo que nem sei onde estou…Quanto mais para onde vou! Por tudo isso hoje peço-vos  que não me amem…Mas!! se quiserem correr esse risco, façam-no pelos meus olhos, pelos meus lábios, pelas minhas palavras, ditas ou pensadas, pelos meus segredos, pelo meu corpo, pelo meu modo de agir, pela minha personalidade. Não me amem por pena. Não me magoem!!  Não o façam pelo que os outros dizem de mim ou pelo que escrevo , nem ousem tomar textos meus que julgam-nos vossos …Vejo o mundo ruir em profecias apocalípticas, vejo festejar glorias fúteis de corpos endeusados em frágeis vaidades…Eu nunca serei o teu, o vosso livro das inibições literárias, eu nunca serei dado aos anseios gramaticais apenas serei a voz de sentimentos na cadência viva dos meus pequenos, surdos dias. Hoje sinto-me um verme no cio! Ataco as minhas defesas, as minhas ruínas, remexo desejos íntimos em erupção para converter em palavras a covardia dos sentidos.   

terça-feira, 9 de maio de 2017

Considerar momentos e sonhos, acaba por ser realizar proezas com magia. O que nos dorme no pensamentos nos assegura destemperos vãos de olhares vazios...Olhos vazios e sem cores,  sem vozes, são o tempo  inimigo da felicidade...Geram dores em quantidade... Representam  mãos e pés cansados,  mente e corações dilacerados. Somos simplesmente...reféns da angústia ocasionada pelos  sons constantes dos olhares dispersos no horizonte da luz...Sinto essa indiferença, numa presença...Sem olhares, beijos e toques sem nada além de um querer, esmerado em retoques desta noite a cair, que se traduz Incompleta...Nas minhas verdades, busco  momentos longínquos nesta ausência infinita... Lamento este tempo perdido que teima em persistir sem verdades vividas, sinto toques inocentes, sedentos de paixão calores indiferentes que me roçam os lábios ...Viver em nós a este  ritmo de cores imaginadas é viver a essência que nos eterniza!!

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Hoje  pergunto-me onde devo desenhar as minhas palavras. O eco desta pergunta é a única resposta que percorre o tempo entre o que fui e o que sou hoje. Talvez nesse vazio que deixei instalar na minha vida,  tenha perdido no meu mapa,  o norte,  que foi feito de dois braços em redor dos meus sonhos, abraçando um, após outro na esperança que, se calhar, tornassem-se reais! O silêncio que resta em mim  é feito do mais profundo vazio, o mesmo vazio que é feito da dor que percorre o  corpo em cada minuto que nos vamos desertificando.  Hoje olho em redor e não há nada. Olho para mim e vejo o caminho de quem já perdeu a rota, e,  talvez por isso tenha convertido os meus sonhos em palavras . No horizonte dos meus sonhos  há um fantasma  percorrendo do nada, daquele nada que há muito abriu mão da sua alma,  sua vida e apagou todas as palavras bonitas que tinha gravado para dizer... Porem não ouso sequer tentar arrancar do meu coração  as palavras  que apagaram tudo o que era importante proferir, escolhendo um mundo de ilusões efémeras. Talvez eu as tenha perdido quando me perdi no tempo, naquele tempo irreal que era somente a recriação fugaz de um passado que jamais seria futuro. Muita coisa circula  em mim! Sinto-o, sei-o! Tudo o que me leva a caminhar , cada passo,  cada pensamento deste mundo que, apesar de tudo, continua vazio. Tão vazio como os meus lábios onde secou a promessa de um amanhã,  onde morreram as palavras. Hoje é através das folhas que confesso, através de letras dolorosas com frente e verso os meus pensamentos. Não acredito num mundo sem palavras, sem frases , sem capas , sem dias letrados despejados nas vozes roucas que os nossos pergaminhos deixam resvalar  no coração.

domingo, 7 de maio de 2017

Hoje suavemente escrevo nas janelas inundadas, de chuvas torrenciais de letras vivas, na estrada dos sentidos proibidos, onde me perco todas as noites num passeio no escuro... Ao longe vejo as luzes da cidade como se fossem pétalas de flores roubadas. O meus meus olhos respiram quase fora do alcance do meu horizonte , em sobressalto e impelem-me a caminhar nesta estrada sem fim, onde as cidades iluminadas vão ficando para trás, ou correm lado a lado connosco, numa cumplicidade de magia que esconde os meus desejos ocultos...O vento empurra violentamente, as palavras engasgadas, estas, abandonam-me o corpo nu, em segredos sussurrados, como se fossem carícias de mãos que não se deram, poemas que se foram... em olhares aguados para nos perdermos de nós...Escuto em cada passo a musica nas fendas rochosas do sorriso, coloco os pés nus com que piso a alma e apenas ver-to uma só lágrima na perplexidade do óbvio...

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Na vida há sonhos que crescem como se fossem árvores... Mas!!! Não há formulas secretas para evitar que um dia todos nós tome-mos o rumo que tomam os anjos… Que viajemos para lá da madrugada de cristal, onde pedimos que chovam dias a fio para que as mágoas que restam da certeza vincada da alma se lave e as forças da natureza verguem todos os caminhos que trazem ingenuidade dobrada nas malhas de encruzilhadas de destinos que não queremos para nós...O que quero para mim são olhos, olhar para mim, através de mim... E no dia em que o vento pegar na minha dor e o sol entrar pela minha alma como o faz por uma janela escancarada, eu seguirei… leve, pausado, seguro e se fosse musico eu seria uma harpa e entoaria hoje, um cântico para realçar a destruição de todas as minhas crenças. Mas não sou harpa… sou apenas gente, que sente, como toda a boa gente..Sou gente sem forças… zangado, cansado de ilusionistas que despem e vestem expressões de afecto. Cansado de rostos sérios, que se dizem justos, sábios, sensatos, desconhecendo o poder das palavras que calçam. Estou sozinho porque não sei viver dois mundos… duas vidas. Sinto-me como se tivesse atravessado um furacão violento que não respeitou a minha sensibilidade e sem dó nem piedade me atirou ao chão para lamber todas as minhas possíveis culpas... Sinto-me uma árvore inclinada sobre o abismo, quebrada, fraca pela fadiga e pela violência do embate de ter descoberto o quanto difícil é reerguer-me sem me tentarem derrubar ...
Hoje tentaram pintar-me  o olhar em retrato ... Esse retrato frio e pálido, de preto e cinza sobre branco amarelecido pelos anos, no qual me olho  com o tempo que não soube esbater. Pintei a carvão, os olhos negros, os sorrisos cinzentos, os rostos com tons de palidez eterna. Julgaram-me sem me ver!!! São apenas loucos para julgar que olhavam para mim e captavam a alma nesses tons forçados… Traíram-me tanto quanto a arte consegue trair alguém. Foi insensatez, essa linha certa e perfeita que nos traçou os bustos, pois jamais serei apenas um retrato a carvão! Há vestidos a vermelho, rostos de uma pele clara  levemente marcados pelo sol e pela idade, eu lembro-me bem, que a vida não tem cor se os nossos olhos não forem sérios honestos para reflectir apenas a cor que cada um reluz . Os nossos olhares, podem ser verdes, roxos, amarelos e cor-de-rosa…Ter a cor do vento, a cor do céu, a cor do mar, a cor da eternidade de um amor de sangue. Sabem , todas as cores do arco-íris, se podem ver ! As que não se vêem são aquelas que escondemos nos nossos baús , são as que envolvemos em mistérios  que só nós víamos… Podem até tentar pintar a carvão a minha  morte…Mas!!! Esse dia em que as estrelas se apagarem e os pássaros não puderem cantar, o Outono ficará gélido, como o Inverno, e o tempo perde o seu fundo onde as memórias são apenas papeis amarrotados sem nenhum conteúdo...Sei de cor todas as angústias, e pesadelos mais profundos. Eu sou o silêncio, aquele que pacientemente, escuta, que não interrompe a lamuria e deixa que conduzam as palavras para os lugares certos, fazendo da  oração uma prece que  prova  devoção. Sei que há pessoas que sempre viveram na luz, mas hoje escondem-se nas sombras porque temem demasiado o brilho,  temem não ser de todo entendidos,  porque afinal, são alma e corpo, são diferentes de todos os demais , que apenas são humanas como eu…Hoje pintaram-me um retrato que ficou na parede branca do meu quarto, este ultimo reduto onde cada palavra dita quebra o ar e agita a energia que sustem a  minha raiz, nesta intimidade do meu silêncio onde abraço barcos abandonados no cais da eternidade

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Os meus pensamentos vão e vem do baú das minhas memórias! Pergunto-me o que aconteceu? Em que ponto do caminho eu falhei?Sinto na boca o gosto amargo do fracasso! Busco as mais variadas explicações…E no confronto das emoções...Olho o horizonte, sigo em frente...Em tempos seria capaz de escrever em poucas palavras algo que vos cativasse o suficiente para me sentirem.. Hoje é no escuro me acho, me agacho, fico ali. Olho para o céu escuro e desenho as gargalhadas do sol, diluindo na brisa que passa e o tempo...Ui!!!  Esse não pára quando queremos , acelera, mais e mais, corre e por mais que nós até tentemos ele não para foge-nos sempre...

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Hoje seduzi as estrelas, quando a noite caiu, as minhas  roupas caíram no chão enquanto desenhei corpos celestes …Olhei o céu de forma mais  romântica do que casual. Olhei para o fundo do meu copo, e nesse fundo vi a noite que se fazia manhã. Sem responsabilidades… Sem promessas… Deslizei perante bebidas que nem ouso tocar…Apenas com elas perdemos o espaço para a vergonha para a inibição…Esta noite refiz a minha cama com  outros lençóis,  como quem dança a mais erótica  das danças. E, em seu redor, as paredes projectaram o silêncio que a tantos Inebria na embriaguez  intemporal dos corpos que lutam, que se batem , que se completam como estranhos na noite, que se fazem conhecidos sob o olhar casual de olhos que não vem…Os corações ritmam  do pulsar caótico da dor no centro  da agitação, há músicas sem nome completo,  das centenas de pessoas que se juntam seduzindo as estrelas…. As estrelas cintilam nos meus olhos de amargura,  indiferentes, tocam-me a pele calejada pelo tempo. Por esse tempo que não sabe esperar… Há mil crianças a, adormecerem na sua voz. Calmas, puras, indiferentes. Mil pessoas sonham os mais belos sonhos do mundo. Distantes, egoístas, mudas. Mas ela? Ela gritou! Um choro que se transformou na eterna luz das estrelas…Não irei arredar pé desta noite ,  porque tenho de dizer tudo o que guardava. O primeiro raio de sol vem iluminar-me o rosto. E, deixo assim de ser o fantasma  que a noite viu desvanecer, evaporar , na guerra da sedução das estrelas, numa sombra da escuridão que me acolheu ao acariciar-me o rosto, com o primordial gesto de ternura.

terça-feira, 2 de maio de 2017

Hoje resvalo nos meus pensamentos,  debato-me tanto que os olhos vertem espasmos de uma noite mal dormida…. Arremesso sentimentos que a minha alma deixou de sentir. Doía-me o corpo da  incerteza. Doía-me o vazio que veio substituir esse grito constante da minha alma, que hoje me fez debater pela luz que se desviou do nascer do meu dia... Hoje acordei e parei há janela , como um animal, numa armadilha, que aceita, em plena consciência ou por mero instinto, que o caminho a seguir foi suspenso ali … Mas eu nunca me deixei cair sem erguer os braços aos Deuses , e reclamar uma mão amiga que se estenda a  tempo para eu lutar, para eu ter tempo para negar, para eu ter tempo para eu reprimir o tempo que não aceito…Eu acordei , eu sei!! Mas, eu esta noite também sonhei  por isso, reclamo aquele sonho que sempre se exibiu exoticamente mesmo à distância de um toque. Sim esse mesmo!! Aquele que estava um milímetro longe demais e, por um milímetro, não pude agarrá-lo e obrigá-lo a libertar-me das amarras frias e dolorosas que me mantinham cativo,  como se esse sonho, tivesse odor a  ópio  e me fizesse escravo de um passado,  memórias, que involuntariamente , condicionavam tudo à minha volta….Hoje resvalei no meu pensamento em palavras insensatas, que me vão escravizando o futuro, esse insano que demoradamente vou abraçando com a força inevitável de não o deixar escapar… Eu já me senti escravo do abismo. Como se as minhas correntes me arrastassem na sua direcção, afastando-me, passo a passo, de tudo o que sonhei um dia para mim…Eu já me debati numa luta mas hoje apenas choro! Choro  pelos passos que dei, choro, pelo  rumo que a queda no abismo me fez dar na esperança. Hoje choro na sombra do atalho,  no qual acabarei por mergulhar durante anos de tantos sonhos que deixei, de todas as pessoas que não esqueci e de toda uma vida que perdi! 

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Hoje sonhei, que corria-me a eternidade nas veias. Senti o pulsar acelerado do meu coração, parecia uma balada desfeita em mil notas de promessas feitas. A minha pele nua, reflectia as cores estreladas do luar fazendo dos meus cabelos um rio sem fim nem rumo, correndo para o lugar em que o sonho e a realidade não têm fronteira…Hoje sonhei e o meu coração pelo menos bateu. Preciso escrever, assim escondo os olhos que reflectem o brilho da esperança. A minha pele ardia sob a chama sempre acesa de uma paixão, hoje ela alimenta-se do esplendor e da subtileza dos movimentos das minhas mãos, nesta dança perfeita que parece em mim uma criação da mão divina. Antigamente morava no meu peito o desejo de viver para sempre. Queria acordar de juventude, correr o mundo de felicidade. Dormir nos braços do contentamento. Havia mais do que perfeição nas minhas palavras, havia mais do que mera beleza, era como se o mundo tivesse parado para se curvar ao eterno. O longínquo fascina-me é como se pudesse contagiar o Universo. Hoje foi em segredo que, agarrei nas teclas e escrevi um poema de amor. Um poema triste. Um poema sobre o silêncio e a saudade. Um poema sobre todos os segredos que a minha alma guarda e não mais partilhou. Foi em segredo que continuei a respirar sem viver, pensando num breve sorriso que a única coisa realmente certa que fiz na vida foi deixar na sombra a felicidade que guardara e escrever um poema que, mais do que palavras, carregam todos os segredos do meu coração.

Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...