sábado, 4 de junho de 2022

Hoje chega a ser desumano a forma como conseguimos sobreviver numa rima miserável, cheia de  vontades recheadas de areias  movediças, que resvalam como lava nos caminhos desenhados pelas  enxurradas. Formam-se torrentes nada proporcionais ao saber e à bondade, que nos define como gente,  de pontos em comum que, lança raízes nas bermas e nas ladeiras,  longe do  cume ou do sopé das atitudes e da mestria humana…  Que somos então,  um agrupamento de um só carácter, muito perto da derrota, no sopé, sabendo-se que essa visão tanto abarca o seu contrário como o seu semelhante. Os que não chegam ao sopé ficam de  fora, andam redondamente enganados, não somos bons em tudo porque estamos no topo, somos parte de um sonho de muitas vontades por cumprir que sem luta nuca viveremos! Olho a urgência de falar e vejo, dentro de mim, há palavras de voz suprema, palavras de vários estilos que nos podem libertar ou desfazer! Hoje estou no cais onde tudo avisto, nele há presença e a ausência de palavras, uma infinidade das que acreditam em mim, e outra deselegante de palavras quebradiças, cheias de hipocrisia , como se fossem mentiras embrulhadas em palavras de veludo, que  não contam com nada e para nada servem! Hoje chamo-te a mim como nunca o fiz, o meu pensamento debita-te fecundando as minhas emoções virgens debaixo do meu traje que se veste de medo . É verdade, sentir medo, porque no amor até hoje, ninguém  conseguiu defini-lo, ele é sempre o mesmo, acaba onde começa , quem  mais o sente menos o confessa e quem melhor o traduz , não o sentiu ainda.. O amor é a pureza em verdade, no amor não há ignorância . Quem ama reclama verdade pois merece ouvi-la , mas, tem a obrigação de a proferir, senti-la e fazer parte dela. O Importante é que todas as palavras que sejam ditas sejam relembradas, reais ,e o que é hoje verdade amanha também o seja…Só depende das pessoas fazer com que o que se sente hoje dure e dure , todo o tempo deste mundo e dos outros que venham! A vida é um dom, que nasce naquele grito sufocado, de quem procura respirar. A vida é uma dádiva, que começa quando vemos, pela primeira vez, a Luz. A vida é uma constante alteração de percurso, onde a maior parte das vezes somos somente peões. Meros objetos sem vontade própria, que aceitam, através de um impulso, cumprirem os passos que outros teimaram em criar por Nós. O destino, o obstáculo, os problemas, as desilusões, as surpresas, tudo isto faz com que os nossos projetos sejam somente, improváveis…Isto não significa que a vida termina. A vida vai perdendo, aquela cor viva que nos recebeu ao nascer. Deixam de se ouvir as músicas de criança cheias de esperança e de sonhos. Tarde percebemos que aquele caminho por nós pintado, não será daquela forma constante, linear, fácil e rápida. Dar valor a tudo isto? Tudo isto, que é uma mão cheia de nada. Um coração apertado, um nó na garganta, uma lágrima derramada por entre a noite, um pensamento constante no dia de amanhã, um movimento rítmico sufocante de um relógio que não pára!  Pára!!! Pára e de que maneira!! Mas o tempo não parou essa é a verdade... Talvez quem fique neste mundo, seja um sobrevivente. Um Homem de coragem , aceita a vida com as dificuldades que Deus lhe enviou. Deus só dá dificuldades, a quem tem certamente força para as ultrapassar!  Quando essas dificuldades são divididas por dois, a coragem existente multiplica-se não por dois, mas por um mundo infinito, afinal quanto vale a coragem da pessoa que amamos? E tudo se torna mais simples.  A coragem de um, ajuda a fraqueza do outro. E assim deve ser, toda uma vida…

quarta-feira, 1 de junho de 2022

Hoje reflito sobre a dignidade humana, não se compra, nem nasce contigo. Dignidade conquista-se,  com Honra, com Distinção, passando sempre como um perito que nada apaga nem mesmo o tempo. É ai que reside  a nobreza  humana, é ai que se denota grandiosidade de valores. Não se consegue apenas com palavras, ou atitudes, é um estado de alma que só ocorre  com factos, mesmo que seja uma luta solitária é preciso muita serenidade para contornar as controvérsias dos dias, a isso chamo nobreza que hoje é tão rara para os desinteressados …Pobres são os que não sentem que há coisas que não podem ser desvalorizadas, esses sim não vêm o mundo com sensibilidade , nada trazem no coração ! Quem é digno da nossa confiança? Se a confiança não nasce connosco , não é inata, não vem e vai…A confiança é uma conquista que não se vive esperando recompensa, é rara, mas verdadeira . Esta anda de mãos dadas com a verdade, tudo pode mudar na vida quando o verso certo rebenta nos lábios corretos…Eu sei que é estranho, mas se o que digo fosse arte, ninguém ousaria censurar, nem tão pouco haveria pessoas que sentissem a adstringência do vinagre nas feridas abertas pelas palavras sem luz. Há coisas que me ferem a audácia dos meus dedos, esta demência que parece espinhos encravados numa garganta mutilada pela palavras silenciadas que não escutam…Calamos o sentir, quando nada brota, quando escondemos o que nos transcende…Há sentimentos ocultos, que o olhar não esconde, mesmo que a descoberta fique aquém da raiz que perdura nos sentimentos que não julgamos! Sinto-me um ser possuído por mais que uma vida, mas nem sempre entendo as outras por muita virtude solidaria que sinta! Hoje desenhei um laço de sangue que se tornou num rio, num mar de florestas que me adornam o pulso com uma cruz que nos liga na essência, ofuscando os astros do eclipse da nossa realidade. Já fui bisturi de autopsias sucessivas  que embalsamei em rotinas do sangue em que o medo dissecou, hoje ignoro o bisturi intolerante que o triangulo do caos infetou dolorosamente como águas da resignação, ergo as minhas mãos  no teu rosto, e deixo-as desenharem os teus lábios como uma flor que a minha boca fará crescer na horta do meu peito…

segunda-feira, 30 de maio de 2022

 Hoje assisto á vertigem da entrega, mergulhando em todos os vendavais como se navegasse num oceano impaciente que se revolta a toda a hora, nas amarras do querer sem porto de abrigo.  Depois de assistir á luz espelhada no teu rosto, que me afoga no berço da saudade, vejo-me agora quieto, a contemplar e a ler o poema inscrito no teu corpo. Depois de beijar o teu mundo, sorvo os  teus suspiros num cântico que a vida estremece ao som de música do amor. Sei que há destino para esta inexplicável poesia do presente, forço a palavra no teu olhar que, divide as coisas aos pares, na batalha desordenada onde bolsos furados, deixam cair, as chaves perdidas dos caminhos errados que não queremos saber se percorremos. Não somos vitimas, exibidas nas montras dos que nos querem mostrar, eu sou daqueles que geneticamente não está habituado a mudar de lugar,  não me deixo aliciar pelo corpo inconsciente nem desvio a retina do chão até que este se transforme em terra, meus genes movem-se dentro de mim, sem soterrar a vida das noites que não vemos com os olhos abertos no escuro! Instala-se uma guerra sem tréguas, que nos açoita a paz dos instantes, somos frágeis como as teias feitas pelo pecado, frutos maduros envolvidos nos dogmas da nossa existência, mas nesta guerra da duvida há mais luz que na paz do consenso… Não é por estarmos unidos que temos que ser iguais, duas pessoas não se amam pelo que tem, nem pelo que lutam ter, duas pessoas não se amam, pelo que um dia desejem que o outro venha a ser…Pois é eu falo por mim, amo-te tão somente , porque não consigo explica-lo e nem tão pouco me consigo afastar um pouco de ti! Amo-te por te ter negado ao mundo mas deixando-te viver e crescer em meu coração… Amo, sem tréguas, sem noite, sem tempo, sem jeito, sem palavras, sem local, sem passado, sem outrora , sem demoras …Estou num sempre a que chamo puramente agora. É uma união assim que me move e jamais em mim cessa. Em mim só há uma coisa que me faz arrefecer e ter frio, o frio das pessoas, dá-me a tua mão, para podermos seguir os dois, em cada caminhada que a vida nos oferecer. Ter a tua na minha é encher o coração de ti, é seres o meu mundo preferido pela nossa sobreposição, dá-me a mão e tudo em ti!

quarta-feira, 25 de maio de 2022

Hoje sou eu que viajo, fiz-me viajante e faço-o por todas estações, sigo por todas as direções, por todas as audições escuto, por todas as exceções grito,  por toda a exceção saio, com toda a vocação crio, mesmo sem ambições, reviro-me, com toda a isenção e, me calo, com toda a indução penso, com toda a leveza me deixo cair, com toda a criação me traço, com toda a ligação me vejo, com toda a vontade te guardo, por toda a duração eu fico … Tudo porque as palavras escritas nas pontas dos meus dedos, geram mil emoções sentidas no coração que deixo serem tatuadas em mim! Quero brilhar no teu olhar, sentir a pele e ser teu interior num instante de amor,  viajando no teu pensamento, caindo nos teus braços ao esculpir o teu corpo no meu… Tanto me pergunto o que é o amor, quando a estrada é tão dura e o caminho uma passagem de vida!  Acho que saber o que é o amor genuíno, é um processo demorado , que nem todos estão capacitados a fazer, demora muito tempo aprender a lê-lo, fazê-lo ficar, porque é fácil desaparecer assim como é difícil o esquecer… É um processo evolutivo, aprender a controlar as nossas emoções, , agarrar os corações para sempre, assim como não é, fácil  soltar os laços que não fazem sentido fazer crescer… Tudo demora tempo se formos a ver, demora tempo adormecer e esperar o dia seguinte, demora tempo saber admirar e guardar os bons momentos de simplicidade vividos, demora tempo, perceber como não recordar o que desejamos esquecer, demora tempo a construir uma vida , embora seja fácil assistir a ela passar pelos nossos dedos! Demora tempo olhar para o passado e admitir que tudo foi importante para te tornares no que és hoje, demora tempo a percebermos que a hipocrisia, a mentira o calculismo, a frieza são desnecessárias para qualquer ser humano , mesmo que seja para sua proteção porque assim  não nos projetamos no mundo e mais uma vez não o enfrentamos…Vale apena saber esperar porque demoramos muito tempo a saber viver da raiz do outro, e transforma-la em asas …Que pousar na tua sombra, abrir as minha asas e projetar-te luz, tudo porque hoje e ontem foste o caminho no vale das sombras plantaste a tua ternura na minha raiz do amor…

domingo, 22 de maio de 2022

 Hoje nem  sei o que pensam de mim, que pensaram, que irão pensar, pouco importa. Nossos olhos flamejantes de luz, inundam a escuridão da noite, como chamas acesas perdidas no tempo. Faço poemas continuamente  no teu peito, nos teus seios,  prudentes,  escondidos nas tuas blusas, que te despem de mãos atadas os poros atraídos … Fico com os meus lábios hospedados no brilho fácil do teu sorriso, adornas me a imaginação nos gestos desgovernados  de todos os sentidos que te procuram , no meio de palavras  que ressoam na tua pele de cores mágicas que fecham a tua alma! Migro para fora de mim, na nascente de luz que emanas como uma chama que guia o desejo do teu estuário onde desaguo abraços, no luto da fúria das ondas em rebentação que naufraga o sopro da flor em teus lábios . É tão fácil entrar em ti ao pegar nas tuas mãos, ora paradas ora agitadas mesmo sem a bússola desgovernada que prescinde da agulha magnética do teu  triangulo das bermudas que nos detém, tu eu e o amor que de nós floresce… A Alma alimenta-se de todos os bocados, eu, de Rei e Príncipe, apenas tenho a espada da palavra que se ergue na sombra  do ser, eu, não escrevo o amor, eu, sinto-o no vento, nas brisas quando a noite desce a encosta do meu silencio, e é nesse estar só sem ruídos do mundo que toco a musica do universo , libertando-me quando a humanidade dorme, desperto-me na primeira maré fecundado os sentidos onde as cores dos nossos mares se cruzam e reproduzem o abraço terno que nos forma e gera… Há em ti, amor que nos afunda no sorriso, pintando as sementes no vale dos corpos , despindo-nos como um copo de vinho,  restituindo a taça da paixão que embriaga as lagrimas que se tornarão na ultima palavra assim que o coração perder a voz…

quarta-feira, 18 de maio de 2022

Hoje vos digo que são muito raras vezes que paro na berma de uma estrada com a dúvida plantada no mapa da minha vida,  sem saber ao certo para onde seguir, se fico se vou, se vale apenas qualquer uma destas direções.  Também é raro, sentir fadiga desta viagem,  dou por mim de volta ao jardim com cheiro que outrora levei… Falta-me a esteira que tinha aqui da vida, para adornar  o sono, fazendo desta forma à noite  tudo o que de belo amei até aqui! Tenho um sentimento estranho em mim,  a demora da vida está-me a obrigar levemente  a antecipar  pegadas que estão ainda por vir… São esses rastos de vida que me fazem manter cativas as palavras que trago comigo e que ninguém tem a forma de as decifrar, elas , lutam entre si , dividem-me indignamente ao devassarem o meu esconderijo ! Eu não fujo delas nem preciso ser salvo de nada , toda a ruina do que não é dito, anda á deriva , mas não consegue naufragar nas brumas dos sentidos. Uma a uma fazem fila em mim , procurado as respostas,  neste retrato confuso e impreciso do destino.  Quero semear nestes palmos de terra, a seara do carinho, orvalhado não com as lagrimas, nem com o sangue que me percorre nestas artérias dilatadas, das feridas abertas pelos dedos das fraquezas que rodopiam no tempo! Tenho as minhas mãos limpas, translúcidas como a minha alma, nada me domina nem os astros, nem as pétalas das flores semeadas , deixo apenas o seu perfume  dissipar todos os aromas que a eternidade plantou em mim, se fosse fácil ,  hoje partiria,  se fosse dono deste tempo, deixando para trás um sorriso sobre as águas que em mim desaguaram … Não acederia nunca a esse leito que se fez labirinto sem mapa, lá ficou o sabor do jardim que plantei  e as águas que de mim resvalaram . Hoje como não escreves expressando tudo o que sentes, eu escrevo para ti, sempre com o objetivo de encontrar as palavras, gestos que dê para exprimir o que sinto, e até agora a única maneira que descobri, foi através de ti… Todas as palavras que expulso  de mim, são as mais verdadeiras que acho e sinto, elas crescem de momentos guardados e são recheadas de pura magia que se soltam dos teus sorrisos…Amo-te …Mas sei que é uma palavra muito pequena, comparado com o que  sinto por ti…Mas !! É a maior que consegui encontrar !

terça-feira, 17 de maio de 2022

Hoje segui o teu rio, essa frescura no teu olhar que se transmite pelas mãos, levando-me  para longe onde os ecos da tua  voz, se fazem sussurros em forma de sorrisos. Nada nos espera no submundo mas juntos podemos caminhar sobre a terra e fazer do amor a nossa unidade. A vida há muito que passou pelo silêncio do tempo, esse culto de ética hipócrita  onde as almas se desnudam em buscas dos deuses … Não sei nem consigo ser hipócrita por muito que me remeta ao silencio das luas eu sei desfalecer também ao sol com o estremecer das estrelas, elas amam-se no anonimato sedutor do feitiço da noite como as bruxas , sussurrando a respiração no murmúrio da mutuação das sombras e do sono… Hoje está uma neblina noturna, com uma textura sombria que me envolve no misterioso aroma das trevas que se faz extramente belo como se caísse dos céus flocos de neve e suavemente tocassem a minha pele e me beijassem como um raio de sol! Posso escutar-te em tudo, como quem escuta a melodia dos búzios , posso tocar-me como se os meus olhos tivessem mãos, posso sentir-te como se o orvalho regasse o meu coração, posso ver -te nascer como se fosses a mais doce aurora. Não quero que te vás, fica nem que seja até a lua chegar ao meu deserto, deixa as tuas cores inundar de luz esta terra onde o ódio não tem lugar e o amor gera as marés até ao arco-íris , deixa-me ler a tua historia e com a cegueira que o amor gera, deixa-me compor a historia onde só o coração possa traduzir o compasso dos silêncios que a as estrelas desenham no olhar longínquo das sombras que ressoam nas paredes do meu olhar… Hoje falo de ti nas palavras improvisadas, este festim em chamas, como que  estabelece o limite dos nossos corpos na insónia perfeita da musicalidade da ternura , caricias que os meus dedos dormentes percorrem enquanto repousas em mim. Chamo-te ao equinócio do meu olhar com a primavera no peito, na lucidez embriagante , inquietante que sempre sinto nem que seja apenas com o meu olhar. Ainda não acordei deste sonho que me deixou suspenso no teu olhar, esse adoçante da alma com cheiro a canela, revestido das tâmaras da tua pele incandescente, polpa despida e mansamente tomada pela brisa do amor. Cada Brisa que o mar projeta em mim, acrescenta-me a saudade da lembrança das nossas mãos sobrepostas, junta-las foi o meu maior desejo, e olhando aqui na janela do amor, agora que as juntamos quero-te em todas as circunstancias da minha personalidade .  

sexta-feira, 13 de maio de 2022

Hoje tenho as mãos enterradas no som minado das palavras, silencio esse que descansa dentro de mim na síntese da realidade que levamos de mãos dadas, fazendo resistir o sentimento quando estas não são suficientes…Sei que és uma nascente de luz que se derrama no meu estuário, desaguando os abraços que nos abrigam na rebentação das ondas que os dias vão gerando nos nossos mundos. Ninguém é de ferro nem temos corações de pedra, resistimos aos erros e ás palavras já falecidas no despir do amor, submergimos o bálsamo dos nossos sentidos na quimioterapia do sangue que bombeamos e mutuamente entregamos na embriaguez das nossas origens. Jamais vou querer perder este chão onde respiramos juntos, ele acrescenta-me o equilíbrio o olhar longínquo e me dá a força para te fazer viver em mim , sobrevivendo a tudo, para que eu possa cair primeiro que tu no teu abismo. Nem sempre conseguimos escrever nas paredes dos céus porque as nuvens que passamos , trespassam  a defesa franzina que nos protege, mas se cultivarmos as palavras sem as escrevermos, beijaremos a mente, a boca ,  de quem amamos , gerando a nudez no olhar, desvendaremos caminhos, quando a noite descer pelos degraus do sol, é neste esboço de vida que desejo desenhar a linha do sonho porque, nada mais sobra numa memoria florida para além de um instante de amor… Um dia iremos esquecer que o sol se esconde nas vielas das almas débeis , um dia deixaremos as margens da nossa matéria, dos nossos corpos,  é ai que o pó nasce e ateia as mãos que deslizam a pele rasgando as lágrimas dos olhares que vão desvanecendo nas palavras renunciadas pelos estigmas da fome empobrecida da saudade que se converte em pureza do universo. Posso até me esquecer das palavras, dos gestos , do corpo, das silabas, de cada folha da vida  que outrora fiz minhas,  mas jamais deixarei cair das mãos o sonho que em mim bate hora a hora, minuto a minuto, segundo a segundo, e me faz soletrar vida no meio de tanto nada que me enche e me faz gritar apenas o maior grito que a alma profere, aquele grito que esquecemos de sentir apenas por sentir! Um Amo-te….


terça-feira, 10 de maio de 2022

Hoje se eu conseguisse reproduzir arte pelas minhas palavras , percorreriam o teu olhar, tão lentamente que desenhariam um poema que nos abraçaria um contra os outro nesta paisagem,  paradisíaca. Mas, as palavras fogem-nos ,  pouco a pouco, sem desvendar o querer que tão docemente  reveste de  noite em contraluz, com a matriz as mágoas que se despegam da felicidade  roçando o peito do amor na alma embriagada pelo perfume desta maresia do teu corpo! Eu embriago-me com as borboletas que se passeiam como Deuses de mão dada no amanhecer da luz, eu entro em combustão apenas com a acendalha do olhar que insiste em atear-me nesta combustão de vida que nos pertence. Desenho aqui e ali os contornos do teu corpo que parecem um lençol de água a acalmar este vestido submisso que a lua derradeira alumia na saudade estimulada pela doçura dos lábios em fome de mel! Este palato na vertigem do anseio é rebelde,  cheio de versos doces a roçar  a pele preservada nas audácias que a mente vai acariciando com a sede  naufragada de peito aberto que vou penteando na ondulação dos teus sinais que os olhos colocam em orbita ao assaltarmos um beijo que se desfaz em palavras que aqui escrevo sem voz,  apenas hospedes do nosso amor replicado e eclodido de mãos dadas que a carne não deixa tatuar nas sombras do aroma de flores que de ti emana... Só se vive uma única vez e nem sempre sabemos traduzir esta virtude da entrega solidária que se forma num laço de sangue que nos debela ao ponto de não conseguirmos desenha-lo em mares, rios  nem tão pouco, desatar os braços da cruz que nos aparta da essência, porque, se o que digo fosse arte jamais seria censurado esse abraço que fecha feridas abertas da ausência... Chamo a mim a luz, que me desfoca na audácia dos dedos  mutilando as palavras que em sufoco  não se escutam, atravesso os mares que nos separam e afundam os sorrisos como uma ave colorida que espalha as sementes em meu corpo que há de ti e me despem na taça do vinho que partilhamos no meio de um retrato que partilhamos mesmo que impreciso do amor sentido! Fizeste-te num ser que se embrulha na minha devassa de fortuna, em mim lavra, a tua  na alma, onde me escondo e agacho na nudez da sorte feita  que embeleza  a minha fonte de luz que me reflete. A vida passa suave como um sonho, e nesse breve sopro envolto numa brisa de amor, entregamo-nos ao processo diário desta maravilhosa aventura para quando fechar os meus olhos sorrir apenas porque a viagem que partilhamos foi exatamente como tinha de ser, passo a passo por amor no silêncio que os olhares da vida levarão daqui  até  ai.

domingo, 8 de maio de 2022

Hoje sinto que guardo numa mão, o tempo por abrir, na outra fechada,  o tempo esquecido,  confesso, que tem dias que homicídio o vazio violentando as palavras, ameaço a serenidade com um olhar carente, confesso…Confesso que violo o sigilo do coração, furtando a inspiração da alma num puxão de sonho, confesso…Confesso, que difamo a verdade tratando-a como um sonho injuriando-a sem acentos, sem pontuação…Confesso que não tenho sido criminoso, apenas tenho gasto as palavras , varrendo-as em segredos, caminhos , sonhos que dispo como um livro desfolhado, de folhas amarrotadas de tanto ser aberto e fechado…Não tenham medo! Deixem essa curiosidade de o abrir! Enganem também o silêncio, tentem apenas com as palavras, escritas em gomos, sussurrar a verdade que se aloja na vontade de falar…Há muito que esqueci o rumor  desse significado, Mas!! Confesso… Já quis ser palavra , mas perdi o seu significado na rebelião das marés onde a corrente da dúvida despiu o horizonte da ansiedade, sigo na cegueira das noites em que o meu corpo se fez vosso na sombra ... Hoje é um dos dias em que as paredes, que se vão adensado desfocam a saída….Mas!! Sei que te amo de forma perfeita, que do meu coração, quero que saia  faíscas de amor , que o teu sorriso brilhe como brilha uma flor num novo amanhecer!  Sei que um dia serei teu de uma forma inteira, que o meu coração te saberá entender e amar e por ti acalmará, e será de amor único que as tuas lágrimas serão como água de uma ribeira, puras e límpidas, molharão as pedras do altar onde seremos uno por inteiro. Procurei-te a vida inteira, obrigado por me ajudares a encontrar te.



sexta-feira, 6 de maio de 2022

Hoje apenas precisava que me dessem as tábuas, essas pranchas  feitas de madeira firme com que muitos erguem barreiras e se constroem as casas e barcos, quero essas tábuas rijas do tempo, que isolam a alma tão pouco explorada…Prometo com elas construir e alicerçar vigorosamente o entrelaçar das nuvens que decoram os céus  e nele voar com as asas que a promessa da vida me concedeu para  navegar simplesmente , navegar ! Há este sentimento em mim, sinto-me um País que abriga uma gente, uma língua um sol, que me metamorfiza  a pele, a boca, as fendas da memória como se fosse uma ave de asas abertas. Escuto uma voz que habita em mim, como o som de uma harpa que entoa no meu olhar como a luz do hoje e reflexo do ontem. Instala-se o brilho de todo o sempre, dissipa ecos ,soltam-se sorrisos leves e mais que isso para quem entende! Mostra-me a diferença entre um lugar e o sol, e os seus efeitos na vida com os dias que se vencem na escuridão, com uma estrela de áurea possante que aviva memorias e faz perdurar a historia. Parece tão simples, pois basta amar por inteiro , basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. A vida tem destas coisas, não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, o seu principal objetivo deve ser o de amar… Deve sentir e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar da paz… deve ser também criança de vez em quando…Um amor que se comova  quando a chamar “meu amor…”. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Preciso de um amor para não enlouquecer, para contar o que vi de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, do cheiro da relva depois da chuva, de se deitar e olhar o céu cheio de estrelas… do mar revolto e do mar calmo…do mar à noite a embalar os sonhos… Preciso de um amor que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque existe  amor… Preciso de um amor que me bata no ombro, a sorrir ou a chorar, porque eu estou lá para ela e ela para mim… Que me chame de amor, para eu ter a consciência de que ainda vivo… Por isso, hoje,  preciso de TI... Sem obsessão e sem dependência... Preciso de ti, apenas porque, há pessoas que não precisam de muito tempo para deixar muito mais, que outras, porque sem elas, não existimos, sem elas perdemo-nos ... Contigo encontro-me de dia e de noite, contigo, expludo , cresço, sem ti retraio-me...Contigo, sonho o futuro , sem ti, perco o presente e o passado que demorei tanto tempo a escrever...

segunda-feira, 2 de maio de 2022

 Hoje , acreditem as minhas mãos parecem um lápis, um pincel, nelas nem cabe  este sonho, que se vai abrindo, estendendo-se como um véu ao luar , cobrindo-me onde descanso as horas que pesam nos meus ombros! Desenho pétalas nos sorrisos mesmo que o tempo acrescente mais uma ruga, cada grão semeado germinará o perfume dos jardins que iluminará a estrela da nossa Alma. É com estas mãos que te escrevo, que te sinto, que te pinto na tela do meu pensamento,  imortalizando-te no beiral da minha Alma, vejo-te nele,  como se fosses uma estrela ali plantada, que me vela, e afaga com ternura num embalar de sonho feito brisa que desliza no meu corpo beijando o olhar… Não foi difícil encontrar-te , na noite ao som da chuva, envolvido numa neblina, decorei-me com o teu olhar o mais doce, brilho que as estrelas conseguem projetar!  Fecho os olhos aos pouco e deixo me envolver por essa nuvem de amor que me abraça meigamente , fazendo a noite evoluir para a beleza do luar. Talvez fosses tu que brilhavas subtilmente em toda a minha caminhada, não sei… Talvez fosses tu que me acariciavas no meio dos olhares perdidos que as duvidas soltam nas indecisões… talvez fosses tu que me aquecias o coração na tristeza e na solidão…Estou aprendendo a sorrir com o teu brilho a cada passo que damos de mãos dadas, soltando calor de uma mão para a outra que se transforma em luz, tocando a melodia que chamo amor para no final escrever a musica que nota apos nota nos faça saltar degraus e voar para a eternidade. Vou assim, nesse voo até ao infinito nas asas duma estrela,  colocar o coração na frescura do sonho...


Hoje vos digo que muitas vezes criamos um paradoxo em nossa rotina diaria, podemos até ter feito de tudo, virar os dias do avesso, quebrar ...